A máquina da morte do necropopulismo, comentário de Arkx

A necropolítica é a expressão mais explícita e contundente do grau de patologia do Capitalismo. o terror pelo terror, a destruição pela destruição, a morte pela morte.

Por Arkx
comentário no post A prisão de Witzel é o único caminho para acabar com o necropopulismo, por Luis Nassif

-> Witzel tem que ser responsabilizado criminalmente, como o foram os comandantes de campos de concentração, das tropas nazistas, os generais de Mussolini, os capangas de Baby Doc, os verdugos do stalinismo.Só a punição do verdadeiro assassino acabara com o necropopulismo de políticos sociopatas como Witzel.

a soma de todos os erros nos trouxe ao pior dos pesadelos: a não responsabilização pelos crimes cometidos pela Ditadura Empresarial-Militar (1964/1989) deixou intacta a rede de dutos da necropolítica brasileira, que agora jorra emergindo do chão como um fluxo incontrolável de esgoto venenoso para envenenar a tudo.

os ex ajudantes de ordens do Gal. Sylvio Frota e os descendentes dos operadores dos Porões da Ditadura estão alojados em pleno Palácio do Planalto. e são eles quem dão as ordens.

a Amazônia arde em chamas, sua fauna é incinerada viva, os Povos da Florestas são dizimados, as águas de Minas Gerais secam, terras produtivas do MST são reintegradas ao latifúndio ecocida e garotxs inteligentes, estudiosxs, obedientes e de futuro são assassinadas pelas costas por Herr Witzel.

a máquina da morte assumiu o controle da operação.

mas não seria esta a melhor tradução do estágio terminal do Capitalismo contemporâneo: não apenas 1,2 ou 3, mas muitos Daesh, um deles em cada território e em cada coração onde pulsar a vida.

a necropolítica é a expressão mais explícita e contundente do grau de patologia do Capitalismo. o terror pelo terror, a destruição pela destruição, a morte pela morte.

mas a máquina da morte nunca teve a mínima condição de gerir a si própria. e aqui, mais uma vez, a referência ao filme Bacurau se impõe: eles não estão apenas nos caçando, estão também se matando uns aos outros.

a máquina da morte não se entende, e não pode se entender, pois sabe apenas matar, destuir, aniquilar, segregar, excluir.

se tudo sob o céu está mergulhado no caos, a situação é péssima ou ótima?

sem passar pela fase do caos nenhuma criação é possível.

Luis Nassif

4 Comentários

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  1. sobre o terror de Estado perpetrado contra os moradores das favelas e periferias, principalmente na Maré e especificamente no Alemão:

    – trata-se mais do que apenas um sociopata dando vazão a sua pulsão de morte, ou mesmo um gestor sem qualquer escrúpulo a serviço de uma classe dominante atavicamente em guerra contra os pobres e os negros, dado seu berço escravocrata;

    – temos um macabro exemplo de contra-insurgência preventiva, para desde já conter qualquer explosão de revolta vinda de um enorme complexo ao lado da Linha Vermelha e da Av. Brasil, as duas principais vias de acesso à cidade do Rio de Janeiro;

    – com o grave e veloz acirramento da deterioração das condições de sobrevivência, o recado de Herr Witzel é claro: “- [Não sai de fuzil na rua não. Troca por uma Bíblia.] Se você sair nós vamos te matar.”;

    – sob a capa hipócrita da Guerra ao Crime se acoberta o principal objetivo: manter os miseráveis paralisados de pavor em seus guetos.
    .

  2. Vamos restaurar o equilíbrio, senhoras e senhores. Aviso que a seguir não estou fazendo comparação, mas estabelecendo um valor absoluto, que é a vida humana. O assassinato de uma criança é algo mais chocante que a morte de um adulto. Sem sombra de dúvidas. Mas a vida de um adulto, também é importante, seja do nosso inimigo, seja do amigo. Dos amigos, evidentemente, fomos ensinados a sofrer mais, porquanto não fomos ensinados adequadamente sobre o valor absoluto de uma vida. A morte de um cidadão policial é chocante também. Lembro-me de uma ocasião em que participei de um seminário de segurança pública no qual compareceu um oficial de polícia do Japão. Foi perguntado a ele sobre qual a posição da polícia japonesa quando da resistência à prisão. Ele não entendeu. Achou que era erro de tradução. Ao fim, ficou surpreso e perguntou: se ele estava preso, por que resistiria?
    A lição do japonês é que a vida deve comportar respeito, algo que definitivamente, não conhecemos.
    É dolorosa a quantidade de mortos diários no país, vítimas da violência dos bandidos, da polícia, do trânsito, dos serviços públicos. Mais doloroso é ver a aceitação disto com naturalidade e prescreverem ainda mais violência, contra os “inimigos” para acabar com o ciclo de violência. Não é ridículo, é aterrorizante.
    De fato, quando morre um policial a esquerda comum o trato por inimigo. Esquece que não se deve confundir a instituição e seus problemas com o indivíduo. Mesmo que o policial fosse um criminoso, deveria ser preso e não assassinado. É motivo sim de dor e respeito, senão irão parecer com Witzel.
    É disto que falo, do Witzel que habita em nós, que se regojiza com a morte do “outro”.
    De um povo violento, que banaliza o mal e dele extrai deleite quando atinge seu “inimigo”.
    Chega de alimentar este ciclo, este circo de horrores.
    É hora dos adultos tomarem conta e apresentarem soluções.
    Não esqueçam que o crime é representação mais que direta do capitalismo selvagem: apropriar-se de bens e esforço alheio visando acumular e usufruir individualmente dos resultados. Traficantes não são diferentes de acionistas, gerentes de boca encontram seus equivalentes em c-levels.
    A ironia é que se o tráfico de entorpecentes fosse legalizado, em nada diferiria de uma empresa. Tão óbvio e ninguém parece perceber.
    Por fim, mesmo que todo este sistema faça mal, é só ver o enorme bode que está na sala e perguntar se não seria melhor retirá-lo.
    Quer algo melhor? impossível com a ética, o caráter e incivilidade que nos forma, por isto, nem pretendo propor. Exigiria algo que nós não temos: sentido de humanidade.

    1. -> De fato, quando morre um policial a esquerda comum o trato por inimigo.

      no excelente filme “Relatos do Front”, além de cenas impressionantes das operações policias nas favelas e periferias, há também vários depoimentos abordando a chacina de policiais no Rio.

      atenção: não há nenhum erro de digitação!

      se é verdade que a polícia carioca promove chacinas, é tão verdade que os policiais estão sendo chacinados.

      dos relatos do front emerge uma constatação óbvia: a carteira de policial se tornou um atestado de óbito ambulante.

      tá tudo errado, meu povo! O INIMIGO SOMOS NÓS!

      nós todos estamos sendo caçados. a vida de nenhum de nós não vale porra nenhuma. e ainda assim, todos nós temos sangue nas mãos. sangue uns dos outros.

      tudo isto vai ter que mudar. qual é o tempo da mudança? é agora? ou nunca…

      vídeo: Relatos do Front
      https://www.youtube.com/watch?v=hkQRVvuFDuE
      .

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