A resposta de ministros do Supremo aos arroubos autoritários do bolsonarismo

"O ataque destrutivo às instituições, a pretexto de salvá-las, depurá-las ou expurgá-las, já nos trouxe duas longas ditaduras na República”, afirmou Barroso

Jornal GGN – Em meio a escalada autoritária de Jair Bolsonaro, alguns ministros do Supremo Tribunal Federal emitiram manifestações em defesa da democracia e da independência do Poder Judiciário.

A ministra Cármen Lúcia afirmou que as “agressões a juízes desta Corte não enfraquecem o Direito. O Brasil tem direito à democracia e à Justiça. O Supremo nunca lhe faltou e não lhe faltará.”

Para ela, “sem Poder Judiciário, não há o império da lei”, e o Brasil tem nos ministros do STF “a garantia de que a Constituição da República continuará a ser observada, e a democracia, assegurada.”

Relator do inquérito que investiga a interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, o ministro Celso de Mello afirmou que o Judiciário, independente, “repele injunções marginais e ofensivas ao postulado da separação de Poderes emanadas de mentes autoritárias que buscam ilegitimamente controlar o exercício da jurisdição”.

Ele disse ainda que sem a independência do Judiciário, “jamais haverá cidadãos livres nem regime político fiel aos princípios e valores que consagram o primado da democracia.”

O ministro Ricardo Lewandowski apoiou a manifestação dos demais ministros e acrescentou que o Judiciário “não se curva a nenhuma pressão externa”.

Já o ministro Luís Roberto Barroso, novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, disse que o Supremo está sujeito à crítica, mas “o ataque destrutivo às instituições, a pretexto de salvá-las, depurá-las ou expurgá-las, já nos trouxe duas longas ditaduras na República”, que “são feridas profundas na nossa história, que ninguém há de querer reabrir”.

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Redação

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