Ironia do destino: Advogado preso indevidamente por Moro nos anos 2000 ajudou a cassar Dallagnol

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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O criminalista Michel Saliba tem um passado traumático com o ex-juiz Sergio Moro, contado com exclusividade na TVGGN

Quem assistiu ao documentário Sergio Moro: A construção de um juiz acima da lei, da TVGGN, deve ter sentido a ironia do destino ao identificar o advogado Michel Saliba fazendo sustentação oral no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na tarde de terça (16), durante julgamento da cassação de Deltan Dallagnol.

Saliba advogou no TSE pela cassação de Dallagnol em nome do PMN. A Federação Brasil da Esperança também era parte interessada na cassação e fez uso do púlpito perante os ministros, na figura de seu advogado Luiz Eduardo Peccinin.

Só que Saliba tem um passado traumático com o ex-juiz Sergio Moro, que foi contado com exclusividade no documentário da TVGGN.

Advogado criminalista, Saliba sentiu na pele o impacto dos métodos abusivos de Moro enquanto magistrado.

Em meados dos anos 2000, Saliba e outros advogados foram presos indevidamente na Operação Big Brother, a mando de Sergio Moro, que sequer tinha competência para julgar aquele caso.

Saliba será entrevistado novamente por Luis Nassif no programa TVGGN 20 horas, na noite desta quarta-feira (17), ao vivo. Clique aqui para assistir.

Saliba acredita que foi preso por ser um dos desafetos de Moro, já que o jovem advogado representava empresários que estavam na mira do ex-juiz que, desde os tempos de Banestado, era “seletivo” e “perseguia holofotes”. Na metodologia de Moro, a melhor forma de atrair atenção da imprensa é julgando figuras influentes e poderosas.

Na Lava Jato, Saliba quase voltou a bater de frente com Moro e os procuradores da força-tarefa do MPF em Curitiba, agora na condição de investigado, mas tratou de “aplicar uma vacina” para se preservar de uma nova devassa e exposição na sua vida pessoal

No documentário que narra o passado de Moro, Saliba frisa que o ex-juiz repetiu na Lava Jato a mesma prática de ser o “senhor de todos processos”, mesmo quando não são de sua competência.

Na Lava Jato, essa situação poderia ter sido corrigida no começo da operação. Mas a pressão da mídia sobre o então ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, o fez manter o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, sob a batuta de Moro, mesmo enquanto eles delatavam crimes que envolviam pessoas com foro privilegiado.

O recuo de Teori foi um “divisor de águas” na Lava Jato. Quando Youssef e Paulo Roberto Costa perceberam que seriam julgados por Moro, aderiram de vez à delação premiada e seguiram o script dos procuradores da Lava Jato. O resto, vocês já sabem.

Assista ao documento Sergio Moro: A construção de um juiz acima da lei:

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. Voava de madrugada ena cratera condenada eu me calei. E se eu calei foi de tristeza, Você cala por calar. Mas e calado vai ficando só fala quando eu mandar

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