
A delação premiada do ex-ajudante de ordem, Mauro Cid, desmente a versão de Jair Bolsonaro, de que ele não teria determinado a fraude em cartões de vacinação, que teriam sido usados para viajar aos Estados Unidos após a derrota eleitoral de 2022.
Enquanto Bolsonaro nega que tenha ordenado a falsificação, Cid disse em delação premiada que Bolsonaro não apenas demandou a fraude em seu cartão e no da filha Laura, como ainda recebeu documentos em mãos, entregues pelo próprio ex-ajudante.
A declaração de Cid consta no relatório em que a Polícia Federal pede o indiciamento de Jair Bolsonaro e mais 16 pessoas por associação criminosa e inserção de dados falsos no sistema de informação do Ministério da Saúde.
Esquema beneficiou Cid primeiro, depois Bolsonaro
No relatório de indiciamento, com base na delação premiada de Mauro Cid, a PF explica como Bolsonaro ficou sabendo do esquema dos cartões falsificados, para então “ordenar” que o mesmo fosse feito em benefício do ex-presidente e da filha Laura.
“Em relação às inserções de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em benefício do então Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO e de sua filha LAURA FIRMO BOLSONARO, em termo de depoimento, o colaborador MAURO CESA BARBOSA CID afirmou que o então Presidente da República ao tomar conhecimento de que MAURO CESAR CID possuía cartões de vacinação contra a Covid-19 em seu nome e em nome de seus familiares, ordenou que o colaborador fizesse as inserções para obtenção dos cartões ideologicamente falsos para ele e sua filha LAURA. Diante disso, MAURO CESAR CID, utilizando o mesmo modus operandi, solicitou a AILTON BARROS as inserções de dadas falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO e LAURA FIRMO BOLSONARO. O colaborador ainda afirmou que imprimiu os certificados e entregou em mãos ao então Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO“, escreveu a PF.
A delação de Mauro Cid
Os investigadores ainda citaram no relatório o trecho retirado da delação premiada de Mauro Cid, que explica a conduta de Bolsonaro.
“(…) QUE o presidente, após saber que o COLABORADOR possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o COLABORADOR fizesse para ele também; QUE o ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha, LAURA BOLSONARO; QUE o COLABORADOR solicitou a AILTON que fizesse os cartões; QUE o COLABORADOR confirma que pediu os cartões do ex-presidente e sua filha LAURA BOLSONARO sob determinação do ex-presidente JAIR BOLSONARO e que imprimiu os certificados; QUE solicitou a inserção de dados no sistema CONECTESUS de sua esposa, filhas, ex-presidente JAIR BOLSONARO e de sua filha, LAURA BOLSONARO“, aponta o termo de delação.
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