
O ex-procurador Deltan Dallagnol publicou nas redes sociais uma nota em resposta à uma reportagem que expôs novos diálogos da Operação Spoofing nesta quinta (20).
No comunicado, Deltan diz que não reconhece a legitimidade das mensagens de Telegram usadas na reportagem e defende o “sigilo” das negociações com autoridades estrangeiras em acordo de cooperação internacional da Lava Jato. Os acordos foram feitos à margem das leis.
As novas mensagens mostraram que Deltan soube com antecedência que o Estados Unidos admitiram que a Petrobras pagasse parte da multa negociada com o DOJ e a SEC para o “governo brasileiro”.
Em possa da informação, a Lava Jato tentou interceptar a verba bilionária decorrente da multa. Os procuradores de Curitiba idealizaram criar uma fundação, mas foram impedidos pelo Supremo Tribunal Federal.
A reportagem assinada por Leandro Demori e Jamil Chade também mostrou que Dallagnol foi alertado de que estava agindo à revelia da lei na cooperação internacional, mas decidiu continuar usando os canais diretos com procuradores suíços e americanos mesmo assim.
Confira, abaixo, a nota completa:
Por Deltan Dallagnol
1. Negociações de acordos sempre foram tratadas de modo confidencial por várias razões de interesse público, que incluíam preservar os interesses da investigação e da recuperação de ativos, assim como promover, na forma e tempo apropriado de acordo com a lei das sociedades anônimas, a divulgação de informações ao mercado.
2. O acordo entre MPF e Petrobras teve por objeto direitos difusos, o que, de modo contrário ao que supõe o jornalista, é de atribuição do MPF e não da CGU, o que é mais uma evidência da falta de apuração e contexto com que os jornalistas têm abordado os assuntos tratados nas supostas mensagens.
3. Os procuradores da Lava Jato não reconhecem as supostas mensagens obtidas mediante crimes, sem autenticidade atestada e usadas sem critérios éticos por diversos jornalistas, que têm divulgado atividades legítimas de funcionários públicos de modo deturpado, sem apuração adequada do contexto e fechando os olhos para a gravidade dos crimes contra direitos fundamentais praticados por hackers.
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Patético continuar a negar a autenticidade das mensagens. Deveria é se queixar com o Moro quanto ao tiro pela culatra da Operação Spoofing…