Denúncia contra Serra não prescreve porque crime se estende até 2014, diz Lava Jato

Jornal GGN – A Lava Jato em São Paulo refuta a tese de José Serra, de que a denúncia oferecida nesta sexta (3) diz respeito a fatos que já prescreveram, porque a força-tarefa identificou movimentações de Verônica Serra para ocupar patrimônio no exterior até o começo de 2014.

Serra e Verônica são acusados pelo Ministério Público Federal de terem recebido mais de 900 mil euros em uma conta na Suíça, batizada de “Firenze”, no banco Arner, ligada à offshore criada no Panamá em 2003, a Dortmund.

A Dortmund recebeu os recursos supostamente oriundos da Odebrecht por meio de outras offshores em nome do empresário José Amaro Ramos. A Odebrecht também usou offshores sob seu comando para fazer os primeiros pagamentos a Amaro, na conta da offshore Circle. O GGN mostrou nessa matéria aqui o caminha da propina, segundo a Lava Jato.

Serra é acusado de corrupção passiva, por supostamente pedir R$ 4,5 milhões à Odebrecht em 2006, e de lavagem de dinheiro, por supostamente ter recebido os recursos no exterior, com o intermédio de Amaro – um empresário que trabalhou para a Odebrecht.

Para os procuradores, os fatos relativos à lavagem de dinheiro não prescrevem porque se estenderam de 2006 a setembro de 2014, quando Verônica encerrou a sua operação da Dortmund, depois de transferir o patrimônio para outras contas.

“Como a denúncia trata de movimentação de dinheiro em pessoas jurídicas sediadas em paraísos fiscais, as chamadas offshores, o Ministério Público Federal também entendeu que o caso é de competência da Justiça Federal, e não da Eleitoral”, anotou a Folha.

Serra, que tem 78 anos, afirmou nesta sexta que os fatos estão prescritos. A Lava Jato deixou de oferecer denúncia contra Amaro por entender que sua participação no crime teria se encerrado com os últimos repasses a Verônica Serra em 2007. Com 70 anos, Amaro alcança a prescrição.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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