Em carta, entidades defendem união do MDS

Sindicatos, associações e frentes divulgaram, na última terça-feira (29), uma carta destinada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em defesa do Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

A pasta é uma das mais cobiçadas pelo Centrão, que pressiona o presidente para entrar no governo, em troca de apoio nas pautas enviadas ao Congresso. Republicanos e Partido Progressista (PP) almejam os ministérios com maior capilaridade com os municípios, a fim de servir de vitrine para favorecê-los nas eleições municipais de 2024.

Assim, especula-se na imprensa que a pasta seria divida e a Assistência Social ficaria a cargo do deputado André Fufuca (PP-MA).

De acordo com a Frente, uma eventual divisão do ministério ou a saída de Wellington Dias, poderia gerar grave instabilidade na política de Assistência Social, que se encontra em processo de reconstrução e de ampliação.

“O programa Bolsa Família, definido legal e programaticamente como um direito socioassistencial à renda permanente às famílias vulneráveis, não se operacionaliza sem a rede de Assistência Social, sem os CRAS – Centros de Referência de Assistência Social, sem os CREAS – Centros Especializados e demais unidades públicas. Não é possível realizar a gestão do Bolsa Família, do Cadastro Único, sem a estrutura do SUAS. E essa rede pressupõe uma articulação interfederativa a exemplo do Sistema Único de Saúde. Separar a gestão de um programa de transferência de renda dos serviços que atendem as famílias beneficiárias é um erro que pode trazer consequências graves para a proteção social”, informa o documento.

Entre os signatários da manifestação coletiva estão o Conselho Nacional de Assistência Social, a Frente Nacional das Apaes, o Movimento dos Atingidos por Barragens, movimentos em defesa da população de rua e sindicatos.

Confira o documento na íntegra:

MDS resiste

Apesar das pressões que envolvem o MDS, tudo indica que Lula deverá manter Wellington Dias à frente da pasta. Em entrevista ao Meio Norte, do Piauí, o presidente exaltou as qualidades de Dias, que governou o Piauí por quatro mandatos, e garantiu que ele continua no alto escalão do governo.

“Wellington fica. Convidei o Wellington Dias, um grande amigo e companheiro, porque tem 16 anos de experiência como governador e provou sua competência e comprometimento social com a transformação que promoveu no Piauí. Recebemos um país com políticas sociais destruídas e com milhões passando fome. Estamos recuperando a vida e a dignidade das pessoas, um trabalho que está só no começo, e sempre vou querer contar com a competência de alguém como o Wellington no meu governo.”
Lula

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