Não há saída para Lula a não ser negociar com Lira, o predador, diz Couto à TV GGN

Carla Castanho
Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN
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No programa POLÍTICA NA VEIA desta terça (13), Nassif e Couto comentam sobre a articulação de Lula com o Centrão

Sérgio Lirio, Cláudio Couto e Luis Nassif durante a live do POLÍTICA NA VEIA

No programa Política na Veia desta terça (13), uma parceria da TV GGN com a CartaCapital e o podcast Fora da Política Não Há Salvação, o cientista político Cláudio Couto e o jornalista Luis Nassif analisam a articulação política de Lula com o Centrão e a própria figura do maior articulador do Congresso, ou, melhor chamado por Nassif, “o chantagista”. 

Em meio ao disparo de notícias dos últimos dias que apontam para o presidente da Câmara, Arthur Lira, Couto acredita que o maior objetivo do líder parlamentar seja dispensar intermediários para um fim específico – adquirir mais domínio ainda sobre questões orçamentárias, e, consequentemente, usufruir de mais poder sobre seus liderados na Câmara. 

“Acho que o problema é que ele não quer intermediários porque quer ir direto ao cofre, quer fazer ele mesmo a apropriação dos recursos para sua base.”

Claudio Couto

As conversas vindas de Brasília explicam a raiz da problemática, há uma barreira no núcleo político no governo, e não necessariamente na articulação política. 

Ou seja, o gargalo parte da Casa Civil, mais precisamente do ministro Rui Costa, que tem dificultado as decisões importantes para atender aos pleitos dos parlamentares.

“Se quando isso bate na Casa civil, que é aquela que define quais cargos serão ocupados, quais medidas serão tomadas no âmbito da administração e isso é brecado, então você tem um gargalo na Casa Civil que acaba produzindo problemas.”, explica o cientista político.

Claudio Couto

Lula sem saída

Nassif e Couto admitem que, mesmo se tratando de um “predador da política ou melhor dizendo, de um chantagista”, Lula não tem outra saída, a não ser negociar com Arthur Lira. 

Durante a live, Couto citou a enorme ascendência do parlamentar sobre os congressistas da Câmara e o poder de agenda que possui – pontos benéficos para Lula –  a questão, porém, é deixar claro que há outras opções além dele.

“Daí a negociação com as lideranças partidárias, para mostrar que você tem outros interlocutores, que se o Lira não cooperar, haverá quem esteja disposto a cooperar, agora não dá pra fazer a negociação um a um.”

Cláudio Couto

O congresso contaminado

Além disso, analisar a articulação política do presidente Lula vai muito além da comunicação e feitos, há um Congresso por trás que tomou conta do cenário ao longo dos anos, fato que tirou o poder de barganha que o Executivo tinha na relação com o Legislativo, que hoje é caracterizado pela direita. 

Um outro apontamento feito durante o programa, foi o enfraquecimento das lideranças partidárias com respeito ao presidente da Casa, que acaba tendo uma relação direta com os parlamentares, e vira um ordenador de despesas para o interesse do Legislativo.

“E consequentemente vira essa figura que é hoje o Arthur Lira, que faz isso com uma sede, com uma voracidade poucas vezes antes vista, nem no período do Eduardo Cunha a gente tinha isso.”

Cláudio Couto

A mídia e a comunicação de Lula

Para o jornalista Luis Nassif, não há uma cobertura minimamente decente das políticas públicas em construção, e esse processo, deveria gerar notícias positivas, mas a mídia prioriza o que gera engajamento.

“Você tem um jornalismo de notas que tomou conta da mídia e o que vale é a nota e o impacto, então você tem as redes sociais que não colaboram e o governo encontra dificuldade nisso, mesmo porque não dá pra contextualizar nada”, afirma. 

Luis Nassif

Assista, abaixo, o programa completo:

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Carla Castanho

Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN

2 Comentários

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  1. Rui Costa não está sendo “feliz” na Casa Civil. Ele, comparativamente ao desempenho de outros ministros, tais como : Dino, Marina, Haddad, traz mais problemas que soluções. Talvez ele não seja a pessoa apropriada para o cargo.

  2. Se admitirmos isso (título) como fato, há algo de errado no nosso entendimento das institucionalidades. Semelhante ao BC, temos um “extorsor cameral” alucinado (ou deslumbrado) pelo PODER que teoricamente não deveria ter. Quem o dá somos nós que aceitamos (e a míRdia que promove) tal situação…E que situação!

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