EUA: cresce consenso de que retomada econômica será em forma de ‘W’

Epidemiologistas e economistas norte-americanos sinalizam que período de retomada pós-coronavírus será longo – e cheio de obstáculos

Foto: Reprodução

Jornal GGN – Não existe mais tanta certeza de uma rápida recuperação da economia (mesmo em uma trajetória em V) dos Estados Unidos: muitos terão medo de sair mesmo quando a reabertura tiver início, e parece cada vez mais provável que restaurantes e estádios, dentre outros estabelecimentos, operem com capacidade parcial por um tempo, na melhor das hipóteses.

Segundo o jornal norte-americano Washington Post, uma possibilidade que vem preocupando é a retomada econômica em forma de W – um cenário onde a economia começa a parecer melhor, para registrar uma nova desaceleração neste ou no próximo ano.

O ‘W’ poderia ser desencadeado por uma reabertura prematura da economia, e pela ocorrência de uma segunda onda de mortes pela covid-19. – o que levaria a um novo fechamento de empresas, e as pessoas teriam mais medo de sair de casa até que uma vacina seja encontrada.

Outra coisa que pode levar a um padrão ‘W’ seria uma onda de falências e inadimplências no final deste ano, gerando um efeito dominó – os trabalhadores não são recontratados, os fornecedores não são pagos e cresce o medo.

Mesmo entre as pessoas que ainda têm emprego, 25% dos norte-americanos temem que sejam demitidas ou concedidas no próximo ano, de acordo com uma pesquisa da Gallup. Reduções salariais também estão se tornando comuns, com mais de 14% das pessoas empregadas recebendo salários mais baixos ou menos horas em março, o que aumenta o receio em se fazer novos gastos – aliado aos temores sobre o coronavírus.

Nos Estados Unidos, redes varejistas como Macy’s e Neiman Marcus têm enfrentando problemas consideráveis, e analistas projetam cenários ainda piores. A queda do preço do petróleo (com o barril sendo negociado abaixo de US$ 20) é outro golpe no setor norte-americano de energia. Prognóstico traçado pela empresa Rystad Energy indica que mais de 500 empresas americanas vão à falência até o final de 2021.

 

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