Fachin diz que convidou mais de 100 entidades internacionais a monitorar eleições no Brasil

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Contra acenos golpistas de Bolsonaro, Fachin anunciou o convite de mais de 100 observadores internacionais para acompanhar as eleições

Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Foto: Reprodução

No comando da Corte mais importante em ano eleitoral e buscando blindar os acenos golpistas do presidente Jair Bolsonaro, Edson Fachin anunciou o convite de mais de 100 observadores internacionais para acompanhar as eleições 2022.

Fachin é o atual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e como uma das medidas para impedir que as ameaças incisivamente dadas por Bolsonaro contra o sistema eleitoral se efetivem, decidiu criar uma rede junto à comunidade internacional para garantir o resultado democrático.

Na noite de ontem (16), o presidente voltou a atacar, colocando em dúvidas o sistema eleitoral brasileiro, afirmando que “tem muita história pra contar sobre urna eletrônica” e anunciou que “podemos ter umas eleições conturbadas”.

Durante uma palestra sobre democracia e eleições na América Latina, Fachin disse que o país não consente com “aventuras autoritárias” e, ao se referir à postura atual de Bolsonaro, relembrou o episódio da invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, por apoiadores de Donald Trump e a tentativa do ex-presidente daquele país de derrubar o resultado do processo.

“O mundo observa, com atenção, o processo eleitoral brasileiro de 2022. Somos, hoje, uma vitrine para os analistas internacionais, e cabe à sociedade brasileira garantir que levaremos aos nossos vizinhos uma mensagem de estabilidade, de paz e segurança, e de que o Brasil não mais aquiesce a aventuras autoritárias”, disse.

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Durante a palestra, Fachin anunciou que o Tribunal Superior Eleitoral convidou diversos organismos internacionais para acompanhar e fiscalizar as eleições brasileiras. Entre eles, a OEA (Organização dos Estados Americanos), o Parlamento do Mercosul, a União Interamericana de Organismos Eleitorais (UNIORE), a Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (Ifes), entre outros.

Ainda em março, o TSE enviou um convite à União Europeia para monitorar a eleição no Brasil, com o envio de uma comitiva para fiscalizar. Entretanto, o governo de Jair Bolsonaro se mostrou insatisfeito com a medida e pressionou tanto a Corte Eleitoral, como a União Europeia a negar o envio de uma delegação ao país.

Apesar do recuo da Corte, Fachin disse que convidou também “diversas autoridades europeias e de outros continentes que tenham interesse em acompanhar as eleições”.

“A tranquilidade eleitoral de um país das dimensões e da relevância do Brasil é, também, a tranquilidade de toda a região. Temos a consciência do nosso dever transfronteiriço”, afirmou.

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