Lula aceita participar de 3 debates no 1º turno, e provoca Bolsonaro: “pode não ter 2º turno”

Johnny Negreiros
Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.
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Campanha de Lula quer debate presidencial em formato "pool"; CNN Brasil avalia proposta

Lula em campanha nas eleições 2022
Foto: Ricardo Stuckert

O ex-presidente Lula afirmou nesta quarta-feira, 27, que aceita participar de 3 debates ao longo do primeiro turno da eleição de 2022, no modelo “pool” proposto pelo PT e partidos aliados aos principais veículos de comunicação do País.

O candidato petista explicou o motivo da proposta: o formato pool de veículos reduz a quantidade de debates e liberta o candidato para viajar o País em campanha. Ele aproveitou para provocar o principal opositor, Jair Bolsonaro (PL), que em maio afirmou que só participaria de debates no primeiro turno se as perguntas fossem “pré-acertadas”.

“Ele [Bolsonaro] tem que lembrar que pode não ter segundo turno”, disse Lula, líder das pesquisas.

Em junho passado, PT e partidos coligados enviaram uma carta [leia no final] à Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) e à Associação Nacional de Jornais (ANJ) propondo oficialmente o modelo pool para reduzir o número de debates nesta eleição.

Lula afirmou nesta quarta que “quando recebermos a resposta do pedido que fizemos, estarei pronto para fazer os debates.”

CNN AVALIA PROPOSTA DO PT

Nesta semana, a CNN Brasil anunciou o cancelamento do primeiro debate presidencial que ocorreria no dia 6 de agosto. A emissora admitiu que analisa a proposta de participar o pool de veículos, nos moldes proposto pela campanha de Lula.

“A CNN analisa a possibilidade de formar um pool com veículos de comunicação de credibilidade para que o evento seja realizado. As premissas para a definição deste formato são o compromisso de todos os veículos com o sistema democrático e com a total imparcialidade diante do cenário político polarizado.”

DEBATES NO FORMATO POOL

No modelo pool, várias grupos de comunicação concorrentes se reúnem para realizar um debate eleitoral em conjunto. O modelo é adotado tradicionalmente nos Estados Unidos e foi utilizado na última eleição do Chile, no ano passado. No país sul-americano, o segundo turno contou com dois eventos nesse molde: um para a TV e outro para rádios.

O objetivo da campanha de Lula é reduzir o número de debates de 10 para 3, argumentando que seria mais proveitoso. Assim, possibilita que o petista viaje pelo Brasil, promovendo sua candidatura.

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Leia a íntegra do comunicado emitido por PT, PCdoB, PSB, PSOL, PV, Rede e Solidariedade:

Aos Srs. Flávio Lara Resende, Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Marcelo Antônio Rech, Presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ).

Os Partidos Políticos que assinam esta carta reconhecem a relevância dos debates entre candidatos às eleições em todos os níveis. No Brasil, como em outros países, debates contribuem para informar os eleitores e enriquecer o processo eleitoral.

Não é menos importante o contato direto dos candidatos com os eleitores, insubstituível para o diálogo em torno das questões que afetam diretamente a população, especialmente num país vasto e regionalmente diverso como o nosso.

Para as eleições presidenciais deste ano, pelo menos dez debates entre candidatos estão sendo propostos por veículos de mídia, entidades de classe e religiosas, sempre com previsão de transmissão ao vivo por emissoras de rádio e TV e portais de veículos de imprensa.

Dentro do exíguo período de 45 dias de campanha eleitoral, determinado pela legislação em vigor, tal programação de debates, concentrados na capital de São Paulo, é incompatível com a agenda política e a realização de atos públicos de campanha, que exigem deslocamentos pelas 27 unidades da federação.

Diante dessa realidade, sugerimos aos jornais e emissoras de rádio e TV, por meio de suas representações nacionais, que se organizem em pool para a realização de um número razoável de debates, como acontece em outros países de tradição democrática. No caso do Brasil, acreditamos que a organização de até três debates nacionais permitiria a contribuição das emissoras para o processo eleitoral, preservando a mobilidade dos candidatos para o diálogo democrático e direto com a população e seus aliados regionais.

Contando com sua compreensão e compromisso com o processo democrático em nosso país, nos colocamos à disposição para avançar nesta proposta.

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Johnny Negreiros

Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.

4 Comentários

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  1. Acho justo o PT exigir poucos debates e que tenha um pool de emissoras. Se ficar só com a Globo vão editar tudo e passar em rede nacional da forma que acham melhor para prejudicar a candidatura do Lula, mesmo q hoje a Globo esteja “batendo no Bolsonaro”. Para a Globo melhor sangrar bem o Lula para ir ao 2.turno. Torço para que Lula ganhe no 1.turno !!

  2. O problema dos debates e entrevistas nas tvs e que os jornalistas querem aparecer mais que os candidatos …
    Três debates em pool estaria de bom tamanho , o problema seria gerenciar os egos dos âncoras …
    Chance dos candidatos mostrarem suas ideias , ou a falta delas …

  3. E claro que as grandes não vão querer esse formato. A Globo vai abrir mão de fazer um “debate” com William Bonner de “mediador”? Ou de escolher os jornalistas presentes, ou as perguntas que serão feitas? Como é que eles poderão se concentrar em perguntar a Lula sobre triplex e sítio de Atibaia, dois assuntos enterrados pela Justiça de SP, se não puderem controlar as perguntas? Alguém acredita que a Globo perguntaria a Bolsonaro sobre cloroquina, vacinas, armas, golpismo? Vão fazer perguntas sobre economia, e ele vai fugir de todas sem ser incomodado, e fazer o que a direita sempre fez nos debates: a pergunta é sobre a cor do mar e o cara faz um discurso sobre como o outro partido defende gays ou aborto… e o “mediador” da Globo no máximo faz um biquinho e diz “ai, ai, ai, você não respondeu direito!”

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