Mais da metade das famílias brasileiras começam 2019 endividadas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução
Jornal GGN – Mais da metade das famílias brasileiras começaram o ano endividadas e esse número aumentou em comparação ao mês passado. É o que mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada hoje, 5 de fevereiro, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O percentual de famílias endividadas no Brasil aumentou de 59,8% em dezembro de 2018 para 60,1% em janeiro deste ano. As pessoas que registram atrasos de pagamentos, a chamada inadimplência, também cresceu de 22,8% para 22,9%.
Por outro lado, se a comparação é feita com o mesmo período do ano passado, ou seja, janeiro de 2018, houve uma pequena queda: famílias inadimplentes representavam 25% e endividadas 61,3%.
O único dado que teve diminuição tanto em comparação ao mês anterior, de dezembro de 2018, quanto em relação a janeiro de 2018, é o total de famílias que afirmaram não ter condições de pagar as dívidas ou contas em atraso. Em janeiro de 2018 eram 9,5%, em dezembro passado 9,2% e agora 9,1%.
De acordo com a economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Marianne Hanson, os números materializam a persistência de um “ritmo lento de recuperação do consumo e a cautela das famílias na contratação de novos empréstimos e financiamentos”.
Por outro, na visão de Hanson, juros mais baixos teriam favorecido para o pequeno aumento do endividamento, em comparação ao mês anterior. “As famílias brasileiras também se mostraram mais otimistas em relação à sua capacidade de pagamento, e o percentual de famílias que disseram não ter condições de pagar suas contas em atraso também recuou”, acrescentou.
As dívidas dos brasileiros se dão, principalmente, por meio do cartão de crédito. São 78,4% das famílias que têm dívidas por isso. Os números desse tipo de endividamento também são maiores em famílias que detêm de menos de dez salários mínimos (79,1%).
Os dois segundos maiores endividamentos ocorrem por meio dos chamados carnês (14%) e o financiamento de carros (9,7%). Em seguida vem o financimento de casa (8,6%) e o crédito pessoal (8,4%).
Leia abaixo o relatório completo:

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