Moro x Bolsonaro: PGR diz que vídeo será explorado eleitoralmente e pede sigilo parcial

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"PGR não compactua com a utilização de investigações para servir, de forma oportunista, como palanque eleitoral precoce", escreveu ao STF

Jornal GGN – O procurador-geral da República, Augusto Aras, escreveu uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal, na quinta (14), defendendo a divulgação parcial do vídeo da reunião ministerial em que Jair Bolsonaro critica a Polícia Federal por falta de “informações de inteligência” e ameaça demitir Sergio Moro por resistir aos pedidos de troca em cargos estratégicos dentro da corporação.

Segundo o PGR, a divulgação integral do conteúdo da reunião o converteria “em arsenal de uso político, pré-eleitoral (2022), de instabilidade pública e de proliferação de querelas e de pretexto para investigações genéricas sobre pessoas, falas, opiniões e modos de expressão totalmente diversas do objeto das investigações, de modo a configurar fishing expedition.”

O “Procurador-Geral da República não compactua com a utilização de investigações para servir, de forma oportunista, como palanque eleitoral precoce das eleições de 2022”, disparou.

Aras defendeu que a divulgação integral do vídeo – como deseja Sergio Moro – fere os direitos de indivíduos que estiveram na reunião e nada têm a ver com o inquérito em andamento. Além disso, a pauta da reunião era o projeto Pró-Brasil, que poderia ser considerado um “assunto de Estado” e, portanto, mantido sob sigilo.

“O Procurador-Geral da República entende que a nota de sigilo há de ser levantada tão somente em relação aos registros audiovisuais da reunião que tratem do objeto deste inquérito. Ou seja, tudo que não diz respeito aos fatos ora investigados há de ser mantido sob sigilo.”

Na manifestação, Aras ainda indicou ser “desnecessária a sugerida degravação” do vídeo, conforme requisitado à PF pelo ministro relator Celso de Mello. O PGR sugeriu que um agente leve a mídia até o magistrado – que está recolhido fora de Brasília, por conta do coronavírus – para não atrasar o inquérito.

“Mesmo com toda a presteza dos técnicos responsáveis pela degravação, em vista da longa duração da reunião ministerial, a diligência é incompatível com a brevidade pretendida pelo Relator para a conclusão das investigações”, sustentou.

O ministro havia decidido que, enquanto não tiver acesso ao conteúdo integral, tudo deve ser mantido sob sigilo. Mas a Advocacia-Geral da União já transcreveu alguns trechos que foram divulgados na imprensa na noite de quinta (14).

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Mas que preocupação é essa do PGR?
    Desde quando a política eleitoral faz parte do escopo da instituição?
    A única coisa que presta no que ele disse refere-se ao oportunismo, evidentemente do camisa preta do Paraná .

  2. Aprenda, PT

    Aprenda como se escolhe um PGR de estimação, aprenda, para quando voltar ao poder, na eleição de 2062, saber como faz. Já tivemos PGR Engavetador da República, o Brindeiro, o Janot Farmacinha, agora o PGR Só Love.

    Dilma escolheu um PGR sabidamente alcoólatra, e reconduziu o PGR bebum por mais dois anos. Republicanamente, obedecendo a lista fajuta da ANPR. “Todo mundo sabia da farmacinha do Janot”, diz Lula, com o livro do Janot (Nada menos que tudo) na mão, ainda preso em Curitiba, em entrevista ao site Migalhas
    (https://www.diariodocentrodomundo.com.br/video-eu-ja-sabia-da-farmacinha-do-janot-diz-lula/)

    Republicanismo de grêmio estudantil no limite da ingenuidade e da irresponsabilidade.

    1. Faltou mais uma

      O PGR alegar uso eleitoral do vídeo faltando dois anos, 4 meses e meio para a eleição de 2022, é de tirar pica-pau do ôco. É para entrar para os anais da República Miliciana. É pra glorificar de pé, Igreja!

  3. Sai um PGR mulambo para dar lugar a um novo PGR ainda pior, parece que isto não termina nunca.
    Este PGR é legítima marionete do mentecapto, diz aquilo que o seu patrão manda dizer.
    Daqui pra frente será este mais do mesmo, com o patrão fazendo o mesmo jogo que fez com SMoro, isto é, prometer uma cadeira no STF, só que agora é a vez de usar este AAras e, quem sabe, cumprir o combinado.
    Espero que o desgraçado genocida não mande mais um boneco para o STF, aquilo lá já tem muitos deles.
    Sepúlveda Pertence sobre o MPF – “Criei um monstro”.

  4. O PGR parece, percebeu a sacanagem do ex juizinho que, em petição recentemente juntada aos autos, faz colocações políticas sobre as razões de sua exoneração do cargo de ministro, numa clara jogada subliminar de auto promoção visando se vitimizar. Se ferrou Moro!!!

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