Armando Coelho Neto
Armando Rodrigues Coelho Neto é jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo.
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O cadáver do Reitor explica o sentido da Operação Ouvidos Moucos, por Armando Coelho Neto

O cadáver do Reitor explica o sentido da Operação Ouvidos Moucos

por Armando Rodrigues Coelho Neto

Com perplexidade, li a sinistra nota da Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE), em conjunto com a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Associação dos Juízes Federais de Santa Catarina (AJUFESC).  Nela, registram que, ao mesmo tempo em que lamentam a morte do reitor Luiz Carlos Cancellier e se solidarizam com a família “nesse momento de dor”, vêm a público repudiar afirmações de eventuais exageros na Operação Ouvidos Moucos.

O sinistro começa por aí. Não enxergam exagero algum numa ciclo de ações que soam como represália coronelesca das brenhas. A ação em tela é só mais uma, num conjunto de outras, que não precisam ser enumeradas. Genericamente, os desastres das operações da PF, não raro com endosso do Ministério Público Federal (amparadas por ordens judiciais), de há muito têm ares grotescos. Faz tempo que até o suspeitíssimo Gilmar Mendes fala de “prisões espetacularizadas”. Sem embargo, os calendários para desenvolvimento e os vazamentos seletivos por si sós garantem a chancela de ações políticas. A rigor, traduzem a explicita partidarização, nesses tempos de ausência e negação de provas permitidas em direito. Revelam o espírito do golpe e do “Direito Penal do Lula”.

Desse modo, soa grotesco tentar minimizar exageros, sobretudo quando, em que pese o preenchimento de alguns requisitos legais, trazem a marca do voluntarismo subjetivista. Um subjetivismo moralista que se contrapõe à subjetividade da dor alheia espezinhada. O “respeito” que a nota registra em relação à família não foi o mesmo quando a fúria punitiva humilhou publicamente um homem com história, currículo e DNA democrático. Um reitor de universidade foi tratado como rábula, mas, para os oficiantes do moralismo de plantão, isso não é dor. Como dito no texto da semana passada, são ações executadas por pessoas para quem dor é o dedo preso numa porta. Desse modo, a dor em relação à família, em detrimento da dor do então vivo, soa como mera retórica corporativista, de quem está “acima do bem e do mal”.

Não há perdão, já o disse e repito: a Polícia Federal entrou para a história dos golpes, e, o Ministério Público, que deveria ser o fiscal da lei, tem feito leituras de rasas e de conveniências da lei. Basta comparar a postura da Procuradoria Geral da República em relação ao grampo da legítima presidenta Dilma Rousseff (Fora Temer!). O que dizer do endosso ao impedimento de nomeação do ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva para ministro da Casa Civil (Dilma)? O que dizer de caso similar sobre a nomeação de Moreira Franco, cuja secretaria foi transformada do dia para a noite em ministério, em pleno curso de denúncias e investigações? Onde estava o fiscal da lei quando um procurador “designado” pelo panfleto político conhecido por Veja queria se antecipar a Sérgio Moro para prender Lula? Onde estava a tal Ajufe quando Sérgio Moro inventou o “convite coercitivo” para Lula?

Quem matou o reitor foi quem concorreu para a degradação pública de sua história. A vítima não teve direito à subjetividade da amargura, nem à dor com a qual não conseguiu viver. A imprensa jogou sal na subjetividade de uma ferida idiossincrásica. Coisas do limite humano! E agora, cumpre perguntar: quem promoveu a degradação pública de pessoas, destruiu biografias – inspirado numa série de outras similares? Que juiz para proferir uma sentença, ora assume papel de acusador, ora de palestrante formador de opinião pública? Ora assume o papel de vítima, para tentar explicar porque ignora essa ou aquela prova ou falta dessas? Quem tentou prender o acompanhante de uma pessoa com câncer dentro de um hospital? Quem foi prender e quem deu manifestação favorável? Quem foi que, repentinamente, converteu essa mesma prisão de natureza necessária para desnecessária? Quem foi que se escudou num “eu não sabia”, quando Lula (por dedução) “sabia de tudo”?

É preciso contextualizar o suicídio do reitor. O “golpíchment”, viciado na origem, seguiu os trâmites da “maconha intrujada”. Hoje, são fartas as notícias de votos comprados. Viciado “ab ovo”, o estupro à democracia se deu com omissão da suporta “Alta Corte”. Não vi notas de delegados, procuradores e juízes defendendo a moralidade, estado de direito, democracia. Desse modo, soam torpes os argumentos da nota, numa democracia destroçada.  As instituições públicas têm como aliadas uma imprensa corrupta, que se encarrega de preparar o espírito dos leigos para aceitar como normal as ilegalidades  e o autoritarismo em curso, maquiados de pretensa legalidade.

A carta assinada pelos tais operadores do direito traz a marca do “quem usa cuida”. Já que suas ações são politizadas, só lhes resta a insólita conclusão de que debater excessos é politizar a tragédia. Vejam o que dizem: “Ao contrário do que vem sendo afirmado por quem quer se aproveitar de uma tragédia para fins políticos, no Brasil os critérios usados para uma prisão processual, ou sua revogação, são controlados, restritos e rígidos. Uma tragédia pessoal não deveria ser utilizada para manipular a opinião pública, razão pela qual as autoridades públicas em questão, em respeito ao investigado e a sua família, recusam-se a participar de um debate nessas condições”. Como assim?

Haja peroração! “Os integrantes das respectivas carreiras, não apenas na referida operação, como também no exercício de suas demais atribuições funcionais, norteiam-se pelos princípios da impessoalidade e da transparência, atuando de forma técnica e com base na lei”.

É de se perguntar: qual a impessoalidade em ações dirigidas para o Partido dos Trabalhadores, previamente anunciadas para a imprensa? Qual a impessoalidade de um delegado federal que fez campanha para o candidato Aécio? Que dizer de Sérgio Moro em fotos ao lado de João Dória, Aécio Neves, Gedel Vieira, Michel Temer, Geraldo Alckmin? Qual a imparcialidade dos oficiantes da Farsa Jato nesse contexto político?

Ah, tá. “Hoje você é quem manda, falou tá falado, não tem discussão”. Qual a importância de uma tragédia pessoal diante de vossa impunidade e de vosso corporativismo? Sim, sei, “timing é tudo”. A solidariedade às vítimas é condenável, é coisa de “aproveitadores”. Só a defesa dos algozes é moral. Como donos da verdade, não toleram contestação. A julgar pela postura, são seres infalíveis, acima do bem e do mal. “Probleminhas em operações acontecem. Fazer o quê”?

Um homem público movido pelo sentimento do injusto se mata e os representantes daqueles que, técnica e genericamente, contribuíram para sua morte, se recusam ao debate. E o mais grotesco: não o fazem “em respeito à família” do falecido reitor.

Pasmem! Não querem a opinião da sociedade em tragédias decorrentes de seus atos – da quebra de empresas à destruição de biografias. Se não querem debater, não querem ouvir ninguém, o silêncio sobre o cadáver do reitor explica bem o significado do nome “Operação Ouvidos Moucos”.

Armando Rodrigues Coelho Neto é jornalista e advogado, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo

Armando Coelho Neto

Armando Rodrigues Coelho Neto é jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo.

34 Comentários

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  1. esperado

    A declaração para mim era a esperada.

    Casta nao pensa. Calcula preço.

    Dos proprios interesses, finnceiros, politicos e corporativos.

    Deste referencial nao vao um palmo alem do próprio umbico.

    Comprava o seu medo do debate aberto e amplo.

    Tem exceçoes? Sim e louvaveis.

     

  2. Que os fantasmas lhes assombrem

    Imagino o que deva estar pensando a familia do reitor Cancellier sobre isso tudo e quem fez e como foi feito. Fazem ouvidos moucos porque não querem discutir seus métodos. Acreditam que estejam fazendo uma cruzada contra a corrupção. Mas qual corrupção ? A da Rede Globo que se perpetua no poder ideologico, econômico e politico? As mesmas pessoas ha décadas suspeitas e que ainda controlam os partidos e a finança no Brasil ? Essa histeria toda so tem produzido tragédia. Marisa Leticia que morreu de angustia e pressão, o suicidio de Cancellier, o impeachment como instrumento de golpe, a destruição da historia de Lula, Dirceu e o comando do Pais nas mãos de quem? Ninguém sabe. Temer esta la, tentanto arrematar, como num leilão, tudo o que puder antes de encerrar sua carreira. Perdemos muito mais que ganhamos. E olha que eu fazia parte daqueles que vibraram quando a presidenta Dilma disse “investiguem a fundo, doa a quem doer”. E assim os ratos continuam roendo o edificio.

  3. O cadáver do Reitor explica o sentido da Operação Ouvidos Moucos

    Belo e oportuno texto.

    Operação Ouvidos Moucos em alta rotação saiu dos trilhos. 

    Vão preparando o povo para mais um capítulo da série “Nós podemos”.

  4. Em um mundo onde vários tipos

    Em um mundo onde vários tipos de tráficos , também conhecido como ligações perigosas,  ficam mais e mais fortes- tráficos de órgãos, de drogas, de pessoas, de influências, agora temos o tráfico internacional de reputações,  de delações, de penas e de impunidades. (aqui, pelo menos, 4 negociações impostas) A justiça deveria fazer um mea culpa para impedir que a fácil domesticação do medo torne a horrível prática de chantagem  uma ou  talvez,  a única regra  oficial da lei. E sendo assim, não é mais lei, é crime.

  5. Parabéns ao articulista pela

    Parabéns ao articulista pela magnanimidade do texto.
    É deprimente ver o que os Poderes desta republiqueta estão arrasando com que havia sobrado dela.
    Sobre moralidade, afirmo sem pestanejar que os membros do Judiciário, e consequentemente do Ministério Público, são os que têm menos condições de dar lições de moral: os caras percebem todos os meses o auxílio-moradia de R$ 4.377,73, verba dita indenizatória que cai livre de tributos nas contas dos servidores mais bem remunerados do país. 
    Sei que há muitas imoralidades no âmbito público, notadamente no alto escalão, mas o discurso da legalidade/institucionalidade do auxílio-moradia, fruto de manejo linguístico do Direito pelos seus beneficiários, é muito pornográfico.

  6. Fascistas mostram as garras

    A nota demonstra que as associações de juízes, procuradores e delegados estão articulados com o propósito de intimidar aqueles que tenham a ousadia de enfrentá-los. Imobilizar pelo medo. Afinal, eles têm o poder de prender, assassinar reputações, humilhar e até levar à morte. Eles têm o poder tirânico sobre a vida dos brasileiros e têm a garantia da impunibilidade. 

    ” Os fascistas estão de volta. É preciso detê-los”. (desembargador Lédio)

  7. Estes policiais, procuradores

    Estes policiais, procuradores e juizes agiram como o Guilherme de Pádua, assassino da atriz Daniela Perez. Ousou comparecer ao velório e oferecer pesames aos familiares da vítima.

  8. Estes policiais, procuradores

    Estes policiais, procuradores e juizes agiram como o Guilherme de Pádua, assassino da atriz Daniela Perez. Ousou comparecer ao velório e oferecer pesames aos familiares da vítima.

  9. Falta de seriedade

    O que estas entidades corporativistas, e atualmente dominadas pelo espírito golpista, demonstram é que estão destituídas de um mínimo de seriedade.

    Não seria de se esperar que, diante de uma acusação dirigida a seus membros  entendida como injusta, deveriam mandar apurar detalhadamente fato tão grave antes de sair manifestando certeza? Se não apuraram é porque sabem que os abusos de autoridade aconteceram. Saíram correndo para defender sem apurar porque querem mais é que suas classes tenham o direito de abusar e que o povo, seu patrão, não ouse denunciar.

  10. Justiça ou inju$ti$$a?

    Algumas palavras da língua portuguesa que alguns togados mais preocupados em aprender inglês para agradar  a matriz da colônia, e por lá ir darem “palestras”,  talvez nem saibam que elas existem.

    CINISMO: descaramento, desavergonhamento.

    HIPOCRISIA:  falsidade, fingimento.

    RESPEITAR:  ter em  consideração, honrar, não causar dano.

    ÉTICA: Ciência da MORAL, filofia que estuda os deveres  do homem para com  DEUS e a SOCIEDADE.

  11. Sensibilidade/coragem!
    ARMANDO tenho orgulho de ser seu contato pela sinceridade, coragem de quem conviveu com todas essas injustiças e não se contaminou…

    Parabéns,pois sensibilidade, humanidade, coragem e decência é pouco, muito pouco para lhe definir…
    Beijos

  12. Parabéns
    Parabéns Armando Rodrigues Coelho Neto, vc é mesmo o CARA, , não espero nada diferente de VC!
    TODAS às segundas-feiras tenho esse encontro marcado com a leitura de mais um belo e verdadeiro texto, porém sempre a tristeza da verdade impera nas suas palavras, no sentido digo, que a verdade é sempre bela, mas é o seu conteúdo muito triste….

  13. Parabéns
    Parabéns Armando Rodrigues Coelho Neto, vc é mesmo o CARA, , não espero nada diferente de VC!
    TODAS às segundas-feiras tenho esse encontro marcado com a leitura de mais um belo e verdadeiro texto, porém sempre a tristeza da verdade impera nas suas palavras, no sentido digo, que a verdade é sempre bela, mas é o seu conteúdo muito triste….

  14. Parabéns
    Parabéns Armando Rodrigues Coelho Neto, vc é mesmo o CARA, , não espero nada diferente de VC!
    TODAS às segundas-feiras tenho esse encontro marcado com a leitura de mais um belo e verdadeiro texto, porém sempre a tristeza da verdade impera nas suas palavras, no sentido digo, que a verdade é sempre bela, mas é o seu conteúdo muito triste….

  15. A nota só piora o que já era terrível.

    Agora sabemos que impediram padres de dar apoio espiritual ao acusado.

    São deuses e não aceitam que os padres deste Deus dos pobres atuem, não vale a pena. Na verdade eles não punem o réu, mas o pecador, destes que cometem o pecado de votar no Lula.

    Direitos humanos, democracia, direitos civís, constituição… onde, quando?

    E eu não tiro o stf da cabeça. Caladinhos. Que fizeram, senhores e senhoras!?

    Que desgraça sem fim.

  16. Sinto muito, Neto, mas

    Sinto muito, Neto, mas somente 3 palavras explicam o “sentido” da operacao:

    Palavra de delegado.

    Ou, no caso, palavra de delegada.

  17. Quando a justiça se assemelha

    Quando a justiça se assemelha ao linchamento e à execução a sociedade tem o dever de pedir explicações e exigir procedimentos supervisionados. Que vergonha! Agora as autoridades estão acima da lei? Que todas as entidades vinculadas ao caso tomem as providências cabíveis para apurar responsabilidades. Sindicatos, Une, DCEs, Assembléia Legislativa, OAB, Comissão de Direitis Humanos, Associação de Professores, Igrejas etc., não façam ouvidos moucos!

  18. O Cadáver do Reitor.
    É lamentável que instituições que deveriam nos orgulhar, nos dar segurança e aliar-se à sociedade, faz o papel justamente oposto. A PF,tem se destacado por usar a força, o desrespeito à CF,o desrespeito ao Estado Democrático de Direito, contra a sociedade e em favor de seus propriis agentes quando a intencionados é a auto-promoção em detrimenti do justo e lega. Não são todos os que compõem a PF que agem pela força, pela intimidação,mas infelizmente com o apoio da midia,o que se destaca é a tirania exercida pela Policia Federal do Brasil.

  19. O cadáver do Reitor explica o sentido da Operação Ouvidos Moucos

    Temos visto varios assassinatos de reputações, principalmente contra politicos do PT. Perseguiram e prenderam Dirceu, sem provas só com convicções. Perseguem e acusam Lula também sem nenhuma prova. Vamos acabar com a parcialidade e a Ditadura do judiciário brasileiro. Vamos pressionar para que a Câmara vote a Lei Canciller contra o abuso de autoridade.

    1. Abuso de Autoridade

      JANE

      Eu enviei mensagem para vários deputados pedindo que acelerem a votação da Lei Cancellier. Principalmente para os de Santa Catarina.

      É preciso repudiar, também, a manifestação dessas associações que tentam intimidar a família e amigos do Reitor.

  20. O artigo é preciso.
    O maior

    O artigo é preciso.

    O maior problema do País, hoje, é a balbúrdia na justiça, no mp e na pf.

    O país, precisa urgentemente, de um nome em 2018 para conter este caos, que, volto a repetir, é o principal problema do País.

     

  21. Respeito aos do crime

    Respeito soh tem quem merece.

    Acredito quem mesmo um traficante de drogas da Rocinha ou qualquer outro lugar tenha sua noção de Honra , assim como ladrões ou organizações criminosas.

    Repito sem parar: osso problema não são os corruptos, não são os ladrões. Deles somente espero que roubem, que trafiquem. Contra eles poderiamos lutar contra. Podemos não reeleger. Podemos prende-los. Aplicar a lei

    Nosso problema é essa corja de homens de bem contra quem nada podemos fazer.

    Mas, nunca  a Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE), em conjunto com a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Associação dos Juízes Federais de Santa Catarina (AJUFESC).

    Esses não tem um pingo de Honra porque não sabem sequer o seu significado. Sua publicação é asquerosa assim como asco me causa seus titulares.

     

  22. A Nota em conjunto emitida

    A Nota em conjunto emitida por essa sopinha de letras – AJUFE, ANPR, ADPF –  só comprova o que já se sabe: o aparato repressivo “trabalha” e se defende em uníssono. Até no cinismo se dão às mãos. Deveriam pelo menos respeitar a memória do morto e a dor dos familiares. Até na tragédia o corporativismo fala mais alto.

     

  23. Isso está no sitio da Veja

    Isso está no sitio da Veja que expilica a nota dos Juizes, Promotores e PFs defendendo a ação que culminou com a mort do Reitor. 

     “Olivo, que estava no cargo desde maio de 2016, foi preso pela Polícia Federal com outros professores e funcionários da UFSC no dia 14 de setembro – e solto um dia depois -, dentro da Operação Ouvidos Moucos, que apura um esquema de corrupção que teria desviado bolsas e verbas no valor total de 80 milhões de reais nos recursos para cursos de educação a distância (EaD) do Programa Universidade Aberta (UAB). O reitor negava a acusação.” 

     

     

     

  24. Fizemos pouco

    sequer pudemos impedir que o Reitor fosse recolhido a um presídio, sem acusação formal, sem ser ouvido pela delegada PF que o mandou prender, sob a alegação de uma suposta obstrução de justiça, formulada por um corregedor de Universidade com base em uma delação. Reitor avocar processo de interesse da Universidade é agora obstrução de justiça! Poderia até ser, mas teria que ser provado, esse instituto que está sendo desprezado nas operações policiais contra a corrupção.

    Mas não nos calamos. Fomos minando o silêncio decretado pelas várias instâncias de poder com ações descoordenadas mas que se tornaram eficientes. Recuperamos a imagem do Reitor, íntegro, devotado à Universidade, imagem que seus algozes ainda pretendiam enxovalhar para livrar-se das sanções legais. Agora que se faça justiça – aquela que precisa existir para uma nação conviver com interesses diversos.

  25. Kochinharia!

    É público e notório como a sociedade brasileira involuiu moral e politicamente depois do golpe de 64 a ponto de facilitar o de 2016: Rubens Paiva, homenageado pela Comissão da Verdade, era um deputado que presidiu uma CPI de então que demonstrou como o Departamento de Estado norte americano patrocinava agências golpistas, pagando com a própria vida na retaliação pós-golpe de 64. Nos dias atuais, a sedição atropela ministros e a presidência sem a menor resistência da sociedade, inclusive pelos setores estatais que têm a obrigação de resistir, como o nosso sistema de persecução criminal ou de inteligência. Tanto é verdade que, ao folhear revistas usadas num sebo, encontrei um periódico de delegados federais, trazendo a delegada Érica Marena na capa. Aquele rosto implacável de vilã Global era representativo da personalidade que negou o que foi, na prática, uma extrema unção ao professor de seus professores, o Cancellier; contudo, foi um bom sinal deparar-me com aquele semblante grave de anjo de catedral gótica, escolhido para panfleto pela revista da Associação dos Delegados da PF, ADPF, de janeiro de 2017, pois é indício de que as revistas já forram as gaiolas de passarinho da categoria que elegeu a loira de farmácia para diretor geral com 40% dos votos de uma lista tríplice, com a pretensão de entregar-lhe dois mandatos de seis anos! Érica também foi honrada com a palavra “Lava Jato” nas cores da PF. Essa edição da revista foi mais um dos braços midiáticos da conspiração dos irmãos Koch na farta panificação de “kochinhas” e empanados de patos no cardápio do Golpe, porque é longa a lista de absurdos contidos nela: matéria sobre o convênio do IDP da esposa de Gilmar com a PF sem transparência; nas descrições das operações até 2016, petistas são citados mais de 14 vezes, enquanto, do PSDB, só o mesmo “véio” de Guerra já falecido; aparece um delegado identificado como tal sobre uniforme de coxinha da Paulista, fazendo selfie em cima de caminhão de som – do MBL, bancado pelos terroristas irmãos Koch? -, clamando por uma PF autônoma, denunciando com calúnias, na maior cara de pau, o “aparelhismo” do governo administrado por seu chefe, o ZZZé  Cardozzzo, enquanto esse racionalizava, como republicanismo, a inapetência e/ou impotência ante uma burocracia fechada em seu corporativismo cooptado para o Golpe, haja vista o número de ilegalidades – sintomáticas do resto do país – que aconteciam flagrantemente na Paulista ao lado de enorme estrutura inflada e identificada como da PF, além de idêntica às estruturas que a Carla Zambelli coordenou num movimento nacional, bancado também do estrangeiro, pondo pressão em cima, inflando bonecos, difamações e calúnias contra Lula, Dilma, Lewandowski, Teori, Janot, Toffoli, Marco Aurélio, além dos binários opostos com bonecos do “Super-Moro” e de um general interventor, mas silêncio reverencial sobre Cunha, Serra, FHC,  Alkmin e Aécio; a Zambelli pode promover seu IV Congresso Contra a Corrupção com a participação das celebridades artísticas e intelectuais do porte de Joice, Gentili, Villa, Conserino, Lobão, Bolsonaros e a mercenária reprovada em concurso da USP, Janaína; a CEF do campeão moral Geddel convidou a madrinha da Lava Jato Érika para a Corrida Contra a Corrupção em Salvador, patrocinou e tietou-a com foto em “modelito” apertadíssimo, sensualizando-a; houve propaganda do filme de financiamento apócrifo e suspeito “A Lei é Para Todos” e a publicação de matéria sobre um fã clube uniformizado de Moro com direito o “pixuleco Lula-171”, camiseta amarela manchada pela mão de Lula. Confesso estar tão traumatizado que pensei em sangue da hemorragia de politraumatismos, devido a atropelamento, também porque havia uma cadeirante fazendo o símbolo da campanha do boquirroto Dória- dois dedos “chifrados” em “V” com oito dedos fechados: V-8; raciocinei que isso poderia ser uma manifestação inconsciente de fissurados por acelerar seus motores nas Marginais, ou sobre eles e Lula, o que foi icônico da classe média imbecilizada batedora de panelas e cabeças, pois deseja acelerar o modal carros contra a bicicleta, o skate e o transporte público (saqueado pelo PSDB), gerando mais deficientes, como essa obesa mórbida cadeirante que parece ser mais uma obra do pintor Botero, retratista da classe dominante latino americana.

  26. Bandidos e comprados

    Veja o caso do boechar, igualzinho ao casoy; bandidos a serviço da corrupção e da verba certa para a empresa que devia ser de jornalismo.

    Isto nunca foi jornalismo. Foi o contrário, é o contrário. É banditismo. 

    Estudio i falando da proibição do show do caetano: como não havia pt na jogada os quatro “debatedores”, que sempre tem a mesma opinião e igualzinha a do dono, ficaram sem saber o que comentar, pois o dono não tinha posição definida, e descartaram  assunto. Vergonhosamente.

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