Substituto de Moro, juiz Bonat tira nome de Toffoli de inquérito da Odebrecht

Bonat atendeu a um pedido do Ministério Público Federal, que afirma que Toffoli não aparece em contexto de investigação

Jornal GGN – O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Luiz Antônio Bonat, substituto de Sergio Moro na Lava Jato, retirou o nome do presidente do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli de inquérito envolvendo a Odebrecht. Toffoli aparece na delação de Marcelo Odebrecht, que afirma que seu codinome era “amigo do amigo” de Emílio Odebrecht.

Bonat atendeu a um pedido do Ministério Público Federal, que afirma que Toffoli não aparece em contexto de investigação. O vazamento da delação citando o ministro do Supremo será investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público.

A revista Crusoé, que publicou reportagem citando a delação de Marcelo, teve de remover o conteúdo do ar por decisão de Alexandre de Moraes. A publicação recorreu ao STF contra a censura.

Leia mais abaixo:

Por Gabriela Coelho 

Do Conjur

Para “afastar possíveis interpretações equivocadas sobre o conteúdo”, o juiz Luiz Antônio Bonat, da 13ª Vara Federal de Curitiba, tirou do inquérito que envolve o empresário Marcelo Odebrecht o documento que associa o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, à empreiteira.

O magistrado atendeu a um pedido do Ministério Público Federal, que argumentou que as informações do documento, anexado em investigação sobre a Usina de Belo Monte, não têm relação com o objeto do inquérito.

Segundo o juiz, a Polícia Federal deve encaminhar para a Procuradoria-Geral da República o conteúdo do documento com as citações ao ministro Toffoli e a outras pessoas com foro por prerrogativa de função.

A decisão se deu após reportagem da revista Crusoé e do site O Antagonista que cita uma troca de mensagens entre executivos da Odebrecht. No diálogo, uma pessoa pergunta a outra se Emilio Odebrecht, pai de Marcelo, falaria com um “amigo do amigo”. Em outro trecho, o contato é descrito como uma “negociação”. A troca de mensagens não informa se alguém falou com essa pessoa ou o que foi dito.

Segundo a revista, Marcelo Odebrecht afirma que o “amigo do amigo de meu pai” é Dias Toffoli, que à época era advogado-geral da União.

Responsabilização posterior

Após manifestação da Procuradoria-Geral da República, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou, na segunda-feira (15/4), que a Crusoé e o Antagonista retirassem do ar os textos sobre o assunto.

Para o ministro, a proteção constitucional à liberdade de imprensa não impede a responsabilização posterior por eventuais informações injuriosas, difamantes, mentirosas e em relação a eventuais danos materiais e morais.

Já nesta terça-feira (16/4), ministro Luiz Edson Fachin, também do STF, pediu explicações a Alexandre de Moraes sobre a decisão que determinou a retirada do ar.

Redação

3 Comentários

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  1. Desculpe-Me, mas a REVISTA CRUSOÉ ou ANTAGONISTA não faz jornalismo decente. Alem de atacarem Lula, Dilma e o PT em geral atacam também o STF eles vão para a notícia que mais lhes convém. Imagina que uma revista coordenada por três ANTAS tendo como cabeça o Diogo MAINARDI pode sair alguma coisa que preste? O que aconteceu com eles foi bem feito, quem sabe agora, eles fiquem esperto. Ontem coloquei um artigo do Fórum do blog do Rovai “O QUE ESTÁ POR TRÁS DA GUERRA ANTAGONISTA X STF” https://www.revistaforum.com.br/o-que-esta-por-tras-da-guerra-antagonista-x-stf/?fbclid=IwAR0xKHE22i6fGuPe08QwRJwftzyilrXNmPUYlodq8ZH5zgeSRG1afaD4zSY na minha página https://www.facebook.com/Fique-Bem-Informado-SBernardelli-181129792650006/ onde ele mostra bem o que é essa revista. Os jornalistas não devem ser tolos em ficar defendendo esse site que tem mais jeito de revista de fofoca do que informação. Se eles queriam nome conseguiram, mas não por muito tempo.

  2. Pois é; quem tem, tem medo. Dizia nossa vó. Esta galera MP, mormente a de Curitiba, cresceu apoiando-se em expedientes abusivos. Foi pega, e agora vai cair de muito alto.
    Mas esta agora, do juiz “retirar” o nome do ministro Toffoli do inquérito após o vazamento remunerado, me faz lembrar a estória do sujeito que após caluniar uma pessoa dirigiu-se arrependido a um confessionário, perguntando ao padre o que precisaria cumprir para ser perdoado. O padre disse que o castigo necessário para o perdão seria subir na mais alta montanha da região e, do cume, dispersar ao vento milhares de penas contidas num saco, recolhendo todas, sem deixar uma sequer. Óbvio que o caluniador entendeu que seria impossível recolher todas, sempre ficaria alguma e portanto não seria perdoado. Quando questionado o padre respondeu: Pois assim é a calunia que assassina reputações. Impossivel de ser recolhida quando dispersada.
    Este entendimento, quanto a sempre sobrar uma semente da calunia, está claro para estes modernos assassinos de reputações. Mas hoje, ao invés de “sermões”, rende milhões em “palestras”.

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