Temer cai, Cármen Lúcia assume e o Judiciário confirma seu papel no golpe, por Luis Felipe Miguel

Foto: Agência Brasil

Por Luis Felipe Miguel

A nova investida contra Temer cumpre muitas funções (em ordem crescente de especulação):

1) Devolve à Lava Jato o poder absoluto sobre a produção da agenda política.

2) Serve de insígnia da pretensa “imparcialidade” da operação, que atinge a todos sem distinção – como se Temer tivesse, para a direita, uma fração da dimensão que Lula tem para a esquerda.

3) Relembra ao usurpador que ele é um simples instrumento da coalizão golpista e não deve tentar abrir as asinhas.

4) Dada a vulnerabilidade de Rodrigo Maia, a eventual saída de Temer abre caminho para o empossamento de Carmen Lúcia na presidência da República, o que confirmaria de vez a tese de que o Judiciário ocupa, no golpe de 2016, a posição que foi dos militares no golpe de 1964.

5) Com o aumento da instabilidade política, reforça-se a ideia noblatiana de que “não há condições” para a realização de eleições.

6) Com uma “magistrada” no Planalto, um governo extraordinário seria mais fácil de ser vendido como legítimo – e todos poderíamos dormir tranquilos, sob uma ditadura “de tipo romano”.

Luis Felipe Miguel

26 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Carmen Lúcia presidente da
    Carmen Lúcia presidente da República? Não tem como, o último ano serviu para mostrar que ela tem dificuldades de atuar em qualquer tipo de condição. Entre as especulações mais fácil acreditar na posse do Rodrigo Maia.

  2. Carmem Lúcia sairá em setembro da presidência do STF

    Ao que parece faz mais sentido para a Globo e demais golpistas derrubar o Temer e botar o Maia Botafogo no lugar. Daí restam duas alternativas: adiam a eleição para, sentado no poder, construírem com mais tempo a candidatura do Botafogo. Ou vão para a eleição com o Botafogo este ano mesmo. Carmem Lúcia será carta fora do baralho em setembro, quando Tofolli assumirá a presidencia do STF. Equanto isso a paciência do povo vai se enchendo cada vez mais … 

     

     

     

  3. Limpar branquear o

    Limpar branquear o golpe…..destruir a cena do crime.

    Tudo nesse golpe remete ao modus operandi de 64

    Temer faz o papel de Mazilli, que tomaram posse como presidente por decisão do Congresso

    Lula virou JK, acusados de serem corruptos e de serem donos de apartamento e depois: silenciados cassados até amanhecerem morridos….

    Eu estava de butuca observando quem faria o papel de Castelo Branco,…pensei que fosse o Rodrigo Maia….humm, isso não faz sentido no que diz respeito a necessidade de limpar branquear o golpe: o nome mais adequado a Castelo Branco seria alguém vindo do Judiciário….

    Para os donos do golpe, EUA na cabeça, o que importa é que o regime seja mantido e as nossas riquezas continuem sendo entregues aos gringos: fato….

    Posts relacionados ao tema

    Carmem Lúcia, futura presidenta do STF, recebe prêmio-propina da Globo

    https://www.ocafezinho.com/2016/03/24/carmen-lucia-futura-presidenta-do-stf-recebe-propina-da-globo-e-retribui-na-hora/

    Carmem Lúcia promete à Shell prender Lula

    http://www.causaoperaria.org.br/blog/2018/03/01/carmen-lucia-tem-tempo-para-jantar-com-shell-mas-nao-para-receber-advogado-de-lula/#.Wr-d0YjwbIU

  4. A Benta Carneira
    Só tem vampiro…sai um entra outro.
    Nunca pensei que eu fosse torcer pro vampirão terminar o mandato ou protelar ao máximo.
    Este governo finalmente perdeu a força o que traz um pequeno alívio…mas não pode…
    Tem que aprofundar a pilhagem!
    Rede globo, Moro, Lava jato….espero ver um dia esses caras na cadeia, nem que leve 20 anos.
    Coxinhas, acordem!!!!

  5. Carmen Lúcia no

    Carmen Lúcia no poder?

    Oba!

    Férias duas vezes por ano!

    Bolsa familia que nada, eu quero é auxilio moradia!

    Quero muitos peduricalhos…

  6. Não creio em Carmem Lúcia.
    Não creio em Carmem Lúcia. Talvez faça mais sentido Joaquim Barbosa, em que pese a filiação ao PSB, e o temperamento parecido com o de Ciro Gomes.
    Uma coisa é certa, o protagonismo político tomou conta do judiciário.
    Mas tenho para mim que um dia eles ainda se arrependerão de ter se deixado seduzir pelos holofotes da mídia. Até hoje, seus malfeitos permaneceram ocultos aos olhos da opinião pública. Seus penduricalhos, seu comércio de sentenças, etc.
    Transformados em políticos, se submetem a ter até as vísceras expostas, a depender dos interesses e necessidades práticas do Poder efetivo.
    A ver.

  7. Temer….

    O Judiciário não terá  a capacidade que os Militares tiveram em 1964, ou seja, nos livrar dos medíocres criminosos incompetentes e vendilhões. Eles já fizeram sua rapinagem nestes 40 anos Redemocratizantes. O resultado esta aí. Quem terá esta obrigação finalmente é o próprio Povo Brasileiro, que vislumbra, mesmo que muito tardiamente, o óbvio: “Do Povo, pelo Povo, para o Povo”. Condição que foi assaltada por Ditador Caudilhista com apoio de Elite Esquerdopata, que infestou o Estado Brasileiro com sua farsa AntiCapitalista. “AntiCapitalismo no bolso dos outros é refresco”. A fraude da bandidolatria e da cleptocracia ruiram. A única elite tupiniquim ficou sem discurso. Mas com bolsos cheios. Bolsos antiCapitalistas, é claro !! Não existe mais CENSURA para segurar o peso da verdade. “Conheceis a Verdade. E a Verdade Vos Libertará”. 

  8. A Benta Carneira
    Só tem vampiro…sai um entra outro.
    Nunca pensei que eu fosse torcer pro vampirão terminar o mandato ou protelar ao máximo.
    Este governo finalmente perdeu a força o que traz um pequeno alívio…mas não pode…
    Tem que aprofundar a pilhagem!
    Rede globo, Moro, Lava jato….espero ver um dia esses caras na cadeia, nem que leve 20 anos.
    Coxinhas, acordem!!!!

  9. A chave está no Congresso

    A esats alturas o pessoal já percebeu que o Congresso é a chave. Extrapolando, o interventor agiria sobre o Congresso forçando uma reforma…esta é minha hipótese

  10. O tempo do golpe.
    Se Maia ou Cármen Lúcia assumissem assim mesmo como poderiam evitar a eleição? Temer não cairá de forma relâmpago, já provou que tem muita força com os ratos da câmara. Estamos em Abril. Não dá tempo para essa estratégia de não eleição.

  11. Pouco importa qual pilantra será emPOÇAdo em 2018…

    Os canalhas não conseguirão pacificar politicamente o país sem desfazer todas as putarias do pós golpe de 2016 .

    O estrago que os pilantras causaram germinará um inevitável (e bem-vindo) conflito generalizado, que será deflagrado em 2020, 2022, 2025  ou 2030 .

    Só espero que a vida de Lula seja preservada (até com um providencial asilo político) .

  12. No meio do caminho tinha um golpe. E depois?

    1 – O ilegítimo não foge à sua sina: decorativo – até que durou numa situação que era apenas uma máscara para um processo de impeachment ilegal e inconstitucional – e sempre perdendo para mulher – ainda que a Súcia seja apenas uma sombra, e tal como ele, sem voto popular, o que deve ser ainda mais humilhante, ser preterido pelos golpistas por uma inexpressiva e incompetente que segundo sua misoginia, pertence ao recanto do lar (será por isso que ele marcou reunião de trabalho na casa dela e não no gabinete?). 

    2 – Deixando as digressões de lado, o texto aponta apenas uma das possibilidades imediatas mas é necessário considerar:

    2.1 – O desempenho, insatisfatório até para os golpistas, da Súcia como presidente do STF, sem liderança nem habilidade política ou técnica, é um risco igual ou pior que o Ilegítimo para a sustentação do golpe porque, ao contrário do vampiro que comprou o Congresso, a oposição à Súcia no STF é grande e qualificada. 

    2.2 – Suposta alteração na ordem constitucional de substituição do mandatário também alteraria a sucessão no STF? Do contrário, o próximo presidente seria Dias Toffoli, com data de posse marcada para setembro, véspera da eleição, que faz dupla ou é orientado por Gilmar Mendes. Não seria um revés para a Globélica e para a LesaPátria? Ou seria esse mesmo o interesse e a movimentação via psdb?

    2.3 – O povo tem ido às ruas, está insatisfeito, não respeita o STF nem o Judiciário porque já os vê como equivalentes aos oportunistas da política profissional.

    2.4 – A Globélica já está no seu limite de saturação perante a opinião pública, e já é amplamente criticada pelos dois lados do espectro ideológico – dos fanáticos de direita anti-direitos civis aos defensores progressistas da regulação do mercado de comunicação – e está financeiramente em crise, segundo se noticia por aí. Não seria um risco muito alto um segundo golpe, como um comentarista deste GGN já apontou (desculpe não recordar seu nome), em tão pouco tempo, para a paciência e credibilidade do povo, e não acabaria saindo pela culatra aumentando o desgaste e o pedido por eleições como forma de botar ordem na casa com a participação popular?

    2.5 – Do lado dos russos – me refiro à piada de planejar sem combinar com o adversário, em tempos de caça às matrioskas é sempre bom explicar -, a mobilização de amplos setores da população, não necessariamente vinculados a partidos políticos ou movimentos sociais e que devem se juntar a estes em breve -, servidores públicos, estudantes e professores, ativistas sociais em casos de comoção pública, e o povo mobilizado por pautas específicas como da defesa da sustentabilidade em lugares tão díspares quanto Correntina/BA e região norte/PR, vêm criando um caldo de participação popular multifacetado e que têm em comum, todos eles, a defesa da democracia e dos direitos conquistados após a constituição de 1988, e outros ainda por serem reconhecidos. Quando essa massa conseguir se juntar sob a mesma bandeira de defesa de eleições justas, o STF, com ou sem Súcia no comando, aguentará o tranco?

    2.6 – Ontem andei pensando na movimentação dos golpistas capitaneados pela Globélica: tentaram derrubar o ilegítimo com o açougueiro e procuradores da república (Miller e Janot na liderança) e deram com os burros na lama com a camarilha mantendo a bancada comprada por Cunha, com o mesmo dinheiro da carne que sustentou a Globélica, como sua fiadora no golpe (primeira divisão interna do golpe, com derrota da Globélica); depois, a intervenção federal apoiada pela Globélica, talvez uma tentativa do ilegítimo de se blindar e se reaproximar da parceira de golpe, colocando o exército para tomar conta de seu condomínio, afinal, autoritarismo é com eles, mas o caos no RJ está tristemente pior, e indisfarcável, é só questão de tempo para perder seus efeitos (ficaram empatados mas o desgaste do ilegítimo deu à Globélica um suspiro, e a tentativa de parte do STF de defender a constituição lhe deu senso de urgência, ambos na direção de tentar derrubar o soldado raso e colocar alguém de seu interesse direto); aí entra o segundo time (em ordem, não por qualidade) da Globélica no judiciário, com seus ministros no STF tentando aplicar um segundo golpe pela via jurídica (o indefectível “Com STF, com tudo”, dito por Jucá, pode ser aplicado aos irmãos Marinho (os Koch brasileiros) em nova minissérie da Badflit-paralisante), agora a última tentativa de manter o golpe na esfera civil; daí em diante, é golpe militar sem filtro. 

    2.7 – E o povo, como vai reagir? A dita sociedade civil organizada? Quem tem ido para a rua pelos mais diferentes motivos, unidos todos por ideais de liberdade e igualdade com democracia?

    Mudando de assunto, mas não tanto:

    Com a possibilidade de uma nova Constituinte, não sei isso já existe mas se faz urgente que os luminares do Direito no país adeptos da democracia real, nos acudam e se reúnam para colocar seu conhecimento a serviço do futuro do país, todos esses que assinam manifestos pela democracia, e não vou nominá-los aqui porque são muitos mas destaco o dr. Bandeira de Mello e o Dalmo Dallari. Com esse senado quase inteiramente deplorável e uma juventude com suas lideranças ainda em formação, precisamos urgente de um Conselho de Anciãos ou Sábios – não se ofendam porque isso é um baita elogio, ao menos para mim, que não sou juventócrata nem idosófoba – com as melhores cabeças e corações, acadêmicos e sociais, que este país produziu no último século, para oferecer suas idéias, não vinculadas a um projeto de governo mas a um projeto de país que dure mais que o período de um mandato eletivo, já sob ameaça, e que sirvam de alento para gerações que alegam cansaço da democracia antes até de tê-la vivido plenamente, ou para ela contribuído: no Legislativo: Erundina, Requião, Valente, Capiberibe; na sociedade civil, Leonardo Boff, padre Julio da pastoral do povo de rua, Stédile, Conceição Tavares e Marilena Chauí, imprescindíveis; tod@s @s artistas relevantes que se importam com o país e seu povo – e não se “reacionaram” -, são muitos e não é preciso dar nomes; enfim, uma carta ao futuro que oriente esta juventude ameaçada e amedrontada e que precisa de guias seguros para não se entregar ao niilismo e à desesperança, ou pior, à violência – aqui, em decorrência da leitura de artigo de opinião de Rui Daher sobre declaração de voto e conversas desanimadoras que teve com pessoas do interior paulista, em especial, uma jovem supostamente de esquerda que coxinhou, o que não chega  a surpreender considerando as localizações geográfica e de classe combinadas.

    É Páscoa, tempo de ressurreição!

    Façamos jus à mensagem. A via-crúcis bem vivida é a única opção daqueles que não se conformam com o mundo como ele é e não desistem de acreditar no que de melhor ele pode, e deve, ser. 

    Mais que um país e sua democracia temos um planeta para defender da cultura da morte e do dinheiro, e para os egoístas, beneficiaremos a nós mesmos nesse caminho.

     

     

     

    Roda viva – de e com Chico Buarque (e MPB4)

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=fEY9Z8LJfMY%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=fEY9Z8LJfMY

     

    Tempo Perdido – de e com Legião Urbana

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=2hr7Uqu6G80%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=2hr7Uqu6G80

     

    É / O que é, o que é – de e com Gonzaguinha

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=SlcHRLNfQ9g%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=SlcHRLNfQ9g

     

    Perfeição – de e com Legião Urbana

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=UueCjRrQLM4%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=UueCjRrQLM4

     

    O tempo não para – de e com Cazuza

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=UrsMppvhL0%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=UrsMppvhL0

     

     

    Sampa/SP, 31/03/2018 – 14:01 (alterado às 14:13 e 14:22)

  13. Com todo respeito, essa

    Com todo respeito, essa teoria é bem furada, essa aí não consegue peitar a Rede Globo, imagine aquele bando de canalhas, não fica um mês no poder e com certeza afunda de vez a economia kkkkkk

    1. Análise Fraca

      Concordo. Essa precipitação não demonstra profundidade na análise.

      Observa-se, por exemplo, que os presos foram soltos em apenas 2 dias, após rápida manifestação da PGR nesse sentido.

      Tão rápido que ninguém considerou a possibilidade de fazer delação premiada, talvez para alívios de tantos. Contrastou com as prisões extensivas na Lava Jato em Curitiba. Enorme contraste. Contraste gigante. Megacontraste. Impossível não comparar.

      A análise portanto perdeu completamente os pressupostos verossímeis.

  14. Será?

    1) Devolve à Lava Jato o poder absoluto sobre a produção da agenda política.

    Bom, não – com certeza é uma intervenção sobre a agenda política, mas não dá a ninguém o “controle absoluto” sobre a agenda. Até por que a intervenção continua, a violência contra a esquerda e contra a população continua, o MBL continua, as caravanas do Lula continuam, ou seja, os outros atores continuam atuando e influenciando a agenda política.

    2) Serve de insígnia da pretensa “imparcialidade” da operação, que atinge a todos sem distinção – como se Temer tivesse, para a direita, uma fração da dimensão que Lula tem para a esquerda.

    Esse cálculo já foi feito outras vezes, e não fecha: não há nenhuma figura política, de direita, centro, ou esquerda, que tenha a importância de Lula na conjuntura. E Temer não chega nem perto. Há muito tempo atrás, talvez Aécio Neves ou Fernando Henrique Cardoso pudessem significar essa imparcialidade. Esse tempo se foi; essas figuras se “apequenaram”, mais do que o Supreminho, e foram tão escandalosamente protegidas, que prendê-los agora seria mais motivo de piada do que qualquer outra coisa.

    Eles teriam de prender o Bolsonaro para remotamente tentar algo do gênero. Ainda fica muito longe do Lula em importância política, mas poderia restabelecer algum tipo de ilusão – poupa-se o “centro” irrelevante, mas ataca-se tanto à direita quanto à esquerda. Mas é uma jogada muito perigosa, que pode deslegitimar por completo todo o edifício institucional. Como é que se tira da jogada os dois primeiros colocados em todas as pesquisas eleitorais?

    3) Relembra ao usurpador que ele é um simples instrumento da coalizão golpista e não deve tentar abrir as asinhas.

    Isso é mais plausível, mas teria de estar articulado com o fim da intervenção e a volta à pauta da “reforma” da Previdência. Se temer é um simples instrumento da coalizão golpista, então ele deve renunciar à vida própria, e voltar a trabalhar pela agenda da coalizão golpista – que inclui a “reforma” da Previdência mas não inclui a intervenção no Rio de Janeiro.

    4) Dada a vulnerabilidade de Rodrigo Maia, a eventual saída de Temer abre caminho para o empossamento de Carmen Lúcia na presidência da República, o que confirmaria de vez a tese de que o Judiciário ocupa, no golpe de 2016, a posição que foi dos militares no golpe de 1964.

    Aí o problema é a natureza do Judiciário. Nas Forças Armadas, há hierarquia: o general manda, o soldado raso obedece. O que significa que um general-presidente centraliza e organiza a ditadura. Um juiz, ou juíza, presidente não significa nada: não tem poder absolutamente nenhum sobre a massa de juízes “de piso”, que continuarão a dar (ou vender?) sentenças a torto e a direito, sem nenhuma organicidade política. O Médici podia mandar coronéis eventualmente insatisfeitos para a reserva, ou mesmo, nos casos mais graves, prendê-los. O supremo, ou a sua presidente (que, como vimos pelos acontecimentos recentes, já não representa os ministros todos) não tem esse poder sobre os Bretas e Moros da vida. E são esses, bretas e moros e ricardos leites e carlos fernandos e dalanhóis et caterva, que comandam o golpe, não os ministros do supremo.

    5) Com o aumento da instabilidade política, reforça-se a ideia noblatiana de que “não há condições” para a realização de eleições.

    O problema é que também não há condições para a não realização delas. Não fazer as eleições significa delegar o poder a um dictator, no sentido romano, isto é, alguém que segure as pontas numa crise até que tudo volte ao normal. O problema é que isso não existe no ordenamento político brasileiro. Quem for “segurar as pontas” automaticamente vira jogador de primeira linha. E aí não tem consenso: por que é que o Rodrigo Maia abriria mão da caneta para a Cármen Lúcia?

    6) Com uma “magistrada” no Planalto, um governo extraordinário seria mais fácil de ser vendido como legítimo – e todos poderíamos dormir tranquilos, sob uma ditadura “de tipo romano”.

    Só que, por mais “romana” que essa ditadura pareça, com sua fantasia de toga, ela terá de responder à realidade brasileira. A ditadura romana era possível por que quem detinha o poder, sempre, de forma inconteste, era o Senado Romano; os ditadores eram simples instrumentos desse poder. Aqui não tem como funcionar assim. O nosso “Senado”, no sentido romano, ou seja, o grande empresariado, as multinacionais, a imprensa, quer as “reformas”, mas essas são politicamente impossíveis por que não há contrapartida de espécia alguma. Os militares tinham o “milagre brasileiro” para vender; Cármen Lúcia não tem nenhuma proposta econômica, e as propostas da nossa classe senatorial não levam ao crescimento da economia, apenas à reconcentração de renda. O que significa que Cármen Lúcia, se for, somente será presidente no curto prazo que leva a uma nova eleição, ou a um golpe de Estado à moda antiga. Até lá, o país continua desgovernado, seja com temer, Maia, ou Cármen Lúcia.

    Por mais soporífera que Cármen Lúcia possa ser, ela não vai fazer o país dormir tranquilo, nem à direita, nem à esquerda.

  15. Temer cai, Cármen Lúcia assume

    às vésperas de mais um aniversário do Golpe de 1964, é forçoso admitir: a Ditadura ainda perdura, nunca acabou.

    jamais o entulho autoritário foi removido e seus crimes apurados e punidos. sem o estamento militar ter até hoje assumido seu ridículo papel de marionete de uma lumpenburguesia apátrida, anti Brasil e anti população brasileira.

    a Ditadura nunca foi dos militares e sim gerida por eles, mas não exatamente a serviço deles. assim como a tortura teve financiamento privado e muitas vezes foi conduzida por operativos civis, como o Delegado Fleury.

    o Golpe de 2016 não é nenhuma novidade num Brasil no qual são repetidas as execuções da Democracia. também não é nenhuma novidade a Esquerda ser mais uma vez apanhada de surpresa, e sem qualquer plano de resistência, como se fosse sempre a primeira vez.

    ao contrário de 1964, quando logo após o golpe seguiu-se o vigoroso crescimento econômico do Milagre Brasileiro, dado o atual contexto mundial de crise estrutural do Capitalismo não há qualquer possibilidade do Golpe de 2016 se estabilizar através de alguma retomada econômica.

    também nada mais revelador do impasse de um setor dominante brasileiro, sempre com seus cordéis acionados pelos mega interesses globalizados, do que a viabilidade se encaminhar o aprofundamento do golpe sob o comando de Carmen Lúcia, que com suas caretas trêmulas e apavoradas não dá conta da Presidência do STF, mal se segurando na cadeira em que senta.

    estes são os personagens insignificantes, despreparados, bisonhos, vulgares, farsescos e plagiários em todos os sentidos, que o setor dominante no Brasil tem a oferecer: Temer, Rodrigo Maia, Carmen Lúcia, Bolsonaro, Alckmin, Luciano Huck, Flávio Rocha, Marina Silva e, pois não, Ciro Gomes.

    e quanto ao campo da Esquerda? infelizmente continua patinando vaidoso em seus velhos e conhecidos erros.

    por não ter um diagnóstico da crise, temos sido atropelados seguidas vezes pela conjuntura!

    em 1964 aconteceu o mesmo: julgava-se que haveria eleições diretas para Presidente em 1965! e elas só tornaram a ocorrer 25 anos depois.

    se de fato quisermos elaborar um diagnóstico da crise, algo que dada a complexidade da geopolítica global exige ser feito sob o General Intellect, a Inteligência Coletiva, talvez devamos ter como passo inicial uma terrível constatação:

    – não se procure mais qualquer resquício de racionalidade, pois já não há nenhuma no capitalismo de desastre, restando apenas o caos. um caos com dinâmica própria, no comando dele mesmo.

    .

  16. De que valerá…

    Impressionante…

    A qualidade de um produto é tudo!

    Serve para a indústria, serviços, comercio, mas não serve para políticos e juízes!

    De que vale ter 1.000.000 juízes e procuradores, se a justiça não se preocupa em ser justa e igual para todos?

    Quem precisaria de 1.000.000 de médicos que não curam?

    Cadê um preso do mensalão tucano, ou qualquer tucano indiciado pela lava jato que corra risco de ser preso?

    Eu disse um…

    Não há como o injusto produzir justiça!

    Não há como o ignorante produzir ciência!

    Falta humildade a doutores, senadores, deputados para entender que se em dois anos não se produziu o melhor, ele não brotará amanhã!

    O que tinha de ser, já deveria ter sido!

    Não nascerá mais…

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador