
Lula e o STF: o erro mesmo no acerto – por Doney Corteletti Stinguel
Depois da trágica nomeação de Zanin, Lula cometeu outro erro ao nomear Flávio Dino para o STF. Não que Dino será um mau ministro, ao contrário, tenho convicção de que será um dos raros bons magistrados no STF.
O erro na nomeação se dá porque Flávio Dino era um dos nomes mais cotados para suceder Lula. Dino é um dos raros personagens que coaduna experiência na magistratura (concurso em qual passou em primeiro lugar), experiência como deputado federal, experiência como governador por dois mandatos, agora eleito como senador e em seguida nomeado ministro da justiça. Como se não bastasse, exerceu este último cargo tendo de passar por muitas provações, tanto por conta dos ataques terroristas de 8 de janeiro quanto pela oposição ferrenha da escumalha bolsonarista indignada pela defesa firme que ele exerceu pela democracia brasileira.
Dentro dos personagens que compõem o governo, Flávio Dino era inegavelmente o mais preparado para suceder Lula. Tem todos os atributos necessários, é um personagem correto, experiente e extremamente qualificado. Não obstante, Dino tem o bom hábito de vencer eleições (diferentemente de certo ministro austericida).
Dificilmente forma-se um homem público assim, com tamanha experiência nos três âmbitos do poder.
Por outro lado, há mil e uma boas opções para o STF. Uma, óbvia, é a de Silvio Almeida.
É contraditório, mas nos raros casos em que acerta uma nomeação do STF, Lula, ainda assim, erra.
O Brasil ganhou um grande ministro do STF, mas perdeu aquele que poderia ser um grande presidente da república. Essa conta não saiu positiva.
Doney Corteletti Stinguel é operário, autor do blog e do canal Lista de Livros.
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