O rosto do general, por Ricardo Mezavila

A justiça está se municiando de dados irrefutáveis, esticando a corda  contra o chefe da ORCRIM, para que não haja dúvida sobre seus crimes.

O rosto do general

por Ricardo Mezavila

No dia em que o Presidente Lula foi absurdamente pedagógico no lançamento do Novo PAC, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a presença de vinte governadores e autoridades, em que deu uma aula de comportamento político nas adversidades, tendo sido aplaudido ‘de pé’, neste mesmo dia, a mídia divulgava o escândalo das vendas das joias pela quadrilha liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. 

O contrabando é apenas uma gota no mar de crimes em que Bolsonaro está envolvido. Na petição nº 11.645, em que o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, é o relator, fica claro que Bolsonaro fazia parte de uma OCRIM – organização criminosa. 

Nesse trecho, Moraes justifica: … com o avançar das investigações, destacou a autoridade policial que foram identificados, até o presente momento, cinco eixos principais de atuação da referida organização criminosa: (a) ataques virtuais a opositores; (b) ataques às instituições (STF, TSE), ao sistema eletrônico de votação e à higidez do processo eleitoral; (c) tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito; (d) ataques às vacinas contra a Covid-19 e às medidas sanitárias na pandemia e; (e) uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens, o qual se subdivide em: (e.1) uso de suprimentos de fundos (cartões corporativos) para pagamento de despesas pessoais e; Documento assinado digitalmente(…) (e.2) inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid[1]19 nos sistemas do Ministério da Saúde para falsificação de cartões de vacina; e (e.3) desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação com o fim de enriquecimento ilícito. 

A justiça está se municiando de dados irrefutáveis, esticando a corda  contra o chefe da ORCRIM, para que não haja nenhuma dúvida sobre seus crimes. Em seu entorno, a corda já arrebentou e seus cúmplices, entre eles, um advogado, um coronel e um general estão encurralados como ratazanas no canto da parede.  

Cid filho e Cid pai protagonizaram o fato mais bizarro que a lixeira secreta de um celular poderia ter armazenado. Cid filho, o coronel, pediu para Cid pai, o general, que enviasse fotos dos presentes que pertencem ao acervo presidencial, tratadas como muambas de camelódromo e que seriam colocadas em um leilão. 

O general, o respeitado senhor do exército brasileiro, tirou as fotos, porém a estupidez da farda não permitiu que o muambeiro percebesse que seu rosto refletia placidamente na tampa da caixa de joias presenteadas ao governo federal. 

O rosto do general não reflete apenas o semblante de um homem servil, de um garimpeiro ilegal, de um atravessador, mas de toda uma instituição desacreditada, corrompida pela ambição de um dos seus, que um dia foi expulso dessa mesma instituição por planejar atos terroristas, e que agora colhe o que o gato enterrou. 

Ricardo Mezavila, cientista político

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Redação

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