O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, recomprou nos Estados Unidos o relógio Rolex de ouro branco e cravejados com diamantes recebido dos sauditas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, para poder entregar o item ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Segundo as investigações da Polícia Federal (PF), o Rolex foi vendido por 68 mil dólares pelo general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid. Já para recuperar o presente oficial, Wassef teve de pagar um valor maior do que aquele obtido na venda.
Bolsonaro recebeu o Rolex, junto com um anel, uma caneta e um rosário islâmico, do rei saudita Salman bin Abdulaziz Al Saud, durante uma viagem oficia à Arábia Saudita e ao Catar, em 2019. O valor total das joias é avaliado em R$ 500 mil.
E-mails em inglês apontam que Mauro Cid negociou a venda do relógio. Os investigadores afirmam que o item foi levado para os Estados Unidos, para onde o ex-presidente viajou às vésperas de deixar a Presidência, e lá foi vendido.
Em março deste ano, após a existência do conjunto de joias se tornar pública, a defesa de Bolsonaro afirmou que devolveria os itens ao TCU, uma vez que presentes recebido por autoridades no exercício do cargo não pertencem a ela, mas à União. Foi então que Wassef passou a agir para efetuar a recompra.
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Várias joias
De acordo com investigação em curso, além do Rolex, existem “várias joias novas” que foram adquiridas como presentes oficiais, não divulgadas anteriormente e vendidas na gestão Bolsonaro. A PF calcula que os aliados do ex-presidente faturaram pelo menos R$ 1 milhão com esses negócios.
Hoje, os endereços de Lourena Cid e Wassef foram alvo de operação de busca e apreensão da PF. O pai de Mauro Cid seria o responsável por negociar as joias e os demais bens nos Estados Unidos e receber os valores em sua conta bancária.
À época, o general ocupou cargo federal em Miami ligado à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
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