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A esquerda virou sistema (Viva a Revolução Sem-Sem!)
por Armando Coelho Neto
“Fui torturado pela polícia de São Paulo, e obrigado a comer um cigarro de maconha”, disse Thiago Torres, durante denúncia para a imprensa, em 28/05/2023. Negro, gay, nascido e criado na periferia de São Paulo, livrou-se desses estigmas, formou-se em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Hoje, é conhecido como Chavoso da USP, palestrante, youtuber… Há vídeos dele, nas redes.
Para Chavoso, os mais pobres já não acreditam nas instituições, e enxergam nelas a causa de todos os seus males, ainda que isso seja uma percepção torpe, equivocada. E, o mais grave, grande parte do povão identifica a esquerda como sistema. Leia-se, como instrumento e detentora do ideário que dá sustentação às instituições falidas, ainda que criadas pela burguesia capitalista.
A esquerda virou sistema, diz Chavoso. Esse é o sentimento vigente na periferia, reforçado por pastores, padres, militantes do fascismo. De outro giro, as redes sociais dão substancial contribuição por intermédio de youtubers, coaches, artistas e personalidades vendidas, entre outros picaretas a serviço da extrema direita. Essa é a visão captada por Chavoso, que se declara comunista.
Fato. Esquerdistas envelheceram, alguns se deram por “vencedores” (sabe-se lá de quê), e outros movidos pelo sentimento de que cumpriu sua parte no processo histórico, abandonaram a luta. De outro giro, sobreviventes passaram a se orgulhar de sua rejeição aos computadores, mundo digital, redes sociais… Voltaram para os livros e veem com desdém o popular: fé, música sertaneja, rap, brega, pisadinha…
“Consolidou-se a distância”, diz o tal Chavoso. Com leitura raiz de quem nasceu e viveu na favela, hoje “uspiano”, é taxativo em dizer que não se leva consciência política à favela, às vésperas de eleições. Menos ainda, cabe acrescentar, alimentando bolhas sob o espectro do “eu me amo e sou correspondido”, alimentando o adágio popular de que política, religião e futebol não se discute. Será?
A direita em sintonia com o povo, em que pese mais de cem anos de direita no Brasil, diz que os males que afligem a sociedade atual são culpa da esquerda, da tal “doutrina woke” (que derruba até avião no EUA), tão alardeada pelo trumpismo. No Brasil, ela é mais conhecida como “Doutrina Todix”, a ponto de, no Hino Nacional, surgir a infeliz alteração “Dos filis desse solo és mãe”. Até Lula virou “Lules”.
Sob essa perspectiva de ameaça genérica, a saída é atacar o sistema, destruir as instituições (como o STF) que dão sustentação “a acabar com tudo isso que está aí”, frase repetida à exaustão, pelo ex-presidente, se é que em algum momento mereceu esse ser tratado como tal. Para não perder o foco, tudo que não presta é obra do sistema, ponto de encontro entre “direita” e “esquerda”. Ambos são contra.
Chavoso. Eis quem a esquerda precisa ouvir, se quiser deixar de ser identificada como sistema. O sistema real de hoje e de sempre, são os que dizem (pasmem!) combater o sistema. Fazem política negando a política. Surgem como baluartes morais, defendendo o que sempre negaram aos outros: democracia, direitos, garantias e liberdade de expressão. Bandido bom é bandido morto já era!
A esquerda que teoricamente entrou no sistema para mudar o sistema, virou sistema na visão popular. Perdeu não apenas as ruas, mas também a capacidade de se reinventar. Em clima de desânimo, promove brigas internas, fazem diagnósticos fantásticos, mas é incapaz ver que o presidente Lula, ainda que distante do ideal, é apenas o possível. Lula como refém do verdadeiro sistema é ficha que não cai.
Já nas redes, não param de circular vídeos combatendo o sistema, pois foi ele que não deixou o golpista colecionador de joias governar. Nas redes, o povo estaria se libertando por que desligou a TV e o rádio e… Claro, desligou tudo, trocando Marinhos, Ratinhos, Saad, AbravaneL, Sirotsky et caterva e caíram nas mãos dos Macedos, Musk, Zuckerberg, seduzidos pelas mágicas de Steve Bannon.
Diante desse tenebroso quadro, surgem os militantes da “Revolução Sem-Sem”. Leia-se, revolução sem povo, sem dinheiro, sem consciência social, sem armas, sem canais expressivos de comunicação. Até parece coisa daquele partido que não consegue eleger sequer vereadores, por gente na rua, nem mesmo encher uma boa e velha Kombi, com seus militantes. “Lutam” pelo ideal e ignoram o possível!
Para os adeptos da Revolução Sem-Sem, a perua é pequena, mas sempre cabe mais um, e já tem gente correndo para lá. Para variar, com muitos diagnósticos e nenhuma proposição, querendo declarar guerra ao sistema. Chavoso que o diga.
Armando Rodrigues Coelho Neto é jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo
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A “esquerda” está administrando a crise do sistema capitalista na perspectiva de superar a mencionada crise, não no sentido de superar o sistema. O Chavoso tem razão.
Mas o principal problema é econômico, não político. Livrar-se das instituições falidas e não livrar-se do sistema que as sustenta não levará a lugar nenhum.
Eu ia teorizar um pouco.
Mas vou de simplismo mesmo:
Não, a esquerda não virou sistema, ela deixou, antes, de ser esquerda.
Quando acredita que há um jeito (via sistema, eleições, “luta democrática”, etc) a esquerda deixa de ser esquerda.
Porque esquerda antissistema não disputa a política DENTRO das regras desse sistema.
Não faz sentido.
Detalhe crucial a ser entendido:
Democracia e capitalismo não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo.
Capitalismo não comporta democracia.
Obs: favor não definir democracia dessa forma vulgar, ou seja, liberal.
Então, pretender que a esquerda consiga mobilizar corações e mentes dos pobres e pisadinhos, dentro do ambiente ideológico controlado pela direita é tão ineficiente quanto o distanciamento histórico que a esquerda mantém com as classes pobres, e não é e hoje, por causa das redes sociais ou da chamada cultura popular, esse fosso político existe há séculos.
O capitalismo é tão bem sucedido nas suas reproduções materiais e políticas porque convence o pobre de que é o capitalismo o que há de melhor para ele.
Marx chamou isso de ideologia.
A última tentativa de disputar a hegemonía política do sistema, dentro de regras, que foram violentamente abolidas, foi em 11 de setembro de 1973, em Santiago, Chile.
Já era, “doutor”, já era.
Bom diagnostico mas sem apresentar SOLUÇÃO nenhuma doutor,esquerda não é burra(preguiçosa e acomodada no sistema)ela não tem poder de mudar significativamente nada,se Bolso com os militares e todos os psicopatas do Brasil + euaaa traíra + bigtechs + Agro + especuladores financeiros NÃO CONSEGUIU,IMAGINA A ESQUERDA,só lembrar q um peteleco só tiraram a Dilma,foram 5 anos intensos de bombardeio na tv e inter net contra Lula,Dilma e o pt VC SE LEMBRA?Isso.formou uma geração jovem privatista e até os mais velhos q viveram a “era de ouro do PT”ehtraram na onda sem memória nenhuma imagina os mais jovens,É UM MILAGRE DILMA,LULA E O PT ESTAREM POR AI AINDA !!!.
Acho que a esquerda não deixou de ser esquerda. O que aconteceu é que a esquerda perdeu a capacidade de transmitir às novas gerações as bandeiras históricas das lutas populares e dos trabalhadores. O pobre hoje não está preocupado com a sua aposentadoria quando não puder mais trabalhar, seja por velhice ou doença. Também não está preocupado com a qualidade da escola em que seus filhos vão estudar. Não estão preocupados com as condições de urbanização dos locais onde moram.
Hoje conversando com os “uberizados” vê-se que, quase sem exceção, eles acham que estão bem e que se não estão melhor, a culpa é das instituições e dos direitos humanos. Todos os problemas do mundo, para estas pessoas, se resolveriam com mais polícia nas ruas matando os “vagabundos” ( melhor mesmo seria uma ditadura militar ). O pior é que este raciocínio hoje em dia contaminou aquelas parcelas da população que se consideram mais escolarizados? e de renda mais elevada.
Para não dizer que eu fico só no diagnóstico, sempre que encontro espaço, questiono estas pessoas a pensarem no tipo de solução que os políticos que eles defendem fez pela SAÚDE, EDUCAÇÃO, PREVIDÊNCIA,ETC. Como os partidos nos quais eles votam atuam nos governos executivos e nos parlamentos. Mas, via de regra, só recebo como resposta que ‘Xandão” é um perseguidor e que “Lula roubou”. Dizem que não se informam pela imprensa oficial e que a “VERDADE” está nos “zaps” que eles recebem das “fontes confiáveis”.
SOCORRO!!!!!!!!!
Os idiotas já estão dominando o mundo; e não por capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos. Nelson Rodrigues
Achei mais um texto questionador ótimo e oportuno para momento do Brasil por parte deste site GGN do Luiz Nassif creio. Mas agora vou comentar por alto o que já vinha sentindo faz tempo como ingnótica mas que o articulista deixa bem claro aqui. E tem muito o que se aprofundar ainda a respeito da esquerda burguesa e das áreas acadêmicas burguesas que alimentam esta suposta esquerda atual. Como disse faz tempo venho percebendo como as esquerdas fazem parte do sistema, da classe média, setores acadêmicos, sindicalistas com seus direitos garantidos, etc., enfim sustentam o sistema capitalista neoliberal de certa forma, e então de certa forma o lumpezinato são os bolsonaristas contra o sistema, o regime ou status quo, e parece coisa de doido isto, ou como inverteram papeis e quem estaria mais para os bolcheviques seria o partidão do capetão evangélico determinado a derrubar tudo e mudar regime mas para pior claro ou esfarelar tudo…Esta suposta esquerda esta longe de morar nas periferias mesmo…E resto dos trabalhadores e periferias acabaram engolidos pelas igrejas e direita e extrema direita…Embora são mais enganados ainda ao cairem no conto do vigário das táticas do Steve Banon misturando desde Maquiavel, Trotskay e Antonio Gramscy que elaborou a suposta social democracia para ir comendo pelas bordas capitalismo navegando por dentro até somar forças e derrubar mas no caso do PT e das esquerdas do Brasil viraram mesmo clientelistas e populistas querendo apenas tetas ou cargos e o resto que se danem…Mas o partidão vem ai mas não o comunista mas dos capetas evangelicos…kkk
Deletem o anterior de agora: Achei mais um texto questionador ótimo e oportuno para momento do Brasil por parte deste site GGN do Luiz Nassif creio.
Mas agora vou comentar por alto o que já vinha sentindo faz tempo como mistério mas que o articulista deixa bem claro aqui.
De certo modo esquerdas parecem conservadoras e reacionárias invertendo os papéis.
E tem muito o que se aprofundar ainda a respeito da esquerda burguesa e das áreas acadêmicas burguesas que alimentam esta suposta esquerda atual.
Como disse faz tempo venho percebendo como as esquerdas fazem parte do sistema, da classe média, setores acadêmicos, sindicalistas com seus direitos garantidos, etc., enfim sustentam o sistema capitalista neoliberal de certa forma, e então de certa forma o lumpezinato são os bolsonaristas contra o sistema, o regime ou status quo, e parece coisa de doido isto, ou como inverteram papeis e quem estaria mais para os bolcheviques seria o partidão do capetão evangélico determinado a derrubar tudo e mudar regime mas para pior claro ou esfarelar tudo…
Esta suposta esquerda está longe de morar nas periferias mesmo…
E resto dos trabalhadores e periferias acabaram engolidos pelas igrejas e direita e extrema direita…
Embora são mais enganados ainda ao cairem no conto do vigário das táticas do Steve Banon misturando desde Maquiavel, Trotskay e Antonio Gramscy que elaborou a suposta social democracia para ir comendo pelas bordas capitalismo navegando por dentro até somar forças e derrubar mas no caso do PT e das esquerdas do Brasil viraram mesmo clientelistas e populistas querendo apenas tetas ou cargos e o resto que se danem…
Mas o partidão vem ai mas não o comunista mas dos capetas evangelicos…kkk
Já que citei Steve Banon no comentário anterior acho foi neste texto que percebi que ele foi estrategista para comer bordas do capitalismo mas em sentido inverso ao da esquerda desde Antonio Gramscy e a social democracia que seria ir comendo capitalismo pelas bordas ou por dentro participando das eleições burguesas para ir somando forças até darem o bote e mudarem regime capitalista no caso neoliberal embora até hoje esquerdas convivem com capitalismo na sombra e água fresca e devido tetas ou cargos afundaram também no populismo e clientelismo da velha direita…
O Steve Banon achou forma de explorar gados religiosos conservadores manipulados facilmente com fakenews, insanidade, irracionalidade, teorias da conspiração e negacionismo explorando a revolta dos excluidos ou fora do sistema capitalista, mas não para beneficiar ou mudar a vida destes otários para melhor mas para que através destes gados alguns ou meia dúzia ou os coronéis ou papas como sempre desfrutem das glórias ou tetas do capitalismo no reino…
Eles puxam mais o saco do capitalismo ainda e cinicamente conseguem enganar até agora estes otários da direita e extrema direita que vão certamente levar na tarraqueta mas quando acordarem pode ser tarde como na Alemanha nazista e energia é a mesma de ódio e irracionalidade e insanidade.
O Steve Banon ajudou a eleger Trump mas depois foi descartado ou deixado a ver navios, mas continua cego e fiel ao pupilo que agora adora o Musk mas que vai descartar também rapidamente mas o Banon continua com a cartilha ou bíblia dele ou igreja…
E Banon elegeu também ou fabricou o bolsonaro no Brasil e Olavo de Carvalho…
Imagino que Banon leu tudo do passado desde Maquiavel, Trostkay, Antonio Gramscy, etc., mas age como Marcola comendo pelas bordas o sistema capitalista mas mamando nele sem mudar nada para as massas mas para si mesmos, mas explorando os macunaimas no caso do Brasil mas tem isto no mundo inteiro pelo visto até nos EUA…
O cordão dos puxa sacos dos coronéis ou papas, reis, nobres, barões, imperadores, cortes, cleros, feudos, castas, etc. Vai ser triste depois mas sobra para todos e não somente para eles…
Minha Entrevista Perturbadora com Steve Bannon, por David Brooks
Devo enfatizar que não estava tentando debater com Bannon ou refutar suas crenças; queria entender como ele vê o momento atual.
https://jornalggn.com.br/eua-canada/david-brooks-minha-entrevista-perturbadora-com-steve-bannon/