O novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, tomou posse oficialmente no último domingo (01/01) exatamente 20 anos após sua primeira posse no cargo, mas “passou os últimos dois meses agindo como se já fosse presidente”, na visão da revista inglesa The Economist.
Em artigo a respeito da transição presidencial, a publicação britânica lembra que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a transição “de mau humor”, sem admitir a derrota publicamente em uma eleição em que tentou anular das mais diversas formas.
“Em outubro de 2022, ele (Lula) completou um notável retorno político ao derrotar Jair Bolsonaro, o populista de direita em exercício, em uma eleição presidencial duramente disputada”.
Para a publicação britânica, Lula tem “uma tarefa difícil pela frente, graças à rotina econômica em que Bolsonaro levou o Brasil”, a começar pelo baixo crescimento econômico (de 2,9% em 2022, inflacionado pelos gastos pré-eleitorais do bolsonarismo, a expectativa é que o país cresça 1% em 2023).
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“Seu governo prometeu reformas econômicas liberais, mas, além de tentar colocar as pensões públicas em uma base mais sólida, falhou em decretar a maioria delas. A dívida do Brasil permaneceu teimosamente alta sob seu comando, em 75% do PIB”, lembra o The Economist.
Outro ponto a ser enfrentado é o aumento de brasileiros que não comem o suficiente, que saltou de 6% em 2019, pouco antes da posse de Bolsonaro, para 16%. Sem contar o aumento de 60% no desmatamento ilegal na Amazônia ocorrido durante o governo anterior.
Na visão da publicação, a crise “complicará os ambiciosos planos políticos de Lula”, que passou grande parte do período de transição negociando apoios para conseguir abrir espaço no Orçamento 2023 e obter recursos para garantir o pagamento de programas sociais.
Contudo, o The Economist diz que os métodos de Lula “mostram que ele entende que o primeiro passo para alcançar seus planos é estabelecer um relacionamento estável com o Congresso”.
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