Datafolha: Aprovação de Lula cai 11 pontos em dois meses

Dos 2.007 eleitores ouvidos em 113 cidades nesta semana, a reprovação é de 41%, enquanto 32% consideram o governo regular

Lula em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. Imagem: Reprodução/ Agência Brasil
Lula em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. Imagem: Reprodução/ Agência Brasil

O Datafolha divulgou, nesta sexta-feira (14), o resultado da última pesquisa de aprovação da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que caiu 11 pontos desde dezembro e chegou ao patamar de 24%.

Dos 2.007 eleitores ouvidos em 113 cidades nesta semana, a reprovação é de 41%, enquanto 32% consideram o governo regular. A margem de erro é de dois pontos.

Entre os fatores que podem ter influenciado o desempenho negativo de Lula na pesquisa estão a fiscalização das transações bancárias feitas por Pix e a mentirosa informação de que o Planalto taxaria o meio de pagamento; e a inflação dos alimentos.

Mas na Coluna Econômica desta semana, o jornalista Luís Nassif lembrou que um dos grandes problemas do país são as falhas no mercado de informação, que reproduz “o realismo mágico das metas inflacionárias, permitindo infundir terrorismo fiscal, estando com as contas quase equilibradas, impondo uma taxa Selic impraticável”.

A agenda da mídia condiciona as políticas públicas, enquanto deveria “identificar, dentro do governo, quais as iniciativas positivas e quais as negativas”.

“Mas Lula só se move sob pressão. E a pressão da mídia é essa loucura de criminalizar o que chamam de “gastança”, inviabilizar a máquina pública, tratar como bezerro dourado essa loucura das metas inflacionárias – um sistema que está sob cheque em todo o mundo”, ponderou Nassif.

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8 Comentários

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  1. É inacreditável que os assessores de Lula + o PT + a esquerda em geral, não enxerguem o quanto a fraca, frágil e humilhada oposição consegue ser mais esperta, mais rápida e mais influentes nas redes sociais. Estão uma imensa avenida de vantagem sobre uma esquerda deitada em berço esplêndido e que se torna, mais uma vez, o grande saco de pancadas da política nacional. Sem reação, já enxergam um novo Cunha em Hugo Motta e uma nova Dilma em Lula. Não foi por falta de aviso, que a traição e a indiferença de Lula e seu governo contra aposentados e aposentadas poderia levá- ele e o seu governo para o abismo.
    Imagino que a oposição trabalha para tirar Lula e Alckmin e colocar Hugo Motta de robot obediente e servil.

  2. É um reflexo, também, do cansaço da imagem dele…

    Envelhecer é f*da …

    Perde a identificação com o público mais jovem, exceto se estiver modernizando ou radicalizando o discurso ….

    Mas não e só isso …

    Com esse lenga lenga de conciliador e se aproximando cada vez mais da política econômica conservadora, só vai ladeira abaixo….

    Não mobiliza a juventude, não cataliza mais a raiva dos pobres, não sinaliza que tem lado na luta de classes.

    Lula hoje é um retrato na parede, aquela imagem que vai se esvaindo na memória.

    Perdeu o tempo de se retirar e fazer a entrega de seu capital político, e de fato, nunca permitiu que outra liderança dividisse a cena com ele.

    Ficou anacrônico, não porque não se comunica em redes sociais, ou porque a mídia não lhe dá descanso.

    O PT e Lula sempre apanharam, mas sempre avançaram.

    De 1980 até certo tempo, eu acho, o PT sempre cresceu em todas as eleições, seja no parlamento ou nas majoritárias.

    O problema é que Lula e o PT ficaram sem ter o que dizer.

    Foram engolidos, “apropriados” ideológicamente pelo estamento conservador.

    Cumpriram o ciclo, parecidos com os popstars:

    Primeiro a rebeldia incontrolável, portadora das novidades, depois viraram moda, e enfim, a queda e o ostracismo.

    Aí, em desespero, viram um circo de horrores…os eventos de Lula hoje prenunciam gafes e impropriedades…

    Enquanto isso, Haddad passa a boiada.

  3. [15/2 13:56] Edivaldo Dias: Que há erros, não tenho dúvidas…mas que há uma preparação do terreno, que antecede a saída a campo dos institutos de pesquisas e indubitável. Agora quando gente do nosso campo, como esse grupo, não se dão conta disso minimamente, é porque a coisa e grave.
    [15/2 13:59] Edivaldo Dias: Esse tipo de atividade preparatória deixa marcas histórica e na história. Basta um pouco de inteligentsia para buscar os fatos e factóides que antecedem tais pesquisas. Está faltando contrapropaganda e contra inteligência.

  4. Sintomático que o DataFolha sai poucos dias depois da Transparência Internacional divulgar a percepção de corrupção do governo, com uma cobertura de 5 minutos no JN.*Pura coincidência, nada combinado.*

  5. As pesquisas são sensoriais e refletem um momento muitas vezes completamente descolado de análises mais profundas. Na época das fakenews e seu encontro com as mídias sociais é necessário muito cuidado e cautela na hora de tirar conclusões da amostragem reveladas em pesquisas. Para os tomadores de decisões, o choque de pensamentos no entendimento da melhor receita para o País; entre os que querem o corte de despesas e gastos para resolver as questões fiscais e os que querem reordenar a condução das políticas que regem a economia a fim de permitir um crescimento mais acentuado de todo o conjunto da economia – coloca a necessidade de qualificar tanto as pesquisas quanto a sua compreensão. A economia de um país é particular e as suas partes representam uma característica. A popularidade de um governo ou de um governante pode sofrer quedas relacionadas a assuntos ao longo dos dias, isso não deve alterar os rumos; nem do governo e nem dos tomadores de decisões que devem necessariamente ser capazes de entender os sinais.

  6. Lula não faz o contraditório ao “derrame” da direita nas tvs. Diariamente o distinto público é avassalado pelo noticiário e seus comentaristas a soldo. E o governo totalmente ausente do debate. Sidonio veio, viu e viaja por mares desde sempre navegados com a pachorra de sempre. O navio segue por suas rotas já tratadas desde 1500. O leopardo sempre bem alimentado pelo histórico “mudar tudo para continuar o mesmo”. Nada define melhor o Brasil do que Lampedusa. Lula tem dimensão política para liderar a América Latina mas onde a disposição para confrontar ? E não se trata de esgarçar o diálogo mas de conduzi-lo no que Lula tem de melhor: a sensibilidade para ver o caminho do centro. Mas hoje nem isso.

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