Em casa de Angra alvo da PF, Bolsonaro elogiou ontem Ramagem e minimizou operação

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jair, Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro estavam reunidos em Angra dos Reis, para uma live, horas antes de a casa ser alvo da PF

Os Bolsonaros reunidos em Angra dos Reis, horas antes de a casa ser alvo da PF – Foto: Reprodução

Horas antes de ser ocupada por policiais federais para a busca e apreensão sobre a investigação da “Abin paralela”, a casa de Angra dos Reis (RJ) da família Bolsonaro foi o cenário para o clã fazer uma “Super Live” na noite deste domingo (28), no qual o ex-presidente chegou a comentar sobre a operação.

Horas antes de ser ocupada por policiais federais para a busca e apreensão sobre a investigação da “Abin paralela”, a casa de Angra dos Reis (RJ) da família Bolsonaro foi o cenário de uma “Super Live” do clã na noite deste domingo (28), no qual o ex-presidente chegou a comentar sobre a operação.

Jair Bolsonaro e seus três filhos – Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro – este último alvo das Operações da PF nesta segunda, estavam sentados em uma bancada, com a bandeira do Brasil, para falar com seus seguidores de diversos temas, como as eleições deste ano.

O ex-presidente aproveitou a ocasião para comentar sobre as investigações que agora miram a sua família – a de que o seu governo criou uma Abin paralela e utilizava serviços de informação do governo para interesses próprios.

Então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência sob a gestão Bolsonaro, Alexandre Ramagem foi o primeiro alvo, na semana passada, dos policiais. Hoje deputado federal pelo PL do Rio, Bolsonaro disse durante a live que Ramagem era “um cara fantástico”.

Jair Bolsonaro também chamou a investigação de “narrativa”, minimizando o teor das acusações, e negou que tenha provas contra ele.

“Essa nova narrativa agora, ‘Abin paralela do Bolsonaro’. Essa acusação em cima do delegado Ramagem, um cara fantástico”, iniciou o ex-mandatário, afastando-se, inicialmente, da mira.

“Abin paralela ‘porque o Bolsonaro admitiu’. Aquela tal da sessão secreta, que o Supremo disse que tem que divulgar, era uma reunião com ministros. E por que nós resolvemos divulgar? Teve a decisão do Supremo, tudo bem, mas tinha acusação de que ali estava a prova de que eu interferia na PF. E não estava a prova ali”, disse.

Conforme o GGN mostrou na sexta, ao contrário do que afirmou agora, durante a reunião ministerial de 2020, Bolsonaro admitiu a existência de um “serviço de informação particular” e também admitiu que iria interferir, tanto em pastas de segurança, quanto de informação, durante o seu governo.

“Sistemas de informações: o meu particular funciona!”, exclavama, em determinado momento. “O serviço de informações nosso é uma vergonha! Por isso, vou interferir!”, confirmava, em outro. Relembre mais aqui.

Depois de defender Ramagem e negar acusações, ainda pela manhã, a família Bolsonaro deixava a casa de Angra dos Reis de barco, antes de os policiais chegarem para realizar busca e apreensão contra Carlos, hoje alvo da etapa investigativa.

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