Juiz da Lava Jato determina bloqueio de R$ 78 milhões de Lula

Assessoria do ex-presidente afirma que 'Lava Jato quer bloquear dinheiro que Lula nunca teve'

Jornal GGN – O juiz Luiz Antonio Bonat, que passou a ser responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba, decidiu no dia 18 de junho atender a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) para sequestrar até R$ 77,9 milhões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em nota, a assessoria de Lula ressaltou que o ex-presidente “não tem e nunca teve patrimônio sequer aproximado da quantia” que o juiz da 13a. Vara Federal de Curitiba determinou que seja bloqueada.

O pedido do MPF se baseia em um processo onde o órgão acusa Lula de ter recebido propina da Odebrecht por meio da compra de dois imóveis. Os procuradores da Lava Jato dizem que a empreiteira comprou um terreno no valor de R$ 12 milhões, onde supostamente seria sediado o Instituto Lula, e um apartamento vizinho à residência de Lula em São Bernardo do Campo (SP) no valor de R$ 504 mil.

A defesa de Lula nega as acusações. “A Lava Jato sabe muito bem que se trata de grosseria falsidade, pois seus procuradores e a Receita Federal fizeram uma devassa arbitrária e ilegal nas contas de Lula, de sua família, da empresa LILS Palestras e até do Instituto Lula, sem encontrar 1 centavo obtido ilicitamente. Lula sequer foi acusado de receber tais valores”, pontua a assessoria do ex-presidente ainda em nota.

O processo sobre a suposta compra do terreno e do apartamento pela Odebrecht para dar ao ex-presidente está pronto para ser julgado, porque já passou pela fase das alegações finais, onde as defesas de Lula e da Odebrecht e o órgão acusador – Ministério Público – esgotaram todas as manifestações.

Bonat, substituto de Moro

Bonat assumiu o julgamento dos processos da Operação Lava Jato de Curitiba em abril, substituindo Sérgio Moro, atual ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Antes de assumir porém, a juíza Gabriela Hardt comandou interinamente os processos. Ela sentenciou Lula no caso do sítio de Atibaia.

A defesa do ex-presidente acusa Hardt de copiar trechos e expressões idênticas que Sergio Moro empregou contra o petista na condenação do triplex – em razão desse primeiro caso, do apartamento no Guarujá, Lula está preso desde abril do ano passado na sede da Polícia Federal de Curitiba.

Sobre a decisão mais recente da 13º Vara Federal de Curitiba, pedindo o bloqueio de bens do ex-presidente, sua assessoria afirma ser “ilegal e abusiva”.

“Seu único resultado é produzir manchetes enganosas, associando o nome de Lula a uma quantia astronômica, como fez a Lava Jato em outros episódios”, pontua.

“O bloqueio sem fundamentação jurídica é mais uma medida de perseguição política para inviabilizar o sustento de Lula, sua família e sua defesa. A defesa irá recorrer de mais essa violência”, completa em nota.

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Julgamento contaminado

Na última terça-feira (25), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que Lula não poderá aguardar em liberdade o julgamento de um recurso contra sua condenação no caso tríplex.

O grupo voltará a se reunir em agosto para julgar o pedido de habeas corpus do ex-presidente e a suspeição do ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, no caso.

A defesa de Lula anexou ao processo as últimas informações reveladas pelo site de notícias The Intercept Brasil mostrando que, ao invés de manter distância do ator de acusação, o Ministério Público Federal, Moro atuava junto com os procuradores no sentido de garantir que os processos seguissem determinado curso, o que é proibido por várias regras da magistratura e da Justiça Criminal.

Caso a Segunda Turma do STF entenda que Moro agiu de forma a contaminar o equilíbrio do processo, todas as decisões tomadas por ele no âmbito da Lava Jato perderão seu efeito, inclusive a condenação de Lula.

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Redação

5 Comentários

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  1. Juízes e procuradores estão unidos no golpe.
    Glenn detonando Moro, cocaína no avião da comitiva presidencial.
    Não sei de onde ele tirou esse valor. Mas está servindo bem, de fumaça, para o momento.

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