Peça 1 – a justiça de transição
Justiça de Transição é o sistema de julgamentos que sucede a cada período ditatorial. Consiste, de um lado, no levantamento da memória do período, de expor as chagas dos crimes cometidos, dentro do lema “para que não se esqueça, não se repita”. Depois, na reparação dos crimes cometidos. No caso das famílias de desaparecidos, em indenização financeira e pedidos oficiais de desculpas em nome do Estado que acobertou ou comandou os crimes. Depois, no financiamento de iniciativas que ajudem a lembrar os crimes – como, por exemplo, restauração de locais onde se praticava a tortura, construção de museus de memórias etc.
A lógica da Justiça de Transição é deixar claro para o país – e, especialmente, para quem praticou ou foi omisso em relação aos crimes – que tais crimes não podem passar impunes e não podem se repetir. No mínimo, há que se ter uma condenação moral e pública para constranger os que tentarem, no futuro, repeti-los.
No caso da ditadura brasileira, não houve a justiça de transição. Na Constituinte, alguns juristas negociaram o esquecimento com as Forças Armadas, com o entendimento de que a Lei da Anistia absolvia todos os crimes, mesmo aqueles considerados crimes contra a humanidade.
Foi um acordo tão hipócrita que foram englobados nesse pacto até crimes cometidos após a promulgação da lei – como o atentado do Rio Centro e o assassinato da secretária da Ordem dos Advogados no Rio de Janeiro, assim como os atentados a bancas de revistas e tentativas de jogar bombas no centro do Rio.
Os responsáveis por esse pacto foram basicamente Sepulveda Pertence e Nelson Jobim que, mais tarde, tornaram-se Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Nas Forças Amadas, o pacto resultou em um processo de afastamento dos homens dos porões – os militares que estiveram na linha de frente da guerra suja, matando, torturando. Houve recompensas, para que pudessem iniciar a vida civil. Alguns ganharam garimpos, como foi o caso do Major Curió. Outros tornaram-se seguranças de bicheiros. Muitos criaram esquadrões da morte em vários estados. Grande parte ajudou a criar as milícias, que passaram a ocupar territórios inteiros em alguns estados.
A falta da Justiça de Transição permitiu, finalmente, que as milícias e os subterrâneos ganhassem o poder, através da eleição de Jair Bolsonaro.
A revisão da Lei da Anistia repousa há anos na gaveta do Ministro Luiz Fux, do STF, dentro da obscuridade que marca os pedidos de vista da casa.
Peça 2 – a ditadura civil instalada
Há enormes semelhanças entre a ditadura atual e o período pós 64, e entre os porões da ditadura e a Lava Jato.
Digo ditadura atual porque, desde que começou a campanha pelo impeachment, os direitos foram suprimidos no país – bem antes da chegada de Bolsonaro e preparando o terreno para ele. No período pós 2013, o discurso de ódio foi mais radicalizado ainda na mídia. Os Tribunais, especialmente de primeira instância, se envolveram no jogo político e toda forma de arbitrariedades foi cometida.
O Ministério Público Federal, em função da irresponsabilidade e exibicionismo dos procuradores da Lava Jato Curitiba e do Distrito Federal, tornou-se o bode expiatório responsável pelo estado de exceção. Mas o clima de exceção perpassou todos os poderes.
Algumas exemplos desse estado de exceção:
1. A humilhação dos funcionários do BNDES, submetidos em bloco a conduções coercitivas com acompanhamento de toda a mídia, por denúncia do Ministério Público Federal do Distrito Federal.
2. Julgamentos midiáticos em cima de denúncias falsas, como as acusações contra o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e operações contra o ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel, posteriormente arquivadas, mas que alimentaram as manchetes durante meses.
3. Procurador entrando em presídios e humilhando políticos presos, no episódio envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral Filho. Condução de Cabral algemado nas mãos e nos pés pelo delegado federal Igor de Paula.
4. Juíza intimando o cientista Elisando Carlini, por ter participado de um evento para discutir as propriedades medicinais da maconha.
5. Invasão da Escola Florestan Fernandes, com policiais civis paulistas arrombando janelas e intimidando idosos e alunos da escola.
6. O caso Rafael Braga, o catador de recicláveis preso em 2013 durante ato público do qual sequer participava, com suspeita de flagrante forjado. Contraiu tuberculose na prisão.
7. Jovens presos em uma operação em que houve espionagem por parte de um militar. Indiciados em um caso claro de flagrante forjado. Procuradores da República correram ao local, para impedir abusos contra a moçada. Foram denunciados ao Conselho Nacional do Ministério Público por colegas do MP de São Paulo, por se intrometer no trabalho dos colegas paulistas – que não compareceram ao local.
8. Juiz de Brasilia que quase matou José Genoino, ao proibir que recebesse atendimento fora da prisão, mesmo depois de ter sido submetido a uma cirurgia cardíaca de alta complexidade.
9. Prisão de lideranças da Frente de Luta pela Moradia em São Paulo, com falso flagrante imputando a elas práticas cometidas pelo tráfico.
10. Manipulação da sentença contra Lula pelo TRF4, com os três desembargadores majorando a sentença na mesma proporção, para impedir qualquer recurso, depois de constatado que a sentença inicial de Sérgio Moro, por engano, permitiria colocar Lula em liberdade.
11. Busca e apreensão na casa de um dos filhos do Lula pela Policia Civil paulista, tendo como justificativa um telefonema anônimo.
12. Grampo no Palácio do Planalto, a pretexto de controlar os celulares da Papuda.
13. Operação Carne Fraca, que comprometeu a carne brasileira nos mercados mundiais, transformando um problema de corrupção de fiscais sanitários em uma crise do setor.
14. Proibição para que diversas universidades ministrassem cursos sobre o golpe de 2016
15. Ação concatenada de Tribunais Regionais Eleitorais, autorizando invasão de diversos campus universitários pela Polícia na véspera das eleições de 2018.
16. Ação coordenada da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União permitindo invasão de campus universitários e humilhação de professores, levando ao suicídio o reitor Cancellier, da Universidade Federal de Santa Catarina.
17. O jornalista mineiro premiado, jogado na cadeia pela polícia civil de Minas Gerais, por críticas a Aécio Neves.
Nenhum desses abusos foi denunciado como tal pela mídia na época. Sequer provocou um respiro de indignação democrática. Nenhum dos responsáveis respondeu a qualquer processo por crime de abuso de autoridade e sequer a uma condenação pela mídia. Convalidou-se o Estado de Exceção com a mídia praticando o jornalismo de guerra e os tribunais aplicando o direito penal do inimigo.
Agora, depois que o furacão Bolsonaro mostrou um perigo concreto, há um aggiornamento rápido e oportunista dos principais agentes do período de trevas, na mídia e nos tribunais superiores, assumindo a função de arautos da democracia e dos direitos. Hoje em dia, Pode-se criticar a Lava Jato sem risco.
Os crimes contra a democracia foram esquecidos e, como tal, estão sujeitos a serem repetidos.
Peça 3 – o papel do Supremo Tribunal Federal
Assim como a mídia, desde o mensalão o STF avalizou as arbitrariedades e ilegalidades da Lava Jato e convalidou aquelas politicamente mais relevantes, todas – repito TODAS – as que tinham implicações diretas em favor do impeachment e da prisão de Lula.
1. A votação da prisão após 2a instância, que poderia abrir espaço para a libertação de Lula antes das eleições. A Ministra Rosa Weber, originalmente contra a prisão em 2a instância, mudou seu voto em nome da “colegialidade” – isto é, para não ficar contra a maioria. Seu voto, por ser de desempate, definiria a maioria. Ou seja, antes de ser proferido, não havia maioria e, portanto, nenhuma razão para a tal colegialidade. Seu voto foi recheado de citações de juristas internacionais. Um repórter da Folha, na época, consultou a jurisprudência do STF e constatou que a maioria dos juristas citados constavam de votos do Ministro Luiz Edson Fachin, jamais de Rosa Weber.
2. Os algoritmos do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral, com os sorteios dos casos mais sensíveis sempre caindo com Ministros dos quais já se sabia de antemão a posição – os de Lula e Dilma com Ministros anti-PT; os de Aécio Neves e José Serra com Ministros pró-PSDB, em ambos os casos os mesmos.
3. A autorização para a prisão de um senador da República, com base em uma grampo induzindo a uma informação falsa – a de que Lula e André Esteves, do BTG Pactual, teriam proposto uma fuga a um dos delatores da Petrobras. Notícia falsa, mas que permitiu novas prisões preventivas.
4. Impedimento de Lula assumir a Casa Civil de Dilma com base em um grampo triplamente falso: fora do prazo permitido; envolvendo conversa com a presidente da República, portanto fora da alçada da 1a instância; por não dizer respeito aos fatos investigados, não poderia ter sido divulgado. Mesmo assim, foi acatado pelo STF.
É canhestra a tentativa de atribuir os recuos do STF a um mero Twitter do general Villas Boas. Ou mencionar algumas discordâncias do STF em relação à Lava Jato, em episódios de menor relevância, como álibi para apagar a história do período. A opinião militar ganhou peso porque, antes disso, o jornalismo de guerra convalidou o vale-tudo contra os adversários políticos, transformados em inimigos.
Desde o mensalão, o fuzilamento moral pela mídia impôs o discurso de ódio, o primado de que os fins justificam os meios, promovendo escrachos em aeroportos contra qualquer Ministro que ousasse conceder o reconhecimento dos direitos dos réus, por mais inexpressivos que fossem seus gestos – meramente acatando um embargo de declaração, por exemplo.
Peça 4 – o novo pacto da anistia
Assim como no fim da ditadura, esboça-se atualmente um novo pacto de anistia. É relevante por duas coisas: por explicitar a ansiedade dos pactuadores em superar rapidamente o clima irrespirável do momento; mas por se saber claramente, hoje em dia, os resultados de sair dos períodos de exceção sem uma justiça de transição, sem punição – ainda que meramente moral -, uma autocrítica, um pedido público de desculpas pelo mal que causaram, abrindo espaço para a ascensão das bestas do Apocalipse na condução do país.
A falta de punição permite a instrumentalização dos princípios e a reiteração dos abusos. O sujeito, jornalista, político, homem público, Ministro, pula de um barco para outro e pode voltar para o barco inicial sem risco de ser exposto e podendo retornar daqui a pouco ao barco do golpismo.
A força desses homens-bambus (que acompanham o movimento dos ventos) reside em sua exposição pública. A imagem pública de alguém deveria ser a síntese dos atos que pratica. E um dos atributos é a coerência em torno de princípios claros. Bolsonaro é coerente, no alinhamento com a barbárie. Mas os novos campeões da democracia, não são. Nós sabemos o que eles fizeram nos últimos verões.
Não se trata de revanchismo, de criminalizar pessoas, mesmo porque o grande pacto nacional tem que se dar em torno de um amplo processo de pacificação. Mas se trata de expor e condenar as práticas nas quais incorreram.
Juristas progressistas, que avalizaram o impeachment, precisam admitir que transformar um problema contábil em crime de responsabilidade é uma violência contra a democracia. Ministros do STF que aceitaram o estupro da Constituição, sob o argumento de que a presidente tinha perdido condições de governabilidade, tem que assumir que seu papel é defender a Constituição. Imprensa que praticou, e ainda pratica, o jornalismo de guerra, tem que buzinar aos quatro cantos que os princípios legitimadores do jornalismo são a defesa dos direitos e a diversidade de opiniões. O PT tem que admitir que o excesso de pragmatismo político comprometeu todo um projeto popular e expôs aos inimigos a Petrobras.
Sem essa purgação dos pecados, tudo será como antes. Ou seja, se os fins procurados exigem garantismo, tornam-se garantistas; se os fins exigem punitivismo, punitivistas se tornam, sem a menor preocupação com a coerência. Voam da intolerância mais abjeta para o legalismo mais defensável sem serem cobrados. Qual a garantia de que, passado o fantasma Bolsonaro, não retomem o discurso de ódio do período anterior, sabendo que a memória publicada e televisada tem prazo de validade, não quer saber os pecados que foram cometidos.
É esse país de hipócritas que se deseja legar para as próximas gerações?
Há um pacto em andamento, similar ao pacto da anistia, que consiste dos seguintes passos:
* Atribuam-se todos os abusos do período à Lava Jato Curitiba, ao brilho inexcedível de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, que conseguiram ludibriar mídia, Supremo, tribunais superiores.
* Considerem-se todos os escorregões do STF como fruto da ação incomparavelmente maliciosa de Moro explorando a boa fé de Ministros ingênuos (levante alguns casos irrelevantes, em que decisões de Moro foram reformadas, para defender a ação isenta do Supremo no período).
* Atribua a adesão incondicional da mídia à Lava Jato como reflexo legítimo da indignação com a corrupção, mesmo que tenha feito a divisão entre os corruptos do lado de lá e os do lado de cá, e poupado os amigos.
* Esqueça que todos os abusos da Lava Jato foram testemunhados por repórteres setoristas, alocados em tempo integral da operação e que esconderam as torturas inflingidas a presos, as retaliações contra delegados que reagiram contra as ilegalidades. Diga que foi a astúcia incomparável de Moro que permitiu levar a mídia no bico e todos se beneficiaram profissionalmente da parceria por idealismo desprendido.
Peça 5 – Moro e a Lava Jato
A figura pública de Sérgio Moro foi exposta pela primeira vez como Ministro da Justiça. Na Lava Jato era apenas o juiz monossilábico que se manifestava através de sentenças mas que, nas audiências, mostrava uma timidez surpreendente para o personagem criado pela mídia.
Conhecendo, agora, ele, Deltan Dallagnol e seus colegas, dá para apostar na narrativa dos seres cerebrais, que manipularam STF, mídia, tribunais superiores? É evidente que não. Foram apenas instrumentos de um jogo muito maior. Aliás, ambos, juiz e procuradores, foram a parte mais viciada da aliança nacional pelo impeachment, pelo excesso de pequenas ambições, pelo discurso salvacionista e pelo deslumbramento tipicamente provinciano.
Na Vazajato, juiz e procuradores, que se tornaram a principal peça para derrubar uma presidente da República, se encantavam com o mercado de palestras, com os convites para salões grã-finos, com os cachês recebidos, em fazer bonito para a sua Igreja e para seu banco de investimento de predileção, ou em exibir fotografias de viagens internacionais em seus perfis, em uma demonstração típica de agentes políticos microscópicos, que agiam apenas como bactérias oportunistas sobre o tecido social e político do país.
Transformá-los em bodes expiatórios não melhorará em nada a democracia brasileira. Apenas mudará a guarda para as próximas aventuras antidemocráticas, para as quais serão convocados novos personagens dos porões.
Peça 6 – o novo arreglo da anistia
A Justiça de Transição que o país necessita não é a a execração pública de pessoas, não é ajoelhar no milho nem se vergastar em público. É uma desafio institucional, um pacto entre poderes, especialmente aqueles mais responsáveis pelo macarthismo do período anterior, assumindo as culpas institucionais.
Um primeiro ensaio de autocrítica seria a defesa intransigente de um aprofundamento da democracia e não apenas da perna penal da Lava Jato. Por exemplo, cobrar do Procurador Geral da República Augusto Aras a recomposição da área de direitos humanos que tem em cargo chave, hoje em dia, um procurador terraplanista de ultra-direita. As áreas de direitos humanos têm sido desmontadas no âmbito da Procuradoria Geral da República, sem um centésimo da repercussão dos temas da Lava Jato. Apoiar o PGR sem exigir a contrapartida da recuperação da defesa dos direitos difusos e das minorias, é hipocrisia.
Um segundo ensaio seriam manifestações de Ministros do Supremo – especialmente os que mais se lambuzaram com o clima da Lava Jato – de afirmação dos princípios constitucionais e o fim da manipulação das eleições com suas decisões. E uma defesa firme dos direitos daqueles que eram e continuam sendo tratados como “inimigos’.
Um terceiro ensaio seria a mídia ir além das meras manifestações de fé na democracia e assumir a defesa intransigente das vítimas do outro lado – lideranças rurais e indígenas assassinadas, jornalistas independentes massacrados por ondas de processos, o genocídio na periferia etc.
Principalmente, o reconhecimento que foi essa guerra política irresponsável, essa exploração do ódio, do direito penal do inimigo que levou o Brasil ao ponto mais baixo da degradação moral, com a eleição e, mais do que isso, a contemporização com a presidência de Jair Bolsonaro.
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Muito bom, simples assim.
Luis Nassif, Nassif, se me permite, bato papo com você todos os dias, sim eu aqui falando com a tela do meu PC e você aí respondendo sempre certeiro, meu muito obrigado pela sua contribuição.
Saiba que estamos aqui atento e ouvindo, seu trabalho é muito importante.
Concordo que muito bom. Mas, inexplicavelmente, faltou nos exemplos do item 2 o, indiscutivelmente, maior de todos: a humilhação pública e ILEGAL em todos os sentidos de Lula, na sua espetaculosa condução coercitiva.
“…É esse país de hipócritas que se deseja legar para as próximas gerações?…” 90 anos de NecroPolítica do Estado Ditatorial Caudilhista Absolutista Assassino Esquerdopata Fascista. 40 anos de farsante Redemocracia. 30 anos de fraudulenta Constituição Cidadã entre Partidos, Governos e Personagens pseudo Progressistas, Socialistas e Socializantes. Toda Estrutura do Estado, toda Estrutura do Poder Judiciário, toda a Legislação, entre Procuradores e Desembargadores por todo o país. Todas indicações do STF. O resultado é este lixo?! Sabemos. O Sistema de Governo, de Estado, Estrutura Política que ‘Fracassados’ fizeram fracassar? Também sabemos. “A Nação que fracassamos”. Sabíamos desde o início que não tinham capacidade para mais que isto. E pagamos por nossos erros e omissões. O Linchamento Público com o uso do Poder Judiciário é a base das Elites da Esquerda, a partir de de SP tomando conta da Política Nacional acusando Paulo Maluf. ‘Nós contra eles’. ‘Honestos contra desonestos’. ‘Acusações criminais com cabo leitoral de moralidade progressista da Esquerda’. Juízes e Promotores na base de apoio desta estratégia política. Agora, depois de 40 anos, que isto se tornou em ‘Bode Expiatório da Hipocrisia Nacional’? Realmente é muita hipocrisia. Mas explica estes 90 anos de NecroPolítica, replicados na latrina de 4 décadas de farsante Redemocracia. Pobre país rico. Agora tudo bem. Famílias, Patrimônio, Meritocracia, Ações de Estatais Privatizadas, Porte de armas livremente, Polícia rigorosa, Pensões e Aposentadorias Públicas (vindas do Brasil) Nababescas, muito dinheiro, muito capital, Residências, Cidadanias, o Totó, Sogros, Netos, High School’s, Harvard’s, Cambridge’s,…Good Bye. Mas de muito fácil explicação. (Cuba?(licença poética) KKKKKKKK)
Grande Nassif. Mais um belo Xadrez. Só um reparo. Na lista dos exemplo do estado de exceção, senti falta da decisão judicial de soltura do Lula do desembargador Fraveto descumprida pela policia federal do Parana com base num oficio do Moro de férias dizendo que Favreto era “autoridade absolutamente incompetente” para aceitar ou não um habeas corpus do ex-presidente, já que o mesmo TRF-4 havia ordenado sua prisão, chancelada depois pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ou seja, um delegado da policia federal não cumpre uma ordem de um desembargador federal em função de um ofício de um juiz de piso. Quem pariu esses monstros ? O STF, na minha opinião.
Talvez seja esperar demais de nossas elites e nossa classe média qualquer gesto de humildade e desprendimento. Mas, não podemos deixar de sonhar.
Maravilha de texto, Nassif.
Texto maravilhoso, mas vou fazer um reparo, sinto muito.
É em relação ao tal “excesso de pragmatismo do PT”. Oras, vamos ser realistas!! O “excesso de pragmatismo” é o avesso disso: o PT e Lula erraram quando, por IDEALISMO, fizeram do STF um local de prática identitária, quando deixaram o MPF deitar e rolar, quando soltaram as rédeas da PF.
Foi JUSTAMENTE a FALTA de pragmatismo que ENTERROU Dilma num autismo político que terminou por derrubar o governo, a república, a permitir a recolonização do Brasil.
Não me venham falar em “excesso de pragmatismo” do PT, porque tudo o que os mais “altos ideais” políticos pregam, Dilma pôs em prática, com os desastrosos resultados que conhecemos.
Bravíssimo! Síntese poderosa e revigorante no que concerne à possibilidade de que todo esse desastre se converta num mote transformador (dedos cruzados e fé na espécie, a mesma que foi capaz de tanto desatino). Só empaquei com “O PT tem que admitir que o excesso de pragmatismo político comprometeu todo um projeto popular e expôs aos inimigos a Petrobras.” Não seria exatamente o oposto disso?
Sem chance.
Essa torcida parte do pressuposto de que há grandes diferenças entre, por exemplo, a rede globo e os boçalnaros alem da pauta lgbt.
Quem viu a declaração do Mourão entendeu que são todos feitos da mesma lama, do mesmo barro, só o tempo de cozimento que difere. Generais, globais, mercado… eles VENCERAM; este governo É DELES. O resto é movimentação pra ver quem fica por cima e quem fica por baixo.
Derrubaram o PT, PT, PT e prenderam o Lula NO GRITO. Impressiona que os mesmos que demonizam a estratégia de conciliação pela governabilidade agora falem em “pacto”…Ora, a direita JÁ FEZ o pacto dela, de jogar o Partido dos Trabalhadores no mar e salgar o terreno da esquerda pra não crescer mais nada.
Crimes foram cometidos e tem de ser severamente punidos.
Perfeito!
Jura que você realmente acredita que isso vai acontecer??
Nunca será revista a Lei de Anistia.
A mídia já pegou os poucos botes e está desembarcando do Titanic que ela ajudou a bater no iceberg – prova disso é ela aceitar o capital estrangeiro nas mídias nacionais, coisa que vivi pra ver . Nossa elite miserável está no momento preocupada em passar a mão o máximo possível no que o estado brasileiro ainda tem de valioso até a hora de picar a mula daqui,umas horas antes da bomba explodir de vez, ao estilo de gente como Baby Doc, o genocida do Haiti. A elite raiz não quer saber mais daqui. Os Civvittas já mostraram o caminho das pét’las pra elite miserável. O jeito que estão passando o patrimônio do país pra grupos privados é uma vergonha – vide Petrobras, embraer, dinheiro de graça do BB pro BTG, banco ligado umbilicalmente a Paulo Guedes. Aliás, o Chi-Cago Old Boy tá acelerando esse butim porque já sentiu que Bolsonaro , vendo que o auxílio emergencial lhe impediu perda de popularidade, vai querer agora ter dinheiro pra dar migalhas ao povo em desespero – e isso é uma afronta à cabeça velha dele. Aliás, eu diria que o próximo alvo que o boçal quer eliminar é Guedes – ainda mais depois da saída de Moro, que não lhe arranhou em nada a popularidade.
A única coisa que poderia forçar um acordo dessa natureza seria uma guerra civil ou a ocorrência de um movimento jacobino, pois a vantagem do empate ficará com quem se beneficia da ditadura civil.
Lembrando também que a Espanha também não puniu os agentes do franquismo durante sua redemocratização e muito do que rola politicamente lá passa por isso.
Nao basta execrar moro e dallagnol, os milicianos no poder precisam ser apeados e presos.
Mas por maior que seja sua boa vontade com os poderes instituidos, Nassif, o grande acordo nacional com supremo com tudo não contempla devolver o governo ao PT nem desculpas a Lula. Vão apenas até trocar Bolsonaro por alguém mais “palatável” e só
Ótimo artigo, mas faltou o principal, o que está acima de todos esses problemas: a interencia americana.
Retrospectiva tremendamente abrangente e necessária. A comparação do que se está fazendo agora com a anistia e a constituinte representa bem o pacto da casa grande que o Brasil vive há séculos.
Não que seja relevante, mas o filho de uma jornalista “especializada” em economia, que só repete mantras do mercado na TV e nem sabe traçar a tangente de uma curva, o filho dela escreveu a biografia do Sérgio Moro. Gente desavergonhada, que mostra o nível de nossa infeliz imprensa comercial.
Quem participar de um novo acordo anistiador, estará comentendo os mesmo erros que nos trouxeram ate aqui. Desde a fundação da republica se faz estes tipos. Passando pela.morte de Vargas, imbróglio Jango, 64 e agora 2016. Esquecem as tragédias do saque às riquezas, das reputações destruídas, das perseguicoes, das vidas perdidas . E ato continuo, tudo pronto para um reinicio das mazelas e outro momento.
Um belo trabalho de jornalismo analítico, com enquadramento plausível de fatos pretéritos. Ainda assim, contrói uma narrativa-prognóstico alentada no perseverante idealismo otimista de Nassis.
A hipocrisia nacional aliada Ao “mudar pra que tudo fique como está” resulta em golpes periódicos e perdões ao imperdoável. Mas ressalvo que o PT é vítima desse modus operandi das oligarquias.
Para mim.a essência do post está no reconhecimento,ainda que tardio,de que vivemos uma ditadura.
Isto posto,todas as análises ,com as quais concordo muito,ficam bastante prejudicadas. como estamos em um período ditatorial e nenhuma mudança significativa pode ser notada nos estratos sociais que compuseram a ira golpista,não há como se imaginar,ainda,qualquer período pós golpe.
Tenho a discordar,como desde o início desta malfadada operação dita lava jato,que o PT não deve desculpas nenhuma a ninguém. Esta operação,por si só,demonstrou que os níveis de corrupção ,embora ainda existentes,foram reduzidos de forma astronômica,inclusive reconhecida,à época,por setores menos envenenadados dos bicudos emplumados e,desde seu início,sempre comentei,que não acreditava nesses percentuais de 1 ou 2% já que,se fossem verdadeiros,estariam em níveis inferiores aos existentes na iniciativa privada.
Portanto,se tem alguma coisa que impede que parte da sociedade brasileira venha a enxergar a realidade é o “senso comum” reverberado por vários veículos da chamada mídia alternativa,inclusive este,sobre o maior escândalo de corrupção da história do país e do presidente Lula como seu maior responsável.
Se não corrigirmos esse ponto,dificilmente conseguiremos sair desse emaranhado em que a mão invisível do golpe conseguiu nos enredar e que ainda comanda,assim como em grande parte do mundo,esse caminho nefasto que percorremos.
E todo esse a acordo se desse certo serviriam para quê? Eleições? Alguém acredita, depois de 40 anos, que eleições são fatores de mudanças no pais? Alguém acredita que esses políticos sem vergonha são a favor da educação e saúde públicas recebendo dinheiro ou sendo proprietários das empresas privadas? Alguém ainda acredita que com um congresso, executivo e judiciário sequestrados e alheio aos problemas do povo haverá mudanças no país?????
Esse país não mudará com boas intenções, essas aparecerem sempre que a oligarquia apronta e se vê num sinuca de bico, sempre um pacto é proposto, sempre canalha, sempre lesivo ao povo, patranhas para continuar tudo como dantes…..
Maravilhoso artigo, clap, clap, clap! Só que… não vai rolar.
Obs.: A lista sempre pode crescer, eis algumas contribuições:
* A ilegal e espetaculosa condução coercitiva do Lula.
* A assunção oficial por parte de Huguinho, Zezinho e Luisinho, digo, do TRF-4, quando não tinha mais argumentos para defender o triplo erro do Moro no grampo (apontado pelo Nassif), explicitamente escrito na sentença, de que situações excepcionais exigem procedimentos excepcionais, ou seja, o Direito do Inimigo, ou o Estado de Exceção.
O Nassif sempre com um passo adiante pensando o Brasil. Grande admiração pelo profissional e pelo ser humano Luis Nassif!
Ah, sim, e o “basicão”: condenação de Lula por corrupção passiva sem provas de que ele tivesse recebido, ou pedido qualquer vantagem, seja no caso do apê, seja no caso do sítio. Eu, que sempre passei férias na casa de campo da minha tia, que não ligava pra ela por ser muito rica e preferir viajar pra Europa etc., fiquei preocupadíssimo com a possibilidade de ter meu crime de patrimônio oculto descoberto.
Muito bom, Nassif. Um texto que será lembrado nos anos que virão.
A Lava Jato foi um cavalo de Tróia para destruir os pactos firmados nas Diretas Já e na Constituição de 88 e colocado em prática no entre impeachments.
A operação se valeu do cavalo do antipetismo para destruir por dentro a social democracia brasileira.
Minha decepção com o FHC intelectual foi não ter percebido que o seu partido foi tão alvo como o PT. O banana até ajudou o processo com suas entrevistas semanais, seu sorriso de deboche e suas alfinetadas no Lula.
Há muito o PSDB deixou de pensar o Brasil, virou um partido de nicho. Provavelmente o FHC tem opiniões mais relevantes sobre os pactos eleitorais no interior paulista que sobre algum contraponto democrático ao governo Bolsonaro.
O mesmo se deu com o (P)MDB. A banda do temer achou que se usasse aquela ponte de capacho eles seriam reconhecidos como foi o Itamar.
(P)MDB e PSDB sofreram mais com a lava jato que o PT. Provavelmente os dois partidos mais o PT juntos sairão das eleições municipais do tamanho que qualquer um dos três sozinho era há 6 anos.
Tudo o que foi construído da queda do Collor à queda da Dilma está em risco. O pacto que permitiu PT e PSDB governarem no executivo com o apoio do (P)MDB foi destruído pelo desejo de destruir o PT, numa guerra total em que só sobraram as baratas do bolsonarismo após o apocalipse nuclear.
Gostei da frase “que agiam apenas como bactérias oportunistas sobre o tecido social e político do país.,”……Eu diria que foram vírus oportunistas…..que utilizam as células do corpo hospedeiro(tecido social) para se reproduzir e destruir “por dentro”…….
Esqueceu de citar a necessidade imperiosa da recuperação dos plenos direitos políticos do Lulão, para que a redemocracia aconteça e a hipocrisia arrefeça.
São matérias como essa que fazem a gente iniciar bem a semana e o novo mês mesmo com essa pandemia.
Como diz o ditado esperança é a última que morre. Só que no caso da lavajato e do desmonte promovido por ela acredito que dona esperança corre sério risco de passar dessa para melhor.
Os articuladores da lavajato e todos os participantes, executores, omissos, pessoal de apoio e divulgação não serão cobrados por nada muito menos expostos.
O que ocorre hoje é uma disputa entre dois grupos pelas informações coletadas e arquivadas por essa, que penso ser uma enorme operação de espionagem chamada lavajato.
O atual presidente e seus comandados não parecem ter interesse em expor todas as armações e abusos da operação e, assim, correrem o risco de aniquilar com a plataforma de campanha que foi baseada no antipetismo produzido.
E o pior é que agora teremos dois grupos com uma quantidade enorme de informações que poderão ser empregadas para vencer eleições através de chantagens e ameaças. Como já fizeram com o grupo específico que todos sabemos qual é.
Resta saber se a imprensa corporativa, que foi peça fundamental até agora, será aliada desse possível novo grupo para promover eventual difamação coletiva. Se entre as informações coletadas estiver demonstrado o envolvimento dos grupos de imprensa com tudo o que aconteceu a cooperação poderá ser uma realidade.
Podemos estar assistindo ao inicio de uma nova operação com um desfecho impensado. Imaginem um banco de dados como esse nas mãos de pessoas como o presidente e seu núcleo duro de apoio? Deve ter muita gente perdendo o sono por aí.
Análise mais uma vez brilhante e consistente.
Não quero ser o pessimista de plantão mas esperar que a elite brasileira em seus mais diversos setores, que agiram de forma coordenada no melhor estilo consócio, deixem de ser golpistas e amantes da democracia a qualquer tempo e ocasião é como esperar nevar no inferno.
Continua sonhando.
O brasileiro é um burro incorrigível e barato demais, ou seja, é um burro pé duro e em 2022 reelegerá bolsonaro.
os pobres se venderem por R$ 600,00.
a classe média pela destruição dos direitos que os pobres haviam ganhado nos governos petistas. Conheci mulheres que babavam de raiva por causa das cotas.
Os ricos por milhares de vezes r$ 600,
Pode anotar.
Muito bom esse xadres. Concordo com todos os reparos dos comentarios. Mas entendo que , por importantíssimos. Que foram essas ausências ainda faltariam mais exemplos das merdas e barbaridades cometidas. Mas tudo o que foi dito é mais do que suficiente.
Excelente!
Prezado Luis Nassif, admiro seu trabalho desde que lia sua coluna de economia no J. da Tarde que meu falecido pai comprava todo santo dia. Sua ‘leitura’ do país se estendeu ao campo político de maneira ímpar. Parabéns! Posso não concordar 100%, mas você e o GGN tem minha total confiança. Força aí! Ainda mais depois da perda de sítios como o ‘Conversa Afiada”…
muito bem colocado.
O Brasil, diferentemente de todos nossos vizinhos, não conseguiu julgar os crimes da ditadura. Não conseguiu, sequer, divulgar esses crimes cometidos por representantes do Estado, contra seus cidadãos . Aceitar a anistia para o reu e a vitima , sob a falsa colocação de “crimes conexos”, foi o maior erro dos legisladores do “pacto pela anistia”. Tirou dos brasileiros o direito de conhecer sua historia e permitiu que os ditadores passassem suas versões da realidade, para as novas gerações .
Assim, compara-se a defesa da democracia, com um golpe de estado volento e sangrento, contra a democracia.
E mesmo os mais velhos, contemporâneos desse período, se confundem com essas versões. Quem nao teve um parente ou amigo “desaparecido”, já não sabe onde esta a verdade.
E aí, ouvimos dos militares que, do lado deles, também foram muitas as vitimas de crimes da ditadura.
Quantos e em que condições esses militares morreram ou foram torturados? Existe uma minima medida de comparação? Algum deles foi apreendido pelos defensores da democracia, na calada da noite, e desaparecidos em alguma cova sem identificacao… ou foram baixas em serviço ? Servico sujo, é verdade, mas ainda assim, cumprindo ordens do estado.
E aí, chegamos aos dias de hoje, repetindo o mesmo erro histórico , do brasileiro bonzinho, que tem que olhar para frente, sem resolver seu passado.
Os que foram vitimas desse passado recente, que guardem sua sede de justica, pela paz dos culpados e omissos, que se acham no direito de pular do barco e perguntarem “Onde erramos?”
E eles mesmos não se incluem na pergunta.
Agora, o bonito é relembrar Mandela. Aquele que perdoou seus algozes e levou toda a Africa do Sul a buscar um novo caminho pa a convivencia pacifica.
Mas, por ma fé ou desconhecimento, ninguém está falando do julgamento daqueles que cometeram crimes no período do “apartheid”.
Da fila de cidadãos brancos pedindo desculpas aos negros e seus familiares. Em publico. E ouvindo das vitimas “ Eu te perdôo.
O perdão , até o maior de todos, o perdão divino, só pode acontecer depois do arrependimento e confissão do crime cometido, por pensamentos, atos e omissões .
Se não houver pedido de perdão, nao pode existir o: eu te perdôo.
A fila dos “homens e mulheres de bem”, que tanto mal fizeram aos seus “inimigos políticos”, que colocaram o pais todo nesse caos, tem que confessar e pedir perdão. Principalmente ao LULA , maior vitima desse massacre.
E depois, vamos juntos tentar salvar o que for possivel
Com alívio vejo que, finalmente, um jornalista de peso reconhece que vivemos sob um regime ditatorial e expõe as evidências disso. Mas, lamentavelmente, ainda vemos figuras de peso se referirem à “democracia brasileira em risco” ou sandices semelhantes. Não há nenhum risco à “democracia brasileira” porquê ela foi banida do país pelos golpistas de 2016. Só não vê quem não quer.
Muito bem, Nassif! Como sempre, uma ótima análise!
Na verdade, o golpe não foi bem contra o PT e seus dirigentes, mas, sim, CONTRA O BRASIL E O POVO BRASILEIRO!
Abraços.
João Brasileiro
Lembro-me bem do depoimento de Lula a moro durante o julgamento do “caso triplex”. Lula disse: “não sei como o senhor entrou nisso, mas sei como vai sair”. Já tentei encontrar essa fala no youtube mas são mais de quatro horas de depoimento e não fui capaz. Lula profético. O desmonte da lavajato torna-se um imperativo republicano. Uma operação policial que torna-se policial-jurídico-midiática, sem prazo para terminar e, a depender dos humores secretados por Curitiba, não acabará nunca, transformando-se num quarto poder da república. E não haverá, a despeito de hercúleo esforço da rede globo, nenhuma maneira de separar cirurgicamente os dosi irmãos xufópagos agentes principais dela: moro e dallagnol. Estão mais que quânticamente emaranhados…
Fachin, aquele do ha ha huu huu o fachin é nosso !!! derruba decisão do toffoli, aquele tutelado por general, e com essa decisão, blinda a quadrilha de curitiba
O pacto é só para os patos.
O Brasil acabou, e só os ingênuos ainda não viram que somente com uma guerra civil um pacto será possível
O artigo é ótimo como história.
Todo mundo sabe que a Lei de Anistia nunca será revisada.
E as indecências que produziram a deposição da Dilma são de interesse para historiadores, nada mais. Dilma Rousseff jamais voltará.
Pois bem, o que faremos para a eleição presidencial de outubro de 2022? Só faltam 25 meses.
Como o campo popular e democrático vai produzir uma candidatura para impedir a reeleição de Jair Bolsonaro?
Esse é o nosso problema, não o passado.
nÃO ESCREVI HOJE CEDO QUE O NASSIF ESTÁ SONHANDO!!!
O FRAQUIM JÁ MATOU NO PEITO E BARROU O REPASSE DAS INFORMAÇÕES DA LAVA RATO PARA A PGR.
SÓ FUZILAMENTO, A COMEÇAR POR ESTE FRAQUIM RABO PRESO.
O tal ” ponto fora da curva” vira “desvio” e, assim, os criminosos, de hoje, seguirão impunes como os de ontem. O Brasil seguirá seu rumo como se 1964 e 2016 nunca tivessem acontecido. Togas, coturnos ou o que vier para humilhar a nação, continuarão livres para torturar, humilhar e matar brasileiros, por muito tempo, ainda.
Seu Xadrez é perfeito! Meu único reparo é qto a ” autocrítica” do PT que é DESESPERADAMENTE, exigida por todos os partícipes do golpe, por uma razão muito simples. Se a vítima de perseguição política, tortura,calúnia, difamação ou qq tipo de violência “assume” sua parte no evento, acaba oferecendo aos controladores da narrativa, elementos de justificativa pra o crime cometido ou “deslitimiza” a denúncia.
O desespero pela autocrítica do PT é pq contam com ela para fundamentar a narrativa de paridade que atenuaria os crimes cometidos por membros do Judiciário e MP contra o Brasil e,não contra o PT. O PT, foi alvejado pelos criminosos, justamente, por resistir aos ataques perpetrados pelas instituições contra o país que governava. Ah mas se o Governo não cedeu às chantagens feitas por membros das instituições à soldo de outro país,então é responsável. Devia ter cedido… Aham, para nas próximas eleições ou primeiro conflito de interesses, ser acusado de ser cúmplice de TSE,MPF e STF do desmonte do país. A meu ver, portanto, agiram corretamente. De onde estão, hoje, podem denunciar os criminosos sem que esses, possam chantageá-los como sempre fizeram e fazem.
Exigir retratação do PT pela perseguição sofrida é o mesmo que exigir dos torturados, familiares de desaparecidos e assassinados sua parcela de culpa no evento para anistiar os torturadores. Ao fim e ao cabo, foi o que aconteceu e os assassinos e torturadores estão por aí, “de boa na lagoa”.
A autocrítica do PT é só pra liberar os criminosos, de hoje, de responderem por seus crimes.
O melhor texto do jornalsmo brasileiro dos últimos anos.
Caro, Nassif.
Só faltou uma peça fundamental em seu tabuleiro que você não mencionou.
Lula. Como reparar o que foi feito? O STF julga, o absolve e encerra o caso?
Este xadrez é sem dúvida um dos melhores que já li do Nassif, expõe com clareza é muita facilidade de entender as vísceras da política brasileira.
Ainda na primeira metade dos anos 80 saí de casa atrás de melhores condições de vida na cidade grande. Me lembro como se fosse hoje das recomendações do meu saudoso pai, eu à época mais novo do que minha filha é hoje, ela com 22 anos. Me disse ele, sabedor das minhas inclinações pela política, “filho, não te mete em política, eu conheço, é um vale tudo desprezível que não vale a pena trilhar”, mas, a política tem um bichinho, é como futebol, quando se gosta não tem jeito, embora tenha decidido não ter estômago para fazer parte ou viver dela, sempre estou nas arquibancadas, e é delas que vejo a anos o agravamento, aqui em nosso pais, do que já é grave.
Não há como negar os avanços da sociedade brasileira para melhor nos tempos do Lula, é avalio que a seguir neste caminho, o Brasil hoje seria outro, por isso estou certo que grande parte da nossa degradação vem de fora. Isto precisa mudar pois senão, fatalmente nos levará a uma divisão que culminará em uma guerra civil e na conseguinte destruição do nosso pais.
Nassif
No momento deste xadrez esta em andamento pelo juiz Fachim uma decisão para proteger os procuradores da lava-jato e contraria a decisão do Toffoli.
Acho que deveria se considerar o seguinte:
1 – Existe uma condição de submissão de procuradorias regionais ( Curitiba ) a PGR
2 – Quando se remete um caso Federal para uma região acaba-se por ter uma divergencia de jurisdição .
No caso do Lula chegou-se a cogitar que a procuradoria / foro seria SP, pois tanto o sitio quanto o triplex são neste estado. Tiveram que fazer um exercicio para incluir a Petrobras como determinante da jurisdição.
3 – A procuradoria de Curitiba negociou com os Estados Unidos o processo contra a Petrobras, sendo que de reu virou indiciada/culpada.Estas negociações devem estar entre os documentos escondidos e se esta no ministerio da Justiça , o Moro deve ter acobertado , fazendo sumir durante sua gestão.
Excelente e indiscutível…destaco: “O reconhecimento que foi essa guerra política irresponsável, essa exploração do ódio, do direito penal do inimigo que levou o Brasil ao ponto mais baixo da degradação moral, com a eleição e, mais do que isso, a contemporização com a presidência de Jair Bolsonaro” Bingo!
Um texto para a História. Infelizmente, da história da eterna mediocridade da sociedade brasileira.
…quando a utopia é perfeita, mas os homens, medonhos…
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Não que seja “fácil” costurar uma solução, um caminho, uma visão estratégica de como tirar um país jogado em pântanos fétidos de incivilidades e barbáries diversificadas, do meio desse lodo. Mas temos que lidar, quando se trata de artigos nesse sentido – “apontar soluções…” – com a realidade social, psíquica, ética, o grau de Educação, civilidade, dignidade mesmo, dessas pessoas, que queremos que “comprem a nossa ideia”. E é esse, mais uma vez, o “X” da questão do texto perfeito do Nassif (quanto à apresentação dos fatores que nos trouxeram até aqui, os fatos que demonstram toda a insanidade e horror desse tempo, e o tamanho do abismo em que nos jogaram a todos…): onde estão esses homens e mulheres, nas nossas instituições, mídia, Judiciário, MPF, STF, etc., etc., APTOS em qualquer sentido, a elaborarem esse raciocínio, torná-los um objetivo pessoal, participarem dessa espécie de “redenção”, assumirem os erros, os equívocos, a leviandade, e terem a humildade e a grandeza de RECOMEÇAREM um novo caminho, um novo “modus operandi”, que não a mediocridade demonstrada até aqui, que não essa IRRESPONSABILIDADE IRRESTRITA, com suas biografias e com o destino do nosso país…? Ou seja: O QUE “AUTORIZA” A ESPERANÇA DE QUE ISSO POSSA ACONTECER…? – E, diante de tudo o que o presidente demente-bestial e sua trupe canalha já executou de destruição e degradação do Brasil, sem reação firme desses que “esperamos”, “despertem suas consciências”, resta claro, que todas as mentes lúcidas do país podem elaborar as mais dignas, objetivas e lúcidas soluções, que nada, nada de mudança haverá!
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Não creio ser uma espécie de “pessimismo” a essência dessa reflexão, dessa crítica ao texto do Nassif… Mas a REALIDADE nos aponta mais um tempo presente e futuro de degradações continuadas até uma espécie de “desespero total e absoluto” tomar conta da nação, que essas figuras apequenadas, covardes, toscas, essas “otoridades” que nos trouxeram a esse abismo vexaminoso, só agirão quando “até as pedras clamarem que alguém tem que fazer alguma coisa”…. – Ora, se nem o genocídio provocado pelo presidente-pateta-demente em meio à maior pandemia dos últimos 90 anos, resultou em comoção de nossas elites e classes médias, ou mídia, ou mesmo nesses homens de quem “esperamos algo de bom”, mas apenas tímidas e esparsas reações, me apontem UM ÚNICO MOTIVO para acreditar nesse “brotar de consciências” pelo qual o texto implora, cheio de esperança e bons propósitos…? Não consigo, confesso, enxergar esse “único motivo”…
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De novo, não que não se deva apontar soluções, mostrar que “seria possível sairmos do atoleiro”, reconhecer (sim, é verdade isso!!!) que só um pacto civilizatório SÉRIO nos salvaria, mas segue a questão: os 20 eventos elencados pelo Nassif em seu texto, (apenas alguns entre centenas…) como destruidores de nossa justiça, democracia, dignidade cidadã e nossa própria existência como sociedade civilidade, DEPÕEM contra essa expectativa, POR MAIS ÓBVIA E RACIONAL que ela soe – e seja! – É como “DAR PÉROLAS AOS PORCOS” – reconhecendo, até com certo desespero, que às vezes, em tempos e espaços insanos de viver, escrever artigos que apontem soluções, é isso mesmo, apenas “jogar pérolas aos porcos”, que olharão meio desenxabidos para as pérolas, mas tão viciados já estarão com as porquices dos chiqueiros onde se enfiaram, que nada farão, optando por entregar o destino de suas vidas e do país, literalmente, ao “deus dará!”, ao acaso, à “torcida para que alguém, que não seja eu, faça alguma coisa, porque essa merda está insuportável!…” – é isso o que devemos esperar das Rosas Webers da vida, dos destemidos procuradores da Lava Jato, onde NEM UM SEQUER teve a honra, a dignidade, de vir a público confessar que sabe, hoje, que foi usado, ao menos isso, seria melhor do que pensarmos que são todos cínicos sem quaisquer resquícios de ética ou caráter….
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E o que falarmos dos nossos militares, “o último guardião da democracia e soberania nacionais, quando tudo o mais falha miseravelmente…”? – O que falar, desses aproveitadores toscos, agarrados às costas do presidente bestial, o “ex-capitão-demente”, expulso do Exército, e hoje, tornado “o mito”, o “comandante”, expondo o inacreditável vazio ideológico, ético e existencial de uma instituição, hoje falida, humilhada em aceitar o pão do aumento salarial e dos cargos nas estatais e Ministérios, em troca do apoio armado ap pequeno projeto de ditador-miliciano…? Onde, a tão falada “honra verde-oliva”…? – Hipócritas!!!
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Um texto pode estar “todo certo”, ser perfeito em sua elocubração teórica “do que seria o melhor para um país”, e paradoxalmente, no fundo, não trazer solução alguma, por se tratar de algo brlhante, mas inexequível!!!
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Repito o que disse em outro comentário, em texto semelhante do Nassif:
BOLSONARO CAIRÁ DE PODRE, NÃO ANTES!…
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Apenas quando o mal cheiro de sua bestialidade, incapacidade psíquica, administrativa, governamental, e toda a dimensão de suas desumanidades perversas nos tornarem de tal modo párias internacionais, nos tornarem de tal modo vexame, vergonha e degradação, aos olhos de nossas miseráveis elites e classes médias, e aos olhos espantados de todo o mundo, algo, de algum modo, acontecerá…..
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Se os cientistas sociais mais brilhantes de todos os tempos estão certos ao afirmarem que “A História sempre aponta o caminho, as lições, a trãgica e medonha realidade dos processos sociais e políticos que vivenciamos desde 2012 é tão nonsense, absurda, patética, perversa, que não há como esperar desses seres humanos investidos de cargos e poder, a grandeza da humildade, a grandeza do mudarem de rumo, a grandeza de pensarem na nação, no país….. Seguirão, cada um deles, no “salve-se quem puder!”…..
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Quando a carne do bode mal cheiroso na sala começar a se decompor, porque inevitável outro destino, só então, esses hipócritas ensaiarão o movimento da “salvação nacional”.
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Quando tudo estiver perdido.
Quando o caos, a miséria e a degradação forem praticamente irrecuperáveis, por gerações…..
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Eduardo Ramos
Oi, Cristiane!!! Independente de você ter razão em seu argumento, há uma face dessa moeda muito cruel que não podemos esquecer: o nojo e o ódio ao PT foram inoculados na sociedade por tantos anos e com tanta intensidade, que discursos “apenas” explicando a verdade dos fatos, que todo o massacre a Lula e ao PT fez e faz parte do jogo cínico pelo poder, mesmo os mais lúcidos e geniais discursos nesse sentido, tendem a não surtir efeito. Em algum momento, falas que afirmem excessos na “realpolitik”, e que não incluam, é óbvio, a tão desejada “por eles”, confissão de “corrupções cometidas”, mas algo do tipo “poderíamos ter sido melhores do que fomos, nisso e naquilo…..”, poderiam, quem sabe, ser uma espécie de antídoto para tanto veneno inoculado nas veias dos antipetistas….. Adidntará alguma coisa? Talvez não, talvez sim…. É um terreno complexo e movediço, e é quase impossível discernir qual o discurso “ideal” – se é que há algum! – para quebrar os preconceitos imensos que hoje existem contra Lula e o PT.
Com o necessário respeito, faltou uma peça ao seu jogo: o quarto poder. Compreendo que pelo ofício, é difícil retratar o contundente papel que a imprensa teve em todo este jogo.
Não haveria lava-jatismo, se a imprensa não houvesse instilado, dia-a-dia, o veneno gerado pela deturpação do senso de justiça.
Não haveria espaço aos políticos oportunistas, se a imprensa não ocultasse os maus-bofes desses sujeitos que estão aí. O próprio Bolsonaro é um exemplo desses e pior, foi poupado de modo abjeto pela cobertura da imprensa durante a campanha. Não houve interesse em encontrar “promotor de justiça” que acusasse abertamente a famiglia Bolsonaro, expondo as entranhas daquilo que veio nestes dois últimos anos, muito mais por exposição deles mesmos, do que por atuação da imprensa ou da “justiça”.
Moro é um pobre Savonarola cujo moralismo provinciano e ambição desmedida fatalmente será queimado na fogueira das vaidades.
Esqueceu de falar da “elite” empresarial/acadêmica que gerou os argumentos para sustentar essa ofensiva sobre os direitos duramente concedidos, pois não houve conquista, afinal, quem conquista não abre mão tão frouxamente como ocorreu.
O país é cronicamente inviável, uma pocilga habitada por escravos e senhores, com meia dúzia de apatetados tentando impor racionalidade onde há apenas emoção, desejo, que desaguam fatalmente em vaidade, ambição desmedida e ira.
Pobre país!
Nassif! Duas lamentáveis observações que comprometem sua brilhante descrição:
1. Dentre tantas citações de achincalhamento público e construção do ódio, Vc omitiu uma gravíssima! O ódio plantado arquitetado e executado meticulosamente contra o PT; e
2. A escolha da PETROBRAS como a empresa pública que seria objeto do ardiloso plano.
PS: Motivação – Guerra internacional pelo controle do petróleo e os lucros gerados
Consequências:
Não precisamos discorrer sobre a corrupção no país, desde o Império.
A PETROBRAS registrou seu maior período de crescimento e capitalização, exatamente nos governos do PT. Portanto é falso afirmar que o PT criou um esquema de corrupção na empresa jamais visto.
É público que os corruptos condenados na Empresa eram funcionários de carreira de longa data e inclusive relataram, assim como empresários que participaram, de que o esquema era antigo, embora não interessou ao judiciário tais depoimentos. A ordem era focar no PT e sua base de apoio no Governo.
Quem comprometeu a PETROBRAS, a indústria naval e metalurgia, foi este esquema criminoso e sem precedentes em nossa história, com centenas e centenas de bilhões em prejuízo, milhares e milhares de empregos, e mais grave, descrença, intolerância e ódio. Eis o fascismo!
O PT tem que fazer autocrítica sim. Mas não é o responsável e sequer parte da responsabilidade pelo que ocorre no país. Os erros do PT é de responsabilidade do PT e dos petistas. A eles cabe zelar, corrigir e revitalizar o seu próprio partido.
Os males que sofremos é responsabilidade dos atores que Você citou (simetria entre grande imprensa e judiciário e esquema coordenado pelo PSDB no Congresso Nacional).
Pegunto: Porque não cobram autocrítica do PSDB que no Congresso planejou e coordenou a inviabilização e impedimento da Presidenta Dilma?
Entendo que o motivo destas omissões refletem uma covardia intelectual que contaminou obras e opiniões de grandes intelectuais democratas e de esquerda neste país. Qual é o problema em reconhecer que o ódio ao PT é pelo que ele representa, e não sobre os erros cometidos.
Porque não reconhecer que instrumentos de transparência e combate a corrupção só foram seriamente criados e postos em prática pelo Poder Executivo, exatamente nos governos do PT!
Nâo houve excesso de pragmatismo do PT. Houve, sim, excesso de “republicanismo” num país que nunca foi realmente republicano, expondo toda a governabilidade possível a uma sucessão de atentados, onde até os mais canhestros, frutificaram. Mas isso tudo é ainda pouco relevante diante do maior inimigo que o país enfrenta e enfrentrou, interferência externa com a coopção de agentes públicos de alto nível, civis e militares…