Em meio à crise Yanomami, governo Lula demite 43 integrantes da Funai

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Ação é uma resposta à crise sanitária que atinge o povo Yanomami

© Ricardo Stuckert/Palácio do Planalto

O governo Lula (PT) desligou 43 chefes regionais, nacionais e assessores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A ação federal acontece em meio a grave crise sanitária que tem assombrado o povo Yanomami, em Roraima. 

Ao todo, 38 exonerações e cinco dispensas foram publicadas em duas portarias, ainda ontem (23), em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). As mudanças foram assinadas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. 

Conforme a lista, foram demitidos 21 coordenadores regionais, 16 coordenadores nacionais, quatro assessores, o diretor do Museu do Índio e o corregedor da Funai.

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Decreto

Na última sexta-feira (20), o Ministério da Saúde declarou Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional para enfrentar a desassistência sanitária que tem afetado os ianomâmis. 

Os desligamentos na Funai é uma resposta à crise, uma vez que o decreto permite que o Executivo adote, em caráter de urgência, medidas de “prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública”.

Abandono

No final de semana, Lula visitou parte do território Yanomami, em Roraima, e criticou o “abandono” dessa população pela gestão de Jair Bolsonaro (PL). Os indígenas tem sofrido com o avanço do garimpo ilegal, a epidemia de malária e a fome. 

Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, ao menos 100 crianças ianomâmis morreram somente em 2022. No entanto, o número de mortes de pequenos nos últimos quatro anos pode chegar a 570, estima a pasta. 

As causas dessas mortes são, na maioria, por desnutrição, pneumonia e diarreia, em decorrência da contaminação por mercúrio, da fome e da falta de assistência médica.  

Justiça

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a grave situação é resultado da omissão do estado brasileiro, durante a gestão de Bolsonaro, em assegurar a proteção do território frente ao avanço do garimpo ilegal.

A Polícia Federal investiga o caso e o tema também será levado ao Tribunal Penal Internacional de Haia, tendo em vista que o governo Bolsonaro garantiu às entidades internacionais que os ianomâmis estavam assistidos.

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1 Comentário

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  1. De acordo com o Bolsobosta: “Quando falam em terminal de contêiner, vale a oena. Há anos um terminal de contêiner no Paraná, se não me engano, não sai do papel porque precisa agora também de um laudo ambiental da Funai. O cara vai lá, se encontrar, já que está na moda, um cocozinho petrificado de um índio, já era. Não pode fazer mais nada ali. Tem que acabar com isso no Brasil. Tem que integrar o índio na sociedade e buscar projeto para nosso país”. Ora, Bolsomerda deve ter liberado a garimpagem no território dos Yanomamis para integrar os Índios na sociedade e buscar projeto para o nosso Bananistão, pois terminal de contêiner vale a pena, Índio não vale a pena

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