Mídia tenta esconder sucesso de Lula na ONU, por Luis Nassif

O discurso no G20 mereceu aplausos entusiasmados da plateia, uma crítica essencial à financeirização da economia ocidental.

Antigamente, havia uma máxima seguida pela imprensa: não se briga com os fatos. A versão do jornal se dava na seleção da manchete, na hierarquia das notícias. Mas não se brigava com os fatos.

Mas a implicância com Lula já ultrapassou os limites do razoável. Há muito o que se criticar em Lula – e, aqui mesmo, temos criticado sua indefinição em muitos pontos programáticos. Mas a tentativa de desmoralizar o prestígio internacional de Lula já chegou às raias do ridículo.

Em direito, diz-se que o que não está nos autos, não existe. Historicamente, a mídia tem a prática de “apagar” os personagens ou fatos que possam colidir com seus interesses. Mas hoje existem redes sociais e outras formas de contronar o silêncio.

Confira o editorial de O Globo.

A cobertura da viagem à ONU se resumiu a reportagens sobre o tamanho da comitiva, sem sequer se dar ao trabalho de cobrir as diversas agendas de ministros que acompanharam Lula. Em muitos pontos, a maneira de minimizar Lula foi comparar com Lula de outros tempos. O prestígio já foi maior, diziam os críticos, que jamais reconheceram sua dimensão internacional quando seu prestígio supostamente era maior.

No entanto, o líder que já não mais é, segundo os jornalões, foi recebido por um dos empresários mais influentes do planeta, Bill Gates, que homenageou-o a concordou com suas considerações sobre a concentração de riqueza no planeta.

O discurso no G20 mereceu aplausos entusiasmados da plateia, uma crítica essencial à financeirização da economia ocidental.

Qual a métrica do editorialista de O Globo? Lula ser carregado nos ombros pelos novaiorquinos? Ser aplaudido como um cantor popular?

Parem com isso! Há muitos motivos para se criticar Lula. Mas a mesquinharia não é boa conselheira.

Leia também:

17 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. nesse colóquio de lula com gates (of hell) se tem a dimensão de Paulo Freire: o oprimido que elogia o sistema de produção de Ford, do opressor. Our Ford! é o mantra de Admirável Mundo Novo. Os capitalistas criaram o salário e advogaram pela alforria dos escravos para se tornarem assalariados justamente para manter o sistema opressor. Não demora e elogiará Taylor e a linha de produção e dirá que Chaplin é um idiota. esse desgoverno é im desastre ferroviário.

    1. Henry Ford, comparado aos opressores de hoje (Bezos, Musk, etc.), não passa de um Willy Wonka. O capitalismo, de fato, dava emprego, explorava, e oprimia; o financismo de nossos dias, se limita ao papel de sanguessuga. A atitude de Ford, aumentando o salário de seus funcionários, pode ser explicada, quase dois séculos antes, por Adam Smith. Para vocês verem que a velocidade do capitalismo é uma, quando se trata de evoluir tecnicamente, e outra, quando se trata de pagar salários (sic) aos explorados que enriquecem essa gente. Até hoje o trabalhador acredita que seus patrões pagam seus salários; o sindicalista Lula, imbuído dessa convicção, praticou seu sindicalismo de resultados, acreditando que o aumento de salário que eventualmente obtinha, saía do bolso do patrão; por isso sua “tese” nunca foi marxista – se fosse, ele saberia que ele, Lula, e seus companheiros, é que pagavam seus próprios salários. Lula não chegará ao ponto de entoar loas a Taylor, e muito menos chamar Chaplin de idiota. Ele é o resultado da opressão capitalista e, hoje, da sedução do financismo: ainda, e tristemente, um produto do seu tempo e da mentalidade que nos é imposta e que aceitamos. Acredita piamente que melhores salários (e, portanto, mais consumo) é a solução para o trabalhador. Não é; eu, você, o Nassif, sabemos disso. Mas, com franqueza, o que ele poderia fazer além disso, nesses dias de internet, redes sociais? Ir para a clandestinidade e liderar uma revolução? Revoluções hoje são televisadas, amigo, e a clandestinidade é uma impossibilidade virtual – sem trocadilho. Eu também acho que, para ex-colônias ricas em matérias-primas, só a ruptura salva. A Rússia, a China, a Índia, já iniciaram esse processo há décadas. O Brasil continua no mesmo lugar. A matéria-prima de que hoje o Brasil também é rico, são os juros que empanturram o financismo. Lula não tem culhões para romper com nada, concordo. Mas também não é um canalha. Vai deixar uma história, e, quem sabe um dia, um sucessor mais ousado.

      1. Pleno acordo. Ruim com Lula pior sem Lula.
        Não temos liderança nacional combativa, são “mortos” no nascedouro pela mídia interessada ou pela bandidagem organizada.
        Os que se agigantaram na defesa de uma país grande e plural foram dizimados pela “redentora”.
        Os midiáticos “comentaristas” a cabresto limitam-se aos marçais, chefetes de criminosos e “famiglias” diversas.
        Tudo “da hora”.

    2. Cara, se muda. Vai Pra Ucrania ou pra Argentina. A porta da rua e serventia da casa. Como um cara tão intelectualizado se submete a viver num Pais assim? Se eu fosse voce, vazava.Tà parecendo um Mauricinho no baile da comunidade.

      1. Como entoa Elza Soares, meu país é meu lugar de fala. Ágora vamos supor que o partido dos trabalhadores já não representa os trabalhadores e tenha nas suas mais variadas “governanças” licenciado inúmeros softwares de bill gates, com dinheiro público, em que pese haver softwares gratuitos e infinitamente mais seguros. A quem é destinado os valores dos licenças? Vamos supor que bill gates faça como a vale, que destrói um Rio e depois quer formar fundações (que em tese são isentas de impostos) para lavar dinheiro em nome da erradicação da pobreza. E que o partido dos trabalhadores é incompetente para, por medida provisória ou decreto, realmente realinhar os impostos de maneira progressiva e fomente, por exemplo, a indústria das ferrovias, com a reversão do parque industrial da … ford, que deixou o país e os trabalhadores à mingua. Tudo isso por imaginação, e não por subserviência e aparelhamento do Estado. (tenho minha CTPS assinada desde os 18, logo, tenho lugar de fala).

  2. Há muito que a mídia golpista não faz jornalismo, e coloca muito nisso.
    Agora,com a concorrência dos clicks e seus influencers é que ela não fará mesmo.
    A chamada “grande” mídia hoje vive da financeirização e utiliza esse espaço que deveria ser utilizado para fazer jornalismo para panfletar seus interesses financeiros. Nada mais!

  3. Nenhuma novidade. Vindo do esgoto da mídia esses comentários e editoriais globais, “folhais” ou “estadais” são elogios. A imprensa nacional, com raríssimas exceções, hoje é composta por marionetes sem senso crítico e todos com longos rabos presos, vassalos do deus mercado e discípulos do neoliberalismo e, parte representativa, do nazifascismo redivivo no século 21.A resistência ao absurdo e ao cinismo está na mídia alternativa que tem senso crítico.

  4. Estranharia se fosse o contrário.
    Por exemplo, ainda tento entender o que realmente ocorreu no deep state americano para que seus puxa sacos, donos e operadores da mídia colonial aliviasse a barra de Lula, antes da sua recondução.
    Os gringos manipulam sobre Lula por questões de estratégia própria; mas os puxa sacos d les, aqui, que odeiam pobre que sobe sem roubar e distribuir mimos… só aliviam sob ordens duras

  5. Há muito tempo não temos uma mídia digna da “intermediação” como se dizia no passado. Atualmente, o que se lê em editoriais e reportagens, que não merece esse nome, são coisas passionais, ridículas. Nem estagiários, que pouco sabem e nada leem, nos milhares de cursos de comunicação e jornalismo espalhados pelo país fariam tanto. A nossa “imprensa” caminha rumo ao breu, ao abismo, com os “aquários” cheios de líderes de oposição a este e a qualquer governo digno.

  6. A própria legenda do editorial do Globo já entrega a opinião dos Marinho sobre Lula: nunca passou de um ‘encantador de plateias’, ou seja, de um enganador. Como a TV Globo, por exemplo; afinal de contas, se é questão de enganar os outros, eles são especialistas. De nada adianta o Bill Gates aprovar com franqueza o que ouviu de Lula, ou de o plenário da ONU aplaudi-lo de pé. Eles sempre estiveram surdos, cegos, e mudos, a isso. É questão de princípios; podres, mas princípios. Nada de preto, pobre, e desdentado, no Jornal Nacional. Os princípios da família Marinho vão muito além da implicância, Nassif. É o projeto deles. Mas a Globo já está em decadência, enquanto corporação. E o que vem aí é muito pior: o Google. Cujos princípios são os mesmos. Mas, enquanto a televisão manipulava e condicionava, a internet vai além: ela também rastreia e vigia. É a opressão 2.0: não oprime nem ameaça – apenas seduz. E nós estamos embarcando nessa canoa (ou transatlântico) furada. E, quando percebermos, será tarde demais.

  7. De uma imprensa corporativa que opta por defender vergonhosamente um criminoso bilionário, que insiste em descumprir as leis brasileiras, no caso do fanfarrão Elon Musk, e um genocida mundial, no caso do Benjamin Netanyahu, em detrimento da firme oposição do Brasil, não devemos esperar nenhum posicionamento civilizatório, apenas a histórica bajulação.

  8. Lula foi o presidente que aumentou o financismo no Brasil no limite da loucura.

    E agora lá fora fica falando que o mundo isso o mundo aquilo.

    Lula não reendustrializou o país, hoje o rentisto reina no Brasil e o Lula foi o grande responsável.

    Lula não acabou com a fome, isso é um fato aqui na periferia, nem vou falar das favelas do Rio de Janeiro que parentes é amigos moram.

    Lula, PT sabem que só a reendustrializacao será capaz de acabam com a fome.

    Lula vive de discurso

    Hoje somos também um paraiso para as bets.

    Caro nassif, a mídia pode falar o que quiser mas nada mudará o fato de Lula viver de discurso.

    A aepet tinha um programa bom para reendustrialuzar o Brasil através do pré sal, mas nunca foram ouvidos.

    Porquê vocês acham que Lula não ganhou com folga do bolsonaro, simples aqui na periferia nada mudou com Lula, vocês da Mídia podem falar o que quiser mas é um fato, não tratem a gente como gente vazio e que não sabem pensar por si..

  9. Quem com ferro fere, por um outro ferro poderá ser ferido. E assim pode ter sido. O suposto desleixo, a suposta ingratidão e o suposto pouco caso, que o governo Lula+STF+INSS fizeram e fazem com o direito dos aposentados, no processo da Revisão da Vida Toda, serve como se fosse a comprovação e ratificação do famoso ditado, como uma comparação verdadeira e fiel ao castigo, que sempre chega a cavalo. Porém, o pior para o quartel general é que depois do cavalo do castigo também virá a cavalaria votante do eleitorado, onde ali o buraco é mais embaixo.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador