O sistema político-econômico que se avizinha, por Marcio Valley

Por Marcio Valley

Do blog do Marcio Valley

Historicamente, nada é imutável e nada é insubstituível. Não fosse assim, a própria noção de história, entendida como a sucessão de eventos no tempo, seria seriamente comprometida e a previsão de Fukuyama não faria sentido algum. Por outro lado, em geral todas as mudanças são lentas e graduais, mantendo-se durante muito tempo pontos de intercessão entre os modelos antigo e moderno.

O feudalismo tornou-se um sistema inconveniente para os proprietários e foi substituído pelo capitalismo. Isso não ocorreu de um dia para o outro. Ao lado de empreendimentos realizados já sob o espírito do novo sistema econômico, muitos feudos persistiram durante décadas, talvez por mais de século, antes de sucumbir por completo. Na verdade, o modelo de grandes fazendas que persistiu até o final do século XIX e início do século XX, com seus escravos, não possui diferença de monta com a prática econômica do milênio anterior.

O capitalismo, por sua vez, não é idêntico a si mesmo desde que surgiu com a burguesia mercantilista a partir do século XVI. Aquele sistema, atualmente, seria repelido pela imensa maioria das legislações dos países mais avançados, pois implicava um tal nível de liberalismo que seria incompatível com as modernas exigências normativas de dignidade da pessoa humana e do trabalhador. Nesse sentido, o capitalismo atual é muito mais socialista do que poderiam imaginar alguns teóricos econômicos do século XIX, inclusive Marx.

Ocorre que a sociedade humana, diferentemente dos grupos e bandos de animais irracionais, possui como exigência fundante e irredutível de seu agrupamento coletivo a criação de um ambiente de justiça social cada vez mais abrangente e, consequentemente, de que toda vivência seja uma experiência de dignidade e de elevação espiritual.

A partir dessa exigência, um sistema político-econômico perfeito deveria ser de tal ordem que permitisse ao ser humano realizar-se em suas diversas dimensões, seja profissional, artística, cultural, esportiva ou qualquer outra, e, além disso, participar ativamente da construção social. Chamemos essas necessidades mais relevantes do ser humano de “florescimento”.

Todavia, o capitalismo possui inegáveis contradições que dificultam essas conquistas. A necessidade quase obsessiva de busca pela lucratividade e de acumulação de riqueza embaça a finalidade primeira que deveria pautar todo e qualquer direito de propriedade: a perseguição de um interesse público e de uma função social.

A propriedade deve ser justificada, não sob o prisma de direito potestativo da pessoa em virtude da mera conquista pela força (toda propriedade é uma conquista da força real ou potencial, o dinheiro), mas sob a ótica de sua utilidade como meio para alcançar o bem da sociedade. Por exemplo, o direito à propriedade de uma casa é interessante para a sociedade, pois não exigirá que a família utilize de todo e qualquer meio, inclusive a violência, para obtenção de um abrigo, o que justifica socialmente a sua função. Fica mais difícil justificar socialmente um bilionário.

Observado sob o ângulo da função social da propriedade e da consequente possibilidade de florescimento, o capitalismo, no modelo atual, é ineficiente, somente permitindo o florescimento de um número bastante reduzido de pessoas.

Além disso, a dinâmica do capitalismo envolve o surgimento frequente de crises, que são solucionadas através de guerras ou intervenções no mercado. O século XX foi repleto de guerras, grandes e pequenas, notadamente as duas grandes guerras, enquanto o início do século XXI parece demonstrar que estão sendo privilegiadas as pequenas guerras, como as do Iraque e do Afeganistão. Quanto às crises resolvidas por intervenções estatais, como as crises de 1929 e de 2008, análises indicam que se tornarão cada vez mais frequentes. Tanto as guerras, como as intervenções, sempre atingem mais severamente a parte mais necessitada da população.

É importante ressaltar esse ponto: todas as guerras são econômicas, mesmo as camufladas sob o manto da religião.

Por fim, o capitalismo no formato moderno implica um achaque inesgotável às reservas naturais, com redução dos biomas naturais e poluição do meio circundante além da que seria recomendável.

Todas essas crises são os sintomas febris que denunciam uma doença que exige um remédio para a mudança do quadro patológico que está ameaçando a nossa sobrevivência como espécie.

Sob qualquer ângulo que se analise – filosófico, sociológico ou antropológico -, um sistema que autoriza um único ser humano a alcançar a riqueza de um Bill Gates ou de um Carlos Slim possui claramente uma enorme contradição, um grande vício em si.

O planeta Terra é um sistema fechado e o dinheiro é finito, o que implica que a acumulação de riqueza no bolso de uma pessoa, nada mais significa que obtê-lo do bolso de outra. A acumulação demasiada de uma pessoa empobrece milhões de outras, sendo daninha para o próprio capitalismo ao provocar o sufocamento da capacidade aquisitiva de milhões de potenciais consumidores. Isso, como está claro, conduz à redução da rentabilidade do capital numa perspectiva mais alongada.

Considerado que o modelo atual de capitalismo exige crescimento econômico sem fim e progressivo aumento de lucratividade, o mercado local revela-se insuficiente para esse propósito, o que pressupõe permanente venda de excedentes para o exterior. Em outras palavras, exige-se a máxima exploração do ser humano e a busca de novos mercados (leia-se, novos seres humanos para serem explorados) quando o mercado local exauriu a sua capacidade de permitir maior lucratividade (maior exploração). Isso ocorre desde as grandes navegações. Atualmente ganhou o nome de globalização.

Ocorre que os mercados do mundo estão se igualando. A última fronteira aparentemente será a África. Assim, numa perspectiva de longo prazo, a busca de novos mercados exploratórios é absolutamente insustentável. Um dia os mercados se igualarão e não existirão novas fronteiras a serem desbravadas.

Não há dúvida, pois, de que o capitalismo terá que se modificar, seja porque o modelo se esgotará, seja porque aumentará a pressão popular para a conquista de uma sociedade e de um planeta mais saudáveis e dignos.

O que virá em seguida? Não se sabe. Chamemos de qualquer outro nome o próximo sistema econômico que virá, mas não de socialismo. Isso talvez acalme as almas mais sensíveis.

Porém, um dia, num futuro que penso de médio prazo, teremos que aprender a lidar com um mercado consumidor de tamanho estabilizado ou mesmo em redução, regionalizado e com contrapartidas equivalentes de importações e exportações.

Basicamente, creio, na contramão dos especialistas (que me perdoem pela ingênua audácia), que o futuro privilegiará a extrema pulverização da economia, em pequenas e médias empresas regionalizadas, que não suportará a existência de um abismo entre as rendas, com diferença de, no máximo, talvez quatro ou cinco vezes entre o maior salário (do patrão ou dos empregados mais destacados) e o menor, lembrando que isso num mundo em que o menor salário será digno. A participação dos empregados no direcionamento dos negócios da empresa é uma tendência que parece irreversível.

E mais. Acho que, ao lado disso, haverá sim uma drástica mitigação do conceito de soberania e que pessoas e mercadorias poderão circular livremente, com alfândegas inexistentes ou muito mais maleáveis.

Nesse mundo, o consumo de mercadorias com grande impacto ambiental-social, como veículos particulares e os bens duráveis de uma forma geral, será objeto de alguma espécie de restrição, talvez na produção (que sejam efetivamente duráveis e não necessitem de reposição à todo momento), talvez no preço (como desestímulo ao consumo), talvez na proibição pura e simples da produção ou do consumo, talvez tudo isso junto. Nesse mundo, a inovação será de fato uma inovação e não mera maquiagem.

Esse novo sistema poderá exigir que os municípios substituam os governos centrais no exercício da política de verdade, aquela entendida como meio de atendimento às demandas sociais exigidas para alcançar o bem estar dos cidadãos. Afinal, ninguém mora de fato num país ou num estado. Todas as pessoas moram em municípios e é lá que devem exercer primacialmente os seus direitos políticos de cidadão. Não existe lógica racional que justifique que a maioria dos recursos tributários seja destinada à União ou ao estado. Tais entes estatais devem receber, da arrecadação dos municípios e não da taxação das pessoas, os resíduos tributários estritamente necessários à sua atuação precípua (defesa, interesses interestaduais e intermunicipais).

O nome desse futuro sistema político-econômico não se sabe, porém, parece estar próximo daquilo que Marx previu. E, também como ele previu, resultará das contradições do capitalismo.

Não será comunismo, mas dificilmente poderá continuar a ser chamado de capitalismo.

No blog: http://marciovalley.blogspot.com.br/2015/02/o-sistema-politico-economico-que-se.html

Redação

15 Comentários

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  1. Previsão e análise

    O autor no final tributa a Marx toda a análise e prognóstico. No final se parece muito mais com o comunismo previsto por Marx.

    1. Astronauta, a ideia do texto

      Astronauta, a ideia do texto era falar sobre o que poderia suceder imediatamente o sistema político-econômico atual. Algo mais próximo, ainda que em médio prazo. Por isso a previsão de uma sociedade menos estratificada e mais regionalizada. Em Marx, segundo parece, a sociedade final (o fim da história) se constituiria numa sociedade anárquica sem distinções de classes. É muito mais difícil e, se ocorrer, levará séculos de evolução cultural. Teremos que abdicar da ideia de mérito pessoal, coisa complicada. Abraços.

  2. num mundo idílico

    Só que o autor não leva em conta as guerras, mesmo localizadas, que arrasam as terras para depois reconstruir. Um mecanismo para movimentar a indústria bélica (gera produto, PIB) e, em seguida, toda uma gama de serviços. Se não fosse a geopolítica, leia-se, briga por recursos não-renováveis, o império arranjaria motivos para cuidar de manter o sistema capitalista através de suas crises periódicas. Isso permite o “crescimento sem fim”, creio eu.

    1. Maria Helena Corrêa, a

      Maria Helena Corrêa, a criatividade humana para o mal é de fato infinita. A ideia de matar seres humanos para estimular o crescimento econômico está presente em todas as guerras, como deixei claro no texto. As guerras que você menciona, com o objetivo de reconstrução após a devastação, se insere no mesmo contexto. Abração.

  3. Márcio, teu texto nos remete
    Márcio, teu texto nos remete a um movimento pendular em que a globalização representa a posição extrema. Havendo aprendizado e acomodação, o movimento de retorno bem poderia ser – Oxalá venha a ser – este simulado por você. No entanto, creio que há ainda um grande lapso de tempo a correr antes de uma aproximação efetiva de um estado de maior equilíbrio. Não creio que estarei aqui para vê-lo florescer.

    Há um ponto em que faço uma ressalva: somos dotados de competências diversas. Os que detem e conquistam mais recursos colhem o resultado de suas habilidades e expertise; sua função é de criadores e multiplicadores de riquezas; dom que nem todo mundo revela.
    Se os recursos totais fossem distribuídos entre todos, em muito pouco tempo voltaríamos ao estado anterior. A riqueza deve ser multiplicada pelos aptos a realizarem esta “alquimia”. Nem todos o são. Urge que os mecanismos de distribuição sejam aprimorados para a sustentação da Paz e da Justiça Social.
    Entretanto, sem que as mentalidades acompanhem na mesma proporção nosso avanço material, caminharemos, ao contrário do teu prognóstico, para o colapso.
    A soberania do espírito deve prevalecer sobre a tirania da matéria. Ou nada terá efeito duradouro e sustentável.

    1. Anna Dutra, concordo

      Anna Dutra, concordo inteiramente com você. Temos aptidões e perseveranças distintas. Por isso mesmo não creio num comunismo de igualdade absoluta, o que, no fundo, implicaria injustiça. Aristóteles já pontificava que devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. Contudo, não creio num sistema em que uma maior aptidão ou competência de alguém lhe concede o valor equivalente a milhões de pessoas. Ninguém é tão especial assim, nem mesmo os grandes gênios. É isso: acredito numa sociedade com degraus, desde que sejam poucos. Grande abraço.

      1. Perfeito!
        Perfeito!
        Não quis enlevar estes poucos, mas também evito demonizações, porque injustas.
        Diminuir o espaço entre os degraus tem sido a grande luta nos últimos 100 anos. Há um longo caminho a percorrer mas sem o primeiro passo…
        Abraço e obrigada!

  4. e assim caminhamos entre

    e assim caminhamos entre ideias tão interessantes.

    dessa ialética e dessas contradições históricas é

    que surgirão as transformações.

    o governo progressista tenta nesses últimos tempos transformar o capitalismo.

    talvez implantar um capitalismo com participação social,

    mas a direita renega, parece que quer continuar retroagindo

    aos tempos da mera exclusão social.

    dessa luta e dessas contradições surgirá algo novo, é evidente.

    a ver.

     

     

     

     

  5. “O planeta Terra é um sistema

    “O planeta Terra é um sistema fechado e o dinheiro é finito, o que implica que a acumulação de riqueza no bolso de uma pessoa, nada mais significa que obtê-lo do bolso de outra. A acumulação demasiada de uma pessoa empobrece milhões de outras, sendo daninha para o próprio capitalismo ao provocar o sufocamento da capacidade aquisitiva de milhões de potenciais consumidores.”

    Não concordo com o parágrafo acima. O dinheiro não é finito, a riqueza é gerada pela inovação e pelo trabalho. A acumulação de riqueza no bolso de uma pessoa não empobrece ninguém. A existência do bilionário Bill Gates não me empobrece, ao contrário, é uma dádiva para a humanidade, ao proporcionar-nos maior bem-estar com a difusão do computador pessoal, por exemplo. Se eu planto 10 hectares de milho e meu vizinho também o faz em área igual, mas minha produtividade é maior, eu vendo maior quantidade e ganho mais que ele. Prejudiquei-o ou tirei de alguém por causa disso? Claro que não!

    1. Olá, Caetano, valeu pelo

      Olá, Caetano, valeu pelo comentário. Olha, praticamente tudo o que escrevi trata-se de previsões fundadas em wishful thinking. Nesse sentido, quase tudo está submetido a uma visão subjetiva, a minha, e pode ser confrontada legitimamente por outra visão, que, no caso, seria a sua. Nesse sentido, não há certo, nem errado. Infelizmente, contudo, uma das poucas partes indiscutíveis, que se constitui, a meu juízo, em verdade absoluta, é que o dinheiro é finito. Em lógica, nenhum subsistema de um sistema finito pode ser infinito. O planeta Terra é o sistema principal e o dinheiro é um subsistema desse sistema principal. Logo, ele não pode ser infinito. Pensando de forma um pouco mais ampla, o próprio planeta Terra integra um sistema infinito, que é o Universo. Logo, ele próprio não poderia ser infinito, pois, senão, não seria um subsistema e necessariamente seria idêntico ao próprio sistema e, desse modo, seria equivaleria ao Universo, o que não se pode admitir. Portanto, o sistema monetário é, na verdade um subsistema composto de elementos finitos, que são as unidades monetárias, o dinheiro. Em outras palavras, ainda que você considere que existam um quatrilhão de dólares representando toda a riqueza do planeta, esse valor é, por definição, finito. Enfim, num sistema finito, cada unidade monetária somente pode repousar num bolso se, e somente se, deixar de ir para outro. Essa é a lógica que apliquei. De forma subjetiva, minha opinião é de que Bill Gates ou Steve Jobs jamais podem ser considerados “benfeitores da humanidade”. Em minha visão, são beneficiários de um sistema corrompido. Não são vilões, mas estão muito longe de serem heróis. Herói é Gandhi, é Martin Luther King e diversas outras figuras históricas que lutaram pelo bem-estar e pela dignidade da humanidade e não pela quantidade de computadores que venderiam e pela quantidade de dinheiro que lucrariam com isso. Como você pode perceber, nossa visão sobre o bem comum é muito conflitante.

  6. CAPITALISMO ATUAL

    É uma nuvem financeira acima de dois sujeitos suados e sofridos, ambos pobres e endividados: o empresário e o trabalhador, que anos atrás definiam o capitalismo, com base em relações de capital e trabalho que deram vida a partidos políticos. Era o Antônio Ermírio de Moraes  e os seus pares, dialogando ou discutindo com trabalhadores de macacão. Hoje não tem mais daqueles empresários, o último teve o carro da mulher pego por um Juiz medíocre.

    O capitalismo foi sublimado, os negócios são geridos por cartolas e lobistas. As marcas valem mais que a própria indústria. O investidor está hoje na mineração e, amanhã, migra para a indústria de cosméticos. Um novo tratado sobre o capitalismo deveria ser escrito.

  7. O futuro bate à porta
    Marcio, permita-me discordar do que você escreveu. Penso que em termos de futuro e, em alguns casos, não muito longe o que se aproxima é o controle de duas coisas: população e bens não renováveis. População – Em alguns locais a quantidade de população vem provocando uma deterioração no abastecimento. Governos não conseguem suprir de forma satisfatória as necessidades de seus habitantes vindo a depender, cada vez mais, de ajuda externa quer em dinheiro ou em produtos. Não se sabe qual o limite, o custo e os objetivos desse procedimento. Cedo ou tarde o controle populacional será proposto, democraticamente ou não.Bens Não Renováveis – A geopolítica nos tem mostrado que as nações desenvolvidas estão empenhadas em uma corrida para garantir acesso e exclusividade sobre os bens não renováveis. O petróleo saiu na frente mas outros bens também fazem parte dessa disputa. Não acredito que a ONU irá fornecer garantias a países possuidores de bens não renováveis, uma vez que ela é controlada justamente pelas grandes potências que necessitam, cada dia mais, suprir suas deficiências nesse campo. As táticas utilizadas são conhecidas: diplomacia, empréstimos, subornos e, ultimamente, desestabilização política e guerras. Países desenvolidos não vão impingir às suas populações e/ou parque industrial paralizações e necessidades decorrentes da excassez de matéria prima. Vão buscá-la onde quer que elas existam com ou sem o auxilio da força. Se as pesquisas avançarem no sentido de substituir o petróleo como alavanca industrial, países vão quebrar. Por outro lado, se países não controlarem suas taxas de crecimento populacional, não vão ter recursos para suprir essa demanda. Acredito ser por aí os problemas do futuro.  

    1. José Souza, na verdade não

      José Souza, na verdade não estamos divergindo tanto assim como você supôs. Perceba que, no texto, coloquei a questão da redução da população, quando falei em possível redução do mercado consumidor. Isso porque acredito que teremos que pensar seriamente na redução da população humana no mundo, claro que democraticamente, através da conscientização massiva da necessidade de controle da natalidade. Penso que um mundo ideal não poderia abrigar mais do que a metade da população atual. Quanto aos bens não renováveis, acredito que você esteja se referindo, principalmente, à matriz energética, que hoje é fundada primacialmente nos hidrocarbonetos. Ao meu ver, essa questão será superada facilmente, quando a razão superar o primitivismo da ambição e do medo que impedem certos avanços e impelem o ser humano à acumulação. Há uma fonte barata, inesgotável e limpa de energia no planeta que será utilizada tão logo cesse a avidez humana pelo lucro: a geotérmica. Além disso, em breve toda residência se transformará numa mini-usina de energia elétrica pela captação da energia solar, outra fonte limpa, inesgotável e que pode ser ininterrupta se combinada com baterias. Essas questões são importantes, mas, a meu ver, não são os maiores problemas para o avanço civilizatório. O maior problema é a ganância, o egoísmo e a sede de poder. Como se pode perceber, não são questões relacionadas à escassez, não são econômicas, mas, sim, relacionadas a um atavismo animal que estimula a vontade de preponderância individual. Com alguma sorte, superaremos isso no médio prazo. Grande abraço.

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