A decepção com o Oscar 2016, continua latente por aqui

No final de semana me entreguei a uma maratona que costumo fazer tempos depois da entrega do Oscar: pipoca e sofá com todos os principais premiados. Pois bem, foi o que fiz e, confesso, me decepcionei logo na primeira película – O Regresso, com Leonardo Di Caprio finalmente premiado, deve ser extraordinário no cinema, tela enorme, visual incrível das neves mas, em casa, bem, meu nível de entendimento sobre entretenimento definitivamente não alcançou o status do filme. 

Passei para “Joy” em português “Joy, o nome do sucesso” e, enfim, acabei achando que talvez estivesse crítica e chata demais pra assitir os outros filmes e, então, deixei a maratona pra um outro momento. 

 

Joy, à princípio, apresenta um enredo inspirador, porque apresenta a heroína criativa, empreendedora, bonita pra caramba e alguns outros predicados que é engolida pela vida real: pais problemáticos, uma irmã invejosa, ex-marido chupim e filhos pequenos que, como toda criança, dão tilt na rotina. Joy, entretanto, tem uma fada madrinha, a tia, que se envolve com ela de forma a me transportar para um filme da Disney muito mais do que para um filme de Oscar. Mas Joy tem um elenco estrelado, Al Pacino e tal, então vá lá…

Acontece que a reviravolta da trama se dá de forma tão perdida e sem conexão com qualquer possibilidade real que fica impossível não fazer chacota do meio pra frente. Ela tem uma excelente ideia que surge de um problema que viveu, até aí segue a linha de grande parte dos empreendedores mundo afora; toma coragem e pede um empréstimo hipotecando a casa (também comum este endividamento sem o menor planejamento, culturalmente aceito se você é um criativo, até o banco te empresta muito dinheiro pra qualquer coisa mesmo que você não tenha um plano de negócios consistente, veja bem…); apresenta o produto para um grande rede (ok, um ato de coragem que se sobrepõe à necessidade, aqui até que beira o inspirador); não vende nada; tem o projeto roubado; fica prestes a declarar falência; dá a volta por cima ameaçando um poderosíssimo empresário – do projeto roubado até o fim do filme, uma lástima atrás da outra, ainda mais pra quem busca inspiração. 

Sabe a impressão que dá? Que este ano, os filmes foram feitos a toque de caixa, juntando atores e arizes estrelados e, enredo à parte, seguiram misturas de bolo de caixinha. Não sou crítica de cinema nem nada parecido, mas “enredo à parte” me parece ser argumento bizarro quando se trata de cinema – ainda mais dos grandes nomes do Oscar. 

Pra não ser apenas um post reclamento, deixo aqui a lista elencada pelo InfoMoney com os cinco filmes sobre empreendedorismo disponíveis no Netflix – estes que verei sim, com certeza, com um olhar menos crítico e em busca de ideias executáveis. 

Mariana A. Nassif

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