CHEGA DE SOFRÊNCIA!

EU TAMBÉM DIGO: CHEGA DE SOFRÊNCIA – SOU CHAPA 80

Por Welton Oda[1]

O sono da razão produz monstros (Goya)

                O cenário politico brasileiro atual tem sido marcado por crescente interesse da juventude pela política, o que torna este período distinto das últimas décadas, nas quais a política do estado, sob a égide da ditadura militar, contribuiu significativamente para a despolitização de gerações de brasileiros em escolas estéreis, assépticas e cientificistas, quando muito.

                Apesar disso, a mudança de postura política do jovem brasileiro, que tem como importante marco, as manifestações de junho de 2013, tem evidenciado, paradoxalmente, a despolitização e a falta de uma adequada compreensão que possibilite uma leitura crítica e transformadora por parte da grande maioria destes jovens. Não bastasse isso, as manifestações populares ocorridas nos últimos anos marcam também a fraca presença do movimento estudantil universitário, alheio e apartado das principais lutas sociais deste início de milênio.

                Esta despolitização fica ainda mais evidente ao observarmos o sequestro da maior entidade nacional dos estudantes, a UNE, por grupos conservadores e, em nível local, o DCE, processo que constituiu importante empecilho à organização de um movimento estudantil comprometido com um projeto de universidade democrática, participativa, inclusiva e socialmente diversa. O atrelamento destas entidades a partidos conservadores, até o momento, tem ocasionado um forte retrocesso e desfigurado a bonita história de lutas que tornou a UNE protagonista do processo de redemocratização do país, pós-ditadura militar.

                Por isso, CHEGA DE SOFRÊNCIA! Num contexto em que se acirram os ataques, perpetrados contra a população, pelos grupos políticos financeiramente hegemônicos no país, é preciso garantir a organização de um movimento estudantil pujante, independente, desatrelado, capaz de se contrapor ao brutal corte de verbas para a educação nacional e, particularmente, para o ensino superior.

                CHEGA DE SOFRÊNCIA! É preciso garantir que conquistas históricas, como o subsídio federal ao RU, a meia-passagem e as ações afirmativas que, nos últimos anos, garantiram o acesso e a permanência de estudantes de origem popular – historicamente excluídos da universidade pública brasileira -, deixem de ser ameaçadas pelo chamado “ajuste fiscal”, processo dirigido pela elite econômica que visa assegurar que os privilégios dos mais ricos sejam mantidos e que somente os mais pobres paguem o ônus deste momento de crise econômica.

                CHEGA DE SOFRÊNCIA! Sendo professor há mais de vinte anos na UFAM, jamais fiz campanha para uma chapa candidata às eleições do DCE. Nesta campanha, entretanto, não deixarei de meter a mão na cumbuca. A belíssima composição da Chapa 80, que contém estudantes engajados, mobilizados, atuantes, responsáveis e, sobretudo, com uma postura política irrepreensível, além de maturidade e formação intelectual raras na universidade contemporânea, são elementos que constituem importantes motivadores para que eu acredite que o movimento estudantil, com a vitória da CHAPA 80 – CHEGA DE SOFRÊNCIA, estará em boas mãos.

                Estudante da UFAM, vote com inteligência e responsabilidade, vote 80!

 


[1] Professor Adjunto II do Departamento de Biologia da UFAM, leciona desde 1994 nesta instituição, é Mestre em Ecologia (INPA) e Doutor em Educação Científica e Tecnológica (UFSC). Foi coordenador do curso de Ciências Naturais (1999-2002) e membro do Conselho Universitário por três mandatos consecutivos (1998-2002). Integrou a Coordenação da Rádio Comunitária “A Voz das Comunidades”, integrou os coletivos teatrais Associação Filosofia Itinerante e Grupo de Teatro, Cinema e Terapia. Pandeirista, integra o coletivo Sambaqui e é também autor de diversos textos (poemas, crônicas, contos, etc.) publicados na coletânea literária “Periplaneta” (da qual foi o organizador), juntamente com Kaidara Mani, Marcos Nei, Pedro Santos, Maurício Colares, Mônica Colares e Victor Hugo. Possui diversos trabalhos publicados em revistas especializadas nas áreas de Ecologia de Lagartos, Parasitologia Humana e Educação em Ciências. Foi diretor da ADUA e da Secretaria Regional do ANDES-SN. 

 

Redação

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