A máquina de forjar notícias

Observatório da Imprensa

A máquina de forjar notícias, por Luciano Martins Costa

Os jornais de quarta-feira (11/2) trazem alguns exemplos de como o filtro da mídia distorce a realidade a ponto de produzir contextos obscuros e, muitas vezes, contraditórios. A explicação é bastante simples: como o interesse do produto jornalístico não é informar, mas causar determinado estado de espírito, tudo de relevante que acontece é tratado com o mesmo viés, colocado numa forma de um mesmo padrão – mas as peças resultantes não se ajustam, ou, quando se encaixam, formam um desenho que não faz sentido.
 
Vamos exemplificar com algumas notícias do dia.
 
Primeiro, o movimento do novo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em seu esforço por ganhar relevância no cenário político: ao patrocinar uma votação que obriga o Executivo a honrar as emendas parlamentares, ele coloca o Parlamento em choque com as medidas que o empresariado (e a imprensa) vem defendendo – e com as quais o governo havia concordado; ao excluir o Partido dos Trabalhadores da comissão que deve planejar a reforma partidária-eleitoral, ele tira os governistas de um contexto controverso, porque sabe-se que o Congresso não quer uma reforma para valer.
 
Assim, o potencial de aumento das despesas públicas provocado pelo favor que o presidente da Câmara faz a seus pares cria argumentos para o Poder Executivo buscar recursos em outra fonte, como, por exemplo, na tributação de grandes fortunas, o que certamente favoreceria a popularidade da presidente da República. Ao mesmo tempo, limpa o terreno para uma reaproximação entre o governo e as lideranças sindicais. Por outro lado, sem cargos na comissão da reforma política, o PT assume o papel em que historicamente fica mais à vontade: o de oposição crítica.
 
Sabe-se que o deputado Cunha é basicamente um negociador, e que seus movimentos iniciais são parte da estratégia para estabelecer um patamar de poder a partir do qual poderá comandar aquela parcela do Congresso que os jornalistas chamam de “baixo clero” – que sobrevive politicamente à base de verbas obtidas com emendas ao orçamento.
 
O que não se sabe, mas pode-se conjecturar, é se o novo presidente da Câmara alimenta ambições maiores e que talvez esteja de olho na proposta de impeachment da presidente da República, que vem sendo estimulada pela imprensa.
 
Desculpas ignoradas
 
Outra notícia relacionada ao embate entre o Legislativo e o Palácio do Planalto dá conta de que o presidente da Câmara pretende convocar todos os ministros para darem explicações sobre seus planos de governo. O potencial de conflitos nesses encontros – que podem se transformar em interrogatórios constrangedores – colocaria em risco a aliança governista, e é preciso lembrar que a caneta dos cargos e verbas fica com o Executivo, o que poderia produzir um tiro pela culatra.
 
Além disso, mas sem esgotar a lista dos temas controversos trazidos à agenda pública pela imprensa, convém observar que o escândalo da Petrobras ficou subitamente ausente das manchetes. A decisão do Supremo Tribunal Federal, de arquivar o inquérito contra políticos paulistas do Partido Democratas e do PSDB no caso dos trens metropolitanos, ganha destaque e alimenta suposições de que a Justiça oferece tratamentos desiguais conforme a origem do delito.
 
Por mais que acredite no que lê, o cidadão pode achar suspeita a diferença entre os dois casos de corrupção. Num deles, o noticiário aponta diretamente para o núcleo político do governo federal e criminaliza a Petrobras; no outro, a imprensa criminaliza empresas supostamente corruptoras, inocenta o Metrô e a Companhia de Trens Metropolitanos e reduz tudo a um caso de cartel, fazendo de conta que o esquema funcionou por vinte anos sem a participação de políticos.
 
O processo iniciado com a Operação Lava Jato vai demorar muito tempo, e não há como manter o assunto nas manchetes diariamente, a não ser como exercício de campanha, com a administração seletiva de vazamentos do inquérito. Assim, a imprensa aproveita qualquer citação para requentar o assunto, criando um clima de apocalipse em relação à Petrobras.
 
Os jornalistas sabem que o processo ainda tem muito terreno pela frente, e quando estiver no fim, ainda será preciso determinar as responsabilidades de quem irá prover recursos para atender aos pedidos de indenização e compensações financeiras que vierem a ser atendidos pela Justiça.
 
A mídia tradicional ignora o histórico da corrupção e trata de amplificar qualquer suspeita sobre personagens ligados de alguma forma ao governo. O caso do geólogo Guilherme Estrella, ex-diretor de Exploração da estatal, é exemplar: a acusação que lhe foi feita pelo Jornal Nacional, da TV Globo, ganhou destaque imediato; o desmentido e o pedido de desculpas da emissora (ver aqui) foram praticamente ignorados pela mídia.
 
É assim que funciona.

 

 

Redação

17 Comentários

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  1. o que importa saber agora é o

    o que importa saber agora é o que resultará de toda essa

    parafernália infernal de denúncias seletivas só contra o governo

    e não contra a corrupção como forma de defender interesses

    obscuros num capitalismo sevagem cada vez mais feroz.

     

  2. Rapza, não tem mais jeito. Os

    Rapza, não tem mais jeito. Os convertidos já foram formados. Há salvo conduto para todos aqueles que de alguma forma batem na Dilma e no Governo. Esse é o Brasil “consciente”.

  3. Este é o trabalho do pig

    Este é o trabalho do pig. Se fosse pago por interesses estanfgeiros seria igualzinho. E os jornalistas, pobres coitados, acreditam nessa coisa e assumiram a postura dos chefes, ficaram vonvictos, passaram a acreditar neles mesmo.

    Cometem crime a luz do dia e fica por isso mesmo. Falta que algum mp “do bem” desperte, e tenha coragem é claro. Aos outros oferece-se holofotes coloridos e circulantes. mas os crimes de desnformação são evidentes, inclusive de difamação com no caso do consenza e do estrella. 

    Nota: pig: partido da imprensa golpista, domina 100% dos jornais brasileiros; os maiores por poder e os menores , como o em, por vassalagem; desinformante, aquele que lutou pela ditadura, contra a diretas já, tentou burlar todas as eleições (viu, ste), burlou urnas na consultec no rio, protegeu os torturadores, protege os bandidos do seu lado, desinforma, esconde nóticias, só dá um lado da notícia, falseia fatos, chantageia, destroi a política incluindo os partidos que defende a unhas, trabalha para destruir a petrobrás, esconde um helicóptero  cheinho de coca, pertencente aos maiores bilionários do país.

  4. Engodo “jornalistico” da FSP

    Abaixo, exemplo recente de manipulação de leitores, pela FSP…

    —————————————-

    Venezuela prende juiz que condenou traficante tido como aliado do governo

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS
    11/02/2015

    O serviço de inteligência da Venezuela prendeu nesta quarta-feira o juiz Ali Fabricio Paredes, que, horas antes, havia condenado a 14 anos de prisão um narcotraficante tido como próximo do governo.

    O narcotraficante Walid Makled foi condenado pelos crimes de tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro.

    Walid Makled, que foi condenado por tráfico e lavagem de dinheiro, ao ser preso em 2011

     

    O Ministério Público disse que irá recorrer da sentença, que considerou leniente. Em seguida, dois juizes ordenaram a prisão de Paredes sob acusação de corrupção e formação de quadrilha.

    Críticos suspeitam que o esforço do Ministério Público para manter Makled preso por mais tempo seja uma manobra para evitar que o narcotraficante retome denúncias contra autoridades venezuelanas.

    Um empresário do interior conhecido pelos laços com o então presidente Hugo Chávez (1999-2013), Makled foi preso na vizinha Colômbia em 2011 a pedido dos EUA.

    No período em que esteve sob custódia das autoridades colombianas, ele disse à imprensa que seus negócios ilícitos tinham cumplicidade de políticos e militares venezuelanos, a quem pagava milhões de dólares em propina.

    Makled afirmou que havia disparado o número de carregamentos de cocaína colombiana que passavam pela Venezuela em direção a EUA e Europa.

    Apesar da pressão americana para que fosse extraditado aos EUA, Makled acabou entregue à Justiça da Venezuela, que o mantem desde então sob custódia.

    Em julho do ano passado, o general venezuelano Hugo Carvajal, ex-chefe de Inteligência militar, foi detido em Aruba a pedido dos EUA sob acusação de narcotráfico, mas acabou liberado para a voltar à Venezuela após gestões de Caracas.

    —————————————

    A respeito desta matéria da FSP,  um comentário (de terceiro), que expõe a total desonestidade e inversão dos fatos:

    Alvez8O
    12 de fevereiro de 2015   

    “Putz!
    Que matéria cretina, a manchete induz a pensar que a “Venezuela” (?) prendeu um juiz porque ele condenou um ‘traficante aliado do governo’.

    Lendo texto com muita atenção, se nota que algo não bate com o título da matéria…
    Investigando um pouco, se descobre que o juiz foi preso por ordem de dois outros juízes (não foi ordem da “Venezuela” :)).

    E a razão da prisão do juíz é justamente o contrário do que a FSP diz…O juiz foi preso acusado de FAVORECIMENTO, de LENIÊNCIA com o narcotraficante Walid Makled.

    “Os magistrados do Ministério Público venezuelano disseram terça-feira que o juiz foi preso e será acusado de “alegado favorecimento ao processado”.
    O juiz Ali Fabricio Paredes condenou o narcotraficante Walid Makled a 14 anos e seis meses de prisão, descartando outras acusações contra ele.

    A declaração observou que juiz Ali Fabricio Paredes absolveu Makled de “crime de ocultação de armas de fogo, conspiração e assassinato de aluguel”, delitos pelos pelo qual ele também foi acusado.”

    É por isto que não dá para se informar através de FSP, Globo, Veja,CNN, et caterva…Quando há interesses políticos/financeiros envolvidos, os caras distorcem e manipulam os fatos, manipulando e enganando deliberadamente os que procuram informação através deste meios…”

  5. Mais bandidagem

    Globo atribui afundamento da P-36 à Dilma

     

    14 de fevereiro de 2015 | 10:37 Autor: Miguel do Rosário 

    p36

     

    Quando você pensa que já viu tudo, quando o festival de mentiras e manipulações parece ter atingido o máximo, eis que a Globo nos brinda com uma mentira ainda mais grotesca.

    A internauta @lolaspfc, assistindo Globonews, fotografou o momento em que a Globonews “errou” a data do acidente da P-36, informando que ele teria ocorrido em 2011, no primeiro ano do governo Dilma, quando todos sabem que ele aconteceu em 2001, penúltimo ano do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.

    A notícia foi dada para “lembrar” acidentes anteriores da Petrobrás, durante reportagens para contextualizar o incêndio num navio-plataforma (pertencente à uma empresa norueguesa, é bom salientar) no litoral do Espírito Santo, ocorrido há alguns dias.

    Errar em 10 anos a data do maior acidente da história da Petrobrás me parece um pouco demais, até mesmo para a Globo.

    É o tipo de erro que só acontece de um lado.

    E ele ocorre na mesma época em que uma diretora da Globo envia mensagem escrita para todos os editores, ordenando a remoção de qualquer menção ao nome de FHC em denúncias contra a Petrobrás.

    Aliás, tem outra. Na mesma Globonews (mostrando que a ordem da diretora foi cumprida), as chamadas que se referem aos problemas da Petrobrás na era tucana foram designadas como problemas ocorridos em “período que antecede o governo petista”.

    Captura-de-Tela-2015-02-12-às-22.33.20-e1423787662300

    Maneira brilhante de, mesmo quando se refere a crimes cometidos em era tucana, marcar na mente do telespectador apenas o nome do PT.

    Então estamos combinados, amigos. A crise cambial de 1999, a explosão do desemprego e recessão que ocorreram nos anos de 1999, 2000 e 2001, as tentativas de privatizar a Petrobrás, implantar a Alca, e construir plataformas de petróleo em Cingapura e Coréia do Sul (e não no Brasil), não se deram durante o governo FHC, mas no “período que antecede o governo petista”.

    A fonte da primeira denúncia é o blog da Maria Fro, o da segunda, o Contrapontonews.

     

  6. Aqui um exemplo de comunicação que funciona

    Aqui um exemplo de comunicação que funciona, bem diferente do que ocorre no Blog do Planalto, Blog da Petrobrás…Talvez a saída seja movimentar-se, ou seja, mãos à obra…

     

    Um oásis na comunicação: Facebook do Ministério da Justiça surpreende.

     

    https://www.facebook.com/JusticaGovBrAcho que é consenso geral que o ponto mais fraco do governo Dilma está na área de comunicação e na má ocupação de espaços no enfrentamento do debate político (o que, na prática, é a batalha pela pauta política, que se mistura com a batalha da comunicação).

    Vamos ser claros: comunicação ideal é aquela que cai na boca do povo. 

    Do jeito que o sentimento anti-política está forte hoje na maioria da população, aumenta o desafio de fazer sites governamentais que atraiam interesse e prendam a atenção do grande público.

    Aí entro no facebook do Ministério da Justiça e fico surpreso pela qualidade, utilidade e inteligência. Está até “pop”.

    É útil e agradável de ler, atualizado, com forte ênfase em serviços públicos, participação popular, e mensagens de cidadania relativas a políticas públicas.

    De cara, no cabeçalho, tem o convite para o internauta participar dando pitacos no decreto que regulamentará o marco civil da internet. Abaixo tem várias notas a respeito deste assunto.

    A primeira nota na hora que entrei foi uma explicação do porque o filme “50 tons de cinza” teve classificação indicativa para 16 anos e não 18. Na nota tem a lista de todos os filmes que estreiam na semana com a classificação indicativa. Achei interessante. Rolando a tela abaixo vemos que isso é publicado toda semana.

    Tem um aviso de processo seletivo para contratar profissionais de informática para o ministério (quem estiver interessado precisa se inscrever até o dia 22 de fevereiro).

    Tem inscrições para um Curso Virtual de Combate à Corrupção e lavagem de dinheiro. E para outros 71 diferentes cursos a distância em Segurança Pública. Todos para profissionais da área.

    Tem todos os avisos de “recall” de carros, motos, etc. Tem advertência à Vivo quanto à violação de privacidade. Tudo dentro da política de direitos do consumidor.

    Tem campanhas de cidadania para o carnaval, de respeito à mulher, de proteção à crianças e adolescentes, conscientização sobre malefícios do álcool para jovens.

    Campanha de direitos humanos contra o trote violento ou degradante em estudantes, contra a homofobia.

    Tem incentivo ao controle social sobre os governos através do portal da transparência.

    Tem um aviso de um bandido procurado.

    E outras notas interessantes. 

    Ficou inteligente, porque funciona como uma revista de serviços (e é isso que o cidadão comum quer dos ógãos de estado) e de atualidades sobre cidadania e temas relacionados ao ministério. 

    Não tem ênfase na bajulação de ministro, nem culto à personalidade, nem ênfase em solenidades, cerimônias e esses ranços de oficialismo. Não é chato, ficou leve e agradável. Até quem não gosta do governo compartilha muitas notas, porque é de interesse público geral.

    E, pelo jeito, funciona no sentido de cair na boca do povo, pois está com quase 1,3 milhões de curtidas, enquanto a página no facebook do Palácio do Planalto está com 305 mil. 

    Não digo que seja modelo a ser imitado por todos, pois cada órgão público tem sua necessidade de comunicação específica. 

    A página da presidenta, por exemplo, exige conversar com o cidadão sobre as políticas públicas nas ações de governo, seu impacto na vida das pessoas, prestar contas na forma de balanço de resultados e explicações de natureza política também como, por exemplo, falar de tudo que está por trás da Petrobras. É importante não deixar impune quem roubou e reaver o dinheiro roubado, mas também é importante não deixar fazer um roubo muito maior, que é o patrimônio do povo brasileiro, porque tem gente atacando mais a Petrobras do que o razoável, para roubar a empresa inteira e o pré-sal do povo brasileiro. 

    Tem que explicar que o regime de partilha é para garantir mais dinheiro para a educação e saúde do povo brasileiro, e tem gente sabotando para tirar do povo e enfiar no bolso privado. Que a exclusividade da Petrobras no pré-sal é para garantir a soberania e ter controle sobre essa riqueza. Senão uma empresa estrangeira poderia até fraudar o tanto de petróleo que extrai e exporta sem a gente saber. E que encomendas na indústria nacional é para garantir empregos aqui e desenvolver a indústria e tecnologia nacional.

    Mas o estilo de reduzir o oficialismo adotado pelo Ministério da Justiça acho que é bom copiar para cair na boca do povo.

    Confira a página do Ministério da Justiça aqui: https://www.facebook.com/JusticaGovBr

     

  7. Mais banditismo – de anteontem

    LEILANE NEUBARTH, AUTORA DA FRASE MAIS ABSURDA DE 2014

    :

     

    “Prêmio” foi entregue pelo portal Poços 10, de Minas Gerais, que disse que a jornalista da Globonews superou Lobão ao dizer que Venina Velosa da Fonseca, ex-gerente da Petrobras, é “uma brasileira digna… que nos enche de orgulho”

     

    27 DE DEZEMBRO DE 2014 ÀS 08:49

     

    Ver imagem no Twitter

    247 – A jornalista Leilane Neubarth, apresentadora da Globonews, apresentou a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca, no dia 21 de dezembro, como “uma brasileira digna… que nos enche de orgulho”.

    A frase foi escolhida a mais absurda do ano pelo portal Poços 10, de Minas Gerais, que disse que a apresentadora superou o cantor Lobão, que se destacou em 2014 por participar – e convocar – protestos que defenderam a volta do regime militar. 

    Pouco depois de Leilane definir Venina como “uma brasileira digna”, foi noticiado que a ex-gerente fechou, sem licitação, contratos que somam R$ 7,8 milhões com a empresa de seu ex-marido pela Petrobras (leia aqui).

     

  8. Lanço aqui uma proposta: CROWDFUNDING

    Lanço aqui uma proposta: CROWDFUNDING – destinado a custear ações especificamente  contra a  Rede Globo. Bancada por cidadãos, independente de ideologias partidárias mas comprometidos com o destino do país e do nosso povo.

    1. Se fosse uma proposta de

      Se fosse uma proposta de financiamento coletivo eu até estaria dentro, mas se já começa como crowdfunding comprometido com o destino do nosso povo, tô fora.

  9. Eu numca irei entender:
     

    Eu numca irei entender:

      ”Forjar notícias”.

            Quem?

       Eu leio todo santo dia ”notícias” e omissões a gtanel dos blogs,

               Alguérm teve a petulância de escrever que tal jotnal ”trepidou ” e até colocaram vídeo, mas disse,

                Como  pode apenas uma  leitota do ”ttelpranter”   trepidar?

                     Ela apenass lê a pauta  e pouco se kixa pro conteido.

                    MAS ESTE BLOG COLOCOU UM POST COMO SE A APRESENYADORA TIVESSE ALGIMA COISA A VER COM ISSO..E até inventou um ”tropeço”. 

                         Como se ela não quisesse dizer o que estava escrito pta ela dizer.

                                            JESUS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

                           e VCS querem a tal imprensa livre pta escrever essas MERDAS/?

                               Cantem o bendito que ainda os blogs sãos liberados pta escrever asneiras,

                              Mais um detaalhe: Uns 90 por cento das matérias do blog , são ”chupados”  dos ”jornalões”.

                               Ou seja : Se ”jornalões” não existisse, não haveria blogs.

          

    1. O mundo não é tão sombrio a não merecer uma risada

       

      Anarquista Sério (sábado, 14/02/2015 às 18:57),

      Antes uma curiosidade. Fui colocar o S maiúsculo no sério e ficou Aério que só faria sentido se fosse Aécio.

      Não é, entretanto, o seu caso, pelo menos em relação à sua crítica ao título deste post. Concordo com sua crítica, mas discordo de você ter sido sério em relação ao post “O JN engasgou, mas citou período FHC na Lava Jato” de sexta-feira, 13/02/2015 às 21:34, aqui no blog de Luis Nassif. Aquele post deve ser entendido como um post de um jornalista que preza a classe a que pertence e as amizades que nela formou, mas não perde a oportunidade de fazer a piada, muito mais séria do que a incoerência da antinomia do seu nome.

      E não foi só no título forjado que Luciano Martins Costa pecou. Aliás o título até parecia ter sido inventado aqui no blog, tão frequente são os títulos para notícias que em nada explicam o título. Veja a esse respeito o post “Adams supre ausência de Cardozo e negocia com TCU” de quarta-feira, 11/02/2015 às 14:23, aqui no blog de Luis Nassif em que a notícia não explicita nenhum desempenho do Advogado Geral da União para suprir uma provável ausência ou, como estava subentendido, inércia do ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.

      O interessante é que no texto do artigo, o Luciano Martins Costa não diz que os meios de comunicação forjam notícias. O primeiro parágrafo até que começa bem quando diz:

      “Os jornais de quarta-feira (11/2) trazem alguns exemplos de como o filtro da mídia distorce a realidade a ponto de produzir contextos obscuros e, muitas vezes, contraditórios”.

      É verdade. A grande mídia não tem interesse em ser precisa e clara, pois notícia assim perde rapidamente o interesse do receptor. Além disso, a grande mídia não pode trazer uma notícia como ela é se ela é contrária a ideologia do receptor nem, quando a notícia é contrária, vai poder apresenta-la exatamente como o receptor gostaria de a conhecer, pois ai mais do que forjando a notícia estaria mutilando ou deturpando a notícia. Então, a mídia sobrevive na obscuridade. É ai que ela mantem a atração de seu público.

      Só que a explicação que Luciano Martins Costa dá para o caráter obscuro da notícia repassada pela grande mídia não me pareceu consistente. Diz ele:

      “A explicação é bastante simples: como o interesse do produto jornalístico não é informar, mas causar determinado estado de espírito, tudo de relevante que acontece é tratado com o mesmo viés, colocado numa forma de um mesmo padrão – mas as peças resultantes não se ajustam, ou, quando se encaixam, formam um desenho que não faz sentido”.

      Quem é do meio jornalista não gosta de entender o verdadeiro problema da grande empresa da indústria jornalística. O interesse da grande mídia é vender notícia ou vender o meio pelo qual ela se propaga. E para isso ela tem que está atenta para o que Rafael Araújo, professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo e da PUC-SP, expôs com correção no artigo dele “A cegueira branca do Estado e o gigante iluminado” e que aqui no blog do Luis Nassif foi transcrito em post de mesmo nome publicado quinta-feira, 20/06/2013 às 16:10. Transcrevo o quinto parágrafo do artigo em que o professor Rafael Araújo descreve bem o relacionamento da empresa jornalística operando em um sistema capitalista com o seu público. Diz então lá o Rafael Araújo:

      “É verdade que as manifestações revelam um descontentamento da população e uma falência do sistema de representação política. Há uma crise de racionalidade pelo fato do Estado de direitos não ser capaz de cumprir com aquilo a que se propõe. Os articulistas têm repetido isso como um mantra, mas até que ponto trata-se de uma crise exclusivamente brasileira? Até que ponto podemos associar o descontentamento do povo ao descaso e à corrupção? Esse é o raciocínio de superfície que estrutura os meios de comunicação tradicionais e que está por toda parte: nas músicas, filmes e novelas, nos sermões e discursos políticos, nas conversas de bar e de família, nas fábricas e escritórios, nas ruas e praças. Se todo o público que consome notícia pensa dessa forma rasa, como esperar que a velha mídia se comporte de outra maneira? São empresas que precisam de anunciantes, dizem e escrevem o que o espectador quer ouvir e ler. O jogo é esse. As fontes de informação dizem aquilo que se quer ouvir, assim garantem a audiência. Afirmar isso tem um fundo de perigo, principalmente quando estamos em um período de desequilíbrio como agora, porque essa afirmação significa ampliar as responsabilidades também para os receptores”.

      Assim a meu juízo o Luciano Martins Costa não vai à essência da razão para que a grande mídia transforme a notícia em um contexto obscuro. A finalidade não é causar determinado estado de espírito, mas antes não causar determinado estado de espírito, isto é, não causar antipatia do receptor com uma notícia que iria contra os seus próprios conceitos.

      E ele peca também quanto tenta analisar o que a grande mídia diz a respeito aos movimentos do novo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Trata-se de um deputado da direita conservadora e que foi eleito exatamente porque a direita conservadora é maioria no Congresso Nacional. E a direita conservadora no Brasil é maioria não por obra do acaso, mas porque a direita conservadora encontra mais respaldo no seio da população do que a esquerda mais moderna, mas avançada.

      O Luciano Martins Costa tem razão em dizer que a Eduardo Cunha faz esforço para ganhar relevância no cenário político, mas isso é truísmo. Esqueceu de dizer que Eduardo Cunha conta com competência para que o resultado do esforço dele seja exitoso. É verdade também como disse Luciano Martins Costa que a defesa da Emenda da obrigatoriedade da execução orçamentária das emendas parlamentares esteja em contradição com as políticas de austeridade “que o empresariado (e a imprensa) vem defendendo – e com as quais o governo havia concordado”. Só que a imprensa regozija-se pela derrota do governo e não pelas possíveis consequências dessa derrota. Além disso a imprensa fala em austeridade porque este é o discurso que é bem recebido pelo público da mídia e não porque ela tenha algum compromisso com a austeridade. Ainda mais que ela precisa de mais gastos do governo com propaganda.

      E em relação a PEC da obrigatoriedade da execução das emendas parlamentares, o processo todo de tramitação da Emenda já havia sido aprovado da forma mais aceitável para um governo que sabia não ter força para impedir que uma proposta tão do agrado dos congressistas pudesse ser bloqueado. No estágio em que a PEC se encontrava, restava apenas que a Câmera dos Deputados aprovasse a reforma do jeito que estava após sofrer alterações no Senado Federal e não como a Câmara dos Deputados desejava ou reiniciar todo o processo, correndo o risco de a Emenda ser paralisada no Senado Federal.

      E quanto a reforma partidária-eleitoral, não há vantagem em o PT poder assumir “o papel em que historicamente fica mais à vontade: o de oposição crítica” em uma discussão em que o PT se livraria “de um contexto controverso” uma vez que o Congresso “não quer uma reforma para valer”. Primeiro não é porque o PT fique mais à vontade na oposição que o PT e os que apoiam o PT querem que o PT desempenhe o papel de oposição. E segundo, o problema é a reforma ser retrocesso e o PT não ter força para impedir. Ora, é muito melhor para o PT ter alguém do lado do PT na presidência da Câmara dos Deputados que não há porque contar vantagem em ser oposição.

      Ele prossegue em um discurso do desejo e não da expressão da realidade ao dizer que “o potencial de aumento das despesas públicas provocado pelo favor que o presidente da Câmara faz a seus pares cria argumentos para o Poder Executivo buscar recursos em outra fonte, como, por exemplo, na tributação de grandes fortunas, o que certamente favoreceria a popularidade da presidente da República”, como se houvesse qualquer possibilidade de uma Câmara dos Deputados conservadora permitir uma aprovação de um imposto sobre grandes fortunas.

      E mais, Luciano Martins Costa fala na reaproximação entre o governo e as lideranças sindicais, esquecendo que essas foram cooptadas pelo empresariado a lutar contra o aumento do imposto de renda nas faixas de rendas mais baixas, como se o Imposto de Renda fosse suportado pelo trabalhador, quando se sabe que em um sistema capitalista que é dinâmico, há a transmissão da carga tributária ao longo da cadeia produtiva, não se podendo dizer a priori quem realmente suporta a carga do tributo.

      Depois há dois parágrafos curtos em que ele menciona uma qualidade do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Câmara, e que seria a habilidade de negociação dele para em seguida fazer conjecturas se o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, “alimenta ambições maiores e que talvez esteja de olho na proposta de impeachment da presidente da República”. Fica parecendo que Luciano Martins Costa recriminasse o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de alimentar essas ambições.

      E deixo a seguir o link para os posts mencionados. O post “O JN engasgou, mas citou período FHC na Lava Jato” pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/o-jn-engasgou-mas-citou-periodo-fhc-na-lava-jato

      O endereço do post “Adams supre ausência de Cardozo e negocia com TCU” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/adams-supre-ausencia-de-cardozo-e-negocia-com-tcu

      O endereço do post “A cegueira branca do Estado e o gigante iluminado” de quinta feira, 20/06/2013 às 16:10 e originado de artigo com o mesmo título do post de autoria do professor Rafael Araújo e publicado aqui no blog do Luis Nassif é:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-cegueira-branca-do-estado-e-o-gigante-iluminado

      Bem, faço ainda uma referência a comentário crítico que enviei domingo, 15/02/2015 às 05:12, ao post “Cunha como “espantalho”, por Gunter Zibell” de domingo, 15/802/2015 às 00:31, aqui no blog de Luis Nassif, e como indicado no título de autoria de Gunter Zibell – pró-Rede. Gunter Zibell – pró-Rede escorregou para o lado da oposição e agora está a culpar o esforço do PT em manter o cetro presidencial sob o comando do PT como sendo a razão do avanço da direita conservadora. Em meu comentário para Gunter Zibell – pró-Rede, eu enfatizo a necessidade de se procurar mais bem entender a vitória de Eduardo Cunha que não pode ser vista como fruto da coligação que o PT desenvolve para ganhar a eleição de presidente da República, como quer fazer crê o Gunter Zibell – pró-Rede. Transcrevo a seguir o trecho do meu comentário:

      “Bem, esquerda e direita devem saber mais bem entender a vitória de Eduardo Cunha. Trata-se não a vitória da direita suja, mas da direita conservadora que sabe defender os direitos que ela, a direita, possui. É uma vitória em um dos poderes da República. É uma vitória que mostra a força que a direita conservadora possui no país. Direita que só não se sente satisfeita porque mesmo sendo maioria ela não consegue eleger um presidente da República há vinte anos. E porque percebe que é uma vitória frágil pelo tanto que o PT já conseguiu elegendo o chefe do Poder Executivo e em termos de modernização do STF. E mesmo no Poder Legislativo a vitória é parcial ainda que sabendo que o Renan Calheiros não seja exemplo de esquerda, há ali no Senado Federal uma espécie de alívio para a esquerda em se saber que na distribuição de forças estabelecidas no Senado Federal, a esquerda não está tão enfraquecida como está na Câmara de Deputados”

      E deixo também o link do post “Cunha como “espantalho”, por Gunter Zibell” que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-pro-rede/cunha-como-espantalho-por-gunter-zibell

      Juntei a crítica que eu fiz a Gunter Zibell – pró-Rede, com a crítica que eu faço a este texto de Luciano Martins Costa porque, embora em lados opostos, de certo modo ambos não reconhecem o valor de Eduardo Cunha em ter alcançado a presidência da Câmara dos Deputados e prosseguem em análises equivocadas, pois Gunter Zibell – pró-Rede culpa as alianças do PT para ganhar a eleição presidencial como responsável pela vitória do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. E Luciano Martins Costa quer dar a entender que a vitória de Eduardo Cunha seria uma vitória de pirro. Pode até vir a ser porque o PT tem a chefia do Executivo, e há ainda o Senado Federal e o STF mais propensos a ficar do lado do avanço e não do retrocesso. Só que para a vitória de Eduardo Cunha se tornar uma vitória de pirro será necessária muita habilidade por parte do grupo que apoia a presidenta Dilma Rousseff.

      Estiquei o meu comentário para mostrar que havia muitos aspectos a serem criticados no texto de Luciano Martins Costa. Até achei o início do seu comentário promissor, mas ficou no perfunctório, pois dedicou toda a sua crítica a um título infeliz, sem atentar para tantas informações equivocadas que o artigo apresentava. Além disso você depois da crítica superficial passou a fazer uma avaliação equivocada de um post que provavelmente levou você a um momento de riso.

      Clever Mendes de Oliveira,

      BH, 15/02/2015

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