Datafolha: Marina avança e empata tecnicamente com Dilma

Muitos erros nessa pesquisa

Analisando friamente os dados do Datafolha, há uma hipótese plausível:

A Dilma está muito perto de ganhar no 1º turno e eles foram para o tudo ou nada, um usuário do face no blog do Miguel do Rosário percebeu dados que não batem:

– Dilma tem uma avaliação de ótimo/bom maior que a intenção de votos, isso não existe;

– 39% avaliam como regular, se metade deles votarem na Dilma ela terá mais de 50% (1º ou 2º turno);

– Quem avalia Dilma como regular não a rejeita, só quem diz que o governo é ruim/péssimo jamais votaria nela, portanto a rejeição da petista é muito menor;

– Dilma cresceu na espontânea (de 24 para 27%) impossível ter reduzido na estimulada;

– O Aécio tinha 20% na estimulada e 11% na espontanea do dia 18, Hoje ele tem 15% na estimulada e 10% na espontanea. Uma diminui 5% e a outra diminui só 1%. Inconsistência;

Stanley Burburinho denunciou que a soma da pesquisa dava 102%, depois consertaram provando a falta de isenção da pesquisa e ainda tiraram dos nanicos de uma hora para outra já que Marina cumpre o papel…

Marina vem crescendo em um

Marina vem crescendo em um ritmo verdadeiramente singular, e é muito difícil reverter um quadro como este. Para a militância petista, isso é resultado do trabalho da grande mídia. Resta a ela explicar porque a mídia não turbinou a candidatura do Aécio, e em 2010 a de Serra. Essa explicação teria um grande valor científico no campo da sociologia.

A maioria do povo se cansou tanto do PT quanto do PSDB. Sou admirador do Aécio, mas em MG votarei no Pimentel, pois é preciso trocar a fralda da criança. Pimentel foi bom prefeito, creio que será bom governador, como também foram Aécio e Anastasia. O rodízio no poder é muirto saudável. Os petistas alegam que a derrota do Aécio será o seu fim político, mas um pouco de coerência é recomendado em qualquer análise política. Lula perdeu ao concorrer uma vez ao governo de SP e três vezes ao concorrer à Presidência. Não morreu politicamente e acabou sendo Presidente. Por que Aécio, que venceu duas eleições ao governo de Minas no primeiro turno e também elegeu seu sucessor no primeiro turno estaria acabado por perder uma única eleição?

Quem talvez fique irreversivelmente fragilizada com a derrota é Dilma, que fez campanha para reeleição desde janeiro de 2011, contando com a poderosa máquina governamental, e nem assim será eleita. Entregará o país bem pior do que recebeu e parece acreditar que o pré-sal foi criado pelo PT, não pela natureza. Mas quem prevê o futuro é astrólogo e assemelhados, coloco isso apenas como conjectura.

Os adversários de Marina alegavam que ela é uma fundamentalista evangélica que não respeita o Estado laico e que além do mais não tinha programa, mas esse programa existia, foi publicado no momento certo e me parece muito bom. Na internet, a principal crítica dos petistas é que o programa se apoia no tripé macroeconômico. Paradoxolmente, para não usar termos mais pesados, anteontem Mantega declarou em defesa do governo que ele adotou o tripé de maneira mais consistente do que o goveno FHC, que o criou. Vem então a pergunta que não quer calar: o tripé é lesivo ao país só quando praticado pelos adversários? Ou será que ele só é virtuoso quando acompanhado de contabilidades criativas?

No governo Lula o BC foi presidido, pelo Meireles, ex-executivo do Bank of Boston. Por que isso não foi visto na época como entrega do BC à banca rentista?

Finalmente, a questão do Estado laico. Surpreende esse apreço ao Estado laico em um partido que por décadas tem apoiado regimes fundmendalistas religiosos de variados tons em todo o Oriente Médio. 

Difícil, muito difícil para a Dilma

Ou muda a estratégia de campanha ou vai perder. Eu ainda acredito que Dilma pode vencer, mas não do jeito que os petistas/simpatizantes fazem a campanha. Agora, neste momento da campanha, os petistas/eleitores de Dilma fazem a pior coisa que poderiam fazer no atual cenário. Não bastasse terem contribuído com o crescimento quando subestimaram Marina e se resumiram a desqualificá-la, isso quando não estavam insistindo em chamá-la de “tucana”, o que fazem com todos os adversários políticos (virou uma psicose petista isso: foi adversário, é “tucano”), os petistas agora começam a emular o discurso de raiva contra o eleitor e o povo brasileiro, como se tivessem sido “traídos” (!!!).

Ou seja, se Marina cresce nas pesquisas e se consolida como a principal adversária de Dilma, se ela se apresenta como forte candidata a vencer as eleições presidenciais, o que os petistas fazem?

Começam a esculhambar o eleitor e o povo brasileiro!! Inclusive começam a desejar o “mal” para o povo brasileiro!

Ontem, eu li vários comentários desse tipo por aqui. Não foi só aqui, na verdade. Nas redes socias (Facebook, Twitter) eu li também comentários indevidos, lamentáveis e nada inteligentes como esses vindo de petistas e de eleitores de Dilma. Mais constrangedor ainda é quando ficam pedindo a volta de Lula. “Volta, Lula!”, eles dizem. O que passa a pior ideia possível: a de que nem os petistas confiam ou estão satisfeitos com a Dilma. E ainda querem ganhar a eleição desse jeito. Desculpe-me, mas se isso não for estupidez, o que mais será?

Quer dizer, isso mostra o despreparo político e eleitoral desse pessoal. São justamente coisas assim que fazem a Dilma não subir nas pesquisas e Marina crescer. Falta tranqulidade e racionalidade aos seus eleitores, apoiadores e aos militantes do PT. Não estão sabendo reverter a situação. Ou seja, nesse ritmo, a campanha aponta para uma derrota fragorosa e doída para os petistas.

É claro que se você quer ganhar uma eleição, você não pode esculhambar o eleitor muito menos o povo brasileiro! Isso mostra autoritarismo, viés anti-democrático, mesquinharia, falta de grandeza de caráter, tudo o que muitos dos críticos dizem dos petistas. Os eleitores de Dilma, quando esculhambam o eleitor, reforçam e ajudam a criar essa imagem.

Eleição é estratégia de campanha, também. O eleitor tem que ser convencido e não afugentado. Inclusive a tática de atacar Marina, acusando-a de “tucana”, é péssima para um eventual segundo turno, já que os votos dados a Aécio no primeiro turno terão que ser disputados por Dilma. A conclusão não pode ser outra: Dilma vai perder a reeleição assim. Tem que mudar o estilo da campanha. Marina não deve ser atacada como “tucana”. Ninguém que esteja indeciso ou que não esteja com a Dilma vai acreditar nisso (não que todos os que estejam com a Dilma acreditem nisso), além disso significar perda de votos no segundo turno. A campanha dela tem que ser descontruída a partir de como ela realmente se apresenta. Isso significa enfrentar o que ela está dizendo e dizer porque aquilo não vai dar certo, não será bom, que contrariará as conquistas obtidas nos últimos anos, etc. Para mostrar isso, não precisa partir para o desespero. O desespero só ajuda Marina, porque aí ela posará como a única candidata “equilibrada”, “ética”, “democrática”, “lúcida” etc, justamente como ela se apresenta em sua campanha. Ao invés de estarem ajudando Dilma, estarão ajudando Marina com esse discurso. E aí é passar a régua e fechar a conta. E Dilma sairá da presidência como a primeira presidente, após a redemocratização, que não conseguiu ser reeleita, depois de Collor (Sarney não conta porque ele não foi eleito presidente pelo voto do povo).