Folha liga ex-diretor da Odebrecht a Lula, em manchete

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Dos quatro detidos na 14ª fase da Operação, na última sexta-feira (19), três executivos ligados às empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez foram liberados, depois que o prazo de cinco dias da prisão temporária venceu. O ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar, teve a temporária convertida em preventiva, por ordem do juiz Sergio Moro. 
 
Ao noticiar o fato, a Folha de S. Paulo preferiu manchetar: “Ex-diretor ligado a Lula continuará preso, decide juiz”. O que se afirma no título não é explicado na própria reportagem. Apesar de indicar que Alexandrino é citado como “um dos principais elos da empresa com políticos”, a referência ao ex-presidente não é mencionada no conteúdo do texto. 
 
O objetivo de manter o executivo preso é apurar a acusação feita por Paulo Roberto Costa de pagamento de propinas de US$ 30 milhões, nos últimos anos pela Braskem, ao ex-diretor da Petrobras e ao ex-presidente do PP, José Janene.
 
Segundo crítica no Brasil 247, Alexandrino esteve no grupo Odebrecht durante todo o governo de Fernando Henrique Cardoso, intermediando negociações, como a criação da Braskem, empresa resultante da fusão entre os ativos petroquímicos da Odebrech e da Petrobras. 
 
“Surgida na era tucana, a Braskem, segundo muitos analistas, foi decisiva para evitar a bancarrota do grupo Odebrecht, que é também um dos principais contratantes de palestras do ex-presidente Fernando Henrique e também financiador do iFHC”, publicou o Brasil 247. “Nem por isso, no entanto, Alexandrino é apresentado pela Folha como ‘ex-diretor ligado a FHC'”, completa.
 
Da Folha de S. Paulo
 
Ex-diretor ligado a Lula continuará preso, decide juiz
 
Para Moro, Alexandrino de Alencar, executivo que era da Odebrecht, tinha ‘papel relevante’ no esquema
 
Em despacho, juiz chamou de ‘inusitado e parcial’ o comunicado feito pela empreiteira em jornais do país
 
O ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Salles de Alencar, um dos principais elos da empresa com políticos, seguirá preso por tempo indeterminado. A decisão é do juiz federal Sergio Moro, que converteu a prisão de temporária em preventiva nesta quarta (24).
 
O juiz aproveitou para defender as prisões decretadas na última fase da Lava Jato, criticando o “inusitado e parcial comunicado” que a Odebrecht fez nos principais jornais do país na segunda (22).
 
No texto, a empresa nega estar envolvida em cartel, corrupção e fraude a licitação em obras da Petrobras e diz que as prisões foram uma “afronta aos princípios mais básicos do Estado de Direito”, pois se baseariam em equívocos de interpretação (…).
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. Algumas lições para se tornar

    Algumas lições para se tornar um juiz-celebridade

    25 junho 2015PolíticaDeixe um comentário

    O professor Rogério nos brinda com mais um texto que põe o dedo na ferida, abordando essa nova loucura nacional: o juiz heroi nacional, que atropela leis e regras elementares do direito para prender o “inimigo”, os parentes do inimigo, os amigos do inimigo e os patrocinadores do inimigo.

    ***

    Tudo que você sempre quis saber sobre como melar um processo judicial mas tinha medo de perguntar

    Por Rogério Dultra, em seu blog Democracia e Conjuntura.

    Imagine que você é um juiz criminal e tem dois objetivos: a) transformar-se em herói nacional, prendendo grandes executivos, parlamentares e donos de grandes empresas com estardalhaço e em rede nacional, e, ao mesmo tempo, b) contribuir para destruição de um agrupamento político importante, porém incômodo, abrindo o caminho para que as assim consideradas elites tradicionais retomem o controle do Estado.

    Estes dois alvos, veja, são complexos e trazem um sem número de efeitos colaterais. Deverá evitar, acima de tudo, que os danos se voltem contra você.

    Mas a receita do sucesso é relativamente simples: feche negócio com o Ministério Público, que geralmente quer ver qualquer coitado que passa pela sua frente nas grades; transforme-se em associado eletivo e fonte de informação privilegiada para jornalistas da grande mídia e, o ingrediente fundamental da receita, mele o processo, isto é, evite que ele prospere para além dos factóides que você irá criar.

    Isto mesmo. Se você quer: a) aparecer de paladino da justiça, b) produzir dezenas de imagens simbólicas de empresários algemados e passando necessidade atrás das grades e, no final do tempo que você quiser, c) criminalizar e, ao final, sepultar o maior partido de massas do país, abrindo as portas para o modo usual de governo das elites, faça de tudo para que ninguém seja de fato condenado. Um rico algemado no jornal de hoje vale mais que mil políticos condenados não se sabe quando e nem por quem.

    Estabelecidas as linhas gerais, preocupe-se com os detalhes.

    Um pormenor de peso é o seguinte: uma coisa é o processo penal e outra coisa completamente diferente são os direitos previstos na Constituição. No processo, esses direitos não precisam ser obedecidos. Como você é um juiz e não um constitucionalista, nem defensor de direitos humanos para bandido, não se importe com a Constituição nem com o “devido processo”, ou mesmo com o “princípio” da legalidade (pois é só um valor), com a ampla defesa, nem com esse negócio de presunção de inocência. Se há presunção é porque os indiciados e réus têm culpa no cartório. Em resumo: não perca tempo com direitos fundamentais. Deixe isto para os Ministros do STF (mas lembre-se, o ideal mesmo é que este processo nunca chegue lá. Você não precisa disto: a ideia é que a República caia antes).

    Outra coisa relevante: nunca prenda ninguém com base em provas. Para que perder tempo e dinheiro público com investigações infindáveis, análises contábeis, escutas autorizadas, perícias de documentos, softwares, imóveis e contas, ou com testemunhas inalcançáveis. Prenda sem motivo. A doutrina o autoriza a fazer isto. Até mesmo a associação de magistrados vai apoiar a sua conduta. Praticamente todos fazem a mesma coisa. A diferença importante é que você vai fazer com ricos e políticos. Ma non troppo. Lembre-se: é tudo fogo de palha.

    Agora, se você quer mesmo brilhar em cada passo, preocupe-se que, em todos os movimentos da Polícia Federal, em cada conversa de seu grupo de Procuradores com a mídia e em cada folheada dos autos em segredo de justiça sempre vaze uma coisa. Pode ser um nome, ou melhor, uma lista de nomes de políticos que supostamente poderiam ser investigados, uma conta na Suíça (mesmo que declarada no Imposto de Renda), um bilhete que seja. Cada vazamento gerará uma avalanche de suspeitas, de teses, acusações e defesas que permitirão que os seus réus sejam vistos sempre como mais culpados e mais criminosos. E isto tudo sem que você precise escrever uma linha.

    Vão questionar os seus procedimentos. Afinal, ricos e poderosos geralmente têm bons advogados. Mas, lembre-se, você tem a mídia ao seu lado! Uma notícia de primeira página abafa a voz de qualquer advogado. Com a amplificação dos telejornais, com a repetição das redes sociais e com a chancela da dos periódicos impressos, as suas hipóteses virarão indícios, as suspeitas, provas e as delações – atente-se para as delações! – serão o combustível para a transmutação de qualquer dúvida em verdade. Afinal, um dedo em riste vale mais que mil análises contábeis.

    Outra coisa que vai demandar atenção é o trato com a classe política. Comece perseguindo o segundo escalão. Eles não estão acostumados a lidar com o mundo do direito. Se aproveite disso. Como você precisará de apoio nas cortes superiores para chegar ao estrelato, não se esqueça de bajular os Ministros do Supremo. Dê presentes para eles em forma de militantes presos. Um militante histórico algemado na Proclamação da República não tem preço. E irão te agradecer por isto. Não colocando nenhum óbice seja na prisão dos tubarões graúdos, seja na sua futura indicação. Pense nisto com carinho. Este é o seu gol.

    Mas, lembre-se, não vão deixar você em paz. Se prepare para isto e oriente seus familiares. O silêncio e a constrição são o melhor remédio. Deixe que a mídia faça o seu trabalho. Ela está ao seu lado e irá chancelar cada passo que você der. Ainda assim irão questionar a sua imparcialidade. Finja que não é contigo. Você acabará ganhando algum prêmio empresarial e sairá em editoriais e capas de jornais e revistas como um empreendedor de sucesso! Nem o Tribunal nem mesmo o Corregedor terão coragem de colocar freios em você, mesmo que você acabe falando ou dando declarações esquisitas aqui ou ali. No fundo, estarão todos te aplaudindo (ou com medo da repercussão negativa)!

    Apesar de ser a sua finalidade capital, não deixe o sucesso subir à cabeça. Você será convidado para dezenas de conferências, entrevistas, clubes e jantares. Todos o festejarão no supermercado, no shopping, na farmácia. Mas é você que tem a caneta. A responsabilidade da condução do processo é sua. E quando disserem que está na hora de prender um Presidente, pense duas vezes.

    Quem faz o trabalho sujo das elites tem prazo de validade. Dura o tempo que é útil. A sua principal tarefa é conseguir sair ileso do processo. Esta é a malandragem suprema. Veja: você irá desnudar como o judiciário realmente funciona – irá desagradar não somente a classe dos advogados, mas aqueles que se fiam que a justiça é correta e imparcial e aqueles que sempre se locupletaram dela mas o fizeram em silêncio; você será o vértice da luta de classes no país, pois o seu processo funcionará como catarse de uma violência social que se acumula há séculos, num país cujas elites são, no fundo, escravagistas; você colocará em questão a ordem jurídica, pois o direito e suas regras atrapalham o desenvolvimento de seu processo; você e o seu processo atacarão frontalmente a ordem democrática, já que a voz das urnas não é a voz que você ouve nas conferências, clubes e jantares – a voz das ruas deve ser calada; e você, caro amigo, você é uma peça substituível – um burocrata numa instituição entupida de burocratas com vontade de poder que nem você.

    Então, agora que o seu processo está em andamento, agora que você não pode voltar atrás nem que você queira – e você, convenhamos, não quer –, chegará a hora de encarar o imprevisível. A sua malandragem será ser capaz de improvisar na imprevisibilidade e voltar toda a energia reativa já gerada contra você a seu favor. Esta é a malandragem usual da classe política e da classe empresarial. O seu problema é que você fez direito. Não é nem político, nem empresário. Vai ter que se virar nos trinta. E como dizem no teatro para dar sorte – por que isto tudo, você sabe, é uma pantomima – Merda para você!

     

     

  2. Do que costuma se definir

    Do que costuma se definir como imprensa angajada, partidarizada(*) e que fez da sua razão de existir perseguir um partido e seus líderes, formadas por corporações midiáticas agrupadas numa denominação meio irônica conhecida como “grande” imprensa”, o jornal a Folha de São Paulo, aliás todo o Grupo Folha, é o mais repulsivo porque simulado. Posa de “imparcial”, mas na prática se apresenta mesmo é como um panfleto de quinta categoria. 

    Ganha da VEJA(Grupo Abril) por esta é “or concours”,  tal qual Pelé para o futebol. 

    (*)Partidarizada em dois sentidos: tanto pelo anti-petismo e anti-lulismo alucinado como pelas relações e afinidades ideológicas e políticas com um partido, o PSDB. Relações que envolvem  também interesses bem menos pro$aico$. 

  3. Até nisso eles tentam copiar

    Até nisso eles tentam copiar a italiana Operação Màos Limpas: a máxima exposiçào publicitária para varrer do mapa algumas lideranças, abrindo assim espaço para um “impoluto” Silvio Berluscconi. Quando a Itália se deu conta de que promotores, juizes e uma midia ensandecida haviam destruido uma economia viva e vibrante, a qual deu lugar a um pais morto, tomaram medidas no sentido de segurar as paixões desregradas de funcionários publicos sem limites  mas ja era tarde: a Itãlia nunca mais se reergueu

  4. SP, o c. do mundo! Estadinho

    SP, o c. do mundo! Estadinho dominado por máfias, bandidos, asslatantes da dignidade humana. Fora sp!!!!!!! Instalem-se de mala e cuia no USA, seu país, que os deixa rastejantes e depentes. Sp NUNCA apoiou o MEU PAÍS, BRASIL. Fora, sp!!!!

  5. En quanto não houver a devida

    En quanto não houver a devida regulamentação da mídia seremos obrigados a conviver com esta situação

  6. ESPERANÇA MORTA NA FOGUEIRA.

    Eles não conseguem mais se conter.

    Ou eles quebram o PT ou PIG quebra.

    Daí porque apostaram todas as fichas no MORO.

    Com a falência batendo-lhe à porta, fica mesmo difícil controlar a vontade de jogar mais papel nessa fogueira e ver esse circo pegar fogo, mesmo que o país o e povo queime junto, contanto que eles sobrevivam pra dar a nóticia.

    Continuem tentando, já que “isso” é liberdade de imprensa e essa é a sua ÚLTIMA ESPERANÇA.

    Mas… alimentar fogueira com JORNAIS MOLHADOS, não sei não!!!

  7. Loucos prá ver Lula Lá

    Para a grande imprensa é assim:  primo de governador do PSDB é parente distante (regra que vale no próprio Estado do rigoroso juiz).

    Já o diretor preso é ligado a Lula. Deve ser aquele irmão siamês que aparecia com ele, na foto oficial com a faixa presidencial.

  8.  
    Ao noticiar o fato, a Folha

     

    Ao noticiar o fato, a Folha de S. Paulo preferiu manchetar: “Ex-diretor ligado a Lula continuará preso, decide juiz”.

     

    Engraçado…pela capacidade que a minha memória consegue reter, não lembro da decadente Folha de São Paulo ter manchetado algo similar, quando da prisão do banqueiro condenado Daniel Dantas:  ” o contraventor DD, ligado a Fernando Henrique Cardoso foi algemado e preso hoje…”.

    Por falar em picaretas de alto-coturno, gostaria de lembrar ao jornalismo de aluguel da folha que: para quem comprou deputados a 200 ou 300 dinheiros por cabeça para votar a favor do estupro da Constituição, afim de prorrogar o próprio mandato, este sim, é cafajeste. Vale lembrar, que a cafajestada foi um conluio que  contou com o total apoio das seis famílias que detém o cartel  midiático de manipular  informação. Como repetem agora o mesmo procedimento, sem a massificação do noticiário distorcido, manipulado e criminoso, não teriamos tido reeleção. Estes senhores da mídia, não fossem tão descardos e hipócritas, perceberiam que não dipõem de nenhuma autoridade moral pra cagar regra sobre questões morais e éticas.

    Orlando

  9. Descaramento total. Isso não

    Descaramento total. Isso não é jornalismo, é torcida mesmo pela prisão de Lula. Aliás, torcida é pouco, é empenho mesmo.

    Mas não vai acontecer, torcida!

  10. Acorda, gente, tá tudo muito

    Acorda, gente, tá tudo muito bem orquestrado, daqui a pouco será tarde.

    QUEM SABE FAZ A HORA, NÃO ESPERA ACONTECER.

     

     

  11. Eu avisei isso ontem! na Band

    Eu avisei isso ontem! na Band news de ontem,fizeram questão de falar que o tal Alexandrino,que continuou preso era o mais ligado a Lula! pra mim está rolando um acordo.Na hora que vi a matéria comentei com meu marido ué mas o esquema não era com o Marcelo derruba republica…

    E digo mais o noticiario mudou o tom com a odebrecht…e esse bilhete foi proposital…onde o cara sabia que o bilhete ia ser vasculhado …ele entregou na mão de um PF ….ia se cagoetar “destruir provas”.esse bilhete faz parte de alguma jogada!

  12. Com todo gás que dão para o

    Com todo gás que dão para o Aécio, com todas cacetadas que dão no Lula e, mesmo assim, nessa pesquisa fora de hora da Folha, Lula tem 29% e Aécio 33%!  Os caras, no desespero,  passarão de todos os limites para destruir o Lula.

     

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