Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados.

Luis Nassif

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  1. RODA VIVA COM JOÃO DORIA –

    RODA VIVA COM JOÃO DORIA – Aonde chegou a TV Cultura, meu São Lucrecio. O sujeito é um self promoter total, manequim de si mesmo, um desfile plastico de almofadinha circulante, inventou um pseudo grupo, na realidade é um setor de promoções de sua agencia de eventos, dando a entender para quem não conhece que é uma Associação de Empresarios, não tem Conselho e Diretoria, é ele quem escolhe o “”Lider”” e o nomeia para usa-lo como seu valete,

    a partir dai faz eventos em resorts que custam uma nota preta mas que dão direito a sentar na mesa de almoço com um ex-Ministro e poder contar para os vizinhos. Seus clientes são executivos que precisam de netwok e é isso que ele vende caro, no que faz muito bem é um profissional sofisticado desse concorrido ramo em um País de mediocridades.

    A partir dessa construção se torna influente no grupo politico tucano, para se ver a pobreza intelectual da vida politica brasileira,  torna-se um personagem da direita-champagne, sempre ajustando milimetricamente o lacinho da gravta, o visual de salão é sua grande arma, sua presença é um desfile para fotos mas dai para a RODA VIVA é demais.

    Ele é o chiquérrimo da politica, se um partido que ser considerado anti-povo escolheu a pessoa ideal, Mon Dieu..

  2. Sionismo

    59758 600 Israel Vs Hamas   Shoot the Doggie cartoons

    Políticos da União Europeia comentam a onda de ataques antissemitas

    Líderes judeus reportam uma crescente onda de racismo em toda a Europa Ocidental após o ataque de Israel à Faixa de Gaza

    THE TELEGRAPH | JUSTIN HUGGLER , BERLIM  | 22/07/14

    Policiais antimotim francesa montam guarda em frente à sinagoga em Sarcelles, um subúrbio ao norte de Paris, em 20 de julho de 2014 depois de confrontos após uma manifestação pró-palestino denunciando a campanha militar de Israel em Gaza e mostrar apoio ao povo palestino.  Políticos da UE falar após onda de ataques anti-semitas

    Policiais franceses antimotim montam guarda em frente à sinagoga em Sarcelles, um subúrbio ao norte de Paris, em 20 de julho de 2014, depois de confrontos após uma manifestação pró-Palestina denunciando a campanha militar de Israel em Gaza e mostrando apoio ao povo palestino |  Foto: AFP / GETTY

    Os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, da França e da Itália se manifestaram contra uma preocupante onda de violentos ataques antissemitas em toda a Europa, na esteira da crise de Gaza.

    Em Berlim, a polícia teve que intervir para proteger um casal de turistas israelenses no fim de semana, depois de os manifestantes se voltaram contra eles quando avistaram o solidéu do homem. Manifestantes teriam cobrado do casal gritando “judeu, vamos pegar você!”

    Em Paris, centenas de manifestantes atacaram sinagogas, quebraram as janelas de lojas e cafés judeus, e cercaram vários acessos, incluindo uma mercearia kosher que teria sido completamente queimada.

    Na Holanda, a casa do rabino-chefe foi atacada com pedras por duas vezes em uma semana.

    “A retórica antissemita e a hostilidade contra os judeus, os ataques contra as pessoas da crença judaica e sinagogas não podem ter lugar em nossa sociedade”, disseram os ministros das Relações Exteriores, francês e italiano em um comunicado conjunto.

    Na cidade alemã de Essen, 14 pessoas foram presas sob suspeita de planejar um ataque à Velha Sinagoga da cidade.

    Há relatos de manifestantes na Alemanha cantando “judeus para as câmaras de gás” e a polícia em Berlim proibiu que os manifestantes usem o outro slogan popular: “judeu, judeu, porco covarde, saia e lute sozinho”.

    A polícia abriu uma investigação sobre o imã de uma mesquita de Berlim, depois que ele supostamente pediu aos muçulmanos para matar judeus em um sermão.

    O embaixador israelense na Alemanha comparou os recentes ataques à situação dos judeus na Alemanha nazista em 1930.

    “Eles perseguem os judeus nas ruas de Berlim, como se estivéssemos em 1938”, escreveu Yakov Hadas-Handelsman, em artigo para o jornal Berliner Zeitung. “E se continuar assim, temo que seja apenas uma questão de tempo antes que o sangue inocente seja derramado.”

    O embaixador afirmou que os protestos estão atraindo uma “aliança profana” dos islâmicos, neonazistas e esquerdistas radicais. Nós, nunca em nossas vidas, pensamos que ainda é possível que as opiniões antissemitas do tipo mais desagradáveis e mais primitivas podem ser cantadas nas ruas alemãs”, disse Dieter Graumann, chefe do Conselho Central dos Judeus na Alemanha.

    O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, condenou os ataques como “intoleráveis”.

    “Atacar uma sinagoga e uma mercearia kosher é simplesmente antissemitismo e racismo”, disse ele.

    “Eles não estão gritando ‘morte aos israelenses’ nas ruas de Paris. Eles estão gritando “morte aos judeus”, disse Roger Cukierman do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França.

    FONTE:

    http://www.telegraph.co.uk/news/10983472/EU-politicians-speak-out-after-wave-of-anti-Semitic-attacks.html

     

    * * * * *

     

    “O Sionismo é, a priori, a suposição de que Israel tem o direito de existir como um estado sionista, ou seja, um estado exclusivamente judeu.

    Infelizmente, há muitas consequências negativas provenientes deste pressuposto e uma das principais é a seguinte: não é possível criar um estado para um grupo exclusivo no meio de uma grande população de outros, não pertencentes ao grupo de pessoas, sem a criação de um ambiente discriminatório. A soberania do Estado exige a institucionalização desse ambiente através de leis que criam populações superiores e inferiores com base em quem está ou não está no grupo favorecido que o estado está projetado para servir. Isto irá, quase inevitavelmente, provocar a segregação, as disparidades econômicas extremas e, muito possivelmente, a limpeza étnica.

    Este é exatamente o resultado prático de colocar a reivindicação do direito de Israel a existir como um estado sionista. O outro lado da moeda desse processo é um pedaço da realidade (não outra suposição) que, todavia, não é permitido no mundo sionista o direito legítimo da população discriminada de resistir.” – Lawrence Davidson

    A Questão Palestina

  3. SALOMÃO

    Yul Brynner e Gina Lollobrigida – 1959

    [video:http://youtu.be/LU8kFlp8pG8%5D

    “Tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

    Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

    Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;

    Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;

    Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;

    Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; 

    Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;

    Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.”

  4. Exemplo de jornalismo

    Exemplo de jornalismo “imparcial”:

    Nenhum dos candidatos entrevistados pela Folha teve seus “piores momentos” destacados, mas com Dilma….

    Não é bem assim: veja os ‘escorregões’ de Dilma durante sabatina

    Guilherme Balza

    Durante sabatina realizada nesta segunda-feira (28) a presidente Dilma Rousseff foi imprecisa ao falar de sua rejeição, ao citar dados do Minha Casa Minha Vida e ao tratar da atuação da Polícia Federal. A sabatina ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente em Brasília, e foi realizada pelo UOL, “Folha de S. Paulo”, “SBT” e “Jovem Pan”.

    Questionada sobre o crescimento de sua taxa de rejeição entre eleitores, Dilma afirmou que seus antecessores passaram por situação parecida neste mesmo período em eleições anteriores. “Se você comparar, vou pegar os outros presidentes recentes, eles tinham  taxas de rejeição bem parecidas nessa época da campanha eleitoral.”

    A rejeição de Dilma, segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada em 17 de julho, era de 35%. No mesmo mês de 2006, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era rejeitado por 31% dos eleitores. Em julho de 2002, a rejeição de Lula era de 32%, de acordo com o Datafolha. 

    Já Fernando Henrique Cardoso tinha 21% de rejeição em 1998 e 16% em 1994, sempre considerando pesquisas feitas pelo Datafolha em julho. Em 2010, a taxa de rejeição de Dilma era de 20%.

    Procurada pela reportagem, a assessoria da campanha de Dilma afirmou que “a taxa de rejeição em patamar superior a 30%, nesse mesmo período, é uma realidade na história recente do país”.

    Minha Casa, Minha Vida

    Quando perguntada sobre a rejeição entre eleitores do São Paulo, a presidente listou uma série de números relacionados a ações do governo federal no Estado. A mandatária, no entanto, inflou dados do Minha Casa, Minha Vida em São Paulo. “Nós fizemos 600 mil casas em São Paulo”, afirmou Dilma.

    Dados do Ministério das Cidades repassados hoje ao UOL mostram que, na verdade, foram contratadas 624.827 unidades habitacionais no Estado de São Paulo. O número de moradias entregues à população, entretanto, é menos da metade do que foi contratado: 304.622 unidades

    Corrupção e Polícia Federal

    Ao ser indagada sobre a corrupção, a presidente citou medidas tomadas pelo governo federal para combater a prática, entre elas mudanças na Polícia Federal. “Transformamos a prática da Polícia Federal, a prática investigativa, em uma prática respeitada. E tratamos essas investigações como uma política de Estado.”

    Números do desempenho da PF, no entanto, vão na contramão da afirmação de Dilma. Reportagem publicada pelo UOL em fevereiro deste ano, com base em dados do Siscart (Sistema de Controle de Atividades Cartorárias), programa em que delegados federais de todas as unidades da PF no país incluem informações sobre as investigações, mostra que houve uma queda de 75% no número de indiciamentos por crimes de colarinho branco na gestão Dilma.

    Em 2010, último ano da gestão Lula, a PF indiciou 3.259 pessoas por corrupção, peculato (desvio de recurso), lavagem de dinheiro, uso irregular de verbas públicas, concussão, crimes de responsabilidade do prefeito e crimes contra o sistema financeiro.  Já em 2013, o número de indiciamentos por estes mesmos crimes caiu para 857.

    A assessoria da campanha de Dilma afirmou, em resposta, que a PF é “uma instituição de Estado, com atuação autônoma e republicana no combate à corrupção”. “Entre 2003 e 2010, [a PF] realizou uma média de 159 operações por ano. No governo da presidenta Dilma Rousseff foram 238 operações por ano. Resultado de todos os investimentos em recursos humanos e inteligência feitos nos últimos 12 anos”, diz a nota enviada à redação.

    Perguntas não respondidas

    Além dos equívocos a presidente preferiu não responder algumas perguntas, entre elas sobre se, caso seja reeleita, irá trocar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. “Nós estamos em plena campanha eleitoral. Não é bem a hora de a gente discutir ministério”, disse. “Eu definitivamente não discuto o meu ministério, até porque eu sou supersticiosa.”

    Instada a admitir algum equívoco ou algo a se corrigir em seu governo, a presidente também evitou falar em possíveis erros. “Mudança não se faz porque errou. Você faz mudança porque tem sempre de querer alterar e melhorar o que você faz.”

     

    http://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/07/28/nao-e-bem-assim-veja-os-escorregoes-de-dilma-durante-sabatina.htm

  5. Nancy Ajram

     

    صورة بنت نانسى عجرم جابت 500 لايـك فى دقيقة …!
    وصورةالشهيد كم دقيقة يحتاج
    بالله عليك لا تخرج قبل أن تدوس لايك وتكتب ” الله يرحمه…  – Tradução do google –  Uma filha, Nancy Ajram vasculharam uma 500K em minutos…!
    E precisa de imagens no minuto km de mártir
    Em Deus, você não sai antes de pisoteio lago e escrever “Deus abençoe a sua alma
    100FM6

  6. DE OLHO NO VOTO

    Por voto católico, presidenciáveis rezam e homenageiam santos

    Por Luciana Lima I iG Brasília | 

    29/07/2014 06:00Texto  30 pessoas lendo 7Comentários 

    Dilma atende reivindicação da cúpula católica, Aécio participa de homenagens religiosas e Campos assume compromissos

    Para conquistar votos dos eleitores católicos, candidatos à Presidência da República já dedicam boas horas de suas campanhas a participações em missas, festas religiosas e às promessas de atenderem à pauta lançada pela Igreja para as eleições deste ano. O tucano Aécio Neves investiu em peregrinações e festas em homenagens aos santos católicos, na busca de uma identificação com o eleitor religioso. Já a presidente Dilma Rousseff tratou de agradar à cúpula católica, atendendo suas reinvindicações apresentadas nos bastidores, bem antes do início da campanha.

    O socialista Eduardo Campos, por sua vez, também procurou o clero para rezar a cartilha das eleições deste ano, em defesa da reforma política. Além disso, assumiu o compromisso de não mexer na legislação sobre aborto.

    Roberto Stuckert Filho/PRDilma Rousseff com o Cardeal Dom Orani Tempesta em Roma, em 22 de fevereiro deste ano

    Dilma costurou apoios na cúpula da igreja, tendo como ponto inicial da conversa a defesa de uma proposta de reforma política, com plebiscito. A proposta é um dos pontos centrais de seu programa de governo e também da cartilha “Pensando o Brasil”, lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que orienta os católicos a votarem em candidatos que defendam as mudanças na política.

    Na campanha passada, Dilma se viu às voltas com temas de cunho moral como aborto e casamento gay, assuntos caros para as igrejas. A polícia chegou a apreender em uma gráfica de Guarulhos, mais de dois milhões de panfletos encomendados em nome da CNBB. Os panfletos serviriam para orientar fiéis a não votarem no PT ou em Dilma, devido ao “interesse” dela e do partido na legalização do aborto.

    Neste ano, para se prevenir das críticas, a presidente Dilma ainda aceitou enviar ao Congresso um projeto de lei para “corrigir” o termo “profilaxia da gravidez” constante na lei 12.845, que regula o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual. Além de substituir na lei o termo por “medicação com eficiência precoce para prevenir gravidez resultante de estupro”, a proposta exigida pelos religiosos também substitui a expressão “qualquer forma de atividade sexual não consentida” por “formas de estupro”.

    Com isso, alegam os religiosos, o texto da lei não abriria qualquer possibilidade de legalização do aborto no Brasil, fora das exceções previstas no Código Penal.

    Leia mais: Grupo evangélico exige garantias de Dilma sobre aborto e casamento gay

    O envio da proposta para correção dos termos ao Congresso ocorreu logo após a sanção da lei pela própria presidente, em agosto de 2013. Para chegar a Dilma, representantes da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), apoiados por alguns pastores evangélicos, contaram com a articulação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ligado à Igreja Católica.

    Embora a proposta não promova uma mudança importante no mérito da lei, os religiosos enxergam nela a possibilidade servir de cabide para uma série de emendas. O projeto, que está em discussão na Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara, já conta com emendas do deputado Henrique Afonso (PV-AC) e do deputado João Campos (PSDB-GO),autor do projeto de lei que ficou conhecido por promover a “cura gay”.

    Agenda religiosa intensa

    Nas duas primeiras semanas de campanha, a agenda de Aécio foi cheia de atos pensados para indicar sua devoção católica. Em uma das primeiras agendas de campanha, Aécio incluiu em seu roteiro uma passada pelo Convento da Penha, em Vila Velha, no Espírito Santo, principal ponto de peregrinação do Estado. Ele alegou que Tancredo Neves, há 30 anos, deu início à campanha pela democratização, em terras capixabas e que, com o gesto, seguia os passos de seu avô para a campanha.

         Aécio Neves (PSDB), candidato à Presidência da República, visita a estátua e Memorial Padre Cícero, em Juazeiro do Norte (20/07). Foto: Igor Estrela / PSDB1/8 

    Nas outra semana, o candidato do PSDB à Presidência da República visitou o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e participou de cerimônia religiosa ao lado do arcebispo metropolitano da capital, dom Walmor Oliveira de Azevedo.

    Na ocasião, Aécio lançou mão novamente da tradição. Disse que, reproduzia no local os passos do avô, que costumava dar início a suas campanhas no local. “Faço questão, no momento em que essa caminhada se inicia efetivamente, com muita fé, de pedir coragem, serenidade para enfrentar obstáculos que serão colocados à nossa frente. Temos uma missão complexa e não a cumpriremos sem enfrentar dificuldades”, disse o tucano.

    Em pouco mais de duas semanas de campanha, Aécio assistiu à missa em Juazeiro do Norte (CE) em homenagem a Padre Cícero e prometeu a criação de um roteiro religioso de 800 quilômetros ligando o santuário de Caeté (MG) à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), pela Estrada Real.

    Ele ainda se reuniu com o cardial arcebispo, Dom Orani Tempesta, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, em busca de apoio.

    Coordenador de Dilma: ‘Vamos reeleger Dilma e trazer Lula de volta em 2018’
    Coordenador de Campos: Divergências entre Campos e Marina estão superadas
    Coordenador de Aécio: ‘Bolsa Família é patrimônio brasileiro’

    Integrantes da campanha de Aécio fazem questão de dizer que as agendas religiosas são naturais por se tratar de um candidato que sempre foi católico praticante, de família católica tradicional mineira, e que a concentração da agenda do início da campanha em atividades religiosa ocorreu por pura coincidência. “Não foi nada deliberado, ele é muito religioso”, diz o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), um dos mais próximos de Aécio.

    “O povo brasileiro é extremamente religioso. Não diria que as pessoas misturam política com religião, mas quando elas veem um candidato assim, se identificam”, admitiu Pestana.

    O coordenador-geral da campanha tucano, o senador José Agripino Maia, despista quando o assunto é a busca do voto religioso. “O Estado é laico”, diz ele.

    Cláusula de barreira

    Ao clero e em entrevistas, Aécio falou do seu compromisso em encaminhar ao Congresso, caso seja eleito, uma proposta de reforma política. No entanto, de acordo com a coordenação de sua campanha, a proposta defendida pelo tucano em nada tem a ver com a iniciativa popular defendida pela CNBB, pelo PT, e por diversas entidades, entre elas, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Não é o que eu converso com ele”, disse Agripino.

    A reforma política que Aécio quer encaminhar ao Congresso tem como ponto principal a cláusula de barreira para limitar o número de partidos. “Este será o ponto de partida”, explicou Agripino. “O que ele propõe é uma reforma exequível e não um monte de ideias sem chances de serem aprovadas pelo Congresso.”

    Veja também: Dilma, Aécio e Campos encaram peso político de Lula, Serra e Marina

    A cláusula de barreira existe em vários países, mas no Brasil não chegou a ser implantada por ter sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Ela exige de um partido tenha um número mínimo de 5% do total de votos para a Câmara dos Deputados, no âmbito federal, e nas casas legislativas dos Estados e municípios para que a legenda possa continuar funcionando.

    A reforma proposta pela CNBB vai noutro sentido. Os bispos católicos querem a convocação de um plebiscito, a votação em listas fechadas para as eleições proporcionais, com alternância entre mulheres e homens nestas listas. A proposta defende ainda, como ponto importante, a proibição de financiamento de campanha por empresas privadas, ponto que os tucanos se posicionaram contrários no Congresso.

    Sem regras novas sobre aborto 

    Eduardo Campos, por enquanto, reservou espaço à Igreja Católica na na pré-campanha, quando esteve com o bispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno. Na ocasião, ele recebeu a pauta católica e prometeu dar seguimento, caso seja eleito. Sua vice, Marina Silva, que é evangélica, também participou do encontro.

    Além de assumir a reforma política propostas pela Igreja, Campos também disse que não enviará ao Congresso, caso seja eleito, nenhuma proposta de legislação que modifique as regras sobre aborto.

    Atualmente o aborto só é permitido do Brasil para gestações decorrentes de estupro ou que representem risco de vida para a mãe. Além disso, por decisão do STF, a gravidez pode ser interrompida em casos de anencefalia fetal.

    Saiba mais: Cobiçados por presidenciáveis, evangélicos agora têm candidato ao Planalto

    Leia tudo sobre: Eleições 2014 • Dilma • Aécio • Campos • eleições presidenciaisTexto 

     

  7. Memes – deputados que votaram contra a PNPS

    Excelente  trabalho elaborado pelo  Observatorio da sociedade civil,

    vamos  divulgar,,

    Caros e Caras,
     
    Estão prontos os memes para divulgação no Facebook e outras redes com os nomes dos deputados federais que se posicionaram contra a Política Nacional de Participação Social. A lista foi tirada do resultado da votação do requerimento de urgência para o PDC 1491/14, do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), que visa derrubar o decreto de Dilma. Cada arte traz os deputados de um estado que votaram a favor da urgência, logo, contra a PNPS.
     
    As peças estão no link abaixo:
    https://drive.google.com/folderview?id=0B6LATJkaVVAUN19lTGRQbldPYjg&usp=sharing
     
    Caso tenham problema em baixar os materiais, avisem que eu envio cada um deles separadamente.
     
    Grande abraço a tod@s,
     
    Nicolau Soares
    Coordenador do Observatório da Sociedade Civil
    observatoriosc.

    wordpress.com

    Rua General Jardim, 660 – 7º andar, CEP 01223-010
    +55 11 3237-2122 | http://www.abong.org.br

  8. Saúde desumana…

    Eis a saúde que o “Novo e a Mudança” de Flávio Dino oferecem a coletividade!!!

    Publicado em julho 29, 2014 por Caio Hostilio

    santa-ines-ribamar-alvesO povo caiu feito patinho em São Luís, Caxias, Santa Inês, Balsas, Timon, Tuntum, Matões, Parnarama!!! Flávio Dino vendeu seu peixe e todos imaginaram que estariam comprando sua passagem para o paraíso!!!

    Quebraram a cara!!! Tudo não passou de um grande engodo, cujo alvo foi o povo, principalmente aquele mais carente…

    Hei Flávio Dino, carregar uma paciente francesa, de MACA, EU DISSE DE MACA, pelas ruas de Santa Inês, para fazer uma radiografia é mostra total incompetência, despreparo, incapacidade e desrespeito com a coisa pública!!!

    Mesmo que não tivesse uma ambulância no local, Flávio Dino, o teu prefeito Ribamar Alves, anda uma caminhoneta fechada e gigante, que poderia ter levado a moça européia para fazer a radiografia e, assim, o Maranhão não passar por esse vexame ridículo e desumano!!!

  9. PROJETO: O SAMBA FUTEBOL CLUBE
    Rio de Janeiro, 29 de julho de 2014 PROJETO:O SAMBA FUTEBOL CLUBE
     Caros amigos (as) o futebol brasileiro está passando por um crise de bons jogos e de público, pensando nisso, gostaria de sugerir um projeto: O SAMBA FUTEBOL CLUBE, onde antes das partidas do Brasileirão,  nos  novos estádios da copa, como o Maracanã e o Itaquerão, seria convidada uma escola de samba do primeiro grupo, para se apresentar com o cantor oficial, bateria e passistas, para a torcida e os turistas, que vão conhecer os novos estádios. Amigos  (as) isso é bom, para os dois lados o samba e o futebol, isso gera mais empregos e renda para ínumeras famílias.  Atenciosamente:
    Cláudio José, um amigo do povo e da paz

  10. Casa grande e senzala na sala da podóloga

    Do http://quemaguenta.com

    Casa grande e senzala na sala da podóloga
    quemaguenta.com • July 29, 2014

    Outro dia fui cuidar da higiene dos pés e das mãos e, enquanto a podóloga dava conta de uns e a manicure dava conta das outras, na TV da salinha onde eu era atendida, Dilma participava de cerimônia de entrega de casas do programa Minha Casa Minha Vida.

    O tema da TV virou assunto da conversa. Eu estava entretida com uma leitura, mas não tinha como não ouvir o que contavam as duas. Entre podóloga e manicure, pelo menos dez pessoas foram citadas por estarem adquirindo casas pelo programa que aparecia na TV. Estavam comprando suas próprias casas. Adquirindo com dignidade, mas dentro das suas condições. Nada de ganhar do governo, como se fazia antigamente. Entre estas pessoas, a própria podóloga, que comentou ainda que o apartamento que recebeu era melhor do que ela esperava. Tanto no tamanho quanto no acabamento. E sua tia, além da casa, adquiriu também móveis novos, com o cartão Minha Casa Melhor.

    No fim do ano, ela contou que vai tentar entrar na faculdade, fazendo uso do programa Prouni, que concede bolsas de estudo integrais e parciais em instituições privadas de ensino superior. Afinal, ela tem o curso de podologia, mas quer ir além e sabe que pode. Mas, com o salário que recebe não teria como pagar uma faculdade ou um cursinho para passar numa estadual ou federal.

    Conversa vai, conversa vem… acabei participando em alguns momentos, até que a podóloga comentou algo sobre as eleições que estão chegando. Foi a deixa para eu fazer a pergunta: e aí? Vai votar na Dilma? Para mim era uma pergunta retórica. Mas não. A resposta foi surpreendente: “não vou votar, não. Vou anular”. Prossegui na conversa psicodélica na qual tinha me metido, porque agora eu queria desfazer o mistério. Ela confirmou que não votaria na Dilma, mas que também não via ninguém melhor que ela, porque ela tinha feito muitas coisas boas. E, afinal, chegou à explicação: “Meus clientes todos falam que ela não é boa. Não tenho nenhum cliente que vote nela. Então ela não deve ser boa”.

    Tudo fez sentido.

    Não basta oferecer condições para as pessoas mudarem suas vidas, terem acesso aos espaços de consumo, usarem o mesmo perfume que a patroa, pegarem o mesmo voo que o executivo, adquirirem casas sem ser de favor, ingressarem nas faculdades ou em cursos profissionalizantes para construírem um futuro melhor para elas e suas famílias. É preciso ensinar às pessoas seu valor na sociedade: exatamente o mesmo de qualquer outra pessoa. É preciso tirar das pessoas o ranço da casa grande e da senzala. É preciso fazer com que os próprios empregados não achem que exista o espaço do empregado e o espaço do patrão. Porque, enquanto não conseguirmos isso, os empregados serão subalternos intelectuais de seus patrões.

    Para aquela pessoa eu tive a oportunidade de falar sobre isso, sobre os motivos dos clientes não gostarem da Dilma. Eu a fiz pensar sobre o quanto se paga para fazer o pé num ambiente daquele. E o quanto as pessoas que têm dinheiro para pagar isso, em geral, não querem que ela saia do banquinho de cuidar do pé dos outros. Querem que ela fique exatamente ali para sempre. E, para isso, a Dilma não serve mesmo…

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    Source: http://quemaguenta.com/2014/07/29/casa-grande-e-senzala-na-sala-da-podologa/

  11. Javier Bardem sobre a vergonhosa postura ocidental na Palestina

    Ator espanhol, vencedor do Oscar por “Onde os fracos não têm vez”, escreve carta em protesto contra os ataques feitos a Gaza. “É uma guerra de ocupação e de extermínio contra um povo sem meios”

    Javier Bardem, sobre a Palestina: “é vergonhosa a postura ocidental de permitir tal genocídio”

     Do Portal Fórum, por Redação

    O ator espanhol Javier Bardem, que atuou em filmes como Carne trêmula, Mar adentro e Biutiful, além de ter ganho o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por Onde os fracos não têm vez, enviou uma carta ao La Marea na qual protesta contra o que considera ser um genocídio ocorrendo na Faixa de Gaza. “É uma guerra de ocupação e de extermínio contra um povo sem meios, confinado em um território mínimo, sem água, e onde hospitais, ambulâncias e crianças são alvos e suspeitas de terrorismo”, afirma.

    Bardem entende que há uma tentativa de deslegitimar sua opinião por conta de temas pessoais. “Sim, meu filho nasceu em um hospital judeu porque tenho muita gente querida ao meu redor que é judia, e porque ser judeu não é sinônimo de apoiar um massacre, assim como ser hebreu não é o mesmo que ser sionista, e ser palestino não é ser um terrorista do Hamas”, conta. “Sim, trabalho também nos EUA, onde tenho amigos e conhecidos hebreus que rechaçam tais intervenções e políticas de agressão. ‘Não se pode invocar autodefesa quando se assassina crianças’, me dizia um deles por telefone ontem mesmo.”

    Confira abaixo a carta de Bardem em tradução livre:

    No horror que está acontecendo em Gaza NÃO há espaço para equidistância nem neutralidade. É uma guerra de ocupação e de extermínio contra um povo sem meios, confinado em um território mínimo, sem água, e onde hospitais, ambulâncias e crianças são alvos e suspeitas de terrorismo. Difícil de entender e impossível de justificar. E é vergonhosa a postura ocidental de permitir tal genocídio. Não entendo essa barbárie e os horríveis antecedentes vividos pelo povo judeu tornam-na ainda mais incompreensível. Só as alianças geopolíticas, essa máscara hipócrita dos negócios – como, por exemplo, a venda de armas – explicam a posição vergonhosa dos Estados Unidos, União Europeia e Espanha.

    Sei que eles sempre deslegitimaram meu direito à opinião com temas pessoais, por isso quero explicar os seguintes pontos:

    Sim, meu filho nasceu em um hospital judeu porque tenho muita gente querida ao meu redor que é judia, e porque ser judeu não é sinônimo de apoiar um massacre, assim como ser hebreu não é o mesmo que ser sionista, e ser palestino não é ser um terrorista do Hamas. Isso é tão absurdo como dizer que alguém ser alemão o vincula com o nazismo.

    Sim, trabalho também nos EUA, onde tenho amigos e conhecidos hebreus que rechaçam tais intervenções e políticas de agressão. “Não se pode invocar autodefesa quando se assassina crianças”, me dizia um deles por telefone ontem mesmo. E também outros com que discuto abertamente sobre nossas posições divergentes.

    Sim, sou europeu e me envergonha uma comunidade que diz me representar com seu silêncio e ausência de vergonha. Sim, vivo na Espanha pagando meus impostos e não quero que meu dinheiro financie políticas que apoiem esta barbárie e o negócio armamentista com outros países que se enriquecem matando crianças inocentes. Sim, estou indignado, envergonhado e dolorido por tanta injustiça e pelo assassinato de seres humanos. Essas crianças são nossos filhos. É o horror.

    Oxalá haja compaixão nos corações dos que matam e desapareça esse veneno assassino que só cria mais ódio e violência. Que aqueles israelenses e palestinos que só sonham com paz e convivência possam um dia partilhar sua solução.  

    Foto de capa: Angela George

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  12. Maranhão festeja resistência à Independência

    Adesão do Maranhão à Independência do Brasil é comemorado nessa segunda (28/07)

     

    adesao do MA

    A Casa Civil do Governo do Maranhão informa que os órgãos estaduais não funcionarão nesta segunda-feira (28/07), data alusiva à Adesão do Maranhão à Independência do Brasil. O feriado foi estabelecido pela Lei Estadual no 2.457, de 2 de outubro de 1964.

    Na data, funcionarão apenas os órgãos que prestam serviços essenciais à população, como hospitais e delegacias de polícia.

    bandeirama

    Historia;

    O Maranhão não aderiu à Independência do Brasil, no primeiro momento. O governador do então estado colonial português, juntamente com grande número de portugueses, que aqui viviam, iniciaram intensa repressão aos que propagavam a favor da adesão do Maranhão à independência, sobretudo no interior do estado e somente em 28 de julho de 1823, quase um ano depois da emancipação do Brasil, esta foi aceita no Maranhão

    http://www.malaguetanoticias.com/

  13.  
    Desafio às várias formas de

     

    Desafio às várias formas de violência contra os idosos

     

     

    No Brasil, os idosos ainda são tratados muito mal apesar de todas as políticas públicas inauguradas de dez anos para cá regidas por leis e estatutos.

     

    Léa Maria Aarão Reis (*)

    Arquivo

     

    No Brasil, os idosos ainda são tratados muito mal apesar de todas as políticas públicas inauguradas de dez anos para cá regidas por leis e regulamentadas em estatutos, e não obstante a aguda desigualdade que persiste no país. Nossa cultura, que ao contrário do que se dizia no passado, é uma cultura violenta em todas as classes, da elite abonada aos mais pobres (ou explorados), reforça a uma imagem negativa na alma do brasileiro: velhos pobres e dependentes – física ou financeiramente – são tratados com, no mínimo, impaciência e negligência.
    Estorvos e alvos de piadas e chacotas crueis eles são ‘desrespeitados diariamente’ no dizer de um profissional liberal de classe média, 70 anos, aposentado, mas  atuante no exercício de seu trabalho, por desejo de sobreviver em uma velhice independente.

    Entre os velhos ricos, com frequência bajulados por parentes ansiosos em botar a mão na parte da herança que lhes cabe do  condomínio familiar, a violência e a exploração podem vir de dentro da própria família, camufladas em hipocrisia ou em golpes financeiros sutis e traiçoeiros.

    Agora, porém, em mais uma iniciativa da secretaria de Direitos Humanos da presidência da República através de sua Coordenadoria Geral dos Direitos dos Idosos  procura-se contribuir para a correção desses estereótipos negativos relembrando punições legais e policiais aos crimes de violência contra os mais velhos e, sobretudo difundindo informação, distribuindo aos membros do Conselho Nacional do Idoso, aos integrantes dos conselhos estaduais e distritais, aos 2800 conselhos municipais do país e às 90 delegacias que atuam na área dos idosos, a publicação Manual de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa com dados sobre uma situação que atinge a população deste país com mais de 200 milhões de habitantes – quinta nação mais populosa do planeta -, dos quais  auqse 25 milhões de indivíduos têm além de 60 anos.

    O Manual é apresentado paralelamente à assinatura pela presidenta Dilma Rousseff, em setembro de 2013, do Compromisso Nacional para o Envelhecimento Ativo que atualmente está sendo articulado por 17 ministérios, estados, Distrito Federal e municípios. Ele define o que é violência contra o idoso, apresenta estatísticas impressionantes; algumas das causas que levam os mais velhos aos hospitais e a violência difusa, permanente e insidiosa que tem como alvo a população de mais de 60 anos.

    O volume também lembra que, segundo todas as convenções internacionais, os governos devem priorizar os direitos da pessoa idosa. Devem apoiar familiares e profissionais (cuidadores) ou os que acompanham ou abrigam os mais velhos em suas famílias e residências. Precisam estimular a criação de espaços sociais seguros e amigáveis fora de casa e no seu interior quando neles habitam idosos.

    Um dos aspectos mais significativos do trabalho é a prevenção de dependências e a abordagem sobre a formação de profissionais de saúde, assistência e cuidadores profissionais que, “bem preparados, sensíveis e atuantes promovem a prevenção de vários tipos de violência institucional interferindo na dinâmica familiar onde ocorre grande parte dos maus-tratos, das negligências, dos abusos e do abandono.”

    O Manual relembra que o Brasil conta apenas com 900 médicos geriatras para atendimento a uma população de 24 800 indivíduos a partir de 60 anos.

    Para uma ideia mais aproximada da violência da qual é vítima o idoso (a) na nossa sociedade, desde 2011 até o primeiro trimestre deste ano de 2014, o Disque-100* registrou 77 059 denúncias de violações de direitos humanos contra a pessoa idosa. Segundo dados desse serviço – cada vez mais conhecido e utilizado pela população, – os tipos mais comuns de violação contra os mais velhos são a negligência (68,7%), a violência psicológica (59,3%) e o abuso financeiro e econômico relacionado à violência patrimonial – surpreendentes 40,1% dos casos. Faixa etária que mais sofreu abuso financeiro: de 76 a 80 anos.

    Se há um ano eram 19,68% os casos de abuso financeiro nesta faixa etária, hoje, até aqui, o número de denúncias já chegou a 20,43%. E se em 2013 cerca  de 50%  dos infratores eram filhos  de idosos, apenas nos primeiros meses deste ano o número subiu para 53%!

    O quadro que aponta para uma covardia sem nome é o de casos de violência física – 34 %. Vítimas mulheres: 66,29%. Homens: 27,26%. Maior incidência, entre 76 e 80 anos.

    Autora do Manual, a cientista social Neusa Pivatto Müller, coordenadora do departamento de Direitos dos Idosos da SDH ressalva: “Esta violência exige análise das relações sociais, econômicas e culturais no contexto em que ela se produz. Não são apenas as limitações físicas próprias da idade que definem a vulnerabilidade da população. Mas é o medo de represálias ou de mais violência; o sentimento de culpa e vergonha por depender de outros; as limitações cognitivas e a desconfiança; o isolamento social e a incapacidade de reação.”

    Segundo Müller, “ (no Brasil) o conjunto de normas, leis, programas e serviços relacionados à proteção das pessoas idosas são insuficientes para garantir sua exequibilidade. Novas políticas públicas e novas atitudes que caracterizem uma necessária mudança cultural precisam se impor para garantir o respeito que a pessoa idosa merece fazendo valer seu direito humano de ser tratada com igualdade, dignidade e respeito.”

     Os 5000 exemplares do Manual alcançam um vasto público de pessoas idosas, gestores, prestadores de serviços, profissionais de saúde e de assistência social, operadores do direito, membros dos conselhos do idoso, agentes de segurança e familiares assim como promotores e defensores que atuam na defesa dos direitos da pessoa idosa, grupos de pessoas idosas do SESC e trabalhadores e trabalhadoras rurais através da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG – e das Federações de Trabalhadores Rurais.

    Sua distribuição é gratuita e o Manual está disponível para acesso no site da SDH. O acesso amplo das pessoas idosas a esta publicação se faz também através do apoio aos projetos que envolvem ações de capacitação como é o caso da Coordenação Geral dos Direitos do Idoso (SDH) que, anualmente, transfere a estados e municípios recursos para o enfrentamento à violência conta essa população. Do mesmo modo, o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso acessa recursos às organizações da sociedade civil oriundos do Fundo Nacional do Idoso – FNI (*).

    (*) De acordo com dados de 2013 do Disque 100, o serviço gratuito de denúncias de casos de violência contra o idoso, da secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, os filhos e netos são os principais agressores de idosos. Mulheres são as principais vítimas.
     

    (*) Jornalista

     

    Créditos da foto: Arquivo

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Desafio-as-varias-formas-de-violencia-contra-os-idosos/5/31485

  14.  
    Comissão da Verdade ouvirá

     

    Comissão da Verdade ouvirá Shigeaki Ueki sobre a tragédia da Vila Socó

     

    30/07, 14h – Comissão da Verdade ouvirá Shigeaki Ueki sobre a tragédia da Vila Socó

    Dando continuidade à investigação da tragédia que foi o incêndio da Vila Socó, a Comissão Rubens Paiva ouvirá Shigeaki Ueki no dia 30/07.

    Ueki foi ministro de Minas e Energia no governo Ernesto Geisel de 1974 a 1979 e presidente da Petrobras durante o período do Figueiredo de 1979 a 1984, quando aconteceu o incêndio que vitimou centenas de pessoas em Cubatão

    A audiência será realizada em parceria com a Comissão da Verdade da OAB de Cubatão.

    Veja mais informações na matéria da Agência de Notícias AfroPress clicanco aqui.

    Data: 30/07, quarta-feira, 14h às 18h
    Local: Auditório Teotônio Vilela, 1º andar – Assembleia Legislativa de São Paulo

    TRANSMISSÃO AO VIVO PELA INTERNET

    Todas as atividades realizadas na Assembleia Legislativa de São Paulo têm transmissão ao vivo pela internet. Acesse o link http://www.al.sp.gov.br/noticias/tv-alesp/assista/ e escolha no box o Auditório onde ela está sendo realizada.

    COMISSÃO DA VERDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO “RUBENS PAIVA”
    Informações à Imprensa: Thaís Barreto
    55 11 3886-6227 / 3886-6228
    [email protected]
    twitter.com/CEVerdadeSP
    http://www.facebook.com/ComissaoDaVerdade.SP

     

     

    18/07/2014

    Ueki, ex-presidente da Petrobrás, será ouvido sobre caso da V. Socó

     

    Da Redação


    Cubatão/SP – Depois de 30 anos, o ex-presidente da Petrobrás Shigeaki Ueki será ouvido sobre as circunstâncias, omissões e responsabilidades no caso do incêndio da Vila Socó, em Cubatão, em que morreram cerca de 508 pessoas, na sua maioria migrantes nordestinos pobres e negros, de acordo com números extra-oficiais divulgados à época. O incêndio aconteceu na madrugada de 25 de fevereiro de 1.984 e resultou do vazamento de 700 mil litros de gasolina das tubulações da empresa, em função da ausência de manutenção e de um erro de operação.

    O depoimento do ex-dirigente da Petrobrás e ex-ministro das Minas e Energia durante o período militar está marcado para o próximo dia 30 deste mês, das 14h às 18h no Plenário Teotônio Vilela da Assembléia Legislativa de S. Paulo.

    O nome de Ueki deixou de ser relacionado ao caso após a “Operação Abafa” desencadeada pelo governo – o presidente à época era o general João Batista Figueiredo, o último do período militar. Como parte dessa “Operação”, o número oficial de mortos foi reduzido a 93 – um terço dos quais crianças –, o direito das vítimas à indenização foi ignorado e os responsáveis pelo incêndio jamais foram punidos. Segundo peritos que auxiliaram o trabalho de investigação do Ministério Público, à época, famílias inteiras desapareceram sob as chamas.

    Tragédia

    A tragédia da Vila Socó foi o incêndio com maior número de vítimas no Brasil. Além das vítimas fatais, dezenas de pessoas ficaram feridas e foram internadas nos Hospitais da Baixada Santista. Antes disso, apenas o Gran Circo Norte-Americano de Niterói teve um número aproximado – 500 mortos e cerca de 180 mutilados.

    O caso foi reaberto por iniciativa da Comissão da Verdade da OAB/Cubatão e da Comissão da Verdade Rubens Paiva da Assembléia Legislativa de S. Paulo. Segundo o presidente da Comissão, deputado Adriano Diogo (PT/SP), o depoimento de Ueki será fundamental para esclarecer pontos que “permanecem obscuros”.

    Um desses pontos é porque a Petrobrás presidida por ele, não aceitou indenizar crianças de até 12 anos, sob o argumento de que não eram “força produtiva”. Um outro dado é porque razão se construiu um número oficial de 93 mortos – quando os próprios peritos que trabalharam no caso em apoio ao Ministério Público, falam de 508 mortos – número considerado conservador, e que ganhou as manchetes dos principais jornais do mundo, entre os quais, o New York Times.

    Ueki também será questionado sobre a real dimensão do vazamento de gasolina, já que o perito Jorge Moreira, que trabalhou auxiliando o Ministério Público nas investigações afirmou em depoimento a Comissão da Verdade da OAB/Cubatão, que o vazamento foi de cerca de 2 milhões de litros de gasolina e não 700 mil – a versão oficial. Os membros da Comissão suspeitam que a subestimação do vazamento seja parte da manobra para reduzir o tamanho da tragédia, manobra que teria sido montada pelas autoridades preocupadas com o impacto do número de vítimas para a imagem da estatal dentro e fora do país.

    Depoimentos

    Além de Ueki deverão ser ouvidos na audiência, os depoimentos dos jornalistas Carlos Dorneles, Carlos Nascimento, Alberto Gaspar e Isabela Assunção, que cobriram a tragédia para a Rede Globo de Televisão. Também serão convidados o promotor do caso, Marcos Ribeiro de Freitas, e as diretoras das Escolas João Ramalho e Estado do Mato Grosso, parentes de sobreviventes.

    Em reportagem para o Jornal da Band desta sexta-feira (18/07), o promotor Marcos Ribeiro de Freitas, atualmente aposentado, “admitiu que o número pode ser maior”.

    A reportagem dos repórteres Tony Chastinet e Rodrigo Hidalgo revelou que na Escola Mato Grosso os nomes de 44 crianças aparecem com a anotação “excluída” numa mesma data, o mesmo ocorrendo nos prontuários da Escola João Ramalho em que anotações de transferência foram feitas sem qualquer indicação de para onde foram feitas.

    O ex-prefeito José Oswaldo Passarelli, interventor nomeado pelos militares (à época Cubatão era considerada área de segurança nacional e não elegia prefeito) também deverá ser ouvido. No mês passado, ele foi convidado, porém, justificou ausência por motivo de saúde.

    Condenação

    Segundo membros da Comissão da Verdade da OAB/Cubatão, que atua por meio de um Termo de Cooperação com a Comissão da Verdade Rubens Paiva, as anotações nos prontuários podem indicar que essas crianças estejam mortas e não constam dos números oficiais. O desaparecimento das crianças também consta no laudo elaborado por peritos, tornado público, após o desarquivamento do processo.

    A proposta da Comissão, segundo o presidente da OAB/Cubatão, Luiz Marcelo Moreira, é levar o caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA, com pedido para que a Corte condene o Estado brasileiro por graves violações dos direitos humanos e a Petrobrás a pagar as indenizações às vítimas.

    Veja, na íntegra, a reportagem dos repórteres Tony Chastinet e Rodrigo Hidalgo, da Band.

    http://mais.uol.com.br/view/15123728

    http://www.afropress.com/post.asp?id=17221

     

  15. Desembargador que libertou

    Desembargador que libertou ativistas diz que MP ‘reprime pobres’

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/07/140721_salasocial_sirodarlan_entrevista_rs.shtml?ocid=socialflow_facebook

    Ricardo Senra

    Da BBC Brasil em São Paulo

    Atualizado em  28 de julho, 2014 – 18:58 (Brasília) 21:58 GMT

    O desembargador Siro Darlan não nega a fama de polêmico. Pelo contrário. Em conversa por telefone com o #SalaSocial, o homem que concedeu habeas corpus a 23 ativistas acusados de promover violência em protestos afirmou que o Ministério Público fluminense “é eficiente na repressão do povo pobre e negro” e que os instrumentos de segurança hoje são “mais invasivos” do que na ditadura.

    Ele também reclamou da imprensa brasileira. “A grande mídia é financiada pela publicidade oficial. Em contrapartida, dá cobertura a esses interesses.”

    Em nota enviada à BBC Brasil, o MP rebateu as críticas e afirmou “externar seu mais veemente repúdio” ao desembargador. “Rotular o Ministério Público de ‘inutilidade’ é ignorar seu importante papel na tutela dos interesses coletivos. Na verdade, é exatamente por exercer com retidão e diligência a tarefa de proteger os direitos sociais, tentando conter o avanço da criminalidade, que a instituição tem colecionado tantos e tão poderosos inimigos”, diz o texto [veja a versão completa abaixo].

    Denunciados pelo MP, os manifestantes, agora em liberdade provisória, são acusados de formação de quadrilha armada. De acordo com a polícia, o grupo estaria à frente de organizações que se articulariam para promover e estimular confrontos com policiais nas manifestações.

    Resposta do Ministério Público

    Leia o texto completo da nota do MP do Rio sobre as declarações de Siro Darlan:

    “O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, instituição vocacionada à defesa da sociedade, vem externar seu mais veemente repúdio às declarações do Sr. Siro Darlan, que, uma vez mais, presta enorme desserviço ao povo e ao Estado brasileiros. Rotular o Ministério Público de “inutilidade” é ignorar seu importante papel na tutela dos interesses coletivos. Na verdade, é exatamente por exercer com retidão e diligência a tarefa de proteger os direitos sociais, tentando conter o avanço da criminalidade, que a instituição tem colecionado tantos e tão poderosos inimigos.

    É preciso não perder de perspectiva que, na difícil tarefa de aplicar a lei, é preciso interpretá-la adequadamente. Alguns o fazem buscando a defesa da sociedade, outros se movem por interesses menos relevantes. E isso se evidencia ao lembrarmos da libertação, em agosto de 2010, decretada pelo ora ofensor do Ministério Público, de dez marginais que haviam sido presos após invadir o Hotel Intercontinental, portando armas de grosso calibre e aterrorizando suas vítimas.

    Apesar dos percalços diuturnamente enfrentados, o Ministério Público continuará a zelar pelos interesses que lhe incumbe defender, quaisquer que sejam os detratores de plantão. A inutilidade, por certo, existe, mas em seara outra que não a da instituição.”

    As prisões preventivas, na opinião dos delegados Alessandro Thiers, da Delegacia de Repressão a Crimes de Internet (DRCI), e Fernando Velloso, chefe da polícia civil carioca, evitariam que atos de vandalismo acontecessem em protestos futuros.

    “O direito à livre manifestação é fundamental”, argumenta o desembargador, para quem a tecnologia está “sendo usada para a segurança, em detrimento dos direitos constitucionais”.

    “Estamos sendo fiscalizados, ouvidos, escutados por uma polícia que procura saber sobre a vida de qualquer um”, diz. “Provavelmente o que estou falando agora é motivo de escuta.”

    #SalaSocial: Para comentar as prisões de ativistas investigados pela Delegacia de Repressão a Crimes de Internet (DRCI), o senhor escolheu justamente o Facebook. Por quê?

    Siro Darlan: Todo mundo está nas redes, hoje este é o meio de comunicação ao qual temos acesso sem controle [pausa]. Falar de liberdade de expressão no Brasil hoje é bastante complicado. Porque os meios de comunicação mais importantes não usam essa liberdade. Só é endereçado ao público aquilo que interessa financeira, ideológica e socialmente aos donos dos jornais e televisões.

    #SalaSocial: Esta é uma crítica à cobertura deste caso específico?

    S.D.: Por representar um monopólio, os grandes veículos têm privilégio em detrimento das outras mídias. Há um privilégio econômico aí, porque a grande mídia é financiada pela publicidade oficial. Em contrapartida, dá cobertura a esses interesses oficiais. Diferente de outras nações, aqui há um desrespeito às pessoas que estão sendo investigadas e sobre as quais não há um juízo de condenação. Elas são previamente condenadas pela imprensa. Independente de serem condenadas, então, elas já cumprem penas, porque são expostas. Em países civilizados, só depois do juízo definitivo há divulgação do nome, às vezes nem sai o nome. Porque nome é interesse da justiça, não da comunicação.

    #SalaSocial: Os críticos dizem que o senhor teria sido irresponsável ao “libertar terroristas”. Qual é sua resposta?

    S.D.: Engraçado que eu estava tendo agora um debate no Whatsapp sobre isso com um bispo. Ele dizia exatamente isso. Eu disse para ele: ‘Coincidentemente, bispo, Cristo também foi chamado de terrorista’. Ele disse que Cristo pregava o amor. Eu falei: ‘Depende de que modalidade o senhor esta falando. Há o amor à igualdade social, à justiça, ao próximo, de forma que o conceito precipitado que o senhor está tendo, chamando suspeitos de terroristas, vai contra a religião que o senhor prega’. Não se pode colocar a carroça na frente do burro.

    #SalaSocial: Os delegados argumentam que as prisões temporárias evitariam atos violentos em protestos futuros.

    Material apreendido nas casas dos manifestantes na véspera da final da Copa do Mundo

    S.D.: Neste caso concreto, a acusação é de quadrilha. A pena é de um a três anos, podendo ser dobrada. Nossa legislação diz que qualquer condenação até quatro anos pode ser substituída por penas alternativas se houver bons antecedentes. Num cenário pior, se esses suspeitos forem condenados, sequer serão recolhidos à prisão. Supondo que a pena seja de dois anos, ela será substituída por penas alternativas. Então, qual a justificativa para uma prisão antecipada? É uma coisa kafkaniana ‘prender alguem para evitar’.

    #SalaSocial: O senhor afirmou que a única acusação aos manifestantes seria “o delito de quadrilha armada – artigo 288”. Este mesmo artigo foi modificado em agosto do ano passado, logo após o início dos protestos de junho.

    S.D.: Apesar de vivermos em uma democracia, esta democracia sofre cerceamentos de acordo com as circunstâncias. O governo e seus aliados atuam de acordo com interesses circunstanciais e alteram a legislação a partir disso. Isso traz insegurança. Qual o interesse dessas alterações? O interesse é evitar que a população se manifeste. O Estado é apenas uma representação da vontade do povo, isso está na Constituição. Mas há pessoas que não se conformam e têm aquele vício da ditadura. Acham que, porque foram outorgados a um mandato eletivo, podem se transformar em ditadores ocasionais.

    #SalaSocial: Principal ferramenta desta investigação, a nova lei permite que delegados e que o MP tenham acesso a dados sigilosos de entidades financeiras, telefônicas e empresas aéreas sem necessidade de autorização judicial. Como avalia?

    S.D.: A privacidade é um direito fundamental, mas entre o direito à privacidade e a segurança, está prevalecendo a segurança. Os instrumentos de segurança estão invasivos, até mais que na época da ditadura, por uma questão de desenvolvimento das comunicações. Na época dos militares, não tínhamos a tecnologia de hoje. Essa nova lei contraria os direitos do cidadão. O Ministério Público é uma inutilidade. Ele é muito eficiente quando lhe interessa. Mas há situações em que o MP se omite. Hoje estamos com prisões superlotadas porque o MP é eficiente na repressão do povo pobre, do povo negro. 70% do sistema penitenciário do Rio de Janeiro está vinculado a crimes de drogas, o que efetivamente não tem nenhuma periculosidade. Vender droga ilícita é absolutamente igual ao camarada que vende cachaça. São drogas. Mas a nossa sociedade resolveu criminalizar a venda de determinadas drogas. E coincidentemente quem vende é a população mais pobre. Isso coincide com o interesse de exclusão social dessa população.

    #SalaSocial: Nesse caso, os presos são de classe média.

    S.D.: A pessoa passa a sentir na pele. Sinto isso como juiz: se absolvo um pivete, um favelado que roubou, estuprou, a classe média reclama. Quando o mesmo acontece com o filho dela, lá vêm as justificativas. Dizem que o filho precisa de psicólogo, que está se descobrindo. Enfim, usam argumentos justos e que deveriam valer para todos, e não só para os filhos da classe média. Acho interessante que este grupo esteja experimentando a violência policial que os pobres já sofrem há muito tempo para que haja uma reação.

    #SalaSocial: O senhor acha que a liberdade de manifestação está assegurada no Brasil?

    S.D.: Constitucionalmente está assegurada. O direito à livre manifestação é um direito fundamental. Mas, na prática, temos um aparato policial que ainda resguarda os resquícios de um período de ditadura. E esse aparato está à disposição do governante para atuação inclusive contra a lei, vide a violência com que o aparato policial agride toda e qualquer forma de manifestação. Isso inclui o cidadão comum, porque estamos sendo fiscalizados, ouvidos, escutados, por uma polícia que procura saber sobre a vida de qualquer um. Provavelmente o que estou falando agora é motivo de escuta. Não há controle. Até a presidente foi escutada por interesses de outra nação.

    #SalaSocial: Qual é sua opinião sobre o pedido de asilo no Uruguai por uma das acusadas?

    S.D.: Um exagero. Um sinal de desespero também. Não podemos chegar a esse ponto de imaginar que é uma questão de presos políticos porque as instituições estão funcionando. Policia e MP fizeram seu papel, bem ou mal. Não houve situação de exceção. Você pode contestar, discutir, debater sobre os métodos, mas em nenhum momento pode dizer que as instituições não estão funcionando. Tanto que se concedeu a liberdade agora.

    #SalaSocial: O senhor costuma ser classificado como “polêmico”, graças à atuação como juiz da Vara de Infância e Juventude e, agora, por dar liberdade provisória aos presos. Concorda?

    S.D.: Não tenho nenhuma contestação a fazer pelo seguinte: eu fui promovido a juiz da infância e juventude em 1990, ano em que entrou em vigor o Estatuto da Criança e do Adolescente. Temos uma tradição de maltratar crianças. A mistura que gerou a sociedade atual sempre foi negligente e violenta com as crianças, é só ver os índices. A resistência à Lei da Palmada é um exemplo. Recebi a incumbência em uma cidade violenta como o Rio de implantar o Estatuto. E toda medida era uma novidade, e toda novidade era uma polêmica. Cuidar para que modelos não fossem exploradas por empresários do mundo fashion e não fossem depois jogadas como sapatos velhos é uma medida polêmica, nunca tinha sido feito isso. Logo, o que é inédito se transforma em polêmico. Não contesto isso. Chamo de fidelidade ao compromisso com a causa. Todas as minhas decisões têm essa coerência – procurar fazer a justiça dentro de minha formação cristã. Não mudou nada.

    Protesto contra a Copa no centro do Rio de Janeiro, em maio deste ano

     

  16.  
    Nassa,escolhi o fim de

     

    Nassa,escolhi o fim de tarde aonde ninguèm mais lê o fora de pauta.

      Vc foi vencedor em acusar o  telexfree. Deu-se que vc tinha razão.

          Mas há algo mais tenebroso que o telexfree acontecendo numa empresa genuiunamente brasileira.Não sei se o seu empenho será o mesmo. Vamos aos FATOS.

             A telesena é absurdamente manipulada. Ela entrega o que promete,mas manipula os Estados e as localidades.

                Isso não é honesto.Sorteada na quarta – feira e divulgada no domingo, há auditores pra confirmar a ”llegalidade” 

                     Mas eles ( auditores) quando chegam pro sorteio , as bolas já estão destribuidas em globos.E elas estão ( bolas) totalmente, matematicamente , distribuidas pra causar interesse até o quarto ,ou menos, sorteio– dos  16 números sorteados nos 3 primeiros sorteios, ninguém faz esse número de pontos.E muito menos nos 21 pontos no quarto sorteio.

                          E a razão é óbvia: Se alguém acertasse todos esses números e divulgasse, ninguém comparia mais.Tudo isso num universo de mais de 7 MILHÕES de cartelas.E não é só .HÁ um interesse GRITANTE que os ganhadores sejam de vários Estados , claro. Como verba de propaganda.

                   Num sorteio aleatório pra valer, poderiamos ter ganhadores de 1 só estado.Mas isso não causa interesse pra divulgação da telesena.Ou nenhum.

                   Então, DÁ-SE um jeito de ter váriis ganhadores de diferentes estados- o que contraria a lógica de ”VÁRIOS” ganhadores e de diferentes estados.É ridículo.

                   Alguma coisa precisa ser feita, Inclusive O MiNISTÉRIO pÚBLICO.Como julgar alguém que entrega o que prometeu,maS de maneira completamente direcionada? Qual seria  o crime do cara?

                    Escrevo isso porque a telesena é a esperança de milhares de brasileiros do andar de baixo e merecem um sorteio honesto.( mesmo entregando o prêmio, é ABSURDAMENTE desonesato)

                  Resumindo e sendo repetivo:Eu não sei qual sistema adotado,mas ningém ganhará sozinho na telesena E isso ,depois de 20 anos, é pra la de suspeito.

                  ps: Quanto aquele sorteio mensal,quase sempre alguém ganha sozinho( uma chance em mais de 7 milh~es) ,mas  só serve pra comprovar quando um sorteio é feito sem manipulação.

                  N osso( o povo) recurso é vc ,Nassa.

  17. OS FIORDES DE TODOS NÓS
    POR:

    OS FIORDES DE TODOS NÓS

    POR: CLARIANA ZANUTTO E GUSTAVO RANIERI   /  01/04/2014

     

    FOTOS NELSON D’AIRES

     

     

     

    Quando o poeta gaúcho Mario Quintana escreveu Das utopias (Se as coisas são inatingíveis ora, / Não é motivo para não querê-las / Que tristes os caminhos se não fora / A mágica presença das estrelas!), publicado no livro Espelho mágico, Valter Hugo Mãe ainda não era nascido. Mas tais versos contam muito sobre a personalidade deste escritor angolano de 42 anos, radicado em Portugal desde pequeno e vencedor, em 2007, do importante Prêmio Literário José Saramago. Valter, como não se incomoda de dizer, é um ser utópico. Sim, acredita que evoluiremos como sociedade a caminho de não haver mais disputas e ódios ao redor das relações humanas – “mesmo que leve um milhão de anos”, em suas próprias palavras. Mas essas esperanças convictas não o impedem (e por que impediriam?!) de sentir com demasiada profundidade tristezas e decepções.

    Ao mesmo tempo que celebra o lançamento do livro A desumanização – que se soma a mais de 30 títulos, de poesias e romances, já publicados de sua autoria –, chegando ao mercado brasileiro neste mês, ele permanece abalado pela crise econômica e social instaurada em seu país e no resto da Europa. “Nós sabemos ser melhores, sabemos perfeitamente criar uma sociedade melhor, mas nós não fazemos isso. Reincidimos no erro. Isso está levando a uma perda enorme de identidade e, fatalmente, a uma desumanização.”

    Na nova publicação, Valter, pela primeira vez, ultrapassa na sua narrativa as fronteiras portuguesas, ao contar uma história toda vivida e sentida na Islândia. De imediato, o leitor se depara com o enterro da criança Sigridur, irmã gêmea de Halla. É essa última que narrará, ao longo do tempo que passa desde o falecimento, o ambiente paranoico que devasta sua família, a ruptura da infância, o contato com a dor e o consequente amadurecimento precoce… Enfim, o que as perdas levam e trazem de volta. “Os meus livros são sempre uma espécie de interpelação ao Criador. Eles são uma tentativa de que Ele se explique, que a natureza se explique”, conta o escritor que, aproveitando o convite da Revista da Cultura, concretizou com o fotógrafo e cumpadre, Nelson d’Aires, o projeto antigo de traduzir em imagens conceituais aspectos de sua essência.

    Há muito marcado por referências artísticas islandesas – o livro, por exemplo, é dedicado ao músico e compositor Hilmar Örn Hilmarsson –, foi há quatro anos que Valter pisou no país nórdico pela primeira vez. Para escrever e concluir a trama, ficou por lá, entre indas e vindas, alguns bons meses. “De início, a relação com a Islândia foi tão forte que toda a primeira visão era muito turística. Precisei de uns dias para conseguir escrever alguma coisa que não parecesse o guia turístico de um idiota que teve a oportunidade de viajar. Creio que só ao fim de dez dias que eu tomei nota de uma frase que está no livro: ‘A Islândia pensa’. E isso aconteceu porque eu estava em uma paisagem tremenda, sozinho. E, em vez de achar que via, achei que estava sendo visto. Subitamente, tive a sensação de que aquela natureza não pode ser burra, que aquela natureza deve conter uma inteligência que nos escapa.”

    A desumanização é um livro muito denso, bonito. E a sensação que ficou da nossa leitura é que se trata de uma publicação inteira sobre fragilidades. O que as fragilidades contam sobre a sua pessoa?Acho que lido com a fragilidade desde sempre. E lido desta forma, me expondo. Porque achei sempre que morreria muito cedo. Achei sempre que eu era um ser humano muito pouco viável. É verdade que, à semelhança da Halla, dessa menina narradora do livro, eu tive um irmão morto. Tenho um irmão que morreu, e morreu antes de eu próprio nascer. Então, nunca tive a sensação, a ilusão de que a vida é eterna, ou de que a vida é muito longa. Sempre achei a vida muito urgente. E sempre achei que perco tempo. Cresci um pouco com esta ideia estranha de ganhar coragem. Mas, ao mesmo tempo, talvez, também uma ideia de valer pouco a pena, porque vai ser tudo muito rápido e vai terminar tudo da mesma maneira. Acho que sempre assumi muito a minha vulnerabilidade, e acho até que toda vulnerabilidade é o modo como podemos honestamente mostrar a maneira mais genuína de ser gente.

    Não seríamos nada sem essas fragilidades?
    Seríamos só bichos. Ser gente é exatamente isso, é ser vulnerável. É sermos permeáveis. É rendermo-nos, por exemplo, a questões que vão muito além dos nossos interesses mais egoístas. Fragilizarmo-nos por causa dos outros. Então, acho que sim. Acho que essa sua leitura consegue chegar à minha identidade.

    As fragilidades te impulsionam então, te movimentam…
    Isso que me move, sim. A forma como nós podemos, subitamente, aceitar estar na mão de alguém. Que é um modo de confiança. Acho que a humanidade é uma porcaria enquanto não for de confiança. Então, quero muito isso! E ser de confiança tem essa espécie de transparência.

    É como se a humanidade fosse várias partes de um quase nada, mas que juntas formam o ser humano?
    Sim, justifica. Sabe uma das passagens de que mais gosto no livro? É quando o pai da Halla lhe diz que a humanidade começa no outro. Acredito muito nisso. Acho que, se não houver alteridade, se não houver o outro e a expectativa do outro, então nós também não somos gente. Podemos ter a aparência de gente, podemos parecer humanos, mas a humanidade tem de ser dois. E, então, o sentido da vida para mim é o outro. Não existo enquanto ser absoluto. Existo para os outros. Só vale a pena se, efetivamente, nós formos uma espécie de corrente, alguém que participa em uma entidade maior, em um coletivo.

    Você até desmente Sartre no livro ao dizer que o inferno não são os outros. Pelo contrário, eles seriam o paraíso. Por que, em sua opinião, é difícil para muitos compreender que o outro é uma ferramenta necessária para a nossa existência?
    É uma ferramenta necessária até para a nossa identidade. Não seríamos quem somos sem a presença ou sem a expectativa da presença do outro. Acho que a humanidade vai a meio caminho. Ou melhor, talvez nem a meio caminho… E somos profundamente imperfeitos. Estamos ainda muito perto da dimensão mais animal. Então, todos os erros são possíveis. Vocês aí no Brasil tinham um homem absolutamente maravilhoso, chamado Milton Santos (1926-2001). E ele dizia uma coisa linda: “A humanidade ainda não começou”. Parece uma tragédia, mas não é. É uma posição de profunda esperança. Porque ele achava que, quando a humanidade começasse, ela seria incapaz de atrocidades. Ele não se conforma com essa ideia de que ser gente é ser também mau, é ter um lado terrível, ser capaz de tudo. Ele acha que, um dia, ser gente vai significar exatamente o contrário. Ser gente vai significar a incapacidade da atrocidade. E eu tenho muita esperança nisso. Acho que pode levar uns milhões de anos, mas um dia o pensamento vai ser todo ele consumado a favor do coletivo. Para uma espécie de cuidado absoluto pelo universo. Penso assim, mas sei que vivo perdido em uma utopia. Embora queira achar que não estou sozinho, é muito fácil achar que fiquei louco (risos).

    Mas não é justamente de utopias que o mundo é construído?
    Acho que sim. E, se vocês querem saber, acho que o mundo está atravessando uma fase depois de uma euforia – e nós, aqui na Europa, sentimos isso muito, é muito nítido. A Europa está ficando fascista, horrorosa, preconceituosa, velha, má. E é muito claro que, depois de uma euforia, com uma espécie de consumismo sem raciocínio, consumismo sem inteligência, o que está acontecendo é que nós estamos, outra vez, perdendo valores. A partir do momento em que falta o emprego, em que falta o dinheiro, falta imediatamente humanidade. Então, as coisas não são nada progressivas. A gente vai progredindo e vai regredindo. Dá um passo em frente, dá dois atrás. Nada é garantido! E é muito claro, para mim, que a Europa ou o mundo, eventualmente, só vai avançar quando aparecer, assim, uma figura inesperada. Uma espécie de [Mahatma] Gandhi. Um Gandhi qualquer, um [Nelson] Mandela. Alguém que, subitamente, apareça quase com a dimensão de um herói. Porque os homens comuns já não podem nada. Acho que só quem tiver uma grande utopia, só quem for capaz de uma utopia vai conseguir ajudar-nos.


     

    E como você vê essa crise especificamente em Portugal?
    Vocês não podem imaginar a tristeza profunda em que os portugueses estão vivendo. Vocês sabem que – acontece isso comigo, agora –, quando tenho alguma alegria, eu me calo. Não digo nada em respeito à tristeza profunda em que vivem as outras pessoas. E as coisas estão muito difíceis. Estão difíceis com os meus amigos, estão difíceis com a minha família. O que está acontecendo neste momento é uma crise muito maior do que simplesmente financeira, é uma crise de valores, em que as pessoas estão muito perdidas. E o que acontece é que há cada vez menos generosidade. As pessoas vão ficando insensíveis, porque todo mundo passa dificuldade, então, não há como ficar chorando o vizinho, porque toda a gente está igualmente sufocada.

    O seu abalo com essa situação atual transparece também com a sua literatura, com tudo o que você faz?
    Sim. Ainda que eu possa usar A desumanização para pensar acerca de outras coisas, muito do título serve para fazer a minha crítica. Eventualmente, o livro não seria tão… agressivo, agreste, se o momento em que estamos todos vivendo não fosse agreste também. Há sempre alguma coisa que passa. Assim: a minha família foi sempre uma família muito normal, muito convencional. Sempre no limite do trabalho e do mérito do trabalho e sem nenhuma folga, sem nada grátis. Então, qualquer problema que aconteça ao país, acontece imediatamente à minha família. Não tem como eu deixar de ficar afetado. Fico zangado, porque a construção [da união] europeia foi uma promessa completamente diferente. O que se prometeu foi completamente outra coisa e, neste momento, nós estamos outra vez sendo instrumentalizados pelos interesses da Alemanha. E a Alemanha está outra vez desenvolvendo um pensamento de extrema direita, as ideologias nazistas, as ideologias fascistas estão regressando. E agora os culpados já não são somente os judeus. Os culpados são todos os povos, todos os latinos. E é muito fodido ficar vendo e sentir certa impotência diante do gigante alemão na Europa.

    Sente-se uma falta de representação.
    É tão demolidor que é o nosso próprio governo que fica instrumentalizado, ou seja, é o nosso próprio governo que vai desenvolvendo o seu pensamento fascista e vai ficando do lado desta usurpação. E nós, enquanto povo, sentimos que não temos defesa, que não estamos representados. Então, ninguém consegue reverter essa situação em favor do povo, e a sensação é de que, efetivamente, há uma meia dúzia de famílias que voltam a recobrar o poder oligárquico que outrora já tiveram e que vão voltar a ter. É muito violento. Percebo muito bem como nós estamos ao pé das guerras outra vez.

    Há no livro um trecho que demonstra esse desalento, quando você escreve: “Sem ninguém no presente, nem no futuro, um indivíduo pensa tão sem razão quanto pensam os peixes”. É uma leitura real dessa tristeza com o ser humano contemporâneo?
    Muito. Quando recebi o Prêmio [Literário José] Saramago [em 2007], não tive tempo de pensar em um discurso. E aquilo que disse sem bem pensar e sem bem perceber o que estava dizendo é que a escrita, para mim, era um exercício de solidão. O que eu queria dizer e o que penso é que, em última análise, não existe isso da comunicação. É muito frustrante perceber que, por mais esforço que façamos para entender os outros e para sermos entendidos, há uma distância que nunca vai ser percorrida. Então, o esforço é sempre muito ingrato. E a minha utopia, da qual há pouco falávamos, é que ao mesmo tempo o homem possa desenvolver uma capacidade de não se esquecer. Porque nós esquecemos. Nós podemos, em um determinado momento, sentir uma plenitude profunda, experimentando a companhia de alguém ou experimentando uma obra musical, uma viagem, a visão de uma lagoa. Mas, o mais certo é que nós esqueçamos essa plenitude. O mais certo é que essa plenitude nunca traga uma redenção.

    Ao falar de comunicação, podemos pensar também que, apesar de tudo o que foi possibilitado nesse sentido pela tecnologia, nenhum homem descobriu ainda com exatidão qual o sentido que se encontra na vida e o que estamos fazendo aqui. E, nesse seu novo título, essa questão volta à tona. É mais agoniante pensar nesse sentido existencial ou é mais agoniante largar mão de buscar uma resposta para a nossa existência?
    É muito mais agoniante buscar uma solução. Mas tenho a sensação… Como é que eu digo isso… Creio que o mundo é um problema. E aquilo que somos e como somos é uma tentativa de solução, porque o mundo é esse desafio colocado a cada um de nós, e o modo como somos é uma tentativa de superação desse desafio. Por isso, somos como sabemos, somos como podemos; mas, dentro da medida do possível, somos a solução. Então, é muito mais fácil ignorarmos o mundo como um problema para podermos não ser responsáveis por uma solução. Mas, ao mesmo tempo, depois de termos, de alguma forma, essa percepção, é praticamente impossível voltar ao lugar zero, voltar ao início, voltar à ingenuidade sem obrigação.

    A desumanização é o seu primeiro romance que se passa fora de Portugal. Essa vontade de se deslocar, ir para outro lugar é, de alguma forma, relacionada à sua história, ao que você está vivendo aí no país também?
    Começa por essa minha vontade de fugir. Há algum tipo de fórmula. Para mim, não é que tenha ficado fácil escrever livros. Se algum dia for fácil escrever um livro, então, é porque deu errado. Mas, para mim, escrever sobre Portugal já era, assim, uma ajuda. Então, quis voltar ao início. Quis voltar, tanto quanto possível, ao início das coisas, colher outras referências, lidar com referências que não fossem as minhas. Então, escolhi a Islândia. A Islândia é um país que eu vinha cobiçando desde muito novo e ela inspirava para mim essa ideia de recôndito, de solidão, de disciplina, de coragem. E parti para a Islândia por isso. É quase uma vontade de fugir, de fugir do óbvio. Vou voltar algum dia, vou voltar a escrever sobre Portugal, histórias portuguesas que vão servir como histórias universais, porque é esse o meu interesse. Mas foi muito importante para mim, de repente, saber menos, partir para um livro sabendo ainda menos do que aquilo que costumo saber.

    Os fiordes islandeses são a paisagem comum a toda história de A desumanização. Há, de alguma forma abstrata, um fiorde interno, fazendo você se sentir igual no livro, como uma montanha rígida, mas que dia a dia é invadida pela água e tudo que traz e leva?
    Procuro muito enrijecer, nesse sentido de robustecer, fazer com que nem toda água me mude, nem toda água possa estragar tudo. E, ao mesmo tempo, o fiorde é esse espaço de difícil acesso e acho que, nesse sentido, somos todos. Somos todos um espaço de difícil acesso, nessa ideia de que é muito impossível, neste estágio de evolução da humanidade, que os outros nos conheçam verdadeiramente.

    Você falou há pouco sobre a urgência da vida. E a morte, de fato, é outro tema muito presente em sua obra. A perenidade humana é o que tanto o instiga em relação ao tema?
    Acho frustrante que nós sejamos tão perecíveis e acho que quem morre com 100 anos morre cedo demais. Tenho sempre a sensação de que essa relação do tempo é muito falsa. O que nós temos que procurar é uma relação com a intensidade, uma relação com a entrega, uma espécie de completude, pois  a completude não tem a ver com o tempo. Um indivíduo de 20 anos pode estar muito mais maduro do que um de 100. Pode ter descoberto sobre si e descoberto em si um apaziguamento que um indivíduo com 100 anos não conseguiu. Então, sempre falo da morte como uma espécie de questão de mérito. Gostava de achar que nós só morremos quando merecemos morrer, como se já tivéssemos conquistado essa completude. E quero muito conquistar a minha morte nesse sentido, nessa exceção de, quando ela vier, eu não precisar ter medo nem lamentar, porque estarei completo.

    Você se prepara para isso, está sempre atento?
    Acho que todos nós nos preparamos para isso. Há um escritor tcheco que vive em Portugal, chamado Jorge Listopad, e ele diz que “quem não morreu está a morrer” e, por isso, só não se prepara para a aceitação da morte quem estiver muito distraído. Porque o tempo é isso. O tempo vai passando e nós não podemos construir a vida baseada nele. Temos de construir a vida na intensidade, na importância de cada coisa.

     


    Recentemente, você declarou que esse novo livro, A desumanização, “estragou” a sua forma de escrever na medida em que você não conseguiria voltar a um estilo passado depois dessa publicação. Como é isso?
    Há uma coisa que acontece sucessivamente nos meus livros que é: procuro fugir daquilo que fiz e isso tem a ver com alguma construção mental do livro, mas também muito com o modo como as expressões verbais são empregadas. Então, ao final de cada livro, os meus emails são todos parecidos com a obra (risos). Fico enviando torpedos aos amigos e os torpedos parecem coisas antigas, coisas literárias. O modo, às vezes, até como falo com a minha mãe ou com os meus amigos, é assim… Parece um teatro na vida real. E isso é muito assustador. Preciso, para começar outro trabalho, quase desencarnar daquele modo de falar, que durante um tempo é muito vívido, muito efetivo. Isso aconteceu várias vezes. No fim do romance O remorso de Baltazar Serapião foi terrível, porque o processo com a escrita daquele livro foi tão intenso que efetivamente – e, ainda por cima, é um livro que se passa na Idade Média – todo mundo achava que eu era antigo, que parecia uma pessoa medieval. E preciso fugir disso. Então, neste momento, procurando esquecer A desumanização, já estou tentando pensar em outras formas de dizer as coisas.

    É natural então?
    Uma coisa muito natural. Não saberia fazer de outra forma. Não saberia gostar de mim – e tenho muitos problemas com autoestima – se voltasse a me repetir, se me repetisse demasiado, se virasse um escritor de fórmulas.

    A sua literatura também transmite uma imagem sua como um ser humano demasiadamente contemplativo. Você é assim de fato, do tipo que vai aos cafés e passa a tarde simplesmente olhando as pessoas, por exemplo?
    Identifico-me com essa hipótese do contemplativo neste sentido: acho que nós primeiro precisamos identificar, para depois poder agir. É o que acho que faço um pouco com os meus livros. Procuro entender aquilo que me impressiona, aquilo que me provoca, aquilo que acho que está desarranjado. Mas o meu cotidiano não permite contemplações. Sou assim um pouco… Uma espécie de bombeiro: sofro de uma síndrome que é o das pessoas a quem todo mundo se confessa. Então, sou aquela visita dos hospitais, sou aquele indivíduo que, quando alguém tem um problema e é internado, normalmente só eu apareço (risos). O que é gratificante, às vezes, perceber que as pessoas esperam isso de mim, mas também é trágico, porque significa que esperam isso de muito pouca gente. Quando os meus amigos se divorciam, sou o primeiro a saber. Sou eu quem recebe eles na minha casa; que fica três horas ao telefone tentando apaziguar os casais; que eventualmente empresta dinheiro e toma conta das crianças. Eu sou, assim, certo bombeiro. Estou apagando fogos [incêndios].

    E você gosta de ser dessa forma?
    Eu não (risos). Não tenho como ser de outra forma, não consigo. Claro que já frustrei muita gente, claro que já deixei muita gente na mão, mas não fico bem com a minha consciência quando algum amigo confia em mim e espera de mim alguma coisa. Quero muito ser alguém de confiança. E isso tem um preço, que é efetivamente estar à altura da confiança e das expectativas das pessoas. E, então, é um mundo de gente… Às vezes, até gente que nem merece! Mas fico digerindo um bocado e tentando descobrir quem merece e quem não merece. Umas vezes acerto e outras vezes fico bem destruído. Mas prefiro partir do pressuposto de que é melhor confiar nas pessoas do que não confiar em rigorosamente ninguém. Por isso, prefiro acreditar que tenho vários amigos, eventualmente muitos amigos, do que viver a vida absolutamente sem amigo nenhum.

     

    http://www.revistadacultura.com.br/entrevistas/conversa/14-04-01/Os_fiordes_de_todos_n%C3%B3s.aspx

     

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