Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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  1. BRASIL – OS FRUTOS DA GUERRA

    BRASIL – OS FRUTOS DA GUERRA – Um lançamento imperdivel, livro de Neill Lochery com o titulo em inglês  BRAZIL THE FORTUNES OF WAR – WORLD WAR II AND THE MAKING OF MODERN BRAZIL –  Lochery é um academico inglês,

    tem um estilo literario atraente sem a secura dos academicos puros. Esta obra mostra os bastidores de toda a movimentação diplomatica e politica que fez do Brasil o grande aliado do bloco ocidental na luta contra as potencias do Eixo em um conflito de dimensões mundiais e que marcaria para sempre a Historia do Seculo XX.

    Nunca antes ou depois daqueles anos terrificantes que vão dos primoridos do conflito, 1938 até seu fim em 1945 o Brasil teve tal importancia internacional, tal peso militar e diplomatico como nesses anos.

    A aliança com o Brasil e sua liderança incontestavel na America do Sul trouxe ao Pais em plena guerra o Presidente Roosevelt para se encontrar com Vargas e convence-lo a entrar no conflito como parceiro fundamental pelo seu peso diplomatico e por sua posição geografica de trampolim para os desembarques na Africa do Norte e Italia.

    Pelo livro se movem os  personagens do poder no Brasil, entre todos os grandes Vargas e Oswaldo Aranha,

    os dois pro-homens dessa aliança, tendo como pano de fundo o Ro de Janeiro esfuziante da decada de 40, alias

    Copacaba está na capa do livro com a praia cheia de banhistas e o calçadão de ondas, a cara do Brasil.

    Lochery atribue a essas demarches e decisões a criação do Brasil moderno, um Pais que saiu da Guerra muito mais forte, importante e estruturado, o Brasil deixa o status de Pais rural, o “Grande produtor de café” para ser um Pais industrial, urbano e antenado. A Guerra e a aliança mudou o carater do Pais e é esse o eixo do livro de Lochery.

    Faço meu adendo, o Brasil, por causa do conflito e de sua aliança com o bloco anglo-americano, apresenta-se como nunca antes ou depois, como um ESTADO NACIONAL centralizado e sob a regencia de um poder incontrastavel.

    É verdade que estavamos em uma ditadura mas esse carater vai alem dela. Enquanto o Brasil de hoje vive uma inédita fragmentação em ilhas de poder, sem uma ideia-força, uma corrente ou um leme impulsionador, no periodo da guerra o Brasil tinha uma clara direção e diretriz, pequenas agendas não punham a cabeça para fora, todo o esforço nacional estava concentrado numa unica marcha, vencer o conflito e ser parceiro do novo redesenho do mundo.

    Esse carater de ESTADO NACIONAL dado pelo governo Vargas e pela gabaritada e altamente qualificada diplomacia de Oswaldo Aranha permitiu ao Brasil LIDERAR toda a America Latina nas duas cruciais conferencias de Havana e Rio de Janeiro em 1942, onde o Brasil ditou o roteiro enfrentando e vencendo resistencias. Compare-se hoje com o Brasil quase se desligando da OEA, da qual  é emerito Pais fundador e amigando-se com a UNASUL, onde o Brasil só paga as contas, não tem e nunca teve um UNICO cargo na direção desta entidade e admite calado que o Português não seja a segunda lingua, como seria logico por ser o Brasil o maior Pais da organização.

    Um bom livro não precisa apenas de um bom tema, precisa tambem de um bom estilista como o autor, essa é a vantagem de Lochery, que tem linguagem de quase romance para esses episodios historicos e ao mesmo tempo nostalgicos, especialmente para minha geração, a “geração da Guerra” que nos marcou para sempre.

     

  2. Sobre o vídeo de Lula malhando na academia

    Há várias leituras possíveis sobre o vídeo, supostamente inocente, de Lula se exercitando e recomendando atividade física aos brasileiros (“minha pressão tá 12 por 7”).

    Pode ser lido como um recado para dentro e para fora do PT (“tô voltando”). Rendeu um simpático post no BuzzFeed – http://goo.gl/gAk3VY

    Mas a melhor leitura foi a comparação do PHA com Mao Tse-Tung.


    http://www.conversaafiada.com.br/politica/2015/04/26/lula-nada-no-rio-amarelo/

    Lula nada no rio Amarelo

    No dia 16 de julho de 1966, Mao foi à cidade de Wuhan, na China central, e na companhia de cinco mil partidários, “nadou” aproximadamente 15 quilômetros no rio Yangtze, o rio Amarelo.

    Mao tinha 73 anos.

    A China atravessava crise profunda, agravada por uma indisfarçada disputa na liderança do partido.

    Um mês depois, em 18 de agosto, Mao lançou a Revolução Cultural.

    Mandou para a cadeia – onde morreu – o presidente rival, Liu Shaoqi, acusado de ser o “Kruschev chinês”, e denunciou outro rival, Deng Xiaoping como “o numero dois na busca do caminho capitalista”.

    Deng foi trabalhar como tratorista numa remota fazenda.

    Semana passada, o Presidente Lula, aos 69 anos, se deixou filmar numa academia de ginástica (http://goo.gl/k5WXAO).

    Tanto quanto Mao ao nadar no rio Amarelo, Lula enalteceu as virtudes do exercício físico.

    Um dia depois, numa convenção regional do Partido em crise, Lula avisou à Presidenta que ela não existe sem o PT – e o PT não existe sem ela.

    E cobrou o relançamento de uma revolução de infra-estrutura.

    (O que, aparentemente, começou a acontecer na reunião no Palácio do Alvorada, com os ministros, nesse sábado 25/abril.)

    A Revolução Cultura significou o que historiadores chamam de “a criação destrutiva”.

    Se não tivesse ocorrido, a China Continental seria Formosa e Mao e os descendentes estariam, hoje, em Formosa.

    A sessão de ginástica do Presidente Lula segue outra lógica, é óbvio.

    Parece ser a seguinte:

    – o primeiro mandato foi dela;

    – no segundo, ela não pode desfazer o que Lula deixou de herança;

    – e muito menos impedir que ele volte em 2018.

    É uma ginástica política que não tem nada de destrutiva.

    Ao contrário.

    Não passa de um elogio à boa forma física.

    Como nadar no rio Amarelo.

    Paulo Henrique Amorim

  3.  
     
     
    Os fundamentalistas, a

     

     

     

    Os fundamentalistas, a Bíblia e o “direito”… a assassinar?

    por Jean Wyllys

    A abolição da pena de morte é um marco civilizatório, embora alguns estados ainda a pratiquem — e muito embora, no Brasil, como tantas outras hipocrisias do nosso sistema, ela seja formalmente ilegal, mas costumeiramente aplicada pelas polícias, sem sequer acusação, defesa, julgamento e condenação. O Brasil é signatário de tratados internacionais que proíbem a pena de morte e, por isso mesmo, é alvo de sanções por parte dos organismos internacionais encarregados de fazer cumprir esses tratados: pela persistência das execuções sumárias praticadas pela polícia no vácuo da legalidade. É por isso que existe hoje na Câmara dos Deputados uma CPI (da qual faço parte) que investiga o extermínio da juventude negra e pobre, alvo predileto das execuções ilegais.

    Apesar disso tudo, e por incrível que pareça, os fundamentalistas do novo congresso House of Cunha, ignorando o Estado de Direito, no seu empenho por levar o Brasil de volta para a Idade das Trevas, querem legalizar os homicídios hoje praticados na ilegalidade. O deputado Peninha (PMDB-SC), integrante das bancadas “da Bíblia” e “da Bala” e autor de um projeto de lei que pretende aumentar a circulação e o uso de armas no país (um incentivo ao aumento da violência e da morte num país que já tem muito de ambas as coisas), fez nessa semana um post assustador, com uma imagem de um revólver em cima de uma Bíblia com a seguinte legenda: “Bandido bom é bandido morto”.

    O que este fundamentalista defende é algo ainda pior que a legalização da pena de morte: ele está convidando as pessoas a matar — e o “Não matarás”? Ele justifica citando uma passagem do Antigo Testamento: “Se o ladrão for achado roubando e for morto, o que o feriu não será culpado do sangue” (Êxodo 22:2).

    Uma das coisas que causa estranhamento é o uso do Êxodo. Primeiro, por ser o segundo livro mais antigo do Pentateuco (nome dado aos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, que a tradição judaica atribui a Moisés); trata-se de um texto anterior à existência de um sistema judiciário, código penal, dos exércitos regulares, polícias e de prisões, tudo aquilo que este deputado e a bancada da Bala e da Bíblia defendem.

    O que se coloca aqui? Defende-se as polícias ou a justiça pelas próprias mãos? Código Penal ou Lei de Talião? Se a defesa for desta última, deveriam, por coerência, parar de apresentar projetos de redução da maioridade penal, de novas tipificações de crimes hediondos, e coisas do tipo. Rasga-se a lei, decreta-se o fim do judiciário e das polícias e voltamos todos aos tempos bíblicos. Segundo, o Êxodo faz parte de um código amplo de regras destinadas a um povo específico no meio do deserto: o povo hebreu. Tem regras sociais, culturais, religiosas e até dietéticas. Poderíamos pegar uma lei do Código Penal Brasileiro e dizer que não vamos cumpri-la porque não gostamos dela? Claro que não. Bom, para o Pentateuco vale o mesmo, ainda mais que a bancada da Bíblia diz que é a palavra de Deus e não pode ser modificada. Ou se cumpre tudo, ou não é bem assim que a banda tem que tocar. Cumprir tudo significa não só não misturar linho com seda ou não comer camarão, mas fazer todos os sacrifícios animais previstos no texto –esses que os fundamentalista condenam quando querem injuriar o povo de terreiro.

    Salta aos olhos a “seletividade” da citação. Como também, a “seletividade” das leis, dos homens e de Deus.

    Se o deputado Peninha e seus comparsas fundamentalistas quiserem levar a sério, na nossa época e com tanta literalidade, a passagem 22:2 do Êxodo, ele deveria também fazer menção ao horário permitido para “matar o ladrão”. Pois é: na passagem seguinte, 22:3, o Êxodo diz que se o ladrão for morto “depois de nascer o sol”, será considerado homicídio. Aí não pode! Nesse horário, o certo é obrigar o ladrão a devolver o roubado e, se ele não fizer, vendê-lo como escravo para pagar pelo roubo. Será que o deputado Peninha também vai defender a venda de ladrões como escravos? Ele vai propor, para isso, a revogação da lei Áurea? Claro que não, da mesma forma que eles usam o Levítico para injuriar os gays, mas nada dizem sobre as passagens do Levítico que proíbem comer frutos de mar.

    Mas a seletividade não acaba aí.

    Peninha esquece, como cristão que ele afirma ser, as lições de Jesus Cristo quanto ao amor e ao perdão e seus ensinamentos, que contradizem a interpretação que pessoas cheias de ódio, como ele, fazem de alguns trechos do Antigo Testamento, como a passagem do Êxodo que ele cita. Aliás, Jesus foi executado em sua época por gente como esse deputado. Foi executado junto a dois ladrões (Mateus, 27:38). De fato, o Antigo Testamento, considerado “a lei morta de Moisés”, foi proibido pela igreja e a simples leitura dele era considerada uma heresia, condenada (outra vez) com a pena de morte, executada nas fogueiras da Inquisição. Os falsos profetas das igrejas fundamentalistas neopentecostais voltam ao Antigo Testamento apenas para resgatar passagens isoladas, fora de contexto, mal contadas e pior compreendidas, para justificar seus discursos de ódio, seus projetos medievais e, enquanto isso, continuar enriquecendo.

    Será que a pena de morte para os ladrões que o deputado Peninha propõe vai valer, também, para os pastores ladrões, esses que ficam milionários tirando dinheiro do bolso dos fieis, praticando o charlatanismo e participando em todos os esquemas de corrupção?

    http://www.cartacapital.com.br/sociedade/os-fundamentalistas-a-biblia-e-o-direito-a-assassinar-5047.html?utm_content=buffer242f4&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer

          

  4. PROJETO: ÁREA DE LAZER LITERÁRIA
    Rio de Janeiro, 27 de abril de 2015 PROJETO: ÁREA DE LAZER LITERÁRIA  Caros amigos (as) só seremos uma grande nação, quando formos um país de leitores. Pensando nisso, gostaria de sugerir um projeto: O ÁREA DE LAZER LITERÁRIA onde nos finais de semana, nas áreas de lazer do Brasil, tenha um espaço para troca, compra e lançamentos de livros, com isso, muitas crianças e jovens teriam um contado direto, com a cultura e os benefícios dos livros, para a sua vida e formação, junto com os seus familiares. Amigos (as) todo mundo ganha com esse projeto do bem. Devemos levar os livros, onde o povo está, por isso, esse projeto é importante, e ao mesmo tempo revolucionário, cultura e lazer, no mesmo espaço para mudar a vida das pessoas, para melhor.  Atenciosamente:
    Cláudio José, um amigo do povo e da paz. 

  5. Petrobrás

    Petrolão, Trensalão, Swsslakes e Zelotes: Um peso, duas medidas

    Se depender dos noticiários, a Petrobrás já vendeu refinarias, navios da Transpetro, dutos e terminais e o próprio pré-sal. Felizmente, contrariando a mídia, nada disso aconteceu.

    A categoria petroleira está atenta e na  termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho – BLS e Baixada Fluminense – BF, os trabalhadores estão em estado de greve para o dia 30, inclusive já foi comunicado à direção da empresa. Os trabalhadores da BLS e BF querem que esse indicativo seja debatido em todo o Sistema Petrobrás. A greve será deflagrada caso qualquer ativo da companhia seja vendido.

     

    Por outro lado, a base petroleira ficou contrariada com o fato de o Presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, em nome dos petroleiros, pedir desculpas à população. Ora, os 90 mil petroleiros não sabiam dessa corrupção que se deu na cúpula da empresa e não teriam por que se desculpar!

     

    Por outro lado o Sindipetro-RJ e a FNP estão discutindo a possibilidade jurídica de argüir a suspeição do juiz Sérgio Moro, chefe da operação Lava jato, já que a advogada Rosangela Wolff de Quadros Moro, mulher do Juiz Moro, trabalha para o PSDB do Paraná. O juiz Moro prendeu o tesoureiros do PT e não prendeu os do PSDB, PMDB, PP, também citados na delação premida; prendeu a cunhada do tesoureiros do PT e, por falta de provas, segundo ele, mandou soltar. Por outro lado mandou soltar “Careca”, a única testemunha citada na delação premiada contra o ex-governador Anastásia do PSDB de Minas Gerais. Careca é foragido da justiça!

     

    Além disso, a operação Lava Jato já dura mais de um ano, e outros escândalos que envolvem valores muito maiores que o Petrolão, como o Propinoduto do Metrô de São Paulo, “Trensalão” (envolvendo os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin); Zelotes (propinagem para diminuir multa na Receita Federal, envolvendo entre outros, um dos maiores empresário do país, Jorge Gerdau) e Swissleaks (Lavagem de dinheiro no banco HSBC na Suíça envolvendo Globo, Band, Folha de São Paulo e editora Abril/Veja). Nada disso tem operação da policia federal e não repercute na mídia. Já a Petrobrás tem manchete negativa diária, o que prejudica sua imagem e paralisa a empresa. Os petroleiros exigem que todos os corruptos e corruptores vão para a cadeia e tenham seus bens confiscados, mas a operação tem que ter fim.

    A sociedade tem que repudiar o método seletivo da Lava Jato, e o de favorecimento aos negócios da esposa do juiz Sérgio Moro, que é advogada do PSDB. Afinal a lei é dura, mas é lei! E tem que valer para todos!

     

    .OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

    Rio de Janeiro, 27 de abril de 2015

     

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