Jornal GGN – O total de consumidores brasileiros com contas atrasadas aumentou 5,45% no mês de setembro com relação a igual mês do ano passado, segundo indicador de inadimplência apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O resultado representa uma aceleração se comparado com o dado de agosto, quando a variação anual havia sido de 4,86%. Na comparação com agosto de 2014, sem ajuste sazonal, houve um recuo de 0,59% no volume de brasileiros inadimplentes.
Em número absoluto, o SPC Brasil e a CNDL estimam que até o encerramento do mês de setembro, havia um total de 57 milhões de consumidores com o nome registrado em cadastro de devedores – o que equivale a 38,9% da população adulta do país (faixa de 18 a 94 anos). Entre janeiro de 2015 e setembro do mesmo ano, houve um aumento líquido de aproximadamente 2,4 milhões de CPFs negativados em todo o território nacional.
O movimento de alta também foi verificado na quantidade de dívidas não pagas: a elevação em setembro foi de 6,63%, percentual acima dos 4,31% registrados no mesmo mês de 2014, na base anual de comparação. Já na comparação entre setembro deste ano e o mês imediatamente anterior, houve uma queda de 0,91% na quantidade de dívidas não pagas.
Levando em consideração os setores em que os inadimplentes mais atrasaram seus compromissos, o indicador revela que as pendências com as contas de serviços básicos, como água e luz, apresentaram as altas mais expressivas (12,55%) na comparação entre setembro deste ano com o mesmo mês do ano passado. Em seguida aparecem as dívidas bancárias, que englobam pendências no cartão de crédito, empréstimos, financiamentos e seguros, com variação positiva de 10,32%.
Para os especialistas do SPC Brasil, os dados da inadimplência estão sendo influenciados pela perda de dinamismo da economia brasileira e pela deterioração das condições do mercado de trabalho. “Fatores econômicos como a inflação elevada, o alto custo das taxas de juros e o aumento do desemprego têm afetado a capacidade de pagamento dos consumidores”, diz o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, em relatório.
Os economistas observam que diante da piora do cenário macroeconômico, os indicadores de inadimplência retomaram a trajetória de aceleração a partir do início deste ano. Em janeiro, por exemplo, o volume de dívidas em atraso cresceu apenas 2,40%, patamar inferior ao observado no último mês de setembro.
“Se lançarmos um olhar sobre a inadimplência ao longo dos últimos 12 meses, podemos notar que a partir de meados de 2014, o crescimento de devedores e de dívidas em atraso desacelerou em razão da menor oferta de crédito na economia e dos juros elevados. No inicio deste ano, porém, a deterioração do cenário macroeconômico se sobrepôs ao freio do crédito e a inadimplência voltou a acelerar”, observa a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
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Por mais esse dado não parece ser hora de aumento ou criação de novos impostos.