Ruralistas reprovam direitos políticos de Dilma porque isso mostra que não há crime

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Contrariando a senadora Katia Abreu (PMDB), que articulou para Dilma Rousseff (PT) não perder seus direitos políticos após o impeachment, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) enviou uma nota à imprensa criticando a decisão do Senado, na quarta (31), quando a presidente eleita em 2014 foi destituída do cargo, mas não foi inabilitada para continuar assumindo cargos públicos.

Na opinião da entidade, essa decisão é uma “vitória parcial” que abre margem para a interpretação de que o Senado não reconheu, a fundo, os crimes que foram levantados na conduta de Dilma. “(…) o afastamento definitivo marca o fim das incertezas, mas manutenção dos direitos políticos sinaliza que o Brasil não reconheceu irresponsabilidade da ex-presidente na gestão pública”, afirmaram.

Abaixo, a nota completa:

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) manifesta preocupação sobre decisão final do Senado, que confirmou o impeachment de Dilma Rousseff da presidência do Brasil, mas manteve seus direitos políticos. Em votação realizada hoje, o Senado aprovou o afastamento por 61 votos a favor e 20 contra, em sessão comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Entretanto, em segunda votação, 42 senadores reprovaram a inabilitação dos direitos políticos de Dilma, dando-lhe abertura para concorrer já nas próximas eleições e assumir cargos públicos em empresas estatais. Para a inabilitação das funções públicas, eram necessários 54 votos favoráveis.

Para o presidente da SRB, Gustavo Diniz Junqueira, o impeachment fecha um período de incertezas, mas é preciso que todos estejam engajados na construção de uma nova dinâmica na gestão pública. “Foi uma vitória parcial. O Brasil não reconheceu que a ex-presidente foi irresponsável na gestão pública e, consequentemente, seus erros levaram o País à maior crise da sua história. Foi um exemplo negativo para os brasileiros e trará grandes impactos no resgate da confiança política”, avalia Junqueira.

A entidade acredita que a saída da ex-presidente é uma vitória para a democracia. Por outro lado, pondera, o desfecho trouxe insegurança jurídica sobre como serão tratados os crimes de responsabilidade fiscal daqui para a frente. Segundo a SRB, o País vive hoje uma crise sem precedentes, resultado de uma gestão fundamentada em conceitos de desenvolvimento equivocados, que conduziram a nação na direção contrária à evolução. ” Acreditamos que, sob comando do Presidente Michel Temer, haverá condições de retomar a confiança do País, dos investimentos e do crescimento, com geração sustentável de renda, de resgatar os valores morais da sociedade e preparar a nação para as próximas gerações”, diz o presidente da SRB.

Junqueira ainda ressalta que Michel Temer é um defensor da democracia e do diálogo entre legislativo, judiciário e executivo. Confirmado na presidência, acredita ele, Temer terá condições de negociar o ajuste fiscal e outras reformas, tão necessárias à retomada do crescimento econômico. “Esperamos reformas profundas, acompanhadas de mais acordos comerciais, mais abertura para investimentos da iniciativa privada em infraestrutura e maior abertura de mercados internacionais para o País, em especial para o agronegócio brasileiro”, finaliza o presidente da SRB.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Que vão à Justiça, então!

    Esse assunto vai ficar sendo pisado e repisado, usado até à exaustão, pra desviar o foco do (des)governo Temer. Como tudo, aliás, que puder ser usado como desvio de foco daqui pra frente.

    Se acham errado vão ao STF, pra reverter a decisão. O mesmo STF que vocês, golpistas, brandiram até agora como a garantia da legalidade do golpe.

    E se acham errado, então cobrem dos seus parlamentares que neguem isso ao Cunha, quando a hora dele chegar – se chegar!

  2. Cada um enxerga o que quer

    Cada um enxerga o que quer mesmo. Como pode-se dizer que a saída de uma presidente, eleito democraticamente, é uma vitória da democracia? Isso é escárnio! Ou querer legitimar o jaguncismo.

  3. Os ruralistas estão viajando:

    Os ruralistas estão viajando: o relatório do impeachment, de autoria do senador golpista Acir Gurgacz (PDT-RO), confirma que a presidenta não praticou crime de responsabilidade, a despeito dos 61 votos pela cassação.

  4. Não seria mais autêntico

    Não seria mais autêntico chamar-se de Sociedade Feudal Brasileira.

    O que os integrantes dessa entidade feudal entendem por nova dinâmica da gestão pública é a doação do patrimônio público ao empresariado nacional e estrangeiro em troca de polpudas comissões para os agentes públicos e os lobistas intermediadores dos grandes negócios.

    Os gajos não compreendem sequer o conceito de democracia, defendendo que roubar os votos de 54,5 milhões de eleitores é democrático.

    E ainda defendem um governo  ilegítimo formado pelas piores figuras dessa república de bananas, denunciados em diversas investigações desde os crimes de conspiração até os de corrupção e seus derivados.

    Viva a república de bananas do brasil !

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