Candidato de Kirchner vence eleições primárias

 
Jornal GGN – Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires e candidato de Cristina Kirchner, venceu as eleições primárias e disputará a sucessão pelo lado governista, também confirmando seu favoritismo para as eleições presidenciais, em outubro.
 
Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires, teve 31% dos votos nos resultados preliminares da aliança Mudemos, e se tornou o principal candidato da oposição.
 
Com os números das eleições primárias, a tendência é de que Scioli não consiga vencer no primeiro turno.
 
Do O Globo
 
Resultados dão vitória a candidato de Cristina Kirchner nas primárias
 
Daniel Scioli confirma liderança em primárias na Argentina, seguido de Mauricio Macri
 
BUENOS AIRES — Com 68% das mesas de votação apuradas, já há uma tendência firme. O governador da província de Buenos Aires, o kirchnerista Daniel Scioli, confirmará sua liderança na disputa pela sucessão da presidente Cristina Kirchner, com 37,25% dos votos. Após o encerramento da votação, Scioli foi o candidato mais votado e conseguiu, assim, posicionar-se como favorito para as eleições presidenciais do próximo dia 25 de outubro.
 
Já o prefeito portenho, Mauricio Macri, teria vencido a eleição interna da aliança opositora Mudemos, com 31,16% dos votos nos resultados preliminares, tornando-se o principal candidato presidencial da oposição, como era esperado.
 
Com estes números, o mais provável é que Scioli não consiga ganhar no primeiro turno. Haveria um segundo turno com Macri. E num eventual segundo turno, a coisa vai complicar para o kirchnerismo. Porque somados, os candidatos opositores superam os do governo.
 
Nos próximos meses, Macri deverá realizar uma intensa campanha para evitar o triunfo de Scioli no primeiro turno, cenário menos provável, mas que não foi descartado por especialistas.
 
— Hoje temos de festejar porque se consolida uma alternativa para a Argentina. Mudemos é muito mais que um acordo entre três partidos políticos. Representa uma nova visão, que inclui uma maioria de argentinos que acredita que é possível viver melhor — afirmou Macri após os primeiros resultados.
 
A grande incógnita é saber se o prefeito portenho aceitará ampliar a aliança opositora incluindo, principalmente, o deputado e ex-chefe de Gabinete kirchnerista Sergio Massa, que disputou a candidatura presidencial da frente opositora Una e teria ficado em terceiro lugar.
 
— Estimamos chegar a cerca de 38% dos votos, com uma vantagem entre dez e 14 pontos percentuais em relação a Macri — disse ao GLOBO um assessor do candidato kirchnerista.
 
Um eventual acordo entre Macri e Massa poderia complicar seriamente os planos de Scioli, mas essa possibilidade foi negada pelo candidato da aliança Mudemos durante toda a campanha prévia às primárias. Cada vez que foi questionado sobre o tema, Macri afirmou que não estava disposto a negociar um entendimento com setores peronistas.
 
— É possível que a soma dos votos de Macri e Massa supere os votos de Scioli, mas, sem uma aliança, essa será apenas uma soma teórica — afirmou o analista Rosendo Fraga.
 
DENÚNCIA DE IRREGULARIDADES
 
Foi a segunda vez que a Argentina realizou as Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso), implementadas em 2011, quando Cristina foi reeleita com 54% dos votos. Nas primárias, a presidente obteve 50%. Analistas locais apontavam que o mais provável é que em outubro todos os candidatos melhorem suas votações em relação às primárias.
 
— Todos devem crescer, a questão é saber se Scioli conseguirá crescer o suficiente para evitar o segundo turno — disse Mariel Fornoni, da consultoria Management & Fit.
 
Em artigo publicado na revista “Noticias”, o jornalista James Nielsen afirmou que o maior medo do candidato kirchnerista é que nos próximos meses a Argentina enfrente novas turbulências econômicas e políticas que possam afetar sua campanha. Recentes denúncias de supostos vínculos entre o chefe de Gabinete, Aníbal Fernández, e narcotraficantes preocuparam a equipe de Scioli, que teme uma campanha violenta contra o candidato que Cristina menos queria (já que desconfiava de sua lealdade), mas que acabou respaldando.
 
Com Scioli confirmado como o candidato mais forte na disputa pela Presidência, a chefe de Estado inicia, formalmente, sua retirada. Cristina votou na província de Santa Cruz, onde seu filho mais velho, Máximo, disputou uma candidatura a deputado nacional:
 
— Não vim votar em parentes, e sim em dirigentes e militantes.
 
A votação ocorreu sem incidentes, mas na província de Buenos Aires, onde vive um terço do eleitorado, a aliança Mudemos denunciou irregularidades, principalmente o roubo de cédulas de seus candidatos em distritos importantes, como La Matanza, com mais de dois milhões de habitantes.
 
— Isso é culpa de um sistema arcaico, que em vez de votação eletrônica usa cédulas que, muitas vezes, são roubadas — acusou Macri.
 
Scioli negou irregularidades e afirmou que “os argentinos votaram com muita fé, por uma Argentina unida, por um país cada dia melhor”.
 
Os argentinos também escolheram candidatos a deputados (serão renovadas 130 cadeiras, de um total de 257), senadores (serão eleitos 30, de um total de 72) e governadores de seis das 24 províncias do país.
Redação

5 Comentários

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  1. Mas o Globo detesta tanto a

    Mas o Globo detesta tanto a Kirschner, não? 

    Que cioisa!! 

    Na Argentina de outra época se batiam as panelas vazias para a denúncia da fome que atingia muitos argentinos.

    Esse costume acabou por lá.

    Foi importado por coxinhas brasileiros com barriga cheia, o que denora a completa imbecilidade dessa gente.

    Fica o registro.

  2. a Argentina (seus representantes) “são corruptos”, palavras de

    um ex-preso político uruguaio, em conversa pessoal comigo, em Recife, e minha ex companheira hoje em Montevidéu com ele. Ele foi Reitor de Universidade jesuíta, premiado em literatura em vários países, não é qualquer um, conhece bem seus vizinhos. Uma curiosidade q também me disse: com toda sua vasta cultura (converteu-se na prisão) ele é impedido em ingressar nem como faxineiro em qualquer estabelecimento dos jesuítas. São egresos tidos como traidores. Primam pela qualidade de ensino, mas têm esse lado ultra autoritário comum (sem generalização total…) em toda e qualeur igreja, mesmo no Budismo .

  3. Acabei de ler no Tijolação

    Acabei de ler no Tijolação que a Cristina estava com reprovação de 65% segundo a Datafolha lá da Argentina. Pois é, o que vale a voto na urna. Lá e aqui, ou não? 

  4. Lá e aqui …

    O Clarín se esforçou na manchete principal de hoje para minimizar a primeira vitória de Scioli e mostrar que Macri – o maior opositor de Cristina – “arrasou nas internas”. Um tipo de cobertura que nós é muito familiar, não ?

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