Os candidatos aliados do Golpe na eleição de 2018 e a governabilidade, por Alexandre Tambelli

Os candidatos aliados do Golpe na eleição de 2018 e a governabilidade

por Alexandre Tambelli

Quanto tempo duraria a popularidade de um governo e seu governante fabricado e eleito pela elite golpista de 2016 em 2018?

A conjuntura política, econômica e social brasileira atual não dá espaço no pós-vitória em 2018 para a continuidade do modelo neoliberal radical em vigor no Brasil, penso eu. 

Em 2018 uma candidatura “fake” como a de um Luciano Hulk e assemelhados, uma candidatura da direita ultraliberal na economia como a de Marina ou Alckmin, uma candidatura de extrema-direita como a de Dória ou Bolsonaro, candidaturas aliadas do Golpe, se vencesse, governa em paz por pouco tempo.

Não adianta se candidatar e querer discursar que é preciso mudar o que está sendo produzido por Temer & Cia., não adianta ter 10 minutos de TV no horário eleitoral e dizer um monte de coisas necessárias ao país que não vão ser cumpridas, porque não há interesse em cumpri-las.

E nem apelar para o moralismo da candidatura anticorrupção e nem se alicerçar no antipetismo clássico ou nas questões morais ligadas à ortodoxia de um conservadorismo cristão.

A durabilidade da popularidade deste Presidente e de seu Governo durará o tempo da percepção de que a realidade socioeconômica perversa não está sendo atacada e revertida.

Bem sabemos, na estrutura dominante do Golpe que junta velha mídia capitaneada pela Rede Globo, Judiciário morista, partes do MPF e PF, STF, Legislativo e Executivo golpista e os patrocinadores estrangeiros do Golpe: Imperialismo Norte-Americano, o grupo das 7 maiores petroleiras e o Mercado (Sistema Financeiro) modificar a conjuntura e modelo econômico-social ultra neoliberal e antinacional que se apresenta é carta fora do baralho.

Vai aparecer o candidato “fabricado” da elite golpista fingindo ser oposição ao Golpe e alarmado com suas consequências socioeconômicas e estruturais num debate eleitoral dizendo que precisamos rever a Reforma Trabalhista e a terceirização irrestrita, que precisamos de mais investimentos do Estado em saúde e educação e que será preciso reverter o congelamento do orçamento público, congelado por 20 anos, para aumentar os investimentos, que será preciso a volta de uma política desenvolvimentista com fortalecimento dos investimentos em ciência e tecnologia e conteúdo nacionais para a produção de empregos de melhor qualidade e remuneração, que a venda do Pré-Sal e o fim do regime de partilha devem ser anulados? Etc.

Vai dizer o candidato da elite golpista que apoia um referendo popular para anular a maioria das medidas antipopulares e as privatizações ilegítimas do Governo Temer? Todas propostas de uma candidatura oposicionista?

E na hora de Governar como é que faz? Defendendo em campanha algo semelhante ao que a candidatura oposicionista defende e quase tudo ser um discurso mentiroso?

Um Governo ultraliberal voltado apenas para o topo da pirâmide socioeconômica, nos moldes do Golpista Temer, está fadado a ser um fracasso sem chances de ser diferente o resultado final do que virá e não vai tirar o Brasil um centímetro do atoleiro.

Fabricaremos, isto sim, um novo Collor, um novo FHC, um novo Temer “vapt vupt”, políticos e seus governos que acabaram sem nenhuma popularidade e que nunca terão chances de reverter o descrédito.

Nunca serão populares e respeitados, como paulatinamente acontece com a Presidenta Dilma e com o ex-presidente Lula, na medida em que a população descobre que foi enganada com a propaganda de que o Impeachment, tirando o PT do Poder, traria de imediato um oásis econômico e social para o Brasil, conto da carochinha maior não houve certo?

Lula e Dilma recuperam popularidade e respeito por méritos próprios de seus governos que elevaram em quase 5 vezes o PIB, que quase dobraram o valor do salário mínimo, que alcançaram o pleno emprego sem rasgar a CLT e que como consequência elevaram o padrão de vida, de escolaridade e de consumo da grande maioria do povo brasileiro, dentre tantas outras conquistas ofertadas à população.

Tirar o Lula da Eleição, não deixar um candidato progressista e defensor dos interesses nacionais concorrer e vencer em 2018, adiar eleições não será refresco nenhum para a elite do Golpe.

Não vai dar certo, é brincar com fogo e pode explodir uma revolta popular sem precedentes, por isto Lula será candidato, penso eu, e tem tudo para vencer.

Lula tem condições de chamar o povo para defendê-lo e defender sua candidatura e vencer, a elite golpista sabe disto, por isto faz uma perseguição que mais visa controlar os votos no Legislativo do que garantir a vitória de seu candidato, impedindo uma guinada progressista segura e o fortalecimento da esquerda parlamentar.

E a razão para a busca da não produção de um Legislativo progressista e com o fortalecimento da esquerda está relacionada a pelo menos 6 coisas:

1) Dificultar a revogação da maioria das medidas antipopulares e privatizações chanceladas pelo Golpista Temer em especial a retomada do controle do Pré-Sal pelo Estado brasileiro;

2) Dificultar uma retomada de rumo do país na direção de um modelo desenvolvimentista com apoio à ciência, tecnologia, cultura e Educação, implodindo o neoliberalismo e o protagonismo do Mercado (Sistema Financeiro);

3) Dificultar a revalorização da classe trabalhadora e sua instrumentalização e formação acadêmico-cultural;

4) Dificultar a volta da soberania brasileira (Política Externa) em um mundo globalizado;

5) Dificultar a retomada da política de inclusão e ascensão social com competição mais justa e crescente no mercado de trabalho distribuindo melhor o PIB;

6) E, principalmente, evitar um novo sucesso de um Governo petista, assim acontecendo garantiria novas vitórias do PT nas eleições presidenciais subsequentes, sem, necessariamente o candidato ser Lula.

Para terminar, observamos que a parte financeira da elite golpista está em uma fase nova de suas ações, agora dentro de seus próprios domínios, este um fato relevante, busca levar para dentro da garrafa e tampá-los: Bolsonaro, radicais religiosos e MBL´s da vida, personagens destampados para a consumação do Golpe do Impeachment.

Estes personagens incontroláveis são ameaças ao convívio social de todos nós e ameaças da sobrevivência do poderio da Globo como meio de informação e da direita e elite não fascistas, da liberdade de escolhas, condutas, fé e ações dos brasileiros de todas as classes sociais, personagens capazes de produzir uma crescente influência da ortodoxia religiosa nos parlamentos brasileiros, o que facilitaria o surgimento de uma sociedade e mídia fortes e seus seguidores alicerçada no fundamentalismo cristão.

O Golpe produziu esta divisão de batalhas necessárias para a Globo, direita e elite liberais na Eleição de 2018: impedir a vitória da esquerda e impedir o crescimento eleitoral de Bolsonaro & Cia. Este fato pode ser bom para a candidatura Lula, líder disparado nas pesquisas.

Por quê?

Se a Globo & velha mídia, a direita Alckmin/Marina e a elite liberais radicalizarem contra o PT e Lula por buscarem a vitória a qualquer preço alimentarão a candidatura Bolsonaro, onde o antipetismo inconsequente e doentio é uma marca registrada colocando ele como o anti Lula no segundo turno, e perdendo ou vencendo podem alimentar o inimigo dentro do próprio nicho político: Bolsonaro, MBL´s, radicais religiosos e uma mídia fundamentalista cristã.

Quanto mais radicalismo contra Lula e o PT em campanha menos racionalidade do eleitor e maior crescimento da candidatura Bolsonaro. O antipetismo sem limites, contra corrupção e moralista religioso radical da era pós-Lava-Jato e seus procuradores está ai para provar: produz a extrema-direita. 

Se vencer Lula terão de negociar com o novo Presidente em condições pouco favoráveis, porque estiveram do lado do Golpe contra o PT e a Presidenta Dilma em 2016 e têm as imagens manchadas por este apoio ao pior, mais caótico e mais corrupto Governo da História do Brasil.

E Lula já afirmou, mais de uma vez, que irá democratizar os meios de comunicação no Brasil, assim, a Globo pode não radicalizar na Eleição de 2018, pois, como diz o ditado: – se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Como criar uma candidatura de direita neoliberal, liberal nos costumes, não fundamentalista cristã e nem modelo Bolsonaro/MBL, que tenha votos e que não possa ser associada ao Governo Temer e/ou seus apoiadores de Golpe a menos de 1 ano para a Eleição presidencial de 2018?

Esta deve estar sendo a pergunta mais processada nos fabricantes de Bolsonaro, mas anti Lula e anti PT.

Redação

4 Comentários

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  1. Com o devido respeito mas eu

    Com o devido respeito mas eu tenho visto que o plano da “elite” brasileira é outro.

    O autor do artigo está correto em afirmar que podem ocorrer revoltas violentas se Lula não puder se candidatar por causa de acusações fajutas de juízes criminosos (até uma toupeira teria que se revoltar com isso), mas a “elite” brasileira está contando com a tradicional covardia do brasileiro em se levantar em uma revolta violenta. E se houver mesmo uma revolta essa mesma elite está contando que o exército vá liquidar os revoltosos.

    Um conspirador habilidoso deixaria Lula disputar a eleição (mas de forma sutil faria ganhar o candidato dele no lugar), mas já deve ter ficado claro para vocês que a “elite” brasileira é tão habilidosa e sutil quanto um touro em uma loja de cristais. Eles vão cancelar a eleição ou vão impedir Lula de se candidatar, e vão tentar jogar o exército encima de quem reclamar.

  2. Motion BrainLess

    Gostaria de ouvir o que os integrantes da facção Motion BrainLess #mbl teriam a dizer sobre a governabilidade do prefake Viajandoria.

     

  3. Nao vai haver levante popular

    “pode explodir uma revolta popular sem precedentes” – nao vai haver. O povo que foi a Brasilia em maio se calou, se tivesse continuado fatalmente Temer cairia e, com sorte, o STF reverteria o golpe julgando seu mérito.

    E mesmo sem defender o PT, nada fizeram contra as duas votações dos crimes de Temer, contra o congelamento dos gastos por 20 anos, contra as reformas trabalhistas e da previdência, que atacam diretamente seus bolsos.

    O povo brasileiro é covarde, simplesmente. Era fácil vestir verde e amarelo e gritar Fora Dilma com o apoio da Globo. Queria ver fazerem o mesmo com Castelo Branco.

  4. eu não faria um décimo das

    eu não faria um décimo das previsões acima. faltam dados, faltam variáveis intervenientes, sobram conclusões. estamos numa encruzilhada, numa instabilidade tão acentuada que apenas um detalhe imprevisto muda tudo. talvez impedir Lula torne-se uma comoção nacional de imediato (ou nem tanto), mas logo seria abafada e digerida. são tantos os massacres contra a nação, contra o povo, que já se tornaram naturalizados, já não aparecem com a marca da “privataria” total e irrestrita, não são percebidos como uma tragédia. só uma coisa parece óbvia: eles (ainda) têm o poder das instituições e estas estão contaminadas de tal forma que nem os representantes delas mesmas sabem agora como deter o processo golpista, se isso lhes interessa. temos no mesmo barco a desgraça do capitalismo selvagem em pleno vigor no BR associado a indivíduos instalados nos poderes como estamentos inatacáveis. a desavergonhada roubalheira passa despercebida pela maioria (sergio cabral confessa dois crimes ao juiz e este não consegue reagir) ou, pior, tornada natural. os temas que marcam as manchetes de lá e de cá são reiteradamente sobre os crimes desses criminosos instituídos. nos três poderes e nas três instâncias administrativas a regra é uma só: fingir. fingir que respeita CF88, fingir que trabalha pelo bem comum, fingir que legisla pelo BR.

    não temos palavras para expressar o nojo por isso o que se lê é mais um desabafo junto a vários outros. é muito filho da puta, é muita destruição, é muita desgraça. tomara que o tal detalhe imprevisto seja uma chama…     

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