Um aviso de Alamar Regis

O eleitor brasileiro e a burrice

Por Alamar Regis

 

Geralmente quando alguém escreve sobre política e as próximas eleições, aqui pela internet, o faz de forma partidária.

É aquela criatura que odeia o PT e fala infernos acerca dele, chegando ao ponto de tentar inviabilizar a sua candidata sob o ridículo questionamento sobre a sua opção sexual, nessa veiculação de uma foto da suposta namorada dela. Ainda que seja verdade, o que tem a opção sexual da criatura a ver com a sua moral e dignidade? 

É a outra que, no horário do TRE, insistentemente, tentou vincular a imagem do José Serra com a do ladrão José Roberto Arruda, só porque o partido DEM aliou-se à sua candidatura e o Arruda foi do DEM.

Aparecem, também, aqueles que não têm popularidade nenhuma, que não conseguem obter um ponto, sequer, nas pesquisas, e começam a dizer que os dois candidatos que estão na frente são comprados pela “burguesia” e pelas “elites”, ou que são impostos pela Rede Globo.

Sempre aquela coisa de dizer que a Globo é responsável por tudo. E não tenham dúvidas, qualquer candidato que perder, culpará a Globo pela sua derrota.

Outros, acreditando que no Brasil poderia ocorrer o mesmo que aconteceu nos Estados Unidos, quando a população, surpreendentemente, elegeu o negro Barack Obama para a presidência, talvez imaginaram que aqui no Brasil ocorresse a mesma coisa e lançaram a Marina que, a meu ver, me parece uma pessoa correta e digna, porém, tenho minhas dúvidas se ela teria pulso para assumir a presidência de um país cheio de vícios, quando precisamos de um presidente que possa ter autoridade, pulso muito forte e se fazer respeitar, sem submissão a ninguém.

O petista que tenta denegrir a imagem do Serra, com baixarias, tenta passar atestado de idiota ao povo, da mesma forma que o tucano que tenta denegrir a imagem da Dilma, com esse rótulo de “sapatão”, pratica a mesma baixaria. Só mesmo gente muito idiota para se deixar levar por tais tipos de acusação.

Se querem apontar “desqualificativos” de um ou de outro, que apontem aquilo que de fato existe, para que a população seja bem informada.

O problema é que a praga do partidarismo cega as pessoas, gera fanatismos, do mesmo jeito que elementos irracionais, desequilibrados e bandidos agridem e até matam torcedores dos times rivais aos seus, nas arquibancadas dos campos de futebol, como se fossem seus inimigos.

O petista, o tucano ou qualquer partidário fanático é tão irresponsável e inconseqüente quanto o corinthiano, flamenguista, vascaíno, palmeirense… que agride torcedores rivais ou como aquele religioso que acha apenas a sua igreja dona da verdade e todos que pensam diferente como servidores do tal satanás.

Geralmente são imbecis, sem qualquer discernimento para analisar os candidatos que lhe são apresentados, quanto as suas qualidades, defeitos, competência e conduta moral.

– “Ah, eu não quero saber. Se é do meu partido, é bom e eu vou votar.”  É o que se passa na cabeça desse tipo de cidadão brasileiro.

Há quem tenta me convencer até que regimes, tipo os do Hugo Chaves, Fidel Castro e Mahmud Amadinejad são bons para o Brasil. Que tipo de inteligência teria eu, se quisesse para o meu país, ver presidente fechando emissoras de televisão, proibindo pessoas saírem do País ou impondo cultura de mulheres vestirem burcas e viverem como simples objetos de machos?

Mas, já que nem todo mundo está enquadrado nesse nível rasteiro, vale sempre a pena sugerir racionalidade, já que muita gente tem algum senso de responsabilidade e é sempre receptiva a orientações e sugestões.

 

Vamos raciocinar?

 

Pois bem, vamos lá.

Eu, indignadamente, estava a fim de dar o meu voto de protesto. Comecei a ver a hilária campanha do Tiririca e até pensei em votar nele. Mas, já que não tenho cabeça oca, antes de tomar a decisão final, resolvi raciocinar: O que tem por trás disto?

A candidatura do palhaço nada mais é que uma estratégia, sem vergonha, para fazer voltar ao Congresso elementos safados, envolvidos com falcatruas. Eles seriam eleitos, por conta do voto de legenda, já que, certamente, estão esperando uma votação gigantesca dada ao humorista, o que deve acontecer, posto que o cidadão comum não tem discernimento para perceber uma coisa desta.

Preferi procurar um homem de bem, digno e competente, INDEPENDENTE DE PARTIDO, já que, modéstia a parte, não sou partidário. É bem mais racional.

 

Em quem não votar, de jeito nenhum?

 

No PT, porque eu posso não gostar do PT? No PSDB, pelo mesmo motivo? No PMDB, por estar caracterizado como um partido mercenário? Em qualquer outro “P”, por que não vejo utilidade nenhuma em nenhum partido?

Não! Não é por aí.

Em quem eu não voto, então?

Em candidatos que fizeram MEGA CAMPANHAS!!!!

O que vem a ser isto?

Já que a idéia aqui é raciocinar, vamos raciocinar sempre:

Observemos bem, então, fazendo contas.

Faz de conta que o salário de um deputado seja de 15 mil reais, já que eles sempre dizem que ganham pouco (se é que 15 mil reais por mês seja pouco).

Multiplicando 15 por doze meses, implica em que esse deputado ganharia R$ 180.000,00 por ano, ok?

Já que o mandato dele é de quatro anos, vamos multiplicar este valor por quatro e chegaremos a R$ 720.000,00 (setecentos e vinte mil reais).

E é aí que vem o grande questionamento:

O que levaria alguém a gastar R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais), numa campanha, para ser eleito a um cargo que no período total ganharia apenas R$ 720.000,00 reais?

Vejam bem: o “prejuízo” seria de simplesmente R$ 2.280.000,00!!!

Agora perguntemos:

O que levaria alguém a querer ter um prejuízo deste?

Sinceramente, se você tivesse de milhões de reais, deixaria que esse “seu” dinheiro fosse para o ralo, dessa maneira? Você aceitaria ter um prejuízo deste, sem mais nem menos?

 Aí surge um palhaço, desses, que adora passar atestado de trouxa para os outros, argumentando que “vale a pena o prejuízo, pelo prazer de servir ao povo”.

Ora, que vá caçar o que fazer.

Não vote nesses candidatossssss!

 

Veja, agora, a realidade disto

 

Em princípio o candidato não tem este dinheiro.

O que ele faz, então, para ter o dinheiro e gastar na campanha?

Ele apela para algo que representa uma das maiores pragas de um país, que é responsável pela gigantesca corrupção que existe, chamado FUNDO DE CAMPANHA.

O Fundo de Campanha é o recurso sem vergonha e descarado que os políticos usam para bancar os candidatos.

Como é que funciona?

O político procura por empresas poderosas, geralmente acostumadas a sonegar impostos, a poluírem e a praticarem todo tipo de anormalidade e imoralidade, e lhes pede dinheiro para apoiar a sua campanha.

A empresa que, durante muitos anos, se acomodou a fazer o que quer e bem entende, sem ser incomodada por ninguém, investe naquele candidato 100 mil reais, por exemplo, porque vai ter que dar mais 100 mil para alguns outros candidatos.

Ela estará certa de que, durante quatro anos, vai ter um ou alguns deputados para “segurar a sua barra”, caso algum fiscal resolva lhe encher o saco.

Aí você já viu, né?

Se o chefe da fiscalização, da Prefeitura, do Estado ou Federal, quiser se fazer de “besta” e ser honestinho demais, aplicando as multas ou até fechando a empresa ou indústria, basta que o deputado ligue para o chefe dele, secretário ou o próprio governador, a fim de lhe aplicar um “cale a boca”, sob pena de perder o cargo.

Você acha que ele vai querer perder um emprego, para não abrir mão da sua dignidade?

Claro que não.

É exatamente isto que acontece no Brasil e é isto que todos precisam entender.

Aqueles três ou cinco milhões gastos na campanha, não é dinheiro dele e sim das empresas que lhe “deram” sob condições:

– “Eu ajudo a você, mas você sendo eleito, deve me garantir continuar a fazer as minhas safadezas, as minhas sonegações e todo tipo de falcatrua que eu desejar fazer. Quero que você, também, me ajude a ganhar o maior número possível de licitações em compras do serviço público, que lhe darei sempre comissões”.

É aí que está o segredo da coisa.

O deputado não ganha apenas o seu salário dos 15 mil reais, que exemplifiquei aqui não, ele, quando comprometido, ganha comissões, aos montes, das facilidades que ele proporcionará aos seus apadrinhados, para que ganhe licitações milionárias, para vender produtos superfaturados ao governo.

É por isto que ele faz de tudo para ser eleito e reeleito, investe tudo o que tem e ainda pega mais por fora.

 

Deu, agora, pra entender porquê os bancos brasileiros são os bancos que têm os maiores lucros do mundo?

Deu pra entender agora porquê as operadoras de telefonia fazem o que querem e bem entendem com o consumidor, não estão nem aí para o fato de serem campeãs de reclamações no PRONCON e nos Juizados de Pequenas Causas e nada acontece com elas e nem afeta os seus faturamentos?

Deu pra entender agora porque um posto que vende combustível falsificado é lacrado hoje, com imagens mostradas na televisão e tudo e, uma semana depois, está aberto novamente, funcionando normalmente, continuando a fazer as mesmas coisas, porque ninguém tem força para fechá-lo definitivamente e botar o seu dono na cadeia?

É a praga do fundo de campanha! É a porcaria do fundo de campanha que o abestado do brasileiro comum não consegue perceber.

 

Andando estes dias, pela cidade de São Paulo, observei que um determinado candidato a reeleição para deputado federal, tem um volume gigantesco de tabuletas grandes espalhadas por toda a cidade, com sua foto colorida, enorme, e em algumas praças famosas vi moças e rapazes portando bandeiras com sua foto, nome e número.

Comecei a prestar atenção, depois de estar escutando, no rádio do carro, o Roberto Canázio, da Rádio Globo, baixar o cacete nele, que gastou mais de três milhões na sua campanha e foi o desgraçado que levantou questão, no Congresso, contra os aposentados.

Como é que vou ser votar num desgraçado desse?

Só se eu for muito burro.

 

Este que é o grande problema, que quero chamar a atenção do Brasil.

 

Campanhas muito ostensivas, trio elétrico nas ruas, carros de som, muitos cartazes coloridos espalhados pra tudo quanto é canto, pessoas em todas as esquinas balançando bandeiras, grandes agências de publicidade e produtoras fazendo produções, pessoas espalhando milhares de impressos coloridos, em volume tão grande que a gente percebe centenas e milhares jogados pelo chão, pelas ruas… de uma coisa todos temos que ter certeza: Tem muito dinheiro envolvido ali e milhões de reais.

Qual a providência, então?

Não votar. A não ser que sejamos muito burros.

   

Candidato honrado, sério, decente e que, de fato, tem serviços prestados à população, tem história de servir, tem projetos e tem boa intenção, jamais aceitará gastar tanto dinheiro em campanha e muito menos se submete a ficar compromissado com empresa ou indústria safada nenhuma.

 

A questão dos projetos

 

A maioria desses candidatos não tem projeto nenhum. Todos ficam dizendo o mesmo clichê genérico: que vão lutar pela educação, pela saúde, pela segurança… etc. mas não apresentam nada concreto, em termos de projeto. Tem um em São Paulo que diz que vai levar o metrô até Guarulhos, se eleito, o que não é fácil. Outro promete até, se for eleito, colocar metrô em todo o ABC Paulista. É uma insanidade um candidato a deputado dizer uma coisa desta.

Só pode ser brincadeira.

 

CONCLUSÃO

 

Votar na formação do próximo Congresso Nacional é muito mais importante do que o voto para Presidente da República, porque é lá que as decisões são tomadas e é a ele que o presidente tem que tomar bença e se adaptar, agradando-o e afagando-o para não sofrer boicotes.

Que tratemos com seriedade máxima, esta eleição do próximo dia 3 de outubro.

 

  Para a sua apreciação.

Redação

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