Polêmica sobre o afastamento de Cunha envolveria Renan

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Se Cunha for afastado, Renan também é. Em hipótese pouco provável, Jorge Viana (PT) assumiria Senado e, em queda de Temer, pela linha sucessória, Ricardo Lewandowski a Presidência do país
 
 
Jornal GGN – Um dos impedimentos para a retirada de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal (STF) seria o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Isso porque se Cunha sair, Renan que contabiliza nove inquéritos no Supremo também terá que ser afastado. A informação é de Monica Bergamo.
 
“Renan Calheiros (PMDB-AL) é uma das pedras no caminho do STF”, introduz a colunista da Folha. Seria Renan a justificativa para a polêmica demora dos ministros da Suprema Corte em afastar o peemedebista da Câmara que é alvo de oito investigações – seis inquéritos e duas denúncias na Corte.
 
Mas o afastamento de Renan Calheiros, ainda que membro do partido de Michel Temer e Eduardo Cunha – encabeçadores do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, não é visto com bons olhos pelos ministros, que segundo a jornalista “têm ponderado que Renan é hoje, fator de estabilidade política, já que é considerado experiente negociador no Congresso”.
 
Assim, a cassação ou afastamento de Cunha pelas vias do Judiciário provocaria um “efeito dominó”, onde se os magistrados decidirem que o deputado não pode seguir no cargo, Calheiros deverá sofrer a mesma punição. 
 
De acordo com Monica Bergamo, a imagem do senador é vista como “peça importante no tabuleiro político”, uma vez que o político consegue “manter diálogo tanto com a equipe de Temer quanto com o PT, além de ter bom relacionamento com diversas outras legendas”. “Ele dá certa racionalidade ao parlamento”, teria dito um dos ministros à coluna. 
 
Por outro lado, Renan também está na linha de sucessão presidencial, uma vez que depois de Temer, entraria Cunha e, enquanto presidente, não pode responder a nenhum processo que automaticamente o inviabiliza de assumir a cadeira do Planalto. Calheiros é o quarto na sucessão segundo a Constituição Federal. O quinto seria o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), até que se convoque novas eleições, em no máximo 90 dias.
 
Mas as opções pouco prováveis no cenário atual denotam, ainda, um outro fator não tão distante. Se o presidente do Senado, Renan Calheiros, for afastado, quem assumiria a responsabilidade legislativa na Casa é Jorge Viana (PT-AC). Assim, um nome do PT estaria à frente do Senado em pleno ápice do impeachment. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

16 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Ah, é?
    Então, porque ao darem

    Ah, é?

    Então, porque ao darem carta branca para o afastamento de Dilma, desconsideram totalmente o fato de que Temer também assinou Decretos que estão sendo classificados de “pedaladas fiscais”? Não seria o caso de dar as mesmas consequências jurídicas para o mesmo suporte fático, ou seja, também afastá-lo?

    Foi com base nessa premissa básica que Marco Aurélio determinou abertura de impeachment contra Temer: Fatos iguais desencadeiam consequencias jurídicas idênticas.

    Agora, se valem do mesmo argumento jurídico, empregado de forma seletiva, para esconderem sua pusilanimidade e o medo de Cunha afrontar sua decisão, revelando o real papel do STF, que é o de um zero à esquerda.

    Covardes! Esse STF é simplesmente ridículo e digno do momento de mediocridade que vivemos.

  2. novidades

    juiz faz cálculo político de quem deve e não deve ser investigado ou julgado?

    NOVIDADE!

    pensei que aplicavam a lei… tem mais opções afinal.

    a minha sequência pessoal de reformas era primeiro a tributária, depois a politica e depois o judiciário… não mais.

      1. juiz

        O Nassif, que já tem uns anos de experiência, poderia tirar-nos a dúvida se podemos acreditar nas fontes de Mónica Bergamo.

        E aí? Podemos? Ela inventou?

      2. A emenda é pior que…

        Não Aninha, ela está “meio ” equivocada: Ficaríamos a várias possibilidades, i.é.,  não é problema de nomes e sim do cargo. Suponha que os golpistas vençam. Dilma dança na primeira semana de setembro e Temer é logo após cassado na segunda semana. Assume o  Cunha por 90 dias OU QUEM DETIVER O TÍTULO DE PRESIDENTE DA CAMARA DOS DEPUTADOS, caso “resolvam” defenestrá-lo, e tem que convocar novas eleições.

        Caso o cargo esteja vago naquele interstício entre a cassação e a assunção do substituto, e nesse caso o RENAN ir “por solidariedade”, e a presidência do Senado tb esteja vago, realmente assume o Presidente do STF, até que se regularize a situação em uma das casas legislativa, o que for primeiro.

        Pode ocorrer um fato inusitado, pois os vices presidente, tanto da Câmara quanto o do Senado possuem o que se chama de legitimidade, e teoricamente são substitutos naturais para complementação do período que foram eleitos na chapa vencedora, então pode ocorrer o seguinte fato com Eduardo Cunha cassado:

        §  1ª Vice-Presidência: Waldir Maranhão (PP-MA) 2ª Vice-Presidência: Giacobo (PR-PR) 

        Então minha companheirinha, o ilustríssimo Sr. Waldir Maranhão assume a presidência da Câmara dos Deputados  pela manhã, transmite o cargo para o tal de Giacobo, e assume a PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA à tarde com a convocação de novas eleição EM ATÉ 90 dias.

        Você agüentaria 90 dias do Giacobo como presidente da Camara? (hahahaha– só rindo prá não chorar).

  3. Argumento pra enganar quem quiser ser enganado

    O afastamento de Eduardo Cunha não seria por ser réu, mas por estar fazendo uso do seu cargo para manipular a Comissão de Ética e escapar de qualquer punição, situação essa que não se aplica no momento a Renan.

  4. Janot -STF

    Janot encaminhou a denúncia contra Aécio ao STF, que não afasta Cunha para não ter que afastar Renan, para não dar a vez a um petista. 

    Janot encaminhou as denúncias contra o FHC ao Moro, que já declarou que seu único objetivo é destruir o “lulopetismo”,  – e ninguém vai poder acusar o PGR (um sem vergonha, claramente).

    A polícia federal também já aprendeu a deixar os escrúpulos, os brios, o pudor de lado. Ou ganha aumentos ou investigações inconvenientes vão ter andamento.

    O Panamá papers vem aí. Vamos descobrir que políticos, autoridades, mídia e elite (do que, afinal?) tem seu patrimônio escondido, lavado, investido em imóveis em Miami e outras tenebrosas transações. Ou seja, não pagam impostos, formaram uma sociedade paralela e declararam guerra contra o governo, guerra a ser travada por todos os meios possívels.

    Eles querem a cadeira da Dilma por que tem uma visão melhor para os destinos da nação? Não. Querem a segurança de conduzir a política e decidir aqui o que se pode vender, quem pode vender e a quem vender. E não prestam contas à Receita Federal.

    Com um Congresso completamente deteriorado, controlado por “senhores” interlocutores desse sindicato golpista, nunca houve a possibilidade real de evitar o golpe contra  a Presidenta.

    Para mim é claro e cristalino que a sociedade,  nosostros aqui, não somos mais representados. É UM GOLPE ABSOLUTAMENTE SÓRDIDO e só não vê quem não quer.

    Poderia continuar aqui a tecer considerações sobre as delícias de controlar um país inteiro, da apropriação de suas riquezas, da sonegação, corrupção…e não precisar prestar contas a ninguém. E ainda receber o apoio de um expressivo grupo dentro dos que ainda se encontram obrigados a obedecer as leis. Mas acho que já chega.

    Se fosse outro Presidente, não Lula, porque Lula nada fez para alterar a farra de um grupo de parasitas do tipo infeccioso que temos aqui, talves fosse possível pensar em golpe, um golpe a favor da sociedade brasileira.  E aí teríamos um panorama muito parecido com o que vemos na Venezuela. Seria um enorme tempo de dificuldades, mas iríamos, enfim, enfrentar a corja de criminosos que nunca hesitou em lançar mão de todos os meios para se perpetuar no poder de fato deste pobre país.

    A outra forma é a democracia direta. O governo não entra no STF para não correr o risco de ser completamente desmoralizado, o que fatalmente acontecerá se recorrer àqueles cujo maior interesse é colocar seus amigos, apaniguados e  familiares em postos chaves dentro do judiciário para garantir o usufruto do poder político.

    E ninguém pode dizer que o povo não foi avisado, notificado. Mostraram ao povo um grau mais baixo de vulgaridade, sua preguiça até para construir argumentos mais  aceitáveis, ainda que falaciosos, e o absoluto desprezo pela razão de milhões de pessoas, debochando da crença dessas na justiça através de estorinhas como essa aí do post.

     

     

  5. Essas coerência oportunas,

    Essas coerência oportunas, desde quando PGR liga para coerência….meu Deus, quando é contra o governo toda coerência dispensada, quando é a favor a coerência tem que ser respeitada….tenha paciência

  6. 54 milhões de votos

    E a conveniência de aceitarmos os 54.000.000 de votos na Dilma?

    O stf vai barrar o golpe, mesmo porque o que daí deriva é inadimissivel. O golpe revelará mil outras incongruência que deixará nossa constituição no chão e sem valor. 

    Me lembrei do quanto foi gasto pelo tse para urnas eletrônicas e votos pela leitura da digital, qual será o valor destas campanhas e destes gastos se 54.000.000 de votos são ilegalmente despresados?

    O stf vai barrar o golpe pela lei e porque o contrário por conveniência cria um caos na justiça no dia segjuinte. Só.

  7. Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar….

    Quando eu não quero fazer algo, consigo arranjar mil desculpas. Mas estas não escondem que eu realmente não quero. Ponto.

  8. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    O STF está preocupado com a estabilidade do país. Porque eles não levantam a saia, ops, a toga pra gente ver se tem Cunha embaixo.

    Juizes obscenos.

  9. Entreguistas

    O ministério do golpe, ninguém tem dúvida, será formado não só de corruptos contumazes mas também de entreguistas. Por conta disso acho que os servidores de instituições consideradas privatizáveis pelos golpistas devem botar as barbas de molho: BB e Previ, CEF e Previdência da Caixa, BNDES, Petrobrás, Furnas, Universidades Públicas, etc. Logo, logo começarão listas intermináveis de demissões, como Macri está fazendo na Argentina.

  10. Quanta besteira.
    Dois

    Quanta besteira.

    Dois bandidos comprovados não podem ser removidos do cargo em nome da “estabilidade política” e uma presidenta honesta, eleita pela maioria dos eleitores há menos de dois anos pode ser removida sem problema.

    Se realmente o STF leva uma idiotice dessa a sério são mesmo uns safados, vendidos, sem vergonha ou moral, sem apreço pela democracia ou o futuro do País, ou seja, deveriam ser apedrejados até a morte em praça pública.

  11. Uma das historietas mais

    Uma das historietas mais fantásticas… diria, incrivelmente fantástica… Mas, enfim, vivemos no país de Alice e, desde que se cumpra o que o poder econômico quer, que assim seja!

  12. Uma das historietas mais

    Uma das historietas mais fantásticas… diria, incrivelmente fantástica… Mas, enfim, vivemos no país de Alice e, desde que se cumpra o que o poder econômico quer, que assim seja!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador