
Anarriê, Alavantú XXX – Estou sendo perseguido, peço ajuda.
por Rui Daher
Um sentimento frequente vive me perseguindo nos últimos anos. Por maiores as lutas e o afinco ao trabalho, sejam por sobrevivência ou diletantismo e ideologia, nada tem dado certo. Sinto-me, também, o tempo todo observado. A qualquer movimento, por menor que seja, vem uma repreensão ou oferta de ajuda. Diante dos primeiros, esbravejo; dos segundos, raros, civilizadamente, agradeço.
Memória de um quase octogenário, creio já ter exposto o fato neste AA (nada a ver com Alcoólicos Anônimos, outra das sensações persecutórias de que sofro). Anônimo nunca. Tudo em aberto com convicção. Nome, endereço, processos, credos e credores confessos. Já, o primeiro termo da tradicional associação permite controvérsias. Leves.
Ataques ferozes a personalidades ou grupos indistintos espalhei aos oito ventos. Razão principal de aqui e em CartaCapital estar. Por isso, creio, já ter pagado com observações, respostas de repugno e até processos lesivos e inimizades.
Alguns exemplos escabrosos contra e a favor de unanimidades nacionais a que vou contra a corrente. Para vocês verem: defendi o comportamento extracampo de Neymar, pelo tanto de bola que ele joga quando não massacrado pela suposta prepotência europeia, origem de histórica e real violência colonizadora; execro a música e os músicos sertanejos que não sejam de raiz; não acredito ser esse o gênero musical mais ouvido no Brasil (puro jabá financeiro das indústrias fonográfica e de entretenimento brasileiras); em política internacional, como na interna, sempre estive e estarei à esquerda.
Sim à Ucrânia de Zelensky e não ao genocida Putin; sim a um Estado Palestino que inclua a Faixa de Gaza e não ao sionismo de Netanyahu, inconsciente do que o povo judeu sofreu com a Alemanha nazista na II Guerra Mundial; mesmo um gagá Joe Biden (será tanto assim?) e não um ultradireitista e mentiroso Donald Trump, restolho do imperialismo norte-americano.
E assim andava eu quando fui pedir luz ao Conselho Celestial do Dominó de Botequim. Orei forte. Que descobrissem quem o perseguidor que vinha me colocando em situações adversas, quase de inanição e catatonismo. Ao mesmo tempo, convoquei uma reunião relâmpago com a Redação do “Anarriê, Alavantú” (AA) para que seus jornalistas usassem suas fontes e revelassem a identidade do gajo. Lá estiveram Nestor, Pestana, Everaldo e cinco garrafas de uma branquinha fabricada no Rio Grande do Sul, daquelas mais que lindas.
Passada uma semana e quase concomitantemente chegou uma emanação do além, assinada por Ariano Suassuna, e uma ligação de Nestor dizendo ter novidades. Haviam identificado a causa de meus transtornos.
Espantei-me. As duas versões coincidiam. Dono de uma tecnologia inédita, à frente do que já fora inventado, um hacker de origem russa, a soldo de uma conjunção de políticos de ultradireita, recursos obtidos com a venda de joias sauditas e relógios suíços de alto valor, doados a mandatários inescrupulosos de vários países e algumas seitas religiosas.
Dizem meus investigadores, pois a arma fatal ainda está em teste em todo o planeta e, no Brasil – não se tem certeza – por tudo o que narrei acima fui um dos escolhidos para participar do teste.
Seu nome é Pavlov Kaspersky. Insistente, a cada vez que se oferece ao meu notebook e eu o renego ele me oferece uma derrota nos negócios ou na saúde. Pior, reproduzia-se na mesma proporção que ratos novaiorquinos.
Nos últimos tempos, resolveu colocar anúncios publicitários sobre qualquer texto que me interesso. Divirto-me como num game matando “xizinhos” de minha tela. É gostoso.
Abaixo o único talento completo surgido da nova geração musicista no Brasil.
Rui Daher – administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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