Familiares fazem apelo sobre o desaparecimento de jornalista e indigenista na Amazônia

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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O último registro dos dois foi na manhã de domingo. O indigenista era alvo de ameaças. Famílias apelam para que autoridades continuem as buscas

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Philips, correspondente do The Guardian no Brasil, estão desaparecidos desde o domingo (5). Ambos viajavam pelo Vale do Javari, no Amazonas. Em nota, o jornal britânico manifestou preocupação sobre o caso e a esposa do jornalista fez um apelo às autoridades brasileiras para que continuem as buscas pelos desaparecidos. Já a família do indigenista pediu “rapidez, seriedade e todos os recursos possíveis” para a busca.

O último registro dos dois foi na manhã de domingo, na comunidade de São Rafael. Mergulhadores e especialistas em buscas na selva da polícia estadual do Amazonas atuam para encontrar os desaparecidos

De acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari  (Univaja) e o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (Opi), o indigenista servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), sofria ameaças de invasores de terras indígenas.

Um fonte ouvida com exclusividade pela Amazônia Real, afirmou que o indigenista e o jornalista britânico foram vítimas de emboscada, porque documentaram, em imagens, locais de invasões do Vale do Javari, o que contrariou criminosos ligados ao tráfico de drogas.

Em nota, o The Gurdian afirmou que “está muito preocupado” e “buscando urgentemente informações sobre o paradeiro e a condição de Phillips”. “Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar estabelecer os fatos o mais rápido possível”, afirmou o jornal.

Já a esposa do jornalista britânico implorou para que as autoridades brasileiras continuem as buscas. “Quero fazer um apelo ao governo federal e aos órgãos relevantes para que intensifiquem seus esforços de busca, porque ainda temos alguma esperança de encontrá-los”, disse Alessandra Sampaio, em um vídeo. “Mesmo que eu não encontre vivo o amor da minha vida, eles devem ser encontrados, por favor – intensifique a busca”, implorou.

A família de Pereira também fez um apelo por meio de nota. “Bruno é um dedicado servidor público federal pela FUNAI e muito apaixonado e comprometido com seu trabalho. Pai amoroso de duas crianças e uma moça lindas. Bruno é filho, marido, irmão e amigo, ele leva essa paixão para sua jornada toda vez que entra na mata com o propósito de ajudar o próximo. Pedimos às autoridades rapidez, seriedade e todos os recursos possíveis para essa busca. Cada minuto conta, cada trecho de rio e de mata ainda não percorrido pode ser aquele em que eles aguardam por resgate”, escreveram.

“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn “

“Aventura não recomendada”

Hoje, Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o desaparecimento pode ser fruto de execução ou acidente, já que ambos faziam uma “aventura não recomendada”.

“Realmente, duas pessoas apenas num barco, numa região daquela completamente selvagem é uma aventura que não é recomendada que se faça. Tudo pode acontecer. Pode ser acidente, pode ser que tenham sido executados”, disse o mandatário em entrevista ao SBT.

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Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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