Cenário: volatilidade deve continuar a afetar bolsa

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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As negociações na bolsa de valores nesta sexta-feira devem ser marcadas pela volatilidade já registrada na quinta-feira. O dia terá poucos indicadores de relevância na agenda, e as incertezas quanto ao comportamento dos preços no Brasil podem dar o tom dos negócios.

A agenda do dia destaca os dados de produção industrial no Brasil, que serão publicados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), além do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) do mês passado.

Nos Estados Unidos, o destaque é o relatório do mercado de trabalho norte-americano referente ao mês de abril, além dos dados de encomendas à indústria de março e o ISM do setor de serviços em abril.

Pressionada pelo ajuste de preços na volta do feriado, a bolsa operou em queda por praticamente toda a quinta-feira. Nesta quinta-feira, o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou o primeiro pregão de maio em queda de 1,05% aos 55.321 pontos e volume negociado de R$ 8,042 bilhões – volume preliminar.

Avaliação realizada pela corretora Um Investimentos ressalta que os ADR’s de Petrobras e Vale tiveram quedas, refletindo também dados de atividade chinesa piores que as estimadas pelo mercado. Outro fato que pesou contra as ações da mineradora foi a possível redução da meta oficial de crescimento por parte da China, de 8% para 7%. Contribuíram para a baixa as ações do Grupo EBX, que tiveram quedas expressivas em um movimento de aparente realização que também refletiu dados piores do que o esperado na China.

Para Romeu Vidali, gerente de renda variável da corretora Concórdia, a tendência é que as negociações apresentem perfil semelhante ao desta quinta-feira, a não ser que os dados de emprego norte-americanos venham bem acima das expectativas. “O que a gente vê é que a volatilidade continua, embora a gente tenha visto uma resposta até certo ponto positiva em relação a economia americana”, diz.

 “Existe uma grande preocupação com relação ao nível de avanço da inflação e a volta das altas taxas de juros. Embora se comece a trabalhar com uma alta não tão significativa, pode-se ter uma correção de 0,25 ponto na próxima reunião do Copom, e outros falam em até 0,50 ponto. Isso tudo traz volatilidade para os mercados de renda variável”.

Na visão de Marcio Cardoso, sócio-diretor da Título Corretora, a bolsa está trabalhando mais com movimento de curtíssimo prazo de operações financeiras do que efetivamente de fluxo, devido à rentabilidade que pode ser obtida em um dia de negociação, que muitas vezes ultrapassa o rendimento anualizado de vários investimentos.

“Quando não existe clareza com relação aos dados de balança comercial, crescimento do país e conta corrente, obviamente que o fluxo de capital fica concentrado em operações de compra e venda. O investidor mesmo está pouco atuante no dia a dia, que está mais na mão do lucro mais rápido. Se amanhã (a bolsa) abrir caindo, pode ser que seja uma boa compra para o intraday. Está muito difícil de apontar um movimento para a bolsa”, afirma Cardoso.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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