O Relatório Trimestral de Inflação do BC

Do Guia Financeiro

Banco Central amplia estimativa para crescimento 

Os prognósticos para o crescimento da economia brasileira foram elevados para 7,3%, ante 5,8% estimados anteriormente. Os dados constam do relatório trimestral de inflação divulgado pelo Banco Central.

Segundo o documento, a atividade segue essencialmente impulsionada pela demanda doméstica, com destaque para o crescimento acentuado dos investimentos, “consistente com o patamar elevado da confiança do empresariado e da utilização da capacidade instalada”. Já o dinamismo do consumo das famílias permanece impulsionado pela confiança dos consumidores, pelos recorrentes ajustes da massa salarial e pela melhora nas condições do mercado de crédito.

Já o setor externo segue contribuindo negativamente para o crescimento do PIB – o que é algo considerado “compatível” devido ao descompasso existente entre o ritmo de crescimento da economia brasileira e o de parte relevante de seus parceiros comerciais. “Embora a maior aversão ao risco decorrente da crise fiscal por que passam algumas economias européias possa constituir fator de restrição ao ingresso líquido de fluxos externos naquelas economias, exercendo desdobramentos negativos sobre os preços de seus ativos, até o momento as eventuais repercussões têm sido limitadas”, ressalta a autoridade monetária.

O cO cenário de referência para o cálculo leva em conta o conjunto de informações disponível até 18 de julho, pressupondo manutenção da taxa de câmbio no horizonte de previsão em R$ 1,80/US$ e a meta para a taxa Selic em 10,25% – valor fixado na reunião do Copom de junho. A projeção para a variação do conjunto dos preços administrados por contrato e monitorados é de 3,6%, que passa a 4,4% e 4,5%, respectivamente, em 2011 e 2012.

Partindo desse pressuposto, a previsão central do colegiado ligada ao cenário de referência indica um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em alta de 5,4% neste ano, resultado 0,02 ponto percentual acima do apresentado no relatório de março, quando o dados ficaram em 5,2%. “Nesse cenário, a projeção para a inflação acumulada em doze meses se posiciona acima do valor central da meta ao longo de todo o horizonte relevante de inflação”, ressalta o documento.

Do ponto de vista dos riscos relacionados às perspectivas de inflação, o BC diz que, do lado doméstico, o principal ponto de análise advém da possibilidade de que os valores efetivos e prospectivos da inflação sigam, de forma persistente, em níveis acima da meta, devido a crescente utilização dos fatores de produção e/ou da expansão da demanda doméstica. “Um risco adicional se origina na dinâmica das expectativas de inflação, que, de resto, mostraram alguma acomodação nas últimas semanas”, diz a autoridade monetária.

Do lado externo, os principais riscos estão vinculados aos possíveis desdobramentos da crise européia, que ganhou uma dinâmica menos favorável desde a divulgação do último Relatório e colocou alguma cautela nas análises sobre o cenário prospectivo, uma vez que as incertezas que cercam esse processo também se avolumaram nesse período. 

Tatiane Correia

Luis Nassif

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