Números ruins no setor externo levam Bolsa à menor pontuação em um ano

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Jornal GGN – A isenção do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) na aplicação de estrangeiros na renda fixa afetou as transações na bolsa de valores, mas a instabilidade apresentada pelo setor externo levou o pregão de quarta-feira a atingir seu menor patamar desde julho de 2012.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou o dia em queda de 2,26%, aos 52.798 pontos e um volume negociado de R$ 8,088 bilhões. A perda acumulada no mês chega a 1,32%, enquanto a desvalorização anual chega a 13,38%.

Basicamente, o comportamento do mercado doméstico foi influenciado pela queda generalizada nos mercados da Ásia e da Europa, e pelos diversos indicadores econômicos divulgados nos Estados Unidos.

Entre os diversos dados divulgados, e que não foram bem recebidos pelos analistas, estão a criação de vagas no setor privado norte-americano (considerado uma prévia do índice oficial de emprego do país, que será divulgado na sexta-feira), que mostrou a abertura de 135 mil novos postos de trabalho durante o mês de maio, abaixo da projeção de 170 mil vagas. Além disso, as encomendas à indústria de bens manufaturados dos EUA no mês de abril aumentaram 1%, abaixo da expectativa de alta de 1,5%. O debate em torno do início da retirada dos estímulos à economia dos Estados Unidos também mexe com o humor do mercado, subtraindo o fluxo da bolsa e aumentando o receio com a aplicação em renda variável.

Além disso, deve-se ter em mente que a isenção do IOF para o investidor estrangeiro aplicar em renda fixa não é um dos quadros mais favoráveis para a renda variável, devido à migração de recursos para uma aplicação que tende a ganhar quando o ciclo dos juros começa a subir. “Com a expectativa de alta dos juros, melhora o rendimento da renda fixa e afeta renda variável”, comenta a analista Karina Freitas, da corretora Concórdia.

“A bolsa está bastante vulnerável”, diz Luiz Morato, operador-sênior da TOV Corretora, ressaltando que existem outros indicadores que devem afetar os próximos pregões, como o vencimento do índice futuro na próxima semana. “O humor está bastante ruim, e ações vulneráveis estão um pouco piores”. Quanto ao mercado internacional, Morato afirma que uma taxa de desemprego mais elevada no mercado norte-americano seria um reforço de que os estímulos não serão retirados em um primeiro momento, “mas o debate está em pauta e tende a gerar volatilidade”.

Na agenda de quinta-feira, a atenção do mercado estará voltada para a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, com o mercado sinalizando que o aumento dos juros anunciado na última semana não deve exercer o impacto esperado pela autoridade monetária. Outros indicadores que vão chamar a atenção dos analistas são o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) fechado de maio, publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os números de vendas e produção de veículos em maio pela ANFAVEA e, no setor externo, a decisão de juros na zona do euro e no Reino Unido.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador