Funcionários contra concessão dos aeroportos

NUM DISSE???

Deu no Correio Braziliense, ontem à noite:

Aeroportuários do JK aprovam indicativo de greve contra privatização

Os funcionários do Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, aprovaram indicativo de greve nesta quinta-feira (9/6), após assembleia da categoria. De acordo com o secretário-geral do Sindicado Nacional dos Aeroportuários (Sina), Célio Alberto Barros, cerca de 3.500 aeroportuários trabalham no JK e acompanham a decisão tomada pelos funcionários de Guarulhos (SP) e Viracopos (SP) na quarta-feira (8/6). Ainda de acordo com Barros, na próxima semana acontecerão assembleias feita em Confins (MG) e no Galeão (RJ).

O presidente do Sina, Francisco Lemos, se reuniu na tarde desta quinta-feira com o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, para comunicar o indicativo de greve e falar sobre o modelo de privatização dos aeroportos anunciado pela presidente Dilma Rousseff.

Segundo Lemos, o ministro Bittencourt garantiu que os aeroportuários participarão das discussões sobre a privatização. Para o presidente do sindicato essa garantia não é suficiente, “saí preocupado da reunião, o governo insiste em um projeto que não resolve os problemas dos passageiros”, comenta.

A possibilidade de uma paralisação geral não está descartada. Após as discussões da próxima semana, as assembleias serão ampliadas e o presidente do Sina afirma que o movimento pode chegar a 67 aeroportos de todo o país. “A luta não é apenas para manter os empregos, nós acreditamos que o avião é capaz de integrar socialmente este país”, diz Lemos.

Para o secretário-geral do Sina, “privatização não é sinônimo de eficiência”, a categoria está buscando uma negociação para que o governo reveja esta decisão de privatizar os aeroportos. Ainda segundo Barros, o modelo de privatização escolhido pelo governo, em que até 49% da concessão é da Infraero e 51% de Sociedades de Propósito Específicos, constituídas por investidores privados, é contraditória. A nível nacional, há cerca de 35 mil funcionários da categoria, mais 22 mil terceirizados.

Procurada pela reportagem do Correiobraziliense.com.br, a assessoria da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) não quis se manifestar.

Venho alertando que concessão não é expediente rápido e barato de provisão de infra-estruturas. E olha que tinha até esquecido desse custo transacional importantissimo e recorrente nos procedimentos de concessão e PPP (os conflitos trabalhistas inerentes à mudança). Infelizmente, o aporte de capital privado ainda é visto como solução milagrosa para os problemas gerenciais/financeiros do Governo.

A longa experiencia internacional desmente isso, indicando que o papel da iniciativa privada é agregar valor à infra-estrutura: melhores aeroportos, gerencia mais eficiente. Só que isso emergirá ao longo de um demorado processo de discussão social e negociação. Queimar etapas dá rolo.

No nosso caso de usar concessão como ferramenta emergencial, Dilma está já preparando a próxima crise política, contrariando sua própria base…

Minha receita: para resolver problemas da Copa: soluções meia-sola, contratadas a escritórios internacionais (que conhecem as novas tecnologias construtivas e seu preço), contratar as empreiteiras de sempre, e pensar mais na frente o processo definitivo de concessão.

Nós não precisamos nos endividar até o pescoço por causa desses jogos. Isso é uma moda que vem infestando os eventos, e só interessa às federações e comitês internacionais, cujos chefes são corruptos e têm negócios nesses eventos (ver escândalo da FIFA). Todos os países e cidades que se suplantaram em mega-investimentos hospedam os jogos ficam arrasados, até nos países ricos.

Nós haveremos de provar que podemos fazer jogos felizes e mais baratos! Você não precisa de VLT para transportar espectadores para alguns poucos jogos. VLT quem precisa é a população, e os eixos serão diferentes. Igualmente aeroportos: ninguém vai se lembrar dos aeroportos de luxo do Brasil, e sim da qualidade do futebol, da simpatia do povo. 

Luis Nassif

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