Economistas de Marina Silva defendem reformas da Previdência e política

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Eduardo Gianetti da Fonseca e André Lara Resende, coordenadores do programa econômico do plano de governo de Marina Silva – Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – A necessidade de se reformar a política e a crise da Previdência são dois dos temas mais urgentes e problemáticos vistos pelos economistas que comandam o programa da campanha de Marina Silva (Rede), André Lara Resende e Eduardo Giannetti.
 
Em entrevista ao Valor Econômico, elogiaram, por um lado, a adoção de medidas como teto dos gastos públicos, estabelecido pelo governo de Michel Temer, mas o classificou como “promessa de alcoólatra”. Para equilibrar as contas públicas, acreditam na taxação de dividendos, no aumento da tributação sobre herança e, em parte, elogiam a reforma trabalhista.
 
“Achamos o teto uma medida excessiva. Parece um pouco promessa de alcoólatra. Congelar o gasto público por dez anos, renovável por mais dez, é completamente fora de proporção. Mas somos absolutamente comprometidos com o equilíbrio fiscal”, disse Giannetti, ao Valor.
 
“A aprovação do teto teve um elemento simbólico, de declaração de intenções. Foi positiva. Mas é uma camisa-de-força muito complicada, certamente inexequível ao longo do tempo”, acrescentou Lara Resende.
 
Para eles, a empregabilidade no país poderia ser recuperada com a “simplificação, desburocratização” do Estado. “Aumentar imposto se tornou disfuncional no Brasil. É por isso que estou falando do foco excessivamente fiscalista. Há um certo momento em que aumentar imposto de fato leva quase a uma desorganização, inviabiliza o crescimento. Mas você pode reorganizar toda a estrutura fiscal, sobretudo como se gasta”, acrescentou Resende.
 
“Em 1988, a carga tributária bruta era de 24% do PIB, normal para um país de renda média. O Estado investia 3% do PIB. Desde então, a carga tributária cresceu em todos os governos. Hoje está em 34% do PIB. Além disso, tem o déficit nominal girando em torno de 6% do PIB”, apresentou Giannetti.
 
Sobre a Reforma da Previdência, Lara Resende conta quando presidiu, em 1998, uma comissão no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso para reestrututrar a Previdência. “Na época pensávamos num regime misto, de repartição e de capitalização”, disse. “Se tivéssemos feito lá atrás, seria muito mais fácil fazer a transição”, afirmou.
 
Por isso, hoje na equipe econômica do projeto de Marina Silva, defende a necessidade de usar os quatro anos de um mandato no governo federal para “criar as bases para uma sustentabilidade fiscal de longo prazo”, como a aprovação de uma Reforma da Previdência.
 
Questionados como seria possível fazer uma reforma estrutural, tanto econômica, fiscal, como também política, seguindo o que defenderam, Giannetti e Resende ressaltaram a impossibilidade de um governo de coalizão com os partidos que hoje dominam as bancadas. 
 
Diante deste cenário, seria necessária “uma reorganização da política”, apontou Resende, para “sair dessa cilada do presidencialismo de coalizão”. “No começo do mandato, há um momento em que o governo tem força gravitacional para fazer um excelente ministério e liderar iniciativas importantes junto ao Congresso. Tem poder e capital político para tanto. Parte desse poder deve ser usado para uma reforma política, que vai mudar regras eleitorais, regras de financiamento de campanha, vai repensar”, complementou Giannetti.
 
Parte do fracasso da coalizão que chamam no atual sistema de governo, os economistas criticam que no Brasil os cargos legislativos são eleitos “à sombra das eleições majoritárias”, o que prejudica “a democracia brasileira”.
 
Leia a entrevista completa no Valor.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. A Marina Silva é uma criatura tão nefasta quanto a Cármen Lúcia.

    A Marina Silva é uma criatura tão nefasta quanto a Cármen Lúcia. Essa pessoas que se passam de santas imaculadas são as mais perigosas.

  2. 2 grandes expoentes da Escola

    2 grandes expoentes da Escola Jumental de Economia, especializada em matraquear slogans e destruir países e suas sociedades.

    Aguardamos o pronunciamento de miriam leitão e samuel pessoa, para darem norte ao mundo em convulsão

  3. Uma coisa incompreensível

    Uma coisa incompreensível para mim é como pode existir gente que vota nesta osmarina.

    A ignorância do povo é infinita.

    Mas a dos agentes da banca não. Eles sabem exatamente o que querem, por isto apoiam esta triste figura.

    Eles sabem da total incapacidade intelectual desta figura para exercer qualquer cargo executivo. Ela não entende de nada e naõ sabe de porra nenhuma.

    É a figura ideal para ser conduzida e não para conduzir.

    Exatamente por isto a apóiam. Por isto e porque existem imbecis que acreditam nesta fábula da “fadinha da floresta.”

    Depois ficam reclamando dos políticos.

  4. Eles estão certos

    Sou Analista de Sistemas, trabalho no Setor privado. O que as pessoas querem é uma Economia que funcione para poderem trabalhar e levar suas vidas. Tem pessoas que ficam em uma Universidade vivendo de bolsa a vida inteira e falando em Revolução. Por outro lado tem gente que é tiete de banqueiro e acredita em especulação para viver de renda sem trabalhar. Marina tá certa: O que as pessoas querem é um governo tranquilo, onde as empresas possam investir no país, gerar emprego e renda. Marina defende que o Meio ambiente seja preservado, que as coisas sejam feitas do jeito certo, dentro de Princípios Éticos. Queremos os Recursos Públicos sejam bem aplicados. Chega de politicagem, idealismo babaca e gente mamando nas tetas do Estado.

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