A morte do soldado que esperou 30 anos para se render

Sugerido por Sérgio T.

Do Terra

Japão: morre soldado que esperou 30 anos para se render após 2ª Guerra
 
Hiroo Onoda, soldado imperial japonês que se escondeu em uma selva por quase 30 anos após o fim da 2ª Guerra Mundial para evitar a rendição, morreu nessa quinta-feira na capital nipônica, aos 91 anos. O porta-voz do governo de Tóquio, Yoshihide Suga, expressou nesta sexta-feira suas condolências, e lembrou da grande vontade de viver e o espírito indomável de Onoda, de acordo com informações da agência AP.
 
“Depois da 2ª Guerra Mundial, o senhor Onoda viveu na selva por muitos anos, e quando ele retornou ao Japão, eu senti que finalmente a guerra tinha terminado. Foi assim que eu senti”, afirmou o porta-voz.
 
Hiroo Onoda foi um oficial de inteligência que saiu da clandestinidade na ilha de Lubang, nas Filipinas, em março de 1974, no seu aniversário de 52 anos. Ele só se rendeu quando seu ex-comandante foi até o local e retirou a sua ordem, dada em 1945, para permanecer escondido e espionar as tropas americanas.

 
O militar recebeu boas-vindas de herói em seu retorno ao Japão. Em sua rendição formal ao então presidente filipino, Ferdinand Marcos, Onoda usou seu uniforme imperial, chapéu e espada, todos em bom estado, mesmo depois de 30 anos.
 
Em dezembro de 1944, o soldado foi enviado a Lubang, a cerca de 150 quilômetros de Manila, a capital das Filipinas. A maioria dos soldados japoneses se rendeu com a chegada das tropas americanas na ilha, em fevereiro de 1945. Centenas de japoneses, no entanto, permaneceram desaparecidos por anos depois da guerra.
 
Para sobreviver, Onoda roubava arroz e bananas de moradores locais, e abatia vacas para obter carne. Em fevereiro de 1974, Norio Suzuki foi até a ilha à procura de Onoda. Assim que o localizou, Suzuki retornou ao Japão e entrou em contato com o governo. Este, por sua vez, localizou o chefe de Onoda, o major Yoshimi Taniguchi, e o enviou para as Filipinas para dar a ordem de rendição ao soldado pessoalmente.
Redação

18 Comentários

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  1. um idiota!  como um oficial

    um idiota!  como um oficial de inteligencia não notou que as tropas americanas simplesmente sumiram da Filipinas ficando restrito as 02 bases que eles mantiveram.  Um oficial de inteligencia que não buscava informações sobre o que estava acontecendo ao seu redor, um idiota mesmo!

    1. Relação Bizarra

      Na mosca !!! Um completo débil mental que ainda é recebido como herói. O Japão é um país magnífico, mas a relação dele com a Segunda Guerra ainda é extremamente bizarra …

    2. A maioria dos oficiais

      A maioria dos oficiais japoneses não acreditaram na rendição. Dos que acreditaram, boa parte cometeu suicídio.

      O oficial em questão foi treinado em táticas de guerrilha e foi isso o que ele fez durante 30 anos matando mais de 30 pessoas.

      Um exemplo de dedicação e disciplina a ser seguido por todas as forças armadas do mundo.

       

      Agora seguindo a lógica brasileira, aquela que diz que o “esperto” é quem sabe de sí, o “esperto” é aquele que lucra mais, o “esperto” é aquele que não está nem aí para o país ou com compromissos assumidos.

      Seguindo esta lógica, vc tem toda a razão. O cara é um completo idiota. COMPLETO!

      1. NACIONALISMO EXTREMADO

             Nacionalismo extremado deve ser pleonasmo, mas acho que é este o caso. Isto não é bom, é até perigosíssimo. Se ele matou mais de 30 pessoas naqueles 30 anos, como classificar sua conduta se a guerra já havia acabado? 

      2. Athos, vc falou muita

        Athos, vc falou muita bobagem!

         

        1 – se ele não acreditava em rendição porque se entregou quando seu comandante ordenou que o fizesse? os oficiais que se suicidaram também receberam ordens para a rendição!

        2 – ele não matou, ele assassinou 30 pessoas, pois com certeza eram civis e não esperavam um ataque, muitos podem ter se aproximado dele para ajuda-lo, acrescente escroto ao idiota que falei anteriormente

        3 – dedicação e disciplina não tem nada com o que ele fez, ele era um idiota deixado para tras, um sujeito que não sabe perceber que as ordens dadas perderam a razão de ser com o tempo!

         

        1. Pergunta e resposta na

          Pergunta e resposta na própria indagação!

          “..1 – se ele não acreditava em rendição porque se entregou quando seu comandante ordenou que o fizesse?”

          1. se ler a mensagem do seu

            se ler a mensagem do seu colega, ele diz que outros oficiais se mataram quando receberam a ordem de rendição do imperador, para um idiota persistente como o finado, era obvio que não vitoria ou morte, ele não continuou escondido na floresta por honra ao bushido, ele ficou lá apenar porque era um tolo, imagino que ele deve ter percebido num momento que a guerra tinha acabado, mas como ele tinha assassinado varias pesssoas,  ele temia ser morto, então ele não era um soldado guardado seu posto, mas apenas um mero foragido!

    3. Cultura

      É uma questão cultural Julio… Por mais “ocidentalização” que o Japão tenha adquirido desde o fim do século XIX, a cultura baseada no bushido ainda era forte na época da 2ª Guerra Mundial. O vocábulo “rendição” simplesmente não existia na língua japonesa. Em agôsto de 1945, o Imperador em pessoa teve que fazer um discurso “explicativo” via rádio a todos os japoneses, sobre como eles iam perder a guerra e continuar vivos, pois no “espírito” (ou filosofia) do soldado japonês, principalmente do oficialato, só eram admitidas a vitória ou a morte. Inclusive o número de soldados que se suicidava quando encurralados (derrotados) era enorme…

      Relacionando as três mais antigas correntes de pensamento que estão na gênese do pensamento japonês, teria dito o príncipe Shotoku , que difundiu o budismo no Japão: “O Xintoísmo é a raiz e o tronco de uma grande árvore robusta e transbordante em inesgotável energia; o Confucionismo são os galhos e as folhas e o Budismo são as flores e frutos”.

      Parece que hoje já não é mais assim, o “utilitarismo” já chegou lá também…

      Um abraço.

  2. Familiares no

    Familiares no Brasil[editar | editar código-fonte]

    Encontram-se no Brasil ainda familiares de Hiroo. Um de seus irmãos Tadao Onoda faleceu no ano de 1991, em São Paulo, porém seus filhos ainda vivem e deixam netos que ainda carregam o sobrenome.

    Condecorações no Brasil[editar | editar código-fonte]

    Onoda recebeu em 6 de Dezembro de 2006, a medalha de mérito Santos-Dumont da Força Aérea Brasileira. Em Fevereiro de 2010, a Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul conferiu-lhe o título de “Cidadão Sul-Matogrossense”.

  3. Apenas complementando o seu texto…

    A matéria se esqueceu completamente de que Onoda viveu aqui no Brasil, em Mato Grosso, entre 1975 e 1984, além de ter sido agraciado pelo governo brasileiro com a medalha de mérito Santos-Dumont, da FAB, em 2006. Onoda, depois de retornar ao Japão, criou um acampamento para jovens – a Escola da Natureza Onoda – onde ensinava técnicas de sobrevivência. Onoda voltava com regularidade ao Brasil.

    Fontes: http://www.theguardian.com/world/2014/jan/17/hiroo-onoda-japanese-soldier-dies

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Hiroo_Onoda

    http://en.wikipedia.org/wiki/Hiroo_Onoda

    http://www.nytimes.com/2014/01/18/world/asia/hiroo-onoda-imperial-japane

    http://www.theguardian.com/world/gallery/2014/jan/17/hiroo-onoda-last-japanese-soldier-surrender-second-world-war-in-pictures?INTCMP=ILCNETTXT3487

     

     

    1. É verdade

      É verdade Ninguém… O jornalismo no Brasil sempre é lento em matéria de cultura e história, geralmente só é ágil em fofocas. Provavelmente ao longo do dia nossos “versáteis” jornalistas acabarão descobrindo esse fato e falando dele nas revisões da matéria.

      Um abraço.

  4. Honra japonesa

    É impressionante a ignorância e a arrogância dos comentaristas que xingaram o soldado Hiroo Onoda. Não sabem o que significa a honra para um guerreiro japonês.

    Pena.

     

    1. Faço minhas suas palavras

      Faço minhas suas palavras Cristiano.

      Apenas acrescento que a honra não prerrogativa de  soldados imperiais, mas sim de qualquer humano de forte caráter.

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