Não vai haver Olimpíadas… Não ia… , por João Sucata

Esporte bretão

Não vai haver Olimpíadas… Não ia… , por João Sucata

Apenas resolvendo a questão social e acabando com o complexo de vira lata teremos destaque nos jogos olímpicos

Os resultados da realização das Olimpíadas têm sido positivo para a imagem do país. Desde a festa inaugural, passando pela complicadíssima organização, segurança de atletas e turistas, até a vaia no presidente clandestino,  foi tudo certo. Bilhões de pessoas viram um pouco mais de nosso país, o turismo, ou seja, divisas, pode ser incrementado.

Do jeito que a mídia e a turma do não vai ter Copa pintaram o país nos últimos meses, especialmente antes de seu grande líder, Eduardo Cunha, ter iniciado o impeachment (como vingança pelo PT ter votado pela apuração de seus crimes e cassação de seu mandato), os estrangeiros devem ter imaginado que encontrariam mais assaltantes que gente nas ruas do Rio. As manchetes midiáticas eram assustadoras, as obras não terminariam, qualquer vazamento no telhado de um apartamento era apontando como sinal do caos que haveria. Os jornais de TV se ocupavam diariamente com o zika e as águas poluídas da Guanabara e da Lagoa Rodrigo de Freitas, que inviabilizariam esportes náuticos.

Mas como aconteceu na Copa, estamos passando no teste. Os acontecimentos negativos felizmente não aparecem tanto: 113 turistas assaltados, 7 suspeitos mortos pela polícia na favela onde foi assassinado um policial das forças de segurança (já confirmado: nenhum deles participou do ato que teoricamente deveriam pertencer os mortos), inúmeras advertências para atletas não se afastarem da Vila Olímpica, 50 mil policiais mobilizados na cidade etc. Ainda assim, não seria a guerra civil como apontado pelos jornais, a zona sul respirava alguma segurança. A mais notícia sobre  delinquentes americanos que simularam ter sido assaltado e ganharam as primeiras páginas de seu e de nosso país, foram retratadas (ainda que como sempre, mais discretamente). E mais uma vez ninguém pergunta se pode ser considerado normal um posto de gasolina em bairro de classe medial alta ter dois seguranças armados, um deles agente penitenciário no Espiro Santo. Dá para imaginar como está a periferia…

Já quanto aos resultados esportivos, foram melhores que em Londres, mas continuam medíocres. Em natação, atletismo, judô, ginástica artística e boxe, esportes que distribuem grande quantidade de medalhas, regredimos.

Não há futuro esportivo se não mudarmos nossa realidade, começando pela questão social. Em muitos países os esportes são praticados por crianças e adolescentes que, em sua totalidade, têm comida na mesa e são praticados em escala massiva. Nessas condições é mais fácil encontrar talentos. Aqui são poucos os praticantes de esportes. Estamos mal colocados nos jogos se avaliarmos pela população ou pelo PIB, mas nem tão mal se tomarmos como referência distribuição de renda ou IDH, onde estamos sempre entre os piores. 

Entre esses poucos praticantes, empresas e governo (bolsa atleta), até o exército, dizem, escolhem os que se destacam e os apoiam. É insuficiente.

Ressalve-se o futebol, onde força física não tem tanta importância e onde ainda existem muitos praticantes, apesar da blitz de prefeitos e construtoras extinguindo campos de futebol de várzea em todas as cidades do país. Neles a população praticava esporte e sociabilidade. Em São Paulo, por exemplo, eram milhares onde atualmente estão as  avenidas marginais do Tiete e do Pinheiros, antes de chegar o  progresso. Em termos de proporção em relação a população, em meados do século passado era muito maior o número de brasileiros que praticavam futebol.

Por outro lado, nossos cartolas poderiam investir na mudança de regras desses jogos. Certos esportes distribuem farto número de medalhas, permitem o surgimento de Phelps. Quem fez as regras devia gostar de natação. Neste ano até tivemos um brasileiro fora de série com 3 medalhas, mas exceção. Atletas excepcionais não faltam nos EUA.  Phelps  é um nadador excepcional que compete em 50 mts, 100 mts, 200 mts, nado de  frente, nado de costas etc. Um Messi, um Neymar (vejam só quem finalmente diz a que veio), um Cristiano Ronaldo, jamais conseguirão mais que uma medalha e para todo um grupo. No mínimo o futebol deveria ter medalha para os onze, para  o artilheiro, goleiro menos vazado, melhor jogador, para os reservas e etc. Basquete, vôlei e demais jogos coletivos, idem. Ou então quem tem um craque em natação tem mais medalhas que um país com muitos ótimas equipes de esportes coletivos. Não é justo.

João Sucata

 

 

Redação

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Nao vai ter Brasil

    Com  medidas a serem tomadas pelo governo interino . como a PEC 241 por exemplo, a olimpiada do RJ sera o marco zero de um novo pais  sem estado , ou o fim do Brsil como o conheciamos .

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador